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A PARTIDA# BILL MURRAY# CHARIOTS# WHITE SNOW# DRACULA

   A PARTIDA de Yojiro Takita com Masahiro Motoki e Ryoko Hyrosue.
Ele toca cello mas a orquestra onde trabalha fecha e assim ele retorna a sua cidade natal. Lá ele arruma um emprego: maquiador de cadáver. Mas é o Japão e lá essa profissão tem uma importância ritual e estética que não existe aqui. O filme com esse tema poderia ser pesado ou tenso, é antes de tudo leve e relaxado. Mérito da direção mas também de um roteiro perfeito. O círculo se fecha e este filme anda ao redor da morte como vida. A simbologia da pedra nunca foi tão bem explicada. É um filme delicado. O cinema japonês tem um caráter, este filme o exibe. Um dos grandes do século.
   TIRANDO O ATRASO de Dan Mazer com Zac Efron, Robert De Niro e Zoey Deutch.
Começa muito ruim. Depois melhora e a lembrança acaba sendo ok. De Niro é um viúvo que sai com o neto em viagem. Esse neto, super careta, vai se soltar e muda sua vida ao final da trip. O roteiro é óbvio, Zac mostra a bunda o quanto pode, mas De Niro salva o filme. Seu personagem é tão vivo que dá energia ao filme. Ah sim...no mundo de hoje ser livre é se drogar e fazer sexo. Ok. Nota 6.
   BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR de Rupert Sanders com Kristen Stewart, Charlize Theron e Chris Hemsworth.
Bem melhor do que parece. Num clima dark, Branca é a força vital, a natureza e a madrasta é a destruição daquilo que seja vivo, natural, do sol. Isso é desenvolvido com ação e sem nada de pedante ou didático. Cinema americano puro. O cinema que em seu melhor diz muito sem ostentar nada. Envolvente e bonito. Nota 7.
   ROCK EM CABUL de Barry Levinson com Bill Murray, Kate Hudson, Bruce Willis, Zooey Deschanel.
Um lixo. E o mais triste é que desta vez Bill Murray acordou. Mas o roteiro é tão ruim que nada poderia o salvar. Ele é um empresário de rock fracassado que agenda show em Cabul. Lá fica sem sua cantora e se envolve com cantora islâmica que canta Cat Stevens. Willis é um mercenário e Kate Hudson uma prostituta. Ambos estão constrangidos. Levinson foi um diretor bem bom. Vinte anos atrás.
   MOMENTUM de Stephen com Olga Kurylenko e Morgan Freeman
O ponto mais baixo.
   CARRUAGENS DE FOGO de Hugh Hudson
Em 1981 eu assisti ao Oscar. Foi a grande zebra da década. Uma das maiores da história. Naquele tempo ninguém entendeu porque um filme tão bobo vencera o filme de Warren Beatty, Reds. Fácil saber: Beatty era odiado por seus pares, Reds era um filme de esquerda e filmes ingleses sempre agradavam os velhinhos da academia. O filme é chato e o pior de tudo é sua trilha sonora. Foi o começo das horrendas trilhas com synth, moda nos anos 80. Reds é um filme cheio de defeitos, mas medíocre ele nunca é.
   DRÁCULA, O PRINCIPE DAS TREVAS de Terence Fisher com Christopher Lee
Produção Hammer. Dois casais se hospedam em castelo. Lá estão as cinzas de Dracula e ele volta a beber seu sangue...Apenas ok para quem adora castelos e vampiros.

STALLONE/ CARY GRANT/ SCARLETT/ ALAIN DELON/ DEPP/ KIDMAN

DIÁRIO DE UM JORNALISTA BÊBADO de Bruce Robinson com Johnny Depp
Muito, muito ruim. Depp está numa ilha do Caribe. Décadas atrás. Ele bebe, trabalha em jornal tosco, se envolve com bando de corruptos que pretende lotear a praia e ama a garota de figurão. Isso tudo, diz o filme, é baseado em Hunter Thompson. Onde? Uma chatice. Nota ZERO.
HEMINGUAY E MARTHA de Philip Kaufman com Nicole Kidman, Clive Owen e James Gandolfini
Esqueça a fidelidade histórica. Este não é Heminguay! Clive se esforça, mas o filme retrata Papa Heminguay como um alcoólatra meio chato, meio machista e nada verossímil. De qualquer modo o filme é dirigido para a personagem Martha Gelhorn, a terceira mulher do escritor e talvez a que ele menos entendeu. Uma jornalista forte e dura, mas não tão maior que Ernest Heminguay. O filme, feminista, pinta Martha como espiritualmente mais dotada que o escritor...bobagem! De qualquer modo é emocionante a recriação da revolução espanhola. O filme deveria ser só sobre isso, a guerra civil da Espanha. São momentos de grande cinema. Inclusive com a recriação das filmagens do grande Joris Ivens e de um tal de Capa perambulando por lá. Claro que Capa não era tão garoto, mas é sempre legal ver isso. Kaufman um dia fez uma obra-prima, Os Eleitos ( the right stuff ), baseado em Tom Wolfe. Depois fez a insustentável levez do ser, um belo filme, e o interessante henry e june. Como se vê, o interesse desse ex assistente de Clint Eastwood é a cultura, a boa cultura. Isso faz com que em seu pior ele seja muito pedante. Como aqui. De qualquer modo, na média o filme é ok. Nota 6.
A PISCINA de Jacques Deray com Alain Delon, Romy Schneider, Maurice Ronet e Jane Birkin
Quer saber o que seja o chic francês? Veja este filme. Ele repete a dupla masculina de o sol por testemunha e quase consegue atingir o alto nível da obra de René Clement. A história: um casal recebe a visita de um amigo. Ele vem com a filha. Forma-se a tensão. Todo filmado numa casa de campo, o chic de que falei não se mostra na casa ou nas roupas, ele existe nos corpos, nas cores, no modo como o filme é conduzido. Deray dirige matematicamente. Tudo cronometrado, exato. Devagar, mais rápido, devagar, súbito. Uma delicia de filme, um terço final inesperado e um Alain Delon no auge de seu carisma. Nota 8.
RED HEADED WOMAN de Jack Conway com Jean Harlow
Um filme impudico dos anos 30. Jean é uma secretária que seduz o patrão para ficar rica. Consegue e casa com ele. Depois seduz um outro mais rico. Consegue. E por aí vai. Nada moralista, bem dirigido, curto, foi um sucesso mas não é um grande filme. Ele tem humor, mas nunca grande humor. No mais, Jean Harlow, que foi um sex symbol famosíssimo na época, e que morreu jovem de uma apendicite, é das grandes estrelas da época a que envelheceu pior. Ainda conseguimos entender o porque da fama de Garbo e de Marlene, ainda sentimos a força de Kate e de Bette Davis, além do que Myrna Loy e Carole Lombard estão incólumes em 2014, mas Jean Harlow não. Ela parece muito antiquada. Seu apelo se foi. De qualquer modo é um filme razoável. Nota 5.
ANÁGUAS A BORDO de Blake Edwards com Cary Grant e Tony Curtis
Foi um grande sucesso em 1960. O primeiro grande sucesso de Blake, que faria na sequência breakfast at Tiffanys e a série da pantera cor de rosa. Foi mais um grande sucesso de Cary Grant, que aqui provava ainda ser uma estrela, e foi a confirmação de Tony Curtis, o novo Cary Grant que nunca deu completamente certo. Fala de um submarino na segunda-guerra. Uma sucata que é reformada pela tripulação e que depois dá carona a um grupo de mulheres marujas. Uma comédia agradável, mas não mais hilariante. De qualquer modo vemos excelentes atores ( Cary é hors concours ), um clima de alto astral e boa direção. Nota 7.
SOB A PELE de Jonathan Glazer com Scarlett Johansson
Scarlet é linda de doer. E a nudez anunciada é pudica. O filme não tem como ser pior. Me lembrou o filme de Nicolas Roeg, o homem que caiu na terra, aquele com David Bowie. Mas este é bem mais chato e vazio. Tudo nele transpira e anuncia: arte. Uma gororoba pretensiosa de quem sonha em ser Kubrick e mal pode lamber as botas de John Carpenter. Fuja! ZEEEEEEEROOOOOOO!
AJUSTE DE CONTAS de Peter Segal com Stallone, Robert de Niro,  Alan Arkin e Kim Basinger
De Niro é um ex-boxeador convencido e fanfarrão, Sly é seu ex-rival, um cara modesto que quer esquecer o passado. Kim Basinger, ainda bonita, é a mulher que dividiu os dois. Uma revanche é marcada. O filme é absolutamente tolo. Nada faz o menor sentido. Mas há algo de bom, os atores levam tudo no bom-humor, Eles não levam o filme a sério também. Dá pra ver em video, como alguma coisa pra se ver antes do jantar. Não ofende e não dá pra lembrar de nada depois de dois dias. Nota 5.
OS MERCENÁRIOS 3 de Patrick Hughes com Stallone, Mel Gibson, Harrison Ford, Antonio Banderas, Jason Statham, Wesley Snipes, Schwarzenegger...
Imagina esse elenco em 1994!!! Há um erro aqui, a graça razoável dos dois primeiros estava no trabalho em equipe. Mas aqui Sly faz quase tudo sozinho! É uma exibição narcisista que relembra o Sly descontrolado dos anos 80. O filme não é ruim em seu gênero, mas ele nada tem que nos faça torcer. Mel Gibson quase rouba o filme como um odioso bandido. Nota 3.

SCHLESINGER/ POLLACK/ GILLIAN/ BOGEY/ TOM COURTNEY

   BILLY LIAR de John Schlesinger com Tom Courtney e Julie Christie
Assisti na Tv Cultura, talvez em 1978. Depois nunca mais. Lembrava apenas de Julie andando pelas ruas e de Tom mandando a avó calar a boca. Revi ontem. É um filme maravilhoso. Billy, feito de maneira absolutamente mágica pelo grande Tom Courtney, é um jovem sonhador. Mas não o tipo sonhador-poético. Ele é um sonhador covarde. Sonha acordado toda vez que surge alguma dificuldade. Sonha matar os pais, ser um grande general, um escritor, um duque de sangue azul... Sua vida é uma confusão. Faz um medíocre roubo em seu emprego, tem duas namoradas ridiculas, uma familia banal e vive em Newcastle. Sua única chance é Julie, em seu primeiro papel de estrela, uma garota livre, andarilha, que o convida para ir viver em Londres. Ele irá? O filme é de 1962 e vemos a Inglaterra prestes a pirar. Jovens entediados, reprimidos, doidos para viver em cidades demolidas, sujas. Penso no que seria de Billy dali a 5 anos. Doido de LSD? E a personagem de Julie? Morta? Schlesinger foi entre 1960 e 1976 um grande diretor. Depois se perdeu em projetos loucos e numa vida perdida em drugs. Ele filma livremente, criativamente, solto. É quase Nouvelle Vague, mas nunca perde o rumo do roteiro e jamais deixa de ser irônico. O filme é obrigatório. Consegue ser divertido e instigante. Billy é apaixonante. Nota DEZ!!!!
   A NOITE DOS DESESPERADOS de Sidney Pollack com Jane Fonda, Michael Sarrazin, Gig Young, Susannah York e Bruce Dern
Pauline Kael dizia que entre 1965/1977 os americanos iam ao cinema para serem deprimidos. Grandes hits terminavam sempre em dor, morte e falência total ( O Poderoso Chefão, Serpico, Butch Cassidy, Exorcista, Operação França e um etc sem fim ). Este filme, que muitos acham ser a obra prima de Pollack, é dos mais tristes. Miséria pra todo lado. Estamos em 1932, e acontece mais uma maratona de dança. Para quem não sabe, essa maratona era um tipo de Big Brother dos desesperados. Casais dançavam sem parar, por dias e dias, com intervalos de dez minutos a cada quatro horas. A coisa chegava a durar meses e era transmitida por rádio. Raras vezes o cinema mostrou gente sendo massacrada com tanta explicitude. Jane é uma suicida, Michael um ingênuo, York uma atriz falida e Dern um pai morto de fome. Gig Young ganhou o Oscar de ator coadjuvante fazendo o mestre de cerimônias, cínico, cruel e eficiente. O filme, como apontava Kael, não faz a menor concessão. É de uma melancolia tétrica. E é bom cinema. Tem ritmo, tem grandes atuações, tem interesse. E não envelheceu nada. Nota 7.
   AFTER THE THIN MAN de W.S.Van Dyke com William Powell, Myrna Loy e James Stewart
Em 1934 se lançou, baseado em Dashiel Hammett, The Thin Man. O sucesso fez com que dois anos depois se lançasse este filme. Mais cinco viriam. Mas em dois anos uma coisa mudou para pior, a censura. No primeiro Powell fazendo Nick Charles passava todo o filme bêbado e soltando piadas ácidas. Aqui ele quase não bebe e faz humor mais familiar. Mas o filme ainda é bom. O prazer em ver o casal Powell e Loy não tem fim. Como no outro filme, eles resolvem um caso de assassinato. Stewart antes de ser uma estrela está por perto. Asta, o cachorro rouba o show. Nota 6.
   COMBOIO PARA O LESTE de Lloyd Bacon com Humphrey Bogart e Raymond Massey
O tema é ótimo. Navios mercantes tentando cruzar o Atlântico rumo a Inglaterra na segunda-guerra. Bogey é o capitão de um navio. O filme é ok, mas nada especial. Nota 5.
   BRAZIL de Terry Gillian com Johathan Pryce, Bob Hoskins e Robert de Niro
Gillian fez parte do Monty Python. Ninguém pode lhe tirar esse mérito. Mas seus filmes são sempre decepcionantes. Nos anos 80 este filme foi chamado por críticos moderninhos de obra-prima kafkiana. Hoje tem o lugar que merece: esquecimento. Muito ruim. Nota ZERO.
   DAQUI A CEM ANOS de William Cameron Menzies
Baseado em HG Wells, este filme passou décadas esquecido e hoje, de volta em DVD, é reavaliado como obra-prima e considerado cult. Eu não gostei tanto. Fala de uma sociedade do futuro que vive em função da guerra. É frio, distante, não emociona. Nota 4

RUSH/ WONG KAR WAI/ AZUL/ LOSEY/ ANGELOPOULOS

   FAMILIA DO BAGULHO de Hawson Marshal Thurber com Jennifer Anniston e Jason Sudeikis
Jennifer está cada vez mais linda. Aqui ela faz uma striper que finge ser esposa de um pequeno traficante que pega uma grande missão no Mexico. O filme é previsível, mas tem ritmo, atores ok e Jennifer. Nota 5.
   FLASH GORDON de Mike Hodges com Sam Jones, Ornela Mutti e Max Von Sydow
Um cult do trash. Tem um dos piores roteiros de todos os tempos, uma trilha sonora tola e um ator que não consegue atuar. E a bela Mutti e o bergmaniano Max sendo o vilão ( Max nunca escolhe filme, até hoje pega o que vem ). É o pior filme de HQ? A concorrência é forte ( Hulk, Demolidor, Capitão América, Sheenah ). Tentei ver com bom humor, não rola.
   RUSH de Ron Howard com Chris Hemsworth, Daniel Bruhl e Olivia Willians
Escrevi sobre ele abaixo. Uma ótima diversão com tinturas de drama que nos envolve, seduz e emociona. Mathew MacCornaghy sempre foi bom ator, desde Dazed and Confused e incluindo as comédias pop. Pois saibam que o Thor, Chris Hemsworth é um bom ator. O primeiro Thor já deu uma pincelada em seu talento e aqui ele emociona. É um adorável James Hunt. Estou com vontade de ver de novo! Ron Howard, ator em American Graffitti é um diretor a moda antiga, pouco vaidoso, dirige em função da história. Nota 8.
   RIDDICK 3 de David Twohy com Vin Diesel
O mundo é o de um deserto amarelo e brumoso. Vin enfrenta monstros e gente monstruosa. O filme é bobo, ralo, sem nada, o clima é bom e há horror autêntico. Twohy tem talento, mas desperdiça sua carreira. 2.
   A ESPIÃ QUE VEIO DO CÉU de Leslie H. Martinson com Raquel Welch e Tony Franciosa
Um daqueles super bobinhos filmes dos anos 60 que passavam direto na velha TV Record. Raquel, uma gata, é mostrada de bikini ( wow ) a toda hora. A trama, incompreensível e sem sentido, tenta ser esperta, moderninha, groovy. O filme nos distrai...do próprio filme. Nota 2.
   CERIMONIA SECRETA de Joseph Losey com Elizabeth Taylor, Mia Farrow e Robert Mitchum
Losey foi um graaaande diretor! O cara fez O Mensageiro! E excelentes filmes pequenos na Inglaterra de 58/64. Mas por volta de 67/69 ele fez 3 filmes metidos a arte que são lindos de ver mas que nada dizem. Mia Farrow é uma doida que usa Taylor como mãe de faz de conta. O filme nos leva a mente de uma psico e a coisa é barroca, exagerada. Taylor só posa, não tem nada aqui a sua altura. Farrow dá medo! Eu tenho muito medo de Mia Farrow. Nota 3.
   O GRANDE MESTRE de Wong Kar Wai com Tony Leung e Ziyi Zhang
Os closes de Wong se justificam, são lindos. Ninguém filma casais apaixonados como ele no cinema de agora. Este filme abusa da beleza, depois de hora e meia estamos exaustos. Mas é hipnótico. Sou fã dos filmes de Kung Fu e Wai sabe filmar golpes e movimentos, e ainda injetar lirismo amoroso na ação. É um épico histórico discreto em nota pianíssimo. Mas é longo, muito longo...Nota 7.
   A ÚLTIMA VIAGEM A VEGAS de Jon TTurteltaub com Michael Douglas, Kevin Kline, Morgan Freeman, Robert de Niro e Mary Steenburgen
Amigos velhos se reencontram em Vegas para a despedida de solteiro de Douglas ( que pra variar é um playboy ). O roteiro é preguiçoso, nada acontece de inesperado. É um filme gracinha para uma geração amarga. Não combina. Há uma certa moda de filmes para gente madura. A princípio essa é uma ótima nova, mas não se eles tiverem de fazer filmes teen em que a única diferença são as rugas. Porque não colocaram Morgan no papel de Douglas? De qualquer modo o filme é digno e tem um ótimo De Niro e um simpático Kline ( que não é da geração deles!!! ) Algumas boas piadas. Nota 5.
   A ETERNIDADE E UM DIA de Theo Angelopoulos com Bruno Ganz
Não dá, Theo é o diretor mais lento que há.
   THANKS FOR SHARING ( UMA BOA DOSE DE SEXO ) de Stuart Blumberg com Mark Ruffallo, Tim Robbins, Gwyneth Paltrow.
Como alguém consegue fazer um filme tão babaca? Um bando de caras que foram viciados em sexo. E sua vidinha cinzinha e tristinha. Argh!! Se voce quiser saber o que considero o pior cinema existente veja isso. É pretensioso, infantil, auto-referente, masturbatório e muito óbvio. ZERO
   AZUL É A COR MAIS QUENTE de Mechiche
Quer ver duas teens na cama? Quer se sentir parte do hype GLS ? Este filme óbvio ( que vá lá, daria um bom curta ) mostra a falência da crítica atual. Ele é ruim? Claro que não! Mas todo esse bla bla bla? É um filme banal. Nota 3.
  

RED 2/ MATO SEM CACHORRO/ LUC BESSON/ MINELLI/ BO WIDEBERG

   RED 2 de Dean Parisot com Bruce Willis, John Malkovich, Helen Mirren
Um grande elenco numa diversão interessante. Humor de menos ( o primeiro Red era bem mais engraçado ), boas cenas de ação. Pode ver sem medo. Nota 6.
   MATO SEM CACHORRO de Paulo Amorim com Bruno Gagliasso e Leandra Leal
Uma comédia muito boa. Bruno, ótimo, é um cara timido que se envolve com Leandra ( linda e simpática ), uma radialista. Um cachorro os une. Eles se separam, e Bruno rapta o cão. O filme é cheio de personagens vibrantes e exala simpatia. Gabriela Duarte quase rouba o filme como uma alcoólatra boca suja. Muito ritmo na direção de Amorim. Nota 8.
   MUITO BARULHO POR NADA de Joss Whedon
Whedon é um roteirista quente. Estreia como diretor nesta coisa que usa o texto de Shakespeare em cenário e tempo chic de 2013. Fica tudo very strange. Ralph Fiennes fizera igual com Coriolano, texto do bardo em tempos de agora. Duvido que alguém consiga digerir. Nota 1.
   ELVIRA MADIGAN de Bo Widerberg
Um grande sucesso dos anos 60 que se conserva mais ou menos. A trilha popularizou o concerto 21 para piano de Mozart. As imagens, campestres, são lindas. Mas o filme é frio. Fala de casal, ele um soldado, que tenta se amar em paz nos anos de 1880. Mas ele é um desertor...O diretor sueco usa climas de Truffaut, improvisa. Quando uma cena tem um acidente feliz, ele a usa, não a corta. Mas apesar de bonito, é um filme distante. Nota 5.
   A FAMILIA de Luc Besson com Robert de Niro e Michelle Pfeiffer
Muita gente elogiou esse filme sobre familia mafiosa que se refugia na França. Os filhos e a mulher não perdem o costume, continuam sendo hiper-violentos. Achei o filme desagradável, chato, sem porque.
   YOLANDA E O LADRÃO de Vincente Minelli com Fred Astaire
Em que pese o lindo technicolor e a bela produção da MGM, o roteiro é tão bestinha, tão boboca que não há como gostar deste musical. Fred, para piorar, canta e dança pouco. Nota 5.

O GRANDE GATSBY/ POWELL/ STEVE CARELL/ MISS POTTER/ CHARLES LAUGHTON

   I KNOW WHERE I'M GOING de Michael Powell com Wendy Hiller, Roger Livesey e Vanessa Brown
Quando em 1980 começou a acontecer a justa revalorização de Powell, todos seus filmes foram revistos e reavaliados. Este foi um dos últimos a ser redescoberto. Pois é um filme bastante discreto. E muito encantador. Uma moça impulsiva fica noiva. O noivo combina de a encontrar numa ilha da Escócia, onde se casarão. Ela, que sempre sabe o que deseja e onde deve ir, viaja só. Mas as péssimas condições do clima fazem com que ela fique muito tempo parada numa vila de porto. E então ela começa a se "perder". A vida do porto a seduz, e um homem começa a tentar seus planos, seu coração. O filme tem dois aspectos muito particulares: a conjunção de clima e estado emocional e a forma como são feitos os cortes. As cenas são cortadas no meio do diálogo, de forma abrupta. E o mar, o céu, belíssimos, espelham aquilo que se passa em terra. No mais, Wendy é sublime e a trilha sonora fantástica. Frases em gaélico, danças sem folclorismos baratos, uma absoluta falta de pretensão. Delicioso. Nota 9.
   O GRANDE GATSBY de Baz Luhrman com Tobey Maguire, Leonardo di Caprio e Carey Mulligan
Escrevi num post que Baz, assim como Anderson, tem o preciosismo estético de Ophuls ou de Powell, mas sem a substância dos dois gênios. Pegaram a superfície e a usam de forma fria, no caso de Wes, ou histérica, no caso de Baz. O esteta que chega mais perto de Ophuls, por ter verdadeiro dom, é Joe Wright, um belo diretor que entendeu a coisa. Vejam este filme. É cinema, mas não é um filme. Nada mais é que um trailer de duas horas. O filme nunca começa. O que vemos é uma promessa de um filme que será feito um dia. Nisso ele recorda Michel Gondry e Spike Jonze, diretores também "estetizados" que fazem trailers que nunca se realizam. Mas Baz é pior. O filme irrita. São tantos cortes, somos tão jogados de cena para cena, situação para situação que nada apreendemos. O que fica? Leo di Caprio imitando Robert Redford e Tobey fazendo um Peter Parker adulto. Carey Mulligan não tem o glamour do personagem, está no filme errado. Um adendo: O texto de Fitzgerald é tão bom, tão sublime, que nas cenas em que Tobey se atém a recitar trechos do livro todo o filme cresce. Isso ocorre nas cenas finais, que são ótimas. Porque finalmente Baz parece se cansar de "fazer trailer" e deixa o texto sobressair. Só então percebemos do que trata o filme: o drama de um homem sem lugar e ao mesmo tempo a saga do Homem Americano, o sekf made man, que vence mas jamais "ganha". Mas aí já é tarde. Nota 2.
   A ILHA DO TOPO DO MUNDO de Robert Stevenson
Filme da Disney dos anos 70, ou seja, em crise de identidade. Expedição acha civilização perdida no Pólo Norte. Interessante é o fato de que o tema de filme B em 1974 seria hoje tema de filme A. Nota 2.
   DE CANIÇO E SAMBURÁ de George Marshall com Jerry Lewis e Anne Francis
Um homem acha que vai morrer e resolve aproveitar a vida. No caso, pescando. Jerry em um de seus muitos fracassos. Não é ruim, apenas sem graça. Nota 5.
   DESFOLHANDO A MARGARIDA de Marc Allégret com Brigitte Bardot
O cinema teve vários mitos femininos. Gloria Swanson, Greta Garbo, Dietrich, Rita Hayworth, Ava, Audrey, Sofia Loren, Marilyn...Nenhuma delas tem tantos filmes péssimos como Bardot. É muito dificil achar um bom filme de BB. Este é um dos piores. Nota ZERO.
   LES MISERÁBLES de Richard Boleslawski com Fredric March e Charles Laughton
A versão dos anos 30 não tem as músicas da boa versão da peça. Aqui temos o romance de Hugo. Laughton dá um show como o policial que obsessivamente persegue a Jean, uma atuação perfeita de March. O filme se sustenta belamente e nós o assistimos admirados por seu extremo profissionalismo. Eis o eficiente cinema da grande Hollywood, a fábrica de mitos. Ótimo filme! Nota 8.
   O CASAMENTO DO ANO de Justin Zackham com Robert de Niro, Diane Keaton, Susan Sarandon,, Katherine Heigl, Robin Willians, Topher Grace
Não faz sentido. Um casal de divorciados tem de se fingir de casados. Isso porque a mãe da noiva do filho é "católica" e católicos não admitem o divórcio!!! Até onde pode chegar a idiotice de um roteirista? Este filme joga no lixo um elenco soberbo em situações grosseiras, tolas, burras, bizarras e abismais. Tudo é tão fake, as falas são tão óbvias que ficamos feito uns patetas olhando aquilo tudo. Nota ZERO!
   MISS POTTER de Chris Noonan com René Zellweger e Ewan McGregor
A vida de Beatrix Potter, filha solteirona de uma familia inglesa que no começo do século XX cria a mais bem sucedida série de livros infantis da história, a série de Peter Rabbit. O filme, dirigido pelo sensível diretor que fez o belíssimo Babe, tem tudo no lugar certo. Ele nos leva ao mesmo mundo de James Barrie no lindo filme com Johnny Depp.  Fim da era vitoriana, berço da grande literatura infantil. René está excelente e Ewan, sem exageros, tem um de seus melhores papéis. O editor novato e tímido é um grande personagem e Ewan o pratica com sucesso. O filme é bonito e triste, divertido e inspirador. Nota 7.
   O VIRGEM DE 40 ANOS de Judd Apatow com Steve Carell, Catherine Keener e Paul Rudd
E não é que este filme não é ruim? Apesar de toda idiotice e do humor óbvio, o personagem de Carell é "real". Há algo de profundo e de muito sério nele, o que nos faz lembrar das grandes e verdadeiras comédias. A mistura de bobice palhaceira e seriedade secreta. Catherine está adorável, as cenas com ela redimem tudo de ruim que pode ter havido antes. No panorama péssimo da comédia atual, esta talvez seja a melhor. Nota 7.
   DOIS É BOM, TRÊS É DEMAIS dos irmãos Russo com Owen Wilson, Matt Dillon, Kate Hudson e Michael Douglas
Vixi! Nada tem sentido e nada tem graça. Owen é um amigo chato pacas que vai morar com seu grande amigo recém casado. Owen destrói a casa. Daí ele vira um cara legal e salva o casamento do amigo. Douglas é o pai e patrão, uma variação do vilão de Wall Street. Um ator de verdade no meio de atores perdidos. Onde a graça? Não passa de mais um "Owen Wilson ego trip". Ele anda de skate, mostra a bunda, chora, pula, se queima, cozinha e canta. Só não faz rir. Nota 1.

PRESTON STURGES/ VICTOR FLEMING/ JOHN TRAVOLTA/ JERRY LEWIS/ GENE TIERNEY/ HENRY JAMES

   MARUJO INTRÉPIDO de Victor Fleming com Freddie Bartholomew, Spencer Tracy, Lionel Barrymore, Melvyn Douglas e Mickey Rooney
Se voce não conhece o cinema americano dos anos 30 e deseja saber porque ele é tão valorizado, comece por este filme. Baseado em obra de Kipling, conta a saga de um menino mimado, egoísta, milionário, que ao ser resgatado no mar por pescador de bacalhau, aprende a viver e a ser parte de uma equipe. O filme tem cenas documentais da pesca em mares frios que são fantásticas. A procução tem o luxo da Metro e a direção é de Fleming, o diretor que fez E O Vento Levou e OMágico de Oz, só isso. O elenco chega a ser covardia. Tracy, como o pescador Manuel, levou  o Oscar, mas todos os atores são o máximo dos máximos. O segredo desse tipo de cinema é aqui explicitado: cinema sem vergonha de ser Pop, mas esse Pop é feito com gosto, baseado em roteiro e estrelas. O modo econômico e direto com que se narra o roteiro é uma aula de direção e de produção. È um filme perfeito. Nota DEZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
   PELOS OLHOS DE MAISIE de McGehe e Slegel com Julianne Moore, Steve Coogan, Alexander Skarsgard e Onata Aprile
Livremente baseado em Henry James ( é seu livro mais seco e cruel ), o filme fala de uma menina jogada ao sabor das emoções de sua familia. A mãe é uma rockeira cheia de dinheiro que vive em meio a histeria e carência. O pai é um hedonista egoísta. O filme se põe no ponto de vista da menina. Vemos sua solidão e meio a casa imensa mas desleixada, os pais ocupados em serem felizes e o desarranjo geral. É um bom filme? Não. Tudo isso é temperado com musicas fofinhas, cenas infantilóides e uma sensibilidade gracinha que é irritante. Retrato de nosso tempo, é sintoma daquilo que denuncia, um mundo onde todos estão largados e perdidos em meio a prazeres sem valor. Nota 2.
   NATAL EM JULHO de Preston Sturges com Dick Powell e Ellen Drew
Segundo filme de Sturges, dura apenas 62 minutos. Mas que bons minutos! Um cara concorre num concurso de slogans. Colegas lhe pregam uma peça, mandam aviso dizendo que ele venceu. O trouxa passa a gastar o dinheiro que não tem. O roteiro de Sturges não poupa ninguém, todos são idiotas, e humanos. Na época, 1940, não se deixava um roteirista dirigir, Preston Sturges quebrou essa regra, abriu o caminho para Wilder e Huston. Finalmente recebendo hoje o valor que lhe é devido, ele foi um mestre da comédia. O filme tem um final tão bem preparado que é impossível não rir. Nota DEZ.
   BORN FREE de James Hill com Virginia McKenna e Bill Travers
A trilha do gênio John Barry levou Oscar. Não há quem não a conheça. O filme mostra um casal na África criando um filhote de leão, uma leoa. Nada de gracinhas, em 1966 animais ainda eram filmados como bichos e não como bebês. O filme, cheio de falhas, tem ainda encanto. Nota 6.
   TEMPORADA DE CAÇA de Mark Steven Johnson com Robert de Niro e John Travolta
Os primeiros vinte minutos prometem um bom filme. De Niro vive isolado no campo, vemos seu cotidiano. Um tipo de Jheremiah Johnson. Mas como o filme é de 2013, logo surge o super-mal, na figura de Travolta, um sérvio que deseja se vingar do ex-soldado De Niro. Travolta vai ao campo e começa a ação. O filme passa a exibir cena sobre cena de torturas, sangue, sadismo e exageros. Porque? Porque esta é a cultura do sensacional, e também porque estamos sendo educados a tolerar a violência. De Niro está ok, Travolta está ridiculo. Usa um sotaque hilário, maquiagem pesada, tudo errado. Adoro Travolta quando ele é apenas Travolta, um tipo, como Willis ou Gibson. Quando tenta atuar vem o desastre. O filme é pior que lixo, é mal intencionado. Nota ZERO.
   ALLOSANFAN de Paolo e Vittório Taviani com Marcello Mastroianni e Lea Massari
Um homem no tempo imediatamente pós revolução francesa. Ele é um tipo de ex-terrorista. Tenta voltar a ser um homem tranquilo de familia, mas o passado o persegue e lhe cobra ação. Começa muito bem e Marcello é sempre ótimo, mas os Taviani se perdem do meio para o final. Bela fotografia. Nota 5.
   VELOZES E FURIOSOS 6 de Justin Lin com Vin Diesel, Michelle Rodriguez e Paul Walker
Gostei do primeiro e do terceiro. O quinto foi um lixo, este é ainda pior. Tentam fazer drama, tentam dar alguma profundidade ao que era apenas diversão sem peso. Erram. O roteiro é cheio de furos, voce tem de aceitar decisões sempre erradas. Posso dizer que é uma porcaria de filme. Diesel começa a envelhecer e ao contrário de Willis, envelhece mal. Nota ZERO.
   A FARRA DOS MALANDROS de Norman Taurog com Jerry Lewis, Dean Martin e Janet Leigh
Ruy Castro diz que em 1956, para sua geração, a separação da dupla Martin e Lewis foi tão doída quanto seria a separação Lennon e MacCartney em 1969. Eles foram os ídolos top dos teens de então. Essa popularidade é atestada, hoje se fazem filmes na TV sobre a dupla. E quando fui um teen, nos anos 70, Jerry Lewis ainda era uma hiper-estrela, um Will Smith exagerado. Seu estilo é puro Jim Carrey, mas um Carrey ainda mais infantil. Martin era o rei do cool, sempre calmo e paquerador. Envelheceu melhor. Este filme não é bom. Jerry finge estar contaminado por radiação e é mimado pela imprensa. Nota 3.
   THE GEISHA BOY de Frank Tashlin com Jerry Lewis
Porque Jerry não ousou crescer? Ele era tão bom, inventivo, mas sempre insistiu em não sair dos 12 anos. E essa mania de agradar, de imitar o pior de Chaplin, a melança... Este tem seus momentos, mas quando ele começa a tentar nos comover...socorro! Nota 4.
   ELA QUERIA RIQUEZAS de Rouben Mamoulian com Gene Tierney e Henry Fonda
Às vezes me perguntam: Qual a atriz mais bonita do cinema? Respondo, Grace Kelly. Mas falo isso porque esqueço de Gene Tierney. Ela foi a mais linda e aqui está divina, mais simples e menos fria. Não é um grande filme apesar dos nomes envolvidos. Na verdade ninguém queria fazer esta obra farsesca. Gene dá golpes em namorados ricos, Fonda não é rico, o resto é facil de prever. Mamoulian fez filmes deliciosos, não é este o caso. Fonda está distante, este filme fez com que ele começasse a desistir do cinema. Sobra Gene, que parece se divertir. Nota 4.
   O CAPANGA DE HITLER de Douglas Sirk
Muito pobre, é um dos primeiros filmes americanos de Sirk. Sem Nota.

O LADO BOM DA VIDA/ HITCHCOCK/ SOPHIA LOREN/ REVOLUÇÃO SEXUAL

   O LADO BOM DA VIDA de David O. Russel com Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Chris Tucker, Jacki Weaver
Um casal de desajustados anda pelas ruas. Ele tem saudades da ex-esposa. Lentamente esse novo casal, que foi apresentado por amigos, vai se envolvendo. Mas seus problemas emotivos costumam atrapalhar tudo e dar ao filme seus momentos de humor. Poderia esse ser um resumo de Manhattan ou de Annie Hall. Mas infelizmente não é. O filme é este O Lado Bom da Vida. Ele não é ruim. É um filme muito gracinha. Um fofo. Um querido. Mas é ao mesmo tempo profundamente conservador, careta, reaça, antigo. Isento de sexo, de crítica social, de qualquer sinal de ousadia. Por que cobro ousadia deste filme? Porque me irrita essa coisa de se colocar gente pseudo-moderninha, gente com problemas "modernos" em filmes que no fundo são tão comodistas. Transforme o cara num alcoólatra vulgar no lugar de ser um bipolar, e transforme a mocinha numa descasada com roupas comuns e voce terá um filme de Doris Day. Mas dá pra ver algo de ainda pior. É uma comédia sem graça e um drama sem seriedade. E Jennifer Lawrence, por favor!, nada faz de especial, é uma atuação de rotina. A indústria resolveu que ela é a Jennifer da vez e poderá ganhar o Oscar numa atuação tão comum como as que premiaram Gwyneth Paltrow e Reese Witherspoon. O filme é de Mr.Cooper, e nos limites do roteiro pobre, ele se sai bem. Aliás se assistirmos ao filme esquecendo do absurdo de suas 8 indicações ( antigamente 8 indicações era coisa só para filmes excelentes ), poderemos ver um bom filme tipo Sessão da Tarde. Os personagens são simpáticos e torcemos pela mocinha e pelo mocinho. Torcemos mesmo. A gente sente peninha deles. O que nunca aconteceu com os personagens de Woody Allen. A gente pode odiar, mas nunca sente dó de Annie Hall e de Alvin. Escuta gente: a neurose foi extinta? Cooper nada tem de neurótico. Ele nada questiona, nada critica, não vai fundo em nada, nada tem a dizer. Nem chato ele é! Ele apenas sofre com seu TOC e fica nessa coisa de manias e obsessão. Não estou falando que ser neurótico é cool. Apenas digo que cada época tem sua doença e que hoje temos TOC e deprê. Em 1976 era a neurose. Talvez não tenhamos mais neuróticos porque não há bons comprimidos para eles. A neurose é traço da alma, não tem como curar. Não é sintoma, é um caráter. Termino dizendo que cada geração tem seu Annie Hall. Em 1989 foi Harry e Sally e em 2013 é este filme. Ah, ia esquecendo, De Niro faz De Niro de novo. Nota 6.
   HITCHCOCK de Sacha Gervase com Anthony Hopkins, Helen Mirren, Scarlet Johanson, Toni Colette, Jessica Biel e James D'Arcy
Tem uma comovente imitação de Anthony Perkins feita por James D'Arcy. E um belo retrato de Hitch por um Hopkins contido. Como em todo filme que tem sua presença, Helen Mirren engole todo o elenco e domina o filme. Sem forçar. Scarlet imita Janet Leigh. A esposa de Tony Curtis era tão adorável que fazendo Leigh até Scarlet ficou mais humana. O filme é uma delicia. O momento em que a trilha de Bernard Herrman comparece na cena do chuveiro em Psycho é sublime. Um adendo: crianças que começaram a ver filmes agora tendem a não compreender o porque de tanta idolatria por Hitchcock. Ora meus novatos, todos os filmes que voces amam são hitchcockianos! O mestre inglês foi o cara que criou o cinema como "manipulação das emoções do público". Filmes planejados para dar emoções e reações a seu público. Hitch não contava histórias, ele criava sensações. Esse é o cinema, quando bom, de agora. Este filme cria uma sensação: a de testemunharmos a criação de um filme ícone. Nota 8.
   VÍCIOS PRIVADOS, VIRTUDES PÚBLICAS de Miklós Jancsó
Nudez frontal feminina e masculina todo o tempo. Masturbação explícita. Só dois cenários: um jardim e um salão. Um fiapo de história: dois jovens herdeiros resolvem sabotar o reino dopando toda a nobreza e fotografando uma orgia com duques, barões etc. Esse será o estopim da revolução. Jancsó é considerado por alguns o maior diretor do cinema húngaro. Foi famoso nos anos 60/70, e este filme, de 1976, tem a cara da década mais doida, é exagerado, otimista, tolo, brega, sem noção, despudorado, sujo e feio. E chato. Não tem história, não tem emoção, não tem nada. Tudo o que vemos são pênis, seios, muitas bundas, vaginas, e ouvimos risos, risos e mais risos. Hora e meia de uma cena dionisíaca. Seria bom estar lá, assistir cansa. Houve um tempo em que se tinha a certeza de que toda a tristeza do mundo vinha da repressão ao sexo. Liberando o sexo haveria naturalmente uma renascença. Os seres, livres, fariam uma revolução social e implantariam um socialismo libertário no planeta. Todos seriam felizes, sem patrões e com muito sexo. Essa era a fé da década. Daí seu otimismo. Jamais imaginaram que a liberdade sexual seria usada como produto e o gozo como objetivo em si-mesmo. Cães copulam a vontade e nem por isso são mais ou menos revolucionários. A liberdade é coisa muito mais individualista que a geração dos anos 60 queria crer. Não darei nota porque isto não é cinema. É uma tese.
   A BELA MOLEIRA de Mario Camerini com Sophia Loren, Marcello Mastroianni e Vittorio de Sica
Não seria Sophia a maior estrela do cinema mundial ainda viva? Felizmente viva. Ela é tão grande quanto Audrey, Liz Taylor ou Brigitte Bardot. De todas é a mais sensual, carnal, saudável. Uma festa na tela. Aqui, muito jovem e ao lado do sempre brilhante Marcello, ela faz uma camponesa que por ser bonita não padece dos impostos cobrados pelos invasores espanhóis na Nápoles de 1700. Marcello é seu marido, um malandro que começa a sentir ciúmes. É apenas isso, um alegre passatempo sobre a bella e alegre Itália. A direção é bastante tosca, mas os atores nos dão calor e encanto. Vale a pena. Nota 6.
  

DE NIRO/ WC FIELDS/ BLAKE EDWARDS/ PT ANDERSON/ LAUREL AND HARDY/ TRUEBA

   A DANÇARINA E O LADRÃO de Fernando Trueba com Ricardo Darín e Abel Ayala
No Chile dois homens cruzam suas histórias. Um é um ladrão famoso recém saído da prisão, o outro é um jovem gatuno que se envolve com bailarina traumatizada pela morte dos pais por Pinochet. Trueba, vencedor do Oscar de filme estrangeiro pelo ótimo Belle Epoque, erra muito aqui. O filme tenta ser tão poético que se perde. A gente procura gostar do filme e não consegue. Há uma coisa ótima: Abel Ayala brilha. Faz um garoto das ruas que é belo e tolo na medida exata. Mas o resto é tão vago...Nota 3.
   ENCONTRO ÀS ESCURAS de Blake Edwards com Bruce Willis e Kim Basinger
Este é o filme que transformou Bruce em ator de cinema. Famoso na TV, é aqui que ele passa a viver como astro da telona. Blake foi um grande diretor de comédias ( e de dramas também ) nos anos 60. Mas de repente ele se perdeu. Após 1970 sómente "VITOR OU VITÓRIA" foi digno de sua fama. Mestre do humor visual, há aqui apenas uma cena que demonstra esse dom, a do restaurante em que Kim fica bêbada. Aliás ela está excelente como a garota que fica doida quando bebe. Mas o filme é até mesmo desagradável, tem apenas um pretexto de tema que não se sustenta. Uma decepção. Nota 3.
   OS FILHOS DO DESERTO de William A. Seiter com Laurel and Hardy
Cresci vendo O Gordo e o Magro na Tv Tupi. Este é um dos seus bons longas. São dois maridos que desejam ir a convenção de seu clube masculino, mas suas ferozes esposas não querem permitir. Então armam um plano para enganar as esposas... A dupla demonstra um dos segredos do humor, o afeto. Não há tipo de ator que precise ser mais "gostável" que o humorista. Para o humor funcionar deve ser criada uma cumplicidade entre público e artista. E os dois são muito amáveis. Nós sentimos afeto pelo abobado Hardy, que sempre se vê como esperto, e o infantil Laurel, que nunca percebe o que acontece. A reunião dos dois é um desses acidentes milagrosos que aconteciam nos primórdios do cinema. Vemos com carinho, com prazer calmo e familiar, a tentativa tola que os dois fazem. Seus filmes são como canções de roda, comida da mãe, cobertores velhos. Uma ilha de inocência e de vida simples. Eu realmente amo essa dupla. Nota 8.
   AS IDADES DO AMOR de Giovanni Veronesi com Robert de Niro, Monica Bellucci e Michele Placido
São 3 histórias sobre as 3 idades do amor. O amor jovem, o maduro e o da terceira idade. A primeira história é a pior. Um advogado descobre os prazeres da vida na Toscana. A terceira é a melhor, De Niro é um senhor desencantado que redescobre o amor com uma prostituta de luxo quarentona. Triste cinema da Itália... Aquele que já foi o mais forte dos cinemas é hoje irrelevante. Uma simples e simplória cópia de milhares de historinhas de amor made in USA feitas para senhoras românticas. Banal. Nota 1.
   SANGUE NEGRO de Paul Thomas Anderson com Daniel Day-Lewis
Upton Sinclair foi um dos escritores socialistas americanos dos anos 20/30/40.  Steinbeck, Sinclair Lewis, Sandberg, Lillian Hellman e mais tarde Arthur Miller são outros desses nomes. Escreviam grandes painéis sobre o capitalismo, os trabalhadores e as convulções sociais. Neste filme Anderson abre mão do caráter mais social do livro e se concentra no individuo ( reflexo de nosso tempo não-politico ). Anderson tem um estilo de que não abre mão. Seus filmes, sempre sentidamente cristãos, mostram a perda da inocência, a treva e ao final a catarse redentora. A chuva de sapos em Magnólia é seu momento mais bíblico e este filme é aquele que menos admite redenção. O personagem de Lewis vem do fundo da terra, um diabo que destrói os conceitos de familia, de natureza, de paternidade e na cena final aniquila a simplória figura da igreja. Vence. Não pode haver redenção porque não há aqui um só personagem que mereça a salvação. É um mundo sujo, pecaminoso, e estranhamente sem mulheres. Críticos incultos chegaram a falar de influências de John Ford !!!! Ao final dos letreiros Anderson dedica o filme a seu mentor, Robert Altman. Este filme tem o espirito e o visual de "ONDE OS HOMENS SÃO HOMENS", assim como Magnólia era uma citação de Short Cuts ( Cuts é profundamente ateu, Magnólia é uma leitura cristã da obra-prima de Altman ). Para mim, este filme falha naquilo em que mais foi elogiado, seus atores. Dano, que faz o pastor, está inconvincente, e, sorry, Day-Lewis beira o caricato. Jamais sinto o horror que o personagem exige. Ele parece um inglês fazendo um caipirão americano. Mas fora isso é um filme forte. Nota 7.
   THE BANK DICK de Edward Cline com WC Fields
É o mais odiado dos humoristas. Da grande geração de Buster Keaton, Chaplin, Laurel e Hardy, Harold Lloyd, é Fields o menos lembrado. Fácil saber o porque, ele é completamente anti-politicamente correto. Odeia crianças, mulheres, cães e trabalho. Fuma e bebe galões de qualquer coisa alcoólica. Seus filmes são um kaos. Aqui ele é um pai odiado pela esposa, sogra e filha. Por acaso dirige um filme de cinema, captura um ladrão e se torna um guarda de banco. Desvia dinheiro do banco e tudo acaba da forma mais implausível possível. Nada tem sentido, não há um fio condutor, qualquer coisa vale. E é delicioso! Fields era um´péssimo ator, mas era engraçado, de um modo desligado. Ele interpreta com preguiça, sem vontade, com sono. Poucos filmes são tão mal feitos e ao mesmo tempo tão interessantes e atraentes. Um humorista para poucos, Fields é um ícone do cool. Nota 7.
   FESTIVAL W.C. FIELDS
Um dvd que traz uma série de curtas de Fields. Todos são engraçados, mas alguns beiram o sublime ( e sempre naquele estilo amador e "qualquer coisa" de Fields ). O Dentista é uma loucura onde as situações vão ficando cada vez mais absurdas. Já O Barbeiro é genial. Desde o modo como ele toca contra-baixo, até o final com o bandido, tudo é um prazer. Fields nos libera do bom-gosto, do verossímel, da coisa certa. Há um relaxamento que funciona, um acaso que leva à graça. Este dvd funciona como um tesouro secreto para os amantes de cinema. Nota 7.
   O NOIVO DA GIRAFA de Victor Lima com Mazzaropi e Glauce Rocha
Tenho meu gosto "pecaminoso", gosto de Mazzaropi. E não é nostalgia, pois até recentemente eu o detestava. Ele é péssimo ator, mas seu tipo tem algo que me atrai. Há ali uma paz, um modo à toa de levar a vida que me encanta. Este é seu melhor filme. Tem bom roteiro e boa produção. Fala de tratador do zoo que é dado como doente terminal. Claro que é um engano. Uma bela diversão inocente. Nota 5.

CLINT EASTWOOD/ JEWISON/ HELEN MIRREN/ DE NIRO/ HUMPHREY BOGART/ TRUMAN CAPOTE/ JENNIFER JONES

   CAÇADOR BRANCO de Clint Eastwood
É o filme em que Clint faz o papel de John Wilson, diretor de cinema que parte à Africa para fazer um filme. É lógico que esse diretor é John Huston e que o filme é UMA AVENTURA NA AFRICA. Em 1989 foi este o filme, feito após Bird, que calou a boca da crítica que via em Clint um mero Charles Bronson que dirigia. O filme é belíssimo e tem uma grande interpretação do Eastwood ator. Nota Dez.
   ROLLERBALL, OS GLADIADORES DO FUTURO de Norman Jewison com James Caan
Eu odiei muito este filme! E o pior é que ele foi refilmado recentemente ( e foi um fiasco outra vez ). Fala de um futuro onde grandes corporações dominam tudo. E regem um esporte, o Rollerball, tipo de patinação onde vale tudo, inclusive matar. Jewison, que fez alguns bons filmes nos anos 60, erra feio aqui. Tem todo um pseudo-clima de 2001, uma seriedade tola, um visual pessimista e personagens desinteressantes. Um trombolho insuportável. Fuja!!!! Nota Zero.
   A TEMPESTADE de Julie Taymor com Helen Mirren, Chris Cooper, Alfred Molina, Djimon Noujou, Tom Conti e David Strathiam
Tenho uma enorme dificuldade para falar deste filme. O motivo principal é que sou apaixonado pela peça de Shakespeare. A Tempestade é uma sinfonia de poesia com algumas das mais belas falas já pensadas por um homem. É um texto canônico. Pois bem, Taymor toma algumas liberdades com a peça. Primeiro transforma Próspero em Próspera. Helen Mirren faz o papel. O mago que domina uma ilha se torna maga. Ok. Mas... porque? Segunda mudança: Miranda, a filha de Próspero/a vira uma magrelinha típica de filmes como Crepúsculo. E é óbvio que tanto Ariel como o amado de Miranda usam rostos e roupas de filmes teen. São todos péssimos. O filme abusa de efeitos especiais, luta para ser atraente aos jovens novos- românticos- tristinhos. Se torna um tipo de Shakespeare vampiro- pop. Em papéis menores, bons atores, atores que fiz questão de citar. E uma criação maravilhosa de Djimon Noujou, um Calibã cheio de lama e de ira, meio bicho, que domina o filme. Observe o modo como ele olha, como ele move o corpo. Uma pena o resto do filme não acompanhar esse nível. Julie Taymor faz concessões sobre concessões. Nota 3.
   OS ESPECIALISTAS de Gary McKendry com Jason Statham, Robert de Niro e Clive Owen
Os filmes de ação têm dois problemas hoje. O primeiro é a falta de vilões "aceitáveis". Os bandidos não podem ser mais simples comunas ou ladrões do terceiro mundo. Uma série de tabus, de leis do politicamente correto impede a criação de bandidos que não sejam parte do próprio país produtor do filme. Assim, os vilôes hoje são sempre parte de alguma corporação americana ou de algum grupo de ex-agentes ocidentais. Aqui os vilões são ex-soldados ingleses. Usando isso, faz de conta que o filme é "consciente". Eu prefiro a liberdade escapista de antes, os bandidos eram do mal e pouco importava de onde eles vinham ou de que raça haviam surgido. O segundo problema é aquele que aflige todo filme de ação desde que o cinema existe, a incompreensão do público "inteligente". Desde os anos 20 que filmes de ação são chamados em seu tempo de descerebrados, para trinta anos depois serem chamados de clássicos. Foi assim com Raoul Walsh, com Hawks, com Curtiz e com Hitchcock. Foi assim com Spielberg e Ridley Scott. Em seu tempo todos são chamados de vazios ou infantis, depois de algum tempo se descobre seu charme, sua eficiência, seu apelo. Creia-me, o western em seu tempo era tratado como lixo, assim como os filmes de pirata e de espiões. Hoje são o melhor do passado. Dito isso, este filme nunca será um clássico e jamais se tornará um novo Bullit ou Dirty Harry. Mas me divertiu e me deixou ligado. Jason nasceu para ser o "solitário", o cara que se vira sózinho. De Niro, pasmem, está aceitável como um velho assassino. É bacana ver em meio aquelas rugas e barba branca o velho olhar de MEAN STREETS. É o homem que fez Taxi Driver!!!! E temos Owen, que insiste em seu olhar de pedra e voz de robot. Funciona. Mas continua a me incomodar estes tempos em que assassinos assumidos são aceitos como "heróis". Matar é bonito? É cool ? Nota 6.
   O DIABO RIU POR ÚLTIMO de John Huston com Humphrey Bogart, Jennifer Jones, Robert Morley, Gina Lollobrigida e Peter Lorre.
Vejo pela terceira vez o muito famoso filme escrito por Truman Capote para John Huston. Foi o maior fracasso da vida de Huston ( que é cheia de fracassos ), é o grande "magnífico fiasco". Mas aconteceu algo de surpreendente com o filme, e com o tempo, a partir dos anos 70, ele foi criando uma fama de cult, de filme adiante de seu tempo, de modernismo radical. Hoje é chamado de obra-prima. Não é. É uma coisa estranha, carnavalesca, viva. De alegria estremada, fala de grupo de malandros, que ancorados na Itália, tentam dar golpes. É famoso o modo como ele foi feito. O roteiro era escrito por Capote no hotel, noite adentro, Huston pegando as folhas e as filmando pela manhã. Bogart nada entendia e acabou por brigar com Huston ( Bogey era o produtor e perdeu muito dinheiro com o filme ). Jennifer Jones está maravilhosa, de peruca loura, fazendo uma mentirosa obsessiva que seduz Bogey e é traída pelo marido. Todos os atores estão excelentes e são tipos engraçadíssimos. O filme é cheio de cenas hilárias. Há um naufrágio, árabes no deserto, policiais italianos e cenas de pastelão. Uma festa, mas... há algo nele que não funciona. As cenas não se grudam umas as outras, o filme parece não andar. É estranho, o filme é fascinante, nada intelectual, leve e alegre, mas ao mesmo tempo ele é truncado, sem rumo, vago. Sem dúvida um dos mais originais. Nota 7.

KUROSAWA/ CLINT/ DE PALMA/ ELIA KAZAN/ BRANDO/ LOACH/ OLIVIER/ MANKIEWICZ

O ÚLTIMO VÔO de Karim Dridi com Marion Cotillard e Guillaume Canet
Chato... é sobre mulher que procura marido perdido em deserto africano. Soldado da legião estrangeira vai a ajudar. Ela pilota avião. Podia ser uma boa aventura. Mas não há interesse, ritmo, suspense, nada. E a personagem de Marion é rasa como de resto são todos os diálogos. Um pé no saco. O filme é de 2010 e acho que não passou aqui. Nota ZERO.
SUGATA SANCHIRO de Akira Kurosawa
Eis o primeiro filme do mestre. Feito em 1943, antes da bomba, vemos o Japão ainda de tamancos e kimono, de muita gente e paredes de papel. O roteiro fala de mestre de Judô ( uma nova arte ) que desafia os mestres de Jiu Jitsu ( a arte tradicional ). Curto e simples, é um belo filme. Nota 6.
O ESTRANHO QUE NÓS AMAMOS de Don Siegel com Clint Eastwood
Um soldado Yankee ferido, se abriga em escola feminina no sul rebelde. Ele seduz cada uma das alunas, mas o ciúmes das meninas e a vaidade do soldado faz com que tudo caia em violência e horror. O filme tem um belo clima gótico e realmente sentimos que ele caiu numa cilada, que será castrado. Mas ao mesmo tempo falta mais ousadia a Siegel. Nota 5.
HI, MOM de Brian de Palma com Robert de Niro e Gerrit Graham
Auge da contracultura. De Niro é um cara que filma as janelas vizinhas para fazer um filme pornô. Mas depois o filme explode em faíscas: ele participa de uma peça: Seja Negro Baby! A peça é aquele tipo de espetáculo cruel em voga naqueles tempos irregrados. O público é atacado, humilhado, e agradece por isso. É o segundo filme de Brian de Palma. Mal feito, tonto, sem rumo, solto, tolo. E mesmo assim, fascinante. Um adendo: o que se pode hoje em Londres? E em Madrid? E na Grécia? Grana. Emprego. O que se pedia em 1970? Um mundo novo. Liberdade absoluta, paz e socialismo. Algo recuou. Nota 5.
O VELHO QUE LIA ROMANCES DE AMOR de Rolf de Heer com Richard Dreyfuss e Hugo Weaving
Que bom ator que é Dreyfuss!!! Aqui ele faz um latino americano e realmente, sem nenhuma caricatura, ele se torna um latino americano do Amazonas! Richard Dreyfuss foi uma estrela nos anos 70 ( Tubarão, Contatos Imediatos ), mas ele foi sempre tão cool que jamais ligou muito para sua fama. Ainda é grande, muito grande.... Este bom filme ( e que não passou aqui ), fala de onça que mata pessoas na Amazônia. Dreyfuss é um homem velho que sempre viveu isolado, amigo dos índios e que lê livros banais de amor. Ele e alguns amigos ( e Hugo nunca esteve tão bem ) vão à caça. O filme é lento, respeitoso, nada new age. Uma bela surpresa! Nota 6.
UM BONDE CHAMADO DESEJO de Elia Kazan com Vivien Leigh, Marlon Brando, Karl Malden e Kim Hunter
Eis o gênio em ação. Brando cria o ator de hoje no fim dos anos 40. Sua atuação é tão violenta e sensual que causa espanto. Mas Vivien também está genial como a delicada Blanche Dubois, a falida dama que vai morar com a irmã em New Orleans e afunda na sordidez. Veja o modo como Brando repete o tal "código napoleonico", observe a riquesa dos cenários, os olhares patéticos de Leigh. Os diálogos de Tennessee Willians são poesia de primeira. E temos Kazan, o homem que entendia o significado da tal "crise familiar". É um filme para ser visto e estudado. Nota 9.
CINCO DEDOS de Joseph L. Mankiewicz com James Mason e Danielle Darrieux
Durante a segunda-guerra, mordomo da embaixada inglesa vende segredos militares aos nazistas. Tudo ocorre na neutra Ankara. E o filme sabe usar o clima turco. Mas tem mais: sabe criar suspense, sabe tirar proveito do rosto de James Mason ( e poucos atores sabem fazer canalhas tão bem ). Há uma frase que nos toca. O espião diz que vende segredos apenas pelo dinheiro. Seu sonho é fugir para o Rio. Diz ter visto uma vez, de um navio, um homem de smoking branco, fumando um cigarro em varanda sobre o mar, no Rio. Para ele, aquele era o homem mais feliz do mundo. Ele quer ser como ele. Não consegue. Ou quase. Mas o filme faz o que promete, é diversão de primeira classe. Nota 8.
MEU NOME É JOE de Ken Loach com Peter Mullan
Este fez sucesso em Cannes e deu prêmio de ator a Peter. Passa-se em Glasgow. Ele é um frequentador dos AA. Treina time de futebol e vive do seguro desemprego. Enamora-se de médica e tenta ajudar amigo envolvido com drogas. Loach é um homem a moda antiga. Ele se preocupa com o mundo real. Seus filmes falam do que acontece de verdade, ele não divaga. Uma informação: nos anos 60 havia uma corrente de criticos que odiavam Bergman. Diziam que seus filmes só podiam interessar a burgueses bem de vida com problemas existenciais recorrentes do tédio de se ter a barriga cheia. Que a vida real não era aquela. O tempo mostrou que aquela também era a vida real. Mesmo que de suecos ricos. Mas o que me incomoda hoje é que não se mostra mais a vida de gente pobre e normal. Sempre que se mostra um pobre ele é um traficante, um tarado serial ou uma prostituta. Parece que todo pobre americano é personagem de comédia ou louco perigoso. E todo pobre britânico seria um cara de filme de gangster. Isso não acontece com Ken Loach. Ele ainda crê na humanidade individual de cada personagem. Joe é rico em emoções, é comovente sem ser piegas e enfrenta o mundo da droga sem jamais parecer um personagem de cinema. O filme, verdadeiro e poético ao mesmo tempo, é obrigatório para quem perdeu a crença na força do cinema. Eu tenho a certeza de que é para filmes como este que ele foi criado pelos Lumiere. Um detalhe: o time de futebol joga com as camisas da Alemanha de 74. Assim, rimos aos ver o grosso do time correr com a camisa 5 de Beckembauer e o gordão com Muller às costas. Depois eles roubam uniformes e cometem aquilo que o técnico rival chama de "sacrilégio". Jogam com as sagradas camisas do Brasil de 1970. Pelé e Rivellino são citados. Escoceses pobres respeitam e idolatram a amarela camisa dos "deuses"da bola. Me parece que isso nos ensina algo. Nota 9.
O DIVÓRCIO DE LADY X de Tim Whelan com Laurence Olivier, Merle Oberon e Ralph Richardson
Fog em Londres. Fog tão forte que a cidade pára. Um casal que não se conhece fica em mesmo quarto para passar o fog. Ela se apaixona por ele, ele pensa que ela é casada.... Vemos uma comédia dos anos 30 para obter 3 coisas: alegria, calma e bem estar. Pessoas bonitas e bem vestidas em locais luxuosos esbanjando dinheiro e bons modos, dizendo frases alegres e espertas e sendo todo o tempo adoráveis. Este filme tem tudo isso. E ainda nos dá o prazer de ver Olivier fazendo Cary Grant e Ralph Richardson em seu jeito levemente louco de ser. Ver filmes como este é como tomar champagne gelada em noite de luar a beira-mar. Felizmente eles existem. Nota 7.