Mostrando postagens com marcador liszt. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador liszt. Mostrar todas as postagens
LISZT POR RUBINSTEIN
Arthur Rubinstein é, provavelmente, o mais famoso pianista dos últimos cem anos. ( Horowitz não é tão famoso ). Ouço uma gravação dos anos 50 onde ele toca o primeiro concerto de piano de Franz Liszt. A orquestra é a da RCA e o maestro é Wallenstein. Esta é a primeira peça musical clássica pela qual me apaixonei, já a mais de 35 anos. Tem portanto um lugar especial em mim, e claro, já ouvi várias execuções dessa peça. Pois qual a minha surpresa ao me sentir muito incomodado com esta leitura? O andamento é tão veloz que quase parece uma marcha militar e Rubinstein, que coisa!, parece deixar de lado algumas notas! ---------------- Franz Liszt é um dos compositores mais fáceis de se gostar e por isso um dos mais fáceis de serem subestimados. Este concerto, belíssimo, se tocado com lentidão, revela um sentimento melancólico hipnotizante, uma teia de notas que nos levam ao sonho e a divagar sem freio algum. É romantico ao extremo. Tocado em alta velocidade ele se revela apenas uma peça de salão, fundo de festa ou pior, exibição de técnica. Rubinstein que me perdoe, mas não gostei.
LISZT, CONCERTO PARA PIANO NÚMERO 1
A orquestra surge grave e o piano ataca com brio. Então tudo muda e começa o sonho que divaga, a sensualidade dionisíaca de Liszt. Esse concerto me amaldiçoa desde meus vinte anos de idade. Diziam que Liszt tinha pacto com o demonio. Este concerto prova que sim. --------------- Meninas gitavam e desmaiavam nos concertos de Liszt. Suas excursões pela Europa eram como Sinatra ou Beatles com cem anos de antecedência. Húngaro, ele foi o primeiro compositor a quebrar a barreira de italianos-franceses-alemães, que dominavam a música do século XIX. E por ser eslavo, parecia aos europeus latinos e saxões um ser perigoso. Ele era e é sexy. Sua música é corpo que sonha, corpo que voa, corpo que desaparece, mas é sempre corpo. Eu amo profundamente este concerto como amo toda mulher que conheci profundamente. Há aqui um embate e um encontro entre piano e orquestra. Sinta: a orquestra é o mundo e o piano é o amor que o desafia. Encontro que é guerra mas é também sexo e paixão. Liszt dá a trilha sonora do encontro com a anima, o eterno feminino, a Lilith. Demoníaco? Sem dúvida! Toda beleza tem algo de satãnico. Por favor, ouça. Aceite o desafio da mulher errada que é na verdade a única certa. Ouça.
O ENCONTRO COM A ANIMA
Ela vem como a morte vem. Como o fim. Sua promessa é veneno. Ela é precisa, necessária e inevitável. Inenarrável e inexplicável. Ela anula seu ego e obscurece sua luz. É o abismo e o vazio, o nada absoluto. E ao mesmo tempo ela é tudo. ----------------
Ela não vem como força da natureza e portanto é uma união que não poderá dar frutos-filhos.
Ela traz a marca de algum tipo de proibição-maldição, e trará em si um mundo que te é desconhecido.
É uma surpresa esperada pela qual voce sempre ansiou sem saber que a aguardava.
Resposta de uma pergunta jamais feita.
Ela é o fim de seu desejo.
----------------------------------------------------------------------------------------------
Segundo JUNG, todo homem necessita viver, uma vez na vida, o encontro com essa figura feminina. A Rainha de Saba. ( No cinema, a Femme Fatale ).
É a mulher proibida.
Ela traz em si a negação daquilo que voce pensa ser. Ela desafia seu mundo por vir de outro universo. É o outro lado do espelho. A estrela negra. A sombra sedutora. A morte.
Estar com ela é como morrer ou matar. Pois ela nega o que voce foi até então. Ela é o encontro com o complemento. A formação do ser andrógino.
Não há futuro nessa relação, mas ela é o próprio evoluir.
Haverá um obstáculo: Ela será casada. Ou muito jovem, muito velha ou de classe social-cultural muito distante. De todo modo, seus amigos-família terão suspeitas sobre ela. Ou melhor, nem mesmo irão a conhecer.
Pois ela é secreta. Voce é dela ( mesmo tendo outra, mesmo longe dela sendo o de sempre ), mas ela jamais será sua ( mesmo se dando completamente).
Há muito de maldição aqui. De pecado. De sina. De erro aparente. É desafio, guerra, luta, vitória na derrota.
Detalhe: a união sexual poerá jamais ocorrer. A interdição pode ser grande demais e tudo ficar na expectativa que não se deixa resolver.
Mas o encontro das almas ocorreu. A promessa foi cumprida. A maldição foi vivida.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Estava nas estrelas.
( Escrito ao som do CONCERTO PARA PIANO NÚMERO UM - LISZT - O MAIS FANTÁSTICO DOS CONCERTOS E O MAIS SENSUAL DOS COMPOSITORES )
LISZT E O AUTÊNTICO ROMÂNTICO
Chorar não é um ato romântico. Liszt nunca é choroso. Acabo de reouvir o concerto número um para piano e orquestra de Franz Liszt. Versão soberba com Richter, Um pouco mais rápida do que eu costumava conhecer. Trevas. Aqui a música, rica, varia entre as trevas da maldição e a melancolia da vida danada. É um concerto mágico. ------------------ Franz Liszt foi o primeiro artista da história a ter seu nome ligado à expressão MANIA. Era a Lisztomania. Sim, os Beatles usaram o nome cem anos depois. Liszt era o homem mais famoso do mundo e era seguido por fãs, jornalistas, reis e plebeus, fosse onde fosse. Em seus concertos as meninas berravam e molhavam suas saias. Invadiam o palco para lhe jogar flores. Ele podia ter a mulher que quisesse, e as teve. centenas. O mito se fez: Liszt tinha um pacto com o demônio. Liszt tocava tão bem por ter vendido a alma ao diabo. Liszt não era deste mundo. Artistas do futuro usariam todos esses slogans também. --------------------------- A verdade é que ele se interessava sim, por magia negra e tudo que envolvesse mistérios proibidos. Era um romântico, o mundo normal não lhe satisfazia. Jamais. Porém, e é aí que entra seu lado mais complexo, quando jovem Franz estudara para ser padre católico ( Liszt era húngaro, Franz era na verdade Férenc ). Ao fim de sua longa vida, ele iria se isolar e retornar à religião. Liszt morreria aos 75 anos como abade. ---------------------- Sua música influenciou Wagner. Os dois foram amigos, mas Liszt logo se afastaria. Ele não suportou o mal caratismo do alemão. Como todo romântico, para Liszt a arte é a expressão de seu eu individual. Mas, felizmente, ao contrário de Tchaikovski, o eu de Liszt é interessante. E nada choroso. Em sua música há sempre algo do brilho furioso dos eslavos. Sua melancolia é altiva e ativa e sua alegria é eufórica. Ele foi o primeiro compositor clássico que admirei. Este concerto é uma bela porta de entrada para este mundo.
LISZTOMANIA- UM FILME DE KEN RUSSELL
Pra quem não sabe, Franz Liszt foi o primeiro rock star. Claro que ele não tocava rock, mas ele era uma estrela em toda Europa. Fazia excursões onde mulheres se jogavam aos seus pés. Tornou-se envolto em lendas: diziam que ele tinha pacto com o demônio, que ele fazia orgias, que ele se drogava. Ao fim da vida ele largou tudo e se tornou católico radical. Foi amigo do jovem Richard Wagner. Eu adoro sua música. Antes de Mozart, quando eu tinha 18 anos, foi Liszt meu compositor clássico favorito. Seu concerto para piano número dois é uma obra eterna. Mas, como todo rock star, Liszt também se dividia entre o desejo de agradar seu público e suas aspirações à eternidade.
Ken Russell é um diretor carnavalesco. Gosto muito de dois de seus filmes: Mulheres Apaixonadas é belíssimo, e o filme sobre Tchaikovski me toca muito. Por outro lado ele fez coisas insuportáveis, muitas. Ken Russell nunca teme a vulgaridade. Se ele tem de mostrar uma orgia ele coloca duzentas mulheres nuas e um pênis gigante de plástico. Essa cena está neste filme.
Lisztomania foi um grande fracasso de crítica e de público. Foi censurado aqui no Brasil, em 1977. Feito em seguida à Tommy, tem Roger Daltrey fazendo Liszt. Que diabos, Roger está muito bem! Eu já ouvira falar que Daltrey era bom ator, mas em meio a este desfile de escola de samba, Roger Daltrey brilha fazendo Franz Liszt com seriedade. Suas expressões faciais são perfeitas.
Mas há o roteiro! No início a gente não sabe se Liszt vive em 1850 ou em 1977. Ken Russell mistura as duas épocas. Então a gente pega logo o sentido: é um comentário sobre os anos 70 usando Liszt como motivo. OK Ken, ok. Vamos embarcar na sua viagem...Liszt ao piano como um Elton John dividido, fãs de 14 anos como teens amando Marc Bolan, Richard Wagner como um louco nazista revolucionário invejoso, cenas de orgias de camarim de Led Zeppelin. E o tal pênis de 5 metros.
Eu gostei. Me diverti. Russell pode irritar por sua falta de freio. Ele ama o mal gosto, o kitsch, o brega. Mas é divertido quando dá certo.
KUROSAWA/ KEVIN KLINE/ STEVE MARTIN/ DORIS DAY/ TOM COURTNEY
A SOLIDÃO DE UMA CORRIDA SEM FIM de Tony Richardson com Tom Courtney e Michael Redgrave
Com seu lançamento em DVD, muito critico inglês passou a colocar este filme entre os dez mais da ilha. Feito em 1963, conta a saga de um teen pobre e desiludido. A mãe tem amantes, a casa é suja e cheia, as namoradas tolas. Ele rouba uma padaria e é preso. Na Febem inglesa ele se destaca como atleta. Mas as coisas nunca são fáceis. Richardson faria Tom Jones em seguida, e Redgrave faz o diretor da Febem. Tom Courtney tem um desempenho mágico. Sujo. O filme é magnifico. Nota 9.
UM FILME FALADO de Manoel de Oliveira
Uma enfadonha aula de historia. Melhora na interação final entre os atores. O sentido é óbvio, a Europa começou no mar de Portugal e termina na nova ordem atual. Bem...não deixa de ser bonito.
A ESPIÃ DAS CALCINHAS DE RENDA de Frank Tashlin com Doris Day e Rod Taylor.
O titulo ridículo não estraga o prazer de ver este tolo filme pop. Tashlin começou como cartunista do Pica Pau. Seus filmes têm sempre a leveza do humor visual. Doris é confundida com uma espiã. Ruy Castro, fã de Doris, não gosta do filme. Eu gosto.
MY BLUE HEAVEN de Herbert Ross com Steve Martin, Joan Fusão e Rick Moranis
Não gosto. Um dos piores filmes do grande Martin. Nem ele salva essa chatice sobre um delator de NY sendo protegido pelo tira do FBI Moranis. Fuja!
TEMPO DE RECOMECAR de Irwin Winkler com Kevin Kline, Hayden Christensen e Kristine Scott Thomas.
Um homem que fracassou como pai e marido descobre que vai morrer. E dá sentido a sua vida reformando sua casa. Kevin está excelente. Mas...em 1952 Kurosawa fez o mais triste dos filmes, Viver, onde Shimura faz uma praça antes de morrer. Impossível comparar. O japonês é a obra de um deus.
SONHO DE AMOR de Charles Vidor Com Dirk Bogarde e CapucineHorrivel! É sobre Liszt… mas nada faz sentido.
AS AVENTURAS DO CAPITÃO GRANT de Robert Stevenson com Hayley Mills e Maurice Chevalier.
Bela adaptação de Verne. Ação na medida certa. Apesar dos efeitos ruins, tem boa direção, bom roteiro e produção Disney. Os atores são ótimos!
A MAIOR HISTORIA DE TODOS OS TEMPOS de George Stevens com Max Von Sydow
O diretor de Shane e de tantos grandes filmes faz a vida de Jesus sem emoção. O ator favorito de Bergman faz Jesus. Dura quatro horas e levou anos para ficar pronto.
Com seu lançamento em DVD, muito critico inglês passou a colocar este filme entre os dez mais da ilha. Feito em 1963, conta a saga de um teen pobre e desiludido. A mãe tem amantes, a casa é suja e cheia, as namoradas tolas. Ele rouba uma padaria e é preso. Na Febem inglesa ele se destaca como atleta. Mas as coisas nunca são fáceis. Richardson faria Tom Jones em seguida, e Redgrave faz o diretor da Febem. Tom Courtney tem um desempenho mágico. Sujo. O filme é magnifico. Nota 9.
UM FILME FALADO de Manoel de Oliveira
Uma enfadonha aula de historia. Melhora na interação final entre os atores. O sentido é óbvio, a Europa começou no mar de Portugal e termina na nova ordem atual. Bem...não deixa de ser bonito.
A ESPIÃ DAS CALCINHAS DE RENDA de Frank Tashlin com Doris Day e Rod Taylor.
O titulo ridículo não estraga o prazer de ver este tolo filme pop. Tashlin começou como cartunista do Pica Pau. Seus filmes têm sempre a leveza do humor visual. Doris é confundida com uma espiã. Ruy Castro, fã de Doris, não gosta do filme. Eu gosto.
MY BLUE HEAVEN de Herbert Ross com Steve Martin, Joan Fusão e Rick Moranis
Não gosto. Um dos piores filmes do grande Martin. Nem ele salva essa chatice sobre um delator de NY sendo protegido pelo tira do FBI Moranis. Fuja!
TEMPO DE RECOMECAR de Irwin Winkler com Kevin Kline, Hayden Christensen e Kristine Scott Thomas.
Um homem que fracassou como pai e marido descobre que vai morrer. E dá sentido a sua vida reformando sua casa. Kevin está excelente. Mas...em 1952 Kurosawa fez o mais triste dos filmes, Viver, onde Shimura faz uma praça antes de morrer. Impossível comparar. O japonês é a obra de um deus.
SONHO DE AMOR de Charles Vidor Com Dirk Bogarde e CapucineHorrivel! É sobre Liszt… mas nada faz sentido.
AS AVENTURAS DO CAPITÃO GRANT de Robert Stevenson com Hayley Mills e Maurice Chevalier.
Bela adaptação de Verne. Ação na medida certa. Apesar dos efeitos ruins, tem boa direção, bom roteiro e produção Disney. Os atores são ótimos!
A MAIOR HISTORIA DE TODOS OS TEMPOS de George Stevens com Max Von Sydow
O diretor de Shane e de tantos grandes filmes faz a vida de Jesus sem emoção. O ator favorito de Bergman faz Jesus. Dura quatro horas e levou anos para ficar pronto.
Assinar:
Postagens (Atom)