Mostrando postagens com marcador lester young. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador lester young. Mostrar todas as postagens

LESTER YOUNG

Algumas informações sobre Lester Young. Ele engraxava sapatos aos 5 anos de idade e é o inventor de várias girias usadas até hoje. Talvez a mais conhecida é a palavra cool para designar o que é muito bom e ao mesmo tempo para poucos. Lester falava tanta gíria criada por ele mesmo, bread era dinheiro por exemplo, que sua fala se tornou lendária. Ele foi o melhor amigo de Billie Holiday e em época de pobreza chegou a morar com Billie e a mãe dela. Nunca foram para a cama. --------------- Lester bebia muito e morreu com menos de 50 anos, em um avião, de hemorragia provocada por alcoolismo, vindo de Paris para New York. Há um especial de TV, que posto acima, em que Lester faz um solo dois meses antes de morrer. Billie, que canta nesse clip, morreria cinco meses após Lester. Os produtores do especial choraram todos na sala de video enquanto Lester solava no especial ao vivo. O solo, extremamente simples e curto, é puro Lester Young. No clip há ainda Ben Webster e Gerry Mulligan. ----------------- Lester foi ídolo de Charlie Parker e tem músicas feitas em sua homenagem por Charles Mingus e Duke Ellington. ---------------- Não há sax mais cool que o dele.

LESTER LEAPS IN Count Basie Kansas City 7 FEATURING LESTER YOUNG

PRES AND HIS CABINET - LESTER YOUNG

Disco raro da Verve de 1956. Meu saxofonista favorito, Lester Young, o rei do toque suave, do ritmo pensativo, é acompanhado por um grupo de gênios musicais e fazem juntos uma festa de puro prazer. ---------------- A guitarra de Barney Kessel brilha em Just You Just Me, faixa 1. Já aqui notamos que o album é um segredo de prazer e isso se confirma na faixa 2: Lester Leaps In. O baterista Jo Jones estraçalha e a canção, ao vivo, é quase uma festa pagã. O fogo explode nessa orgia de instrumentos em gozo dionisíaco. Não temo dizer que é um dos melhores momentos em jazz que escutei na vida. Harry Edison e seu trompete uivante se destaca na faixa seguinte, They Can't Take That Away From Me, uma das mais belas canções da América. Red Boy Blues é embelezada pelos dedos de Oscar Peterson e a seguinte tem a batera de Buddy Rich. Ao final Gigantic Blues, uma obra prima completa. ---------------- Lester Young se destacou nos anos de 1930, na bande de Count Basie e nos grupos de Billie Holiday. Ele fazia parte da gangue que circulava nas ruas de Kansas City e depois New York, com Billie, Jo Jones e Walter Page. Quando as bandas de swing sairam de moda Lester se adaptou e tocou em grupos menores. É um dos cinco pilares dos sopros em jazz e nunca saiu de moda. Ele é atemporal por ser o máximo em elegância cool.

Lester Young - Mean To Me (1958)

LESTER YOUNG 'Pennies from Heaven' 1950

LESTER YOUNG, O REI DO COOL

Lester Young tocava sax. E tinha um chapéu tipo "porky pie". Foi da orquestra de Count Basie, e Basie é meu pianista favorito. O piano de Basie tem poucas notas, apenas as necessárias. Ele não floreia como Oscar Peterson ou Teddy Wilson ou Art Tatum. Basie toca uma nota e isso é exatamente o que faz a diferença. Pouco. E o bastante. Thelonious Monk, meu outro pianista favorito tem o mesmo modo de deixar silêncios nos solos. Eu não gosto de música que não usa o silêncio. Quem enche o espaço de sons tem de saber tudo sobre o silêncio. Repare em Basie, há espaços vazios que dizem tudo. Ele faz um milagre: o silêncio tem ritmo!!!!! -------------------- Lester Young faz o mesmo no sax. E o saxofone é às vezes uma voz que fala demais. Dizem que o sax moderno foi inventado por dois caras: Lester Young e Coleman Hawkins. Hawkins abriu o caminho para o sax que fala muito, que floreia, que vai até o limite; Lester criou o sax que fala menos e fala suave. É a versão em sopro do piano de Basie. -------------------- Quando ele começa a tocar voce logo sabe, é Lester Young, Pres para os amigos. O toque é mínimo, o volume é suave, ele volteia sem ferir, e o principal: Lester toca fácil, nada parece requerer esforço físico. Ele não transpira, ele não ameaça perder o fôlego. Ele toca como quem joga gelo no copo. É simples, é discreto e é absolutamente perfeito. O saxofone na boca de Pres parece um instrumento que só existe para ele mesmo. Há o sax e há o sax de Lester Young. ---------------- Ele define o cool. Fazer muito fazendo quase nada. Chamar a atenção não querendo chamar nada. Intrigar sem querer ser notado. O cool em música passa sempre por Lester. É a voz contida, que nunca se esforça, que faz o mínimo, que mantém a frieza discreta, nunca afetada, simples e sem igual. Depois de Lester veio Ben Webster, Miles, e então o cool virou moda. -------------- Hoje nada é cool porque nada é discreto. Tudo vira hype ou desaparece. ----------------- Lester era amigo de Billie Holiday. E tocou muito com ela. Depois fez alguns discos com grupos pequenos. Ele é, como Bud Powell ou Eric Dolphy, heroi de quem conhece jazz. Escute.

JAMMIN WITH THE BLUES- LESTER YOUNG, DEZ MINUTOS DE COOL

   O fotógrafo é Robert Burks. O ano é 1944. O som é blues. Jazz. Lester Young e mais...
   A modernidade do clip impressiona muito. Mais que moderno, atemporalidade. Todo chique aspira, desde 1944, a ser assim. As sombras, as roupas cool, a fumaça, o p/b brilhante, os cortes. Aqui temos o máximo do cool, mas por ser cool negro, nunca é fake, gelado, sem emoção. Aqui é aquilo que Bogey chamou de pressão sob controle. Esses caras são netos de escravos! O salto que eles dão é inimaginável. Da pré-história de uma cultura iletrada eles saltam e atingem o top do seu tempo e do nosso tempo. Isso é um milagre!
  Burks foi descoberto depois adivinhe por quem? Hitchcock! Foi Robert Burks o fotógrafo de Vertigo, de Intriga Internacional, de Janela Indiscreta....o favorito de Hitch é o cara que aqui faz essa mágica com luz. Clima. Ele entendeu a coisa.
  A cantora tem a voz quente e o trompete eleva a alma. A bateria de jazz é isso, ritmo, ritmo sem esforço aparente. Em jazz não tem essa do rock. No rock a maioria faz cara de quem está dando tudo, morrendo, suando, é a procura pelo êxtase todo o tempo. No jazz não. Tudo tem de parecer relax, sem esforço, natural, simples, sempre cool. O truque é brincar, to play, sem teatrinho.
  Esses dez minutos são o máximo do máximo. E tem Lester. O sopro mais natural do sax, o suave, o soft, o sexy, o let it loose....assista....