Mostrando postagens com marcador philip kauffman. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador philip kauffman. Mostrar todas as postagens

KAUFMAN- CAINE- WILL SMITH- CLUZET

   UMA BELEZA FANTÁSTICA de Simon Aboud com Jessica Brown Findlay, Tom Wilkinson.
E Amélie Poulain viaja à England. Uma mocinha com problemas emocionais, uma gracinha frágil, trabalha numa biblioteca. Timidamente se apaixona por um nerd e se envolve com seu vizinho, um velho ranzinza que a ajuda a arrumar o jardim. Tudo é fofo, bacaninha. É um tipo de cinema que não existia 20 anos atrás. Bambi para adultos. Tudo muito bonito de se ver, mundo onde até a neurose é delicadinha e doce. Penso no porque desse tipo de filme e de gente me irritar tanto...Será que é porque sou assim...Será...Estranho é que até quase gostei deste filme. Vi inteiro e no dia seguinte lembrei com certo carinho...Ah sim! Ele é deste 2017 e creio que não vai ser exibido no cinema.
   BELEZA OCULTA de David Frankel com Will Smith, Edward Norton, Helen Mirren, Kate Winslet, Keira Knightley.
Aff...que filminho bobo!!! Will está em deprê por ter perdido sua filha de 6 anos. Seus colegas de agência querem vender o negócio. E inventam de contratar 3 atores para o enganar. Sim, esses colegas-amigos são uns crápulas! Mas o filme os trata como caras normais...Tudo é tão previsível, tolo, sem sal, sem magia, sem nada, que a gente se pega imaginando o porque de terem feito tamanha bobagem. O final é uma surpresa. Ok. Mas até aí o filme já afundou. Os caras parece que tiveram medo de filmar uma fantasia completa e assim ficaram num meio termo muito morno.
  INSUBSTITUÍVEL de Thomas Lilti com François Cluzet e Marianne Denicourt.
A França é um país muito esquisito. Sempre tem uma fase onde parece que todo filme tem o mesmo ator. Houve a fase Jean Gabin, Alain Delon, Michel Piccoli, Gerard Depardieu, Jean Reno e agora é Cluzet. A gente enjoa de ver sempre o mesmo cara! O engraçado é que Cluzet é um ator legal. O filme é que não é. Um médico tem câncer incurável. Continua a trabalhar com a ajuda de uma assistente. Chato e frio. De certo modo, muito francês. ( Invejem o sistema de saúde público da França! ).
   INVASORES DE CORPOS de Philip Kaufman com Donald Sutherland, Brooke Adams e Leonard Nimoy.
Refilmagem do mesmo livro que deu origem ao clássico de 1956, Vampiros de Almas, de Don Siegel. Vírus chegam à Terra e infectam plantas. Essas plantas destroem pessoas e ao mesmo tempo criam "duplos" dessas mesmas pessoas. Esses novos humanos são emocionalmente vegetais. Frios e sem reação. Desinteressados. Uma crítica aos tempos individualistas, este filme não perdeu nada de seu impacto. É quase uma obra-prima. Feito em 1978, tem uma das mais perfeitas atuações de Donald Sutherland. O final fez história. Impactua muito! Kaufman passaria os próximos 5 anos produzindo e dirigindo The Right Stuff ( Os Eleitos ), um dos maiores filmes de seu tempo. Em 1978, eu me lembro, este filme foi recebido pelos críticos com bocejos. Mas foi um sucesso de bilheteria. Hoje é cult. Os críticos erram demais!
   THE JIGSAW MAN de Terence Young com Michael Caine e Laurence Olivier.
Lixo!!!!!!!!!!!!!! Fala de espionagem. Caine é famoso por fazer todo filme para o qual é convidado. Nunca diz não. Olivier, a partir de 1970, começou a ter dívidas e assim passou ao modo Caine de ser.

STALLONE/ CARY GRANT/ SCARLETT/ ALAIN DELON/ DEPP/ KIDMAN

DIÁRIO DE UM JORNALISTA BÊBADO de Bruce Robinson com Johnny Depp
Muito, muito ruim. Depp está numa ilha do Caribe. Décadas atrás. Ele bebe, trabalha em jornal tosco, se envolve com bando de corruptos que pretende lotear a praia e ama a garota de figurão. Isso tudo, diz o filme, é baseado em Hunter Thompson. Onde? Uma chatice. Nota ZERO.
HEMINGUAY E MARTHA de Philip Kaufman com Nicole Kidman, Clive Owen e James Gandolfini
Esqueça a fidelidade histórica. Este não é Heminguay! Clive se esforça, mas o filme retrata Papa Heminguay como um alcoólatra meio chato, meio machista e nada verossímil. De qualquer modo o filme é dirigido para a personagem Martha Gelhorn, a terceira mulher do escritor e talvez a que ele menos entendeu. Uma jornalista forte e dura, mas não tão maior que Ernest Heminguay. O filme, feminista, pinta Martha como espiritualmente mais dotada que o escritor...bobagem! De qualquer modo é emocionante a recriação da revolução espanhola. O filme deveria ser só sobre isso, a guerra civil da Espanha. São momentos de grande cinema. Inclusive com a recriação das filmagens do grande Joris Ivens e de um tal de Capa perambulando por lá. Claro que Capa não era tão garoto, mas é sempre legal ver isso. Kaufman um dia fez uma obra-prima, Os Eleitos ( the right stuff ), baseado em Tom Wolfe. Depois fez a insustentável levez do ser, um belo filme, e o interessante henry e june. Como se vê, o interesse desse ex assistente de Clint Eastwood é a cultura, a boa cultura. Isso faz com que em seu pior ele seja muito pedante. Como aqui. De qualquer modo, na média o filme é ok. Nota 6.
A PISCINA de Jacques Deray com Alain Delon, Romy Schneider, Maurice Ronet e Jane Birkin
Quer saber o que seja o chic francês? Veja este filme. Ele repete a dupla masculina de o sol por testemunha e quase consegue atingir o alto nível da obra de René Clement. A história: um casal recebe a visita de um amigo. Ele vem com a filha. Forma-se a tensão. Todo filmado numa casa de campo, o chic de que falei não se mostra na casa ou nas roupas, ele existe nos corpos, nas cores, no modo como o filme é conduzido. Deray dirige matematicamente. Tudo cronometrado, exato. Devagar, mais rápido, devagar, súbito. Uma delicia de filme, um terço final inesperado e um Alain Delon no auge de seu carisma. Nota 8.
RED HEADED WOMAN de Jack Conway com Jean Harlow
Um filme impudico dos anos 30. Jean é uma secretária que seduz o patrão para ficar rica. Consegue e casa com ele. Depois seduz um outro mais rico. Consegue. E por aí vai. Nada moralista, bem dirigido, curto, foi um sucesso mas não é um grande filme. Ele tem humor, mas nunca grande humor. No mais, Jean Harlow, que foi um sex symbol famosíssimo na época, e que morreu jovem de uma apendicite, é das grandes estrelas da época a que envelheceu pior. Ainda conseguimos entender o porque da fama de Garbo e de Marlene, ainda sentimos a força de Kate e de Bette Davis, além do que Myrna Loy e Carole Lombard estão incólumes em 2014, mas Jean Harlow não. Ela parece muito antiquada. Seu apelo se foi. De qualquer modo é um filme razoável. Nota 5.
ANÁGUAS A BORDO de Blake Edwards com Cary Grant e Tony Curtis
Foi um grande sucesso em 1960. O primeiro grande sucesso de Blake, que faria na sequência breakfast at Tiffanys e a série da pantera cor de rosa. Foi mais um grande sucesso de Cary Grant, que aqui provava ainda ser uma estrela, e foi a confirmação de Tony Curtis, o novo Cary Grant que nunca deu completamente certo. Fala de um submarino na segunda-guerra. Uma sucata que é reformada pela tripulação e que depois dá carona a um grupo de mulheres marujas. Uma comédia agradável, mas não mais hilariante. De qualquer modo vemos excelentes atores ( Cary é hors concours ), um clima de alto astral e boa direção. Nota 7.
SOB A PELE de Jonathan Glazer com Scarlett Johansson
Scarlet é linda de doer. E a nudez anunciada é pudica. O filme não tem como ser pior. Me lembrou o filme de Nicolas Roeg, o homem que caiu na terra, aquele com David Bowie. Mas este é bem mais chato e vazio. Tudo nele transpira e anuncia: arte. Uma gororoba pretensiosa de quem sonha em ser Kubrick e mal pode lamber as botas de John Carpenter. Fuja! ZEEEEEEEROOOOOOO!
AJUSTE DE CONTAS de Peter Segal com Stallone, Robert de Niro,  Alan Arkin e Kim Basinger
De Niro é um ex-boxeador convencido e fanfarrão, Sly é seu ex-rival, um cara modesto que quer esquecer o passado. Kim Basinger, ainda bonita, é a mulher que dividiu os dois. Uma revanche é marcada. O filme é absolutamente tolo. Nada faz o menor sentido. Mas há algo de bom, os atores levam tudo no bom-humor, Eles não levam o filme a sério também. Dá pra ver em video, como alguma coisa pra se ver antes do jantar. Não ofende e não dá pra lembrar de nada depois de dois dias. Nota 5.
OS MERCENÁRIOS 3 de Patrick Hughes com Stallone, Mel Gibson, Harrison Ford, Antonio Banderas, Jason Statham, Wesley Snipes, Schwarzenegger...
Imagina esse elenco em 1994!!! Há um erro aqui, a graça razoável dos dois primeiros estava no trabalho em equipe. Mas aqui Sly faz quase tudo sozinho! É uma exibição narcisista que relembra o Sly descontrolado dos anos 80. O filme não é ruim em seu gênero, mas ele nada tem que nos faça torcer. Mel Gibson quase rouba o filme como um odioso bandido. Nota 3.

DEPP/ SELTON MELLO/ BRANDO/ KAUFFMAN/ SEAN CONNERY/ VERGONHA

   O PALHAÇO de Selton Mello com Selton Mello e Paulo José
Pauline Kael disse uma vez que a crítica de cinema estava numa decadência tão grande que existiam críticos que só conheciam dois ou três filmes de Fellini. Era, óbvio, uma "boutade" de Kael, mas dá o que pensar. Alguém disse que este filme é felliniano. Onde? Esse crítico deve ter visto o trailer de La Estrada e pensado: O Palhaço tem um circo on the road, portanto é felliniano!!!! Caraca, eis o pensamento de alguém que pensa que todo filme com um neurótico é bergmaniano. O Palhaço nada tem do gênio de Rimini. Este é melancólico, lento, feito todo de silêncios e de coisas que não acontecem. Tudo o que Fellini não era. Mas é um filme bonito, e dá um alivio ver um filme que mostra gente de verdade e não conjuntos de sintomas. Tem um problema sério, o miolo perde ritmo e o filme trava. Mas o final é corretíssimo, nada piegas, emocionante sem ser falso. Bela atuação desse maravilhoso Selton Mello. Ele é, sem dúvida, um dos melhores atores do mundo. Nota 6.
   SHAME de Steve McQueen com Fassbender
Numa entrevista do diretor ele conta ter passado O ÚLTIMO TANGO para o elenco antes das filmagens. Bem, pelo jeito McQueen não entendeu nada da obra-prima de Bertolucci. O Tango mistura Sartre, Marx e Freud e o resultado é o devastador retrato de um intelectual a beira da destruição. Brando é como eu e como voce, retrato de um homem. Aqui temos o oposto. É um compendio de sintomas de um pobrezinho sofrido. Como é moda em tempos moralistas, mostra-se o persoangem como doente, como alguém longe de nós. Estudamos seu caso à segura distância, e se não somos fanáticos por casos psiquiátricos, morremos de tédio. A criatividade passa longe de seus planos, mas penso que ele dá à seu público exatamente o que ele deseja, a sensação sem pensamento. McQueen, que dirige como se fosse um professor jesuíta, aponta o dedo e nos diz: Olhem! Quanta sujeira!!! Excelente produto para uma geração travada. Após esse filme todo garoto que se masturbar 4 vezes ao dia terá seu auto-diagnóstico prontinho. Pior, é um filme chato de doer.... Nota 3 pela bela atuação de Fassbender. Pena que num papel tão óbvio.
   OS VIOLENTOS VÃO PARA O INFERNO de Sergio Corbucci com Franco Nero e Jack Palance
A verdade é que não tenho Paciência para o western italiano típico. Tudo parece falso, de brincadeira. Apesar da bela trilha sonora de Morricone é um filme ruim. Nota ZERO
   TOP SECRET de Zucker, Zucker e Abrahams com Val Kilmer e Omar Shariff
É aquela comédia que todo mundo já viu sobre um cantor à Elvis que vai à Alemanha Oriental ( esse país existiu Ó criança... ) e se mete em caso de espionagem. Foi um imenso fracasso em seu tempo e dá pra notar porque: não tem graça. Nota 1.
   DON JUAN DE MARCO de Jeremy Leven com Johnny Depp, Marlon Brando e Faye Dunaway
Coppolla produziu esta bobagem. Aqui Depp treina para n papéis que faria depois e Brando se diverte brincando em fazer um psiquiatra que trata de um jovem que pensa ser Don Juan. O filme resvala em coisas muito sérias: a influência do paciente sobre o médico, a medicalização da vida, a fantasia como aquilo que faz a vida ter valor, a oposição entre arte e ciência. Mas tudo isso é jogado no lixo da indecisão. O filme não se decide entre ser comédia ou drama, fantasia ou romance realista. Um Michael Powell faria maravilhas com esse tema. Nota 2.
   SOL NASCENTE de Philip Kaufman com Sean Connery, Wesley Snipes e Harvey Keitel
Em 1983 Kaufman fez uma obra-prima. OS ELEITOS é um dos melhores filmes sobre heroísmo da história. Mas desde então sua carreira foi numa queda livre. A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER ainda era muito bom, mas este Sol Nascente é puro lixo. Ele se rebaixa e imita Tony Scott. De bom apenas os 3 minutos iniciais em que ele cita cenas de Peckimpah e de Kurosawa. Até Sean Connery, ator que sempre adoramos ver, não se encontra numa trama confusa e preconceituosa. Lixo. Nota ZERO.

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER- MILAN KUNDERA

É o vômito de uma derrota. Mas Kundera não escreve vomitando. Ele é autor que escreve sempre sob-controle, sua escrita é estranhamente fria. Isso explica seu imenso sucesso em 1984/85. Em tempo blasé, nada é mais aparentemente blasé que este livro. Suas frases são como objetos de estilo em apto moderno.
Mas é só aparência. Por trás de suas frases distantes há a emoção dilacerante de uma derrota. A derrota da mais linda das revoluções: a primavera de Praga. Movimento libertário ( feito de sexo e arte ) que foi esmagado pelos tanques russos e se tornou no Ocidente uma palhaçada de marketing. A primavera de 68 nada teve de midiática. Foi o sonho de um socialismo humanista. De uma politica não científica. Foi absoluto desastre. Traumatizante derrota.
No livro Teresa é o símbolo do povo tcheco. Ela acorda para a vida tarde demais, é usada e entra em noia. Termina descobrindo a paz de se "cultivar seu jardim" ( como dizia Voltaire ).
A livre Sabrina é o espírito de 68. Ela a nada se prende e bate asas, vai à California, onde assiste a derrota como estrangeira em terra de estrangeiros.
Mas quem é Thomas? Esse médico que se humaniza e parece ser derrotado, mas que também aprende a cultivar seu jardim? Thomas é Milan? Thomas é o leitor? Não importa. Ele é um médico, um homem feito para ajudar, para curar, para servir. A escrita de Kundera é curativa. Neste relato ele se cura e tenta curar almas que se tornaram estéreis.
Há uma frase de antologia: " Se o paraíso é um círculo, onde o tempo não se esvai mas é repetição de prazer, os cães, em sua doce e não-ambiciosa rotina, vivem no Eden do não-tempo." Esse cão é Karenin ( homenagem a Anna Karenina ). Morre com um tumor.
O nome Karenin não é em vão. Este livro tem muito em comum com a obra-prima de Tolstoi ( o melhor livro já escrito? ). A vida de Kitty e Lievin antecipa a vida de Thomas e Teresa. Tolstoi adivinhou a vida possível.
Hoje nada é mais fora de moda que Kundera. Ele não é exagerado. Não é drogado ou sujo. É sempre elegante, distante, preciso.
O filme de Philip Kauffman ( diretor da obra-prima Os Eleitos ) é tão bom quanto o livro. Tem Daniel Day Lewis e Juliette Binoche ( perfeitos ). Quem amou o livro amará o filme.

MIZOGUCHI/BOETICHER/OS ELEITOS/WILDER

A MONTANHA DOS SETE ABUTRES de Billy Wilder com Kirk Douglas
Escrevi mais longamente abaixo. O inferno da midia já existia em 1952. Um jornalista antológico feito por um Kirk muito inspirado e uma pobre vítima num big-brother do inferno. Filme fiasco em seu tempo, hoje é considerado obra-prima. Nem tanto. nota 7.
JUVENTUDE TRANSVIADA de Nicholas Ray com James Dean, Natalie Wood, Sal Mineo.
O que é ser adolescente ? Bem... nada mudou. Ser isolado/ não compreendido/ querer algo sem nome/ amar sem saber amar. Dean foi um criador- este filme é seu testamento. Todo ator jovem de hoje o imita ( inclusive e principalmente na vida pessoal ). Todos falam seu evangelho. O filme é muito fraco quando Dean não está em cena. Com ele, somos hipnotizados. nota 6 para o filme.
CONTOS DA LUA VAGA de Kenji Mizoguchi
Ele foi antes da segunda guerra o mais querido diretor do Japão. Após a guerra foi chamado de velho e jogado ao canto. Este filme, dos anos 50, é sua volta por cima. Um filme politico e feminista, que é também um poema sobre fantasmas e amor. Algumas das cenas têm uma beleza plástica inesquecível. Mizoguchi nunca corta se puder não cortar. Um mestre. nota 9.
OS ELEITOS de Philip Kauffman com Sam Sheppard, Dennis Quaid, Ed Harris, Fred Ward, Barbara Herschey, Jeff Goldblum.
O melhor filme americanos dos anos 80 e um dos melhores dos últimos quarenta anos. John Ford habita esta épica aventura sobre heroísmo, fracasso, fama e amizade. Chuck Yeager, aviador real, torna-se mito, mito daquilo que a América gostaria de ser e não pode ser mais ( jamais ). Para se ver, rever, trever e decorar. nota DEZ!!!!!!!!
AVANTI ! de Billy Wilder com Jack Lemmon e Juliet Mills
Um milionário americano, apressado e ranzinza, vai a Itália recolher o corpo do pai para enterrá-lo em seu país. Conhece a filha inglesa da amante de seu pai e se apaixona por ela e pela Itália. O contraste entre Itália e América nada tem de novo. Mas Wilder, em mais um de seus fracassos, conduz esta comédia com muita leveza e finesse. Um prazer ver Lemmon trabalhar e uma diversão fofa e que jamais nos trata como idiotas. nota 6.
EXTASE de Gustav Machaty com Hedy Lamarr
Nos anos 30, na Austria, Hedy foi lançada como atriz sexy neste filme. Uma das piores coisas que já assisti. Hiper pretensioso, rígido, muito mal interpretado, ridiculo. nota ZERO!
SETE HOMENS SEM DESTINO de Budd Boeticher com Randolph Scott, Lee Marvin e Gail Russel
Lee Marvin faz história neste western. Com longo lenço verde, ele traz à tela um vilão inteligente, simpático, glamuroso. Rouba o filme e cada cena com ele é uma festa. Este filme, considerado pelos críticos-cineastas da Nouvelle-Vague, uma obra-prima, é de uma simplicidade absoluta. A história, com poucos personagens e maravilhosos cenários, se desenvolve exata, sem atropelos, sem lentidão, econòmica. Budd, aventureiro-diretor-toureiro, dirigiu dúzias de bons filmes baratos. Este é o melhor. Nota 9.
MULHERES DA NOITE de Kenji Mizoguchi
Em sua época de má fama, Mizoguchi dirigiu este filme, muito triste, sobre prostitutas no Japão devastado pela guerra. Apaixonado pelos filmes italianos do neo-realismo, Mizoguchi faz a versão nipônica de Rosselini. Os escombros do que restou de Osaka e Tokyo são fascinantes : o Japão como uma imensa favela, dominada por ladrões, putas e contrabando de drogas. O filme é muito bom, mas sua força embrulha o estômago. nota 7.
UNDERDOG de Frederick de Chau
Cumpre o que promete. E é assim nosso cinema atual : como um produto numa gôndola, ele tem um rótulo onde se diz : drama-romantico/ quadrinhos/ arte/ aventura. Se a lata matar o apetite por cinema ( matará esse apetite por duas horas ), sua função estará cumprida. Colou. Este cola. O herói é simpático, tem uma adolescentizinha bonitinha, uma liçãozinha de moral. Valeu. nota 5.