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SIDNEY LUMET, O EXEMPLO A SER SEGUIDO
Lumet fez alguns dos piores filmes americanos ( a versão de O Mágico de Oz é de matar! ), mas ele tinha de errar ocasionalmente. Isso porque Lumet corria riscos, enfrentava desafios e não temia tocar em feridas. Quando acertava nos dava socos na barriga. Se voce nunca viu nada dele, assista correndo a Rede de Intrigas. Tudo sobre hoje está nesse filme de 1976. Mas ele ainda fez Serpico, filme que mostra as ruas sujas da América como nenhum outro ( e tem Pacino em momento de genio ), e Um Dia de Cão, soberba overdose de adrenalina e aula de edição ( e Pacino em sua melhor atuação ). Mas porque chamo a Lumet de exemplo a seguir? É que ele é o tipo de diretor que nos falta. Havia uma genialidade modesta em suas entrevistas, e seus filmes não tinham nenhuma afetação. Eram vivos, elétricos, vibrantes, inteligentes sem jamais serem posados. Todo jovem diretor "genio" aprenderia muito com suas aulas de cinema virulento, urbano, viril, irriquieto. Lumet veio na geração de Arthur Penn, John Frankenheimer, Sam Peckimpah, Mike Nichols, Robert Mulligan, George Roy Hill e Franklyn Schaffner. É a geração imediatamente anterior a geração de Scorsese e Coppolla. É a geração que preparou o terreno para essa turma. É para mim, uma geração mais satisfatória que a seguinte ( mas é tema para longa conversa ). Em Lumet, nos seus bons momentos, vive o cinema americano puro, autêntico, real, doses de emoção com momentos de revelação. Fará muita falta.
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