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Alice Cooper - Under My Wheels (The Old Grey Whistle Test, Nov 9, 1971)

ALICE COOPER - KILLER

Felizmente se fez justiça à Alice Cooper ainda em vida. Entre 1971 e 1975 ele foi um dos reis do rock e os críticos só sabiam de falar mal do cara. Tratavam ele como se fosse infantil, um palhaço que apelava para truques, nunca um artista. Não percebiam que ele unia as duas correntes mais novas e legais do rock de então: o glam e o pré metal. John Lydon acha Killer o maior disco de rock de todos os tempos. Não só ele. Lester Bangs achava perfeito. Eu prefiro Billion Dollar Babies, mas sim, o rock cru, virulento, pesado de Killer tem algo de punk, de foda-se nele. E a produção do mago Bob Ezrin entende à perfeição tudo que Alice quer. ---------------- Pra quem não sabe, Alice Cooper era o nome da banda e o vocal acabou pegando o nome pra si. Cheios de make up e atitude gay, eles eram o glam do T.Rex em estilo americano, menos afetado e mais rocknroll. Dizem que Iggy Pop inventou o glam rock, pode até ser, mas foi Alice quem o vendeu para as massas. Meu irmão tinha apenas 9 anos de idade quando se tornou fã do cara. De Alice ele saltou para Bowie e de Bowie para Sex Pistols. Muita gente fez esse mesmo caminho na mesma época com a mesma idade. ( Eu era bastante sem rumo, de Monkees fui para Elton John, depois Stones e Led ). O album, Killer, é um tipo de roteiro para um filme sem imagem. Cada faixa é um ato ou uma cena. Um flash em som exultante. Tantos anos depois, que bom, ele se mantém divertido e instigante. É só rocknroll, mas é bom e é de verdade.

A VIDA NUNCA FOI UMA LUTA ENTRE HEAVY METAL E PROG ROCK.

   Sem a intenção, ouvi esta semana um bando de discos nada cool que exemplificam o que foi realmente o rock predominante dos anos 70. Vou botar um por um como faço com os filmes que vejo na semana:
OFF THE WALL - MICHAEL JACKSON
Produzido com genialidade por Quincy Jones, este disco, uma obra-prima, melhor disco de MJ, anunciou em 1979 a chegada de uma nova década. Vendeu 12 milhões de lps e o escuto com muito, muito prazer. Quincy cria uma cama rebolante de guitarras, teclados e metais, e coloca em destaque uma bateria e um contrabaixo que são guias de um paraíso. Em cada faixa há uma multidão de sons, de pequenas harmonias, de timbres metálicos. É esse o tipo de som que Bowie, Ferry, Gabriel e um imenso etc passariam os próximos dez anos tentando reproduzir.
12 GREATEST HITS - NEIL DIAMOND
Nos anos 70 este era o Neil famoso e não o Young. Compositor de vários hits nos anos 60, nos 70 ele canta e compõe em seus próprios discos. Ele nada tem a ver com rock. Ele é pop, no sentido popular do Elvis final, de BJ Thomas, de Lobo, dos Bee Gees, do ABBA.. Tem uma voz linda, a banda é o tipo de top de estúdio e suas canções são hinos, feitas para erguer a alma. Brega, bonito, muito bem feito. Esta é o tipo de música que mais vendia na época.
GG - GARY GLITTER
Gary foi um acidente. Gorducho, feio e já meio velho, ele estourou na Inglaterra em 1971, no meio do Glam. Vendeu muito por dois anos e então decaiu. Nunca foi aceito nos EUA. Este disco de 1975 tenta renovar seu apelo. Na época o glam já era e Gary faz o mesmo que Bowie e Ferry faziam então, canta soul music. O único problema é que sou exige boa voz e Gary não sabe cantar. Talvez seja o mais tolo disco já gravado. Mas eu me divirto pacas quando o escuto.
BORN TO BE ALIVE - PATRICK HERNANDEZ
A minha geração não nasceu para ser wild. Nasceu para ficar viva. Este disco é uma obra-prima. Disco atemporal, as linhas de ritmo são usadas até hoje, quase 40 anos depois !!!!! Um hino gay, um hino hedonista, uma grande festa. Uma das minhas canções de todos os tempos.
GOES TO HELL - ALICE COOPER
Em 1976 se acreditava que o rock pesado era coisa do passado. Então Alice lança este disco esquisito. Acompanhado por uma banda diabólica, a mesma de Lou Reed, ele canta cabaret, funk, valsa, rock e até balada. Foi um fiasco na época, eu gosto muito.
YEAR OF THE CAT - AL STEWART
Doce menestrel escocês, rei de FMs, o cara do bom gosto. Esse tal de bom gosto foi uma praga do rock dos anos 70. Era música rock feita com bons instrumentistas, cantando letras adultas, em gravações com som apurado. Tudo empacotado com acordes de piano, solos de sax, violões estradeiros e clima de fim de noite. Era o som do Steely Dan, Chicago, Fleetwood Mac, Paul Simon, James Taylor...soft rock, o som contra o qual o punk americano se rebelou. Ouvir este disco hoje é pura nostalgia. Bonitinho.
CITY TO CITY - GERRY RAFFERTY
O mesmo dito acima vale para este disco. Que vendeu ainda mais em 1977. E que hoje soa pior, chato, banal e bem pretensioso.
QUO LIVE - STATUS QUO
Adoro esta banda! Eles são mitos na Inglaterra e nunca venderam bem nos EUA. Fazem um rock de pub, um tipo de honk tonk sem fim. Todas as músicas são basicamente a mesma, todas são legais. Sobreviveram ao furacão do punk inglês com galhardia.
Well...rock dos anos 70 era predominantemente isto. Discos bem gravados e bem cantados, mas sempre meio apáticos, às vezes sem estilo, feitos em série. Foi o auge da ditadura das gravadoras, auge do LP e do aparelho de som.