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STALLONE/ CARY GRANT/ SCARLETT/ ALAIN DELON/ DEPP/ KIDMAN

DIÁRIO DE UM JORNALISTA BÊBADO de Bruce Robinson com Johnny Depp
Muito, muito ruim. Depp está numa ilha do Caribe. Décadas atrás. Ele bebe, trabalha em jornal tosco, se envolve com bando de corruptos que pretende lotear a praia e ama a garota de figurão. Isso tudo, diz o filme, é baseado em Hunter Thompson. Onde? Uma chatice. Nota ZERO.
HEMINGUAY E MARTHA de Philip Kaufman com Nicole Kidman, Clive Owen e James Gandolfini
Esqueça a fidelidade histórica. Este não é Heminguay! Clive se esforça, mas o filme retrata Papa Heminguay como um alcoólatra meio chato, meio machista e nada verossímil. De qualquer modo o filme é dirigido para a personagem Martha Gelhorn, a terceira mulher do escritor e talvez a que ele menos entendeu. Uma jornalista forte e dura, mas não tão maior que Ernest Heminguay. O filme, feminista, pinta Martha como espiritualmente mais dotada que o escritor...bobagem! De qualquer modo é emocionante a recriação da revolução espanhola. O filme deveria ser só sobre isso, a guerra civil da Espanha. São momentos de grande cinema. Inclusive com a recriação das filmagens do grande Joris Ivens e de um tal de Capa perambulando por lá. Claro que Capa não era tão garoto, mas é sempre legal ver isso. Kaufman um dia fez uma obra-prima, Os Eleitos ( the right stuff ), baseado em Tom Wolfe. Depois fez a insustentável levez do ser, um belo filme, e o interessante henry e june. Como se vê, o interesse desse ex assistente de Clint Eastwood é a cultura, a boa cultura. Isso faz com que em seu pior ele seja muito pedante. Como aqui. De qualquer modo, na média o filme é ok. Nota 6.
A PISCINA de Jacques Deray com Alain Delon, Romy Schneider, Maurice Ronet e Jane Birkin
Quer saber o que seja o chic francês? Veja este filme. Ele repete a dupla masculina de o sol por testemunha e quase consegue atingir o alto nível da obra de René Clement. A história: um casal recebe a visita de um amigo. Ele vem com a filha. Forma-se a tensão. Todo filmado numa casa de campo, o chic de que falei não se mostra na casa ou nas roupas, ele existe nos corpos, nas cores, no modo como o filme é conduzido. Deray dirige matematicamente. Tudo cronometrado, exato. Devagar, mais rápido, devagar, súbito. Uma delicia de filme, um terço final inesperado e um Alain Delon no auge de seu carisma. Nota 8.
RED HEADED WOMAN de Jack Conway com Jean Harlow
Um filme impudico dos anos 30. Jean é uma secretária que seduz o patrão para ficar rica. Consegue e casa com ele. Depois seduz um outro mais rico. Consegue. E por aí vai. Nada moralista, bem dirigido, curto, foi um sucesso mas não é um grande filme. Ele tem humor, mas nunca grande humor. No mais, Jean Harlow, que foi um sex symbol famosíssimo na época, e que morreu jovem de uma apendicite, é das grandes estrelas da época a que envelheceu pior. Ainda conseguimos entender o porque da fama de Garbo e de Marlene, ainda sentimos a força de Kate e de Bette Davis, além do que Myrna Loy e Carole Lombard estão incólumes em 2014, mas Jean Harlow não. Ela parece muito antiquada. Seu apelo se foi. De qualquer modo é um filme razoável. Nota 5.
ANÁGUAS A BORDO de Blake Edwards com Cary Grant e Tony Curtis
Foi um grande sucesso em 1960. O primeiro grande sucesso de Blake, que faria na sequência breakfast at Tiffanys e a série da pantera cor de rosa. Foi mais um grande sucesso de Cary Grant, que aqui provava ainda ser uma estrela, e foi a confirmação de Tony Curtis, o novo Cary Grant que nunca deu completamente certo. Fala de um submarino na segunda-guerra. Uma sucata que é reformada pela tripulação e que depois dá carona a um grupo de mulheres marujas. Uma comédia agradável, mas não mais hilariante. De qualquer modo vemos excelentes atores ( Cary é hors concours ), um clima de alto astral e boa direção. Nota 7.
SOB A PELE de Jonathan Glazer com Scarlett Johansson
Scarlet é linda de doer. E a nudez anunciada é pudica. O filme não tem como ser pior. Me lembrou o filme de Nicolas Roeg, o homem que caiu na terra, aquele com David Bowie. Mas este é bem mais chato e vazio. Tudo nele transpira e anuncia: arte. Uma gororoba pretensiosa de quem sonha em ser Kubrick e mal pode lamber as botas de John Carpenter. Fuja! ZEEEEEEEROOOOOOO!
AJUSTE DE CONTAS de Peter Segal com Stallone, Robert de Niro,  Alan Arkin e Kim Basinger
De Niro é um ex-boxeador convencido e fanfarrão, Sly é seu ex-rival, um cara modesto que quer esquecer o passado. Kim Basinger, ainda bonita, é a mulher que dividiu os dois. Uma revanche é marcada. O filme é absolutamente tolo. Nada faz o menor sentido. Mas há algo de bom, os atores levam tudo no bom-humor, Eles não levam o filme a sério também. Dá pra ver em video, como alguma coisa pra se ver antes do jantar. Não ofende e não dá pra lembrar de nada depois de dois dias. Nota 5.
OS MERCENÁRIOS 3 de Patrick Hughes com Stallone, Mel Gibson, Harrison Ford, Antonio Banderas, Jason Statham, Wesley Snipes, Schwarzenegger...
Imagina esse elenco em 1994!!! Há um erro aqui, a graça razoável dos dois primeiros estava no trabalho em equipe. Mas aqui Sly faz quase tudo sozinho! É uma exibição narcisista que relembra o Sly descontrolado dos anos 80. O filme não é ruim em seu gênero, mas ele nada tem que nos faça torcer. Mel Gibson quase rouba o filme como um odioso bandido. Nota 3.