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MAD MAX- CARY GRANT- SOPHIA LOREN-CHARLTON HESTON

   MAD MAX 2015 de George Miller com Tom Hardy e Charlize Theron
Max, o de Mel Gibson, de 1980, foi o primeiro filme que assisti no meu primeiro VHS. Não se engane, foi um filme revolucionário. Trouxe às telas, pela primeira vez, o conceito de aventura pura. Só ação, sem diálogos relevantes, pouca trama, a pura adrenalina. Era o novo cinema australiano. Uma onda que trouxe além de Miller, Peter Weir, Bruce Beresford e Gillian Armstrong. Miller construiu uma carreira interessante, fez As Bruxas de Eastwick e até o ótimo Babe, o filme do porquinho que é a mais bela defesa do vegetarianismo do cinema. Mais uma vez eu falo: não se engane, este Mad Max é muito mais profundo do que você pensa. Os primeiros quinze minutos me fizeram pensar: Deus! Este é o pior filme do ano! Temos toda a tolice, em exagero proposital, dos filmes de teenager: machos violentos, cenários de inferno, máquinas do mal, vilão horrendo e um herói calado. Há até uma banda tocando ao vivo seus riffs de metaleiro. Mas lentamente a gente vai percebendo: há inteligência aqui! Há muita ironia, e a ironia, como provaram Sterne, Thackeray e Machado, é a arma da mais fina Inteligência. A coisa fica deliciosa...O mundo desértico, sem vida, só de machos violentos, é o mundo da pura masculinidade. Ação, morte e a religião transformada em Valhala. Aqui nada nasce, nada faz conexão com nada. Tudo é um fetiche: carros, armas e morrer como num palco, rumo à Valhala. Esse mundo abomina a mulher. Nelas existe a amizade, o cuidado, e principalmente o desejo de viver. Elas sonham. Têm esperança. Dão vida à Terra. Assim que percebemos isso toda aquela correria passa a fazer sentido. O filme se agiganta e se torna a melhor aventura dos últimos anos. Uma ópera adolescente que é contra os adolescentes. Alguns sentem isso, farejam no ar e desgostam do filme. Ele é brilhante. Nota 9.
   KARTHOUM de Basil Dearden com Charlton Heston, Laurence Olivier e Ralph Richardson
Feito em 1968, ele tenta, de forma desajeitada, ser Lawrence da Arábia. Falha miseravelmente e beira o ridículo. Gordon, como Lawrence, é um herói real. Inglês, ele lutou no fim do século XIX no Sudão. Tentou salvar o país do ataque de muçulmanos fundamentalistas ( sim, isso vem de longe ). O roteiro é mal desenvolvido. O herói, feito por um Heston perdido ( ele parece perceber que nada vai dar certo ), nunca parece real. E temos Olivier no pior desempenho de sua carreira. Em sua primeira cena, quando ele abre a boca e emite um sotaque árabe de cartoon, sentimos uma vontade de rir que destrói tudo ao redor. Uma chanchada involuntária. O filme serve como exemplo de como não se gastar dinheiro em vão. Nota 1.
   HOUSEBOAT ( TENTAÇÃO MORENA ) de Melville Shavelson com Cary Grant e Sophia Loren
Em 1958 papai e mamãe iam sábado às oito da noite ao cinema e deixavam os filhos com a babá que ouvia Pat Boone no rádio. Este filme é o tipo de filme que se parou de fazer por volta de 1970. O filme para esse casal comum, porém com bom gosto, conservador, mas não exageradamente sem sal. Cary faz um viúvo que deve cuidar de seus 3 filhos. Os filhos não se dão com ele. Loren é uma italiana ( claro... ), rica, que como Audrey Hepburn em A Princesa e o Plebeu, foge de sua vida protegida e se finge pobre. Vira babá dos tais pirralhos. Vão todos viver numa casa-barco. Funciona. O profissionalismo é tamanho que funciona. Pura bobagem doce, com acentos bem amargos ( os filhos são infelizes. Há uma pitada muito séria no doce ), e algum humor leve. Papai e mamãe saem do cinema contentes. Tiveram uma boa noite de verão. Um adendo: Cary está visivelmente magro e doente. Sabemos que ele se apaixonou por Sophia durante o filme. E ela o repeliu, se casando com Carlo Ponti, o produtor. Foi então que Cary, em crise, se aproximou do LSD. E voltou a ser o cara bonito e saudável de sempre. Não aqui. Ele está abatido. Sophia, que chorava no camarim, disfarça melhor. Está absurda de tão bonita e feliz. Nota 7.
   ENQUANTO SOMOS JOVENS de Noah Baumbach com Bem Stiller, Naomi Watts
Naomi é a atriz mais interessante de sua geração. Ela aceita filmes que fogem do óbvio ( e é linda ). faz a esposa de Ben, uma quarentona que passa a dançar rap. Alguém notou que este filme pode ser a continuação, vinte anos depois, de Reality Bites, o filme que Ben dirigiu com Winona Ryder... Aquele é um filme chave dos anos 90, este é magnífico. Mostra a diferença de gerações, mas esse não é o foco! O foco é o valor da arte e o peso da verdade. Que bom ver um filme moderno que não apela para rocks geniais a fim de ganhar seu público!!! Só no final temos a exibição de duas músicas chave: Golden Years do Bowie e Let em In, do Paul. Eu amei. Nota DEZ!!!!
  

BILLE AUGUST/ DIRK BOGARDE/ GUY RITCHIE/ BERTOLUCCI/ COLIN FIRTH/ SOPHIA LOREN

   TREM NOTURNO PARA LISBOA de Bille August com Jeremy Irons, Charlotte Rampling, Tom Courtenay, Melanie Laurent e Christopher Lee.
Em outro filme seria um elenco de tirar leite de pedra. Aqui, neste roteiro flácido, nada pode ser feito. É menos que pedra, é lama. Jeremy Irons foi um grande ator. Nunca me esqueço de sua melancolia em Brideshead Revisited. Nos anos 80 ele era considerado maior que Day-Lewis. Courtenay é mais velho e igualmente grande. Da geração genial de O'Toole, Finney, Hurt e Holm. Este filme é lixo. Parece novela das 9. Os atores, coitados, parecem quase fazer comédia. A gente não consegue crer em nada do que vê. E olhe que o tema é ótimo: a repressão salazarista em Portugal. Deve entrar em cartaz, afinal, um filme que vi a meses com Bill Murray que fala da visita do rei inglês a Roosevelt durante a guerra. Vejam! Eu já escrevi sobre ele e não vou escrever outra vez. Isto aqui, esqueçam. Nota zero.
   DUAS NOITES COM CLEÓPATRA de Mario Matolli com Sophia Loren e Alberto Sordi
Foram filmes como este, chanchada para o povão, que criaram o capital para que Fellini ou Pasolini pudessem filmar. O cinema funcionava assim. Hoje o dinheiro do cinema pop vai para o bolso dos acionistas. Evitem este dvd. A imagem está estragada. Não dá pra ver.
   JOGOS, TRAPAÇAS E DOIS CANOS FUMEGANTES de Guy Ritchie com Jason Statham, Vinnie Jones, Jason Flemyng e Sting
Ainda é o melhor filme de Guy Ritchie. E acho este filme melhor que Transpotting de Boyle, feito quase na mesma época. Puro Tarantino, menos cabeça ( Guy não tem nada de Leone ou de Godard ), muito menos violento. A trama, boa, fala de armas colecionáveis, dívida de jogo, roubo e vingança. O clima é quase de Monty Python. Ótima edição, ótima trilha sonora, os atores estão excelentes. Já dá pra ver o futuro, bom, de Statham. Um Steve McQueen de segunda. Quero mais filmes de Vinnie!!! Nota 8.
   BELEZA ROUBADA de Bernardo Bertolucci com Liv Tyler, Jeremy Irons, Rachel Weisz, Sinead Cusak e Jean Marais
Como é bom ver o grande Jean Marais! Pra quem não sabe, ele foi o muso de Cocteau, ator em seus filmes. E o vemos aqui, gloriosamente forte em 1996! Fora isso não há muito mais o que ver aqui. ( Talvez apenas a discreta nudez de Rachel Weisz ). Liv foi péssima escolha e o filme é arrastado, chato, sem porque. Não o via desde os anos 90. Continua o mesmo. Chato. Nota 2.
   ARTHUR NEWMAN de Dante Ariola com Colin Firth, Emily Blunt e Anne Heche.
Adoro Firth. É meu ator favorito de agora. Então consegui o filme, novo, pra ver. O tema prometia, um cara que abandona sua vida antiga, muda de nome, sai pelo mundo e encontra um mulher doida-down no caminho. Mas...o pretensioso diretor estraga tudo! Não há uma única cena que não grite em nossa cara: "Vejam! Isto é Arte!" O caramba de arte!!! É um lento, bobo, silencioso, vazio, sonolento filme. Blunt está bacana, mas fazer o que com um papel que já foi feito milhares de vezes só neste século? Firth fica sonolento em meio as falas ralas e vazias. Nota? Nada.
   A SOMBRA DO PECADO de Lewis Gilbert com Dirk Bogarde e Margaret Lockwood
Um pequeno filme inglês sobre um odiável malandro que mata sua esposa rica e muito mais velha. Se casa de novo e quer repetir a dose. Suspense e clima. Bogarde foi um ídolo do cinema inglês dos anos 50. Quando assumiu sua homossexualidade passou a filmar coisas como Morte em Veneza de Visconti. Gilbert iria dirgir alguns dos melhores James Bond. Nota 6.
  

SOPHIA LOREN/ BILL MURRAY/ DASSIN/ BORZAGE/ ZINNEMANN/ HENRY KING

   UM FIM DE SEMANA NO HYDE PARK de Roger Michell com Bill Murray, Laura Linney, Samuel West e Olivia Colman
Que filme esquisito!!! Fala de um final de semana em que o rei da Inglaterra vem aos EUA com a rainha a fim de visitar o presidente Roosevelt. O rei deseja convencer os EUA a entrar na guerra. Adendo histórico: até então a politica americana era toda isolacionista. O país pouco ligava para a Europa. É aqui que o mundo muda e a América passa a se envolver com o planeta. O encontro é cômico. Roosevelt os recebe na casa de sua mãe, no campo. A realeza é abrigada em quarto comum e vão a pic nic. Esperteza de Roosevelt, assim a opinião pública americana, que odiava reis e Europeus, passa a ver o rei como "gente". O filme é esquisito por ser um  misto de drama e comédia, poesia e arte. É bonito de ver e tem ótimas atuações. Murray tem aqui seu melhor papel. Faz um presidente humano, simpático e mulherengo. Ele mantém um harém ao seu redor. O ator Samuel West faz o mesmo rei que Firth fez no ótimo Discurso do Rei. West está excelente. Hesitante, assustado, reprimido. Uma das amantes de Roosevelt morreu aos 100 anos e foi só então que encontraram esta história com ela. O filme é contado por seu ponto de vista. Aviso que ele começa meio chato e de repente te pega. Nota 6.
   O ÍDOLO DE CRISTAL de Henry King com Gregory Peck e Deborah Kerr
Uma chatice sobre Scott Fitzgerald e sua namorada Sheila Graham. Peck, que não está mal, bebe e bebe e bebe. Kerr é a amante que tenta o salvar. O filme é flácido, embolado, tolo. Nota 1.
   O CASTELO SINISTRO de George Marshall com Bob Hope e Paulette Goddard
Sátira aos filmes de horror. Tem um belo clima e é agradável. O humor de Hope envelheceu mal, o filme é alegre mas não nos faz rir. Dá pra ver. Nota 5.
   UMA AVENTURA EM PARIS de Jules Dassin com Joan Crawford, John Wayne e Philip Dorn
Assisti a caixa com seis filmes sobre a segunda-guerra. Dois deles são tão ruins que não consegui ver. Portanto não falo deles aqui. Este é bom. Mostra a Paris ocupada. Wayne é um piloto que tenta sair da cidade. Crawford ama um 'traidor". Dassin se tornaria depois um diretor maravilhoso. Aqui ele entrega um filme que se deixa ver. Há um belo suspense ao final. Nota 6.
   TEMPESTADES D'ALMA de Frank Borzage com James Stewart e Margaret Sullavan
Este é quase uma obra-prima. Na Alemanha, no começo do nazismo, vemos uma familia ser destruída. Filhos se tornam nazistas, crêem em Hitler e passam a perseguir amigos e vizinhos. Há um pai que é expulso da faculdade onde dava aula e acaba morto em campo de concentração. Stewart, sempre ótimo, é um vizinho que foge do país. Ele volta para salvar sua namorada. O final é bem triste. É um lindo filme. Borzage foi um dos grandes diretores do começo do cinema falado e do fim do silencioso. Nota 8.
   HORAS DE TORMENTA de Herman Shumlin com Bette Davis e Paul Lukas
Roteiro de Dashiell Hammet baseado em peça de Lillian Hellman. Paul Lukas ganhou um absurdo Oscar de melhor ator, batendo Bogey em Casablanca. O filme se passa na América e fala de refugiados. Lukas é um guerrilheiro anti-fascismo que é chantageado por canalha. O filme tem cena forte em que o canalha é morto a sangue-frio. Mas está longe de ser um grande filme. Nota 5.
   A SÉTIMA CRUZ de Fred Zinnemann com Spencer Tracy
Zinnemann sabia do que falava. Ele acabara de fugir do nazismo quando fez este filme. O futuro de Fred seria brilahnte: Julia, Um Passo Para a Eternidade, Matar ou Morrer... Tracy foge de campo de concentração com companheiros e tenta sobreviver. Todos são pegos e executados, ele não. Um achado do filme é mostrar sua reumanização. Algumas pessoas lhe ajudam e ele vai recuperando a fé nos homens. É um belo filme. Nota 6.
   A CIDADE DOS DESILUDIDOS de Vincente Minelli com Kirk Douglas, Edward G.Robinson, Cyd Charisse e Dahlia Lavi
Kirk é um ex-astro que está em clínica psiquiátrica. Tem alta e volta a ativa, Vai a Roma fazer filme com diretor americano decadente. O filme é tétrico. Todos são fracassados, destrutivos, amargos e vazios. Minelli via que seu tempo passara e faz um tipo de auto-retrato cruel. Estranho porque ele sempre foi um diretor amado pelo sistema que ele cospe em cima. Nota 3.
   JOÃO E MARIA CAÇADORES DE VAMPIROS de Tommy Wirkola com Jeremy Renner
Já esqueci deste filme. É um samba do crioulo doido. Se passa na idade média mas tem metralhadoras e roupas à Matrix. Eles NÂO caçam vampiros, são bruxas! Nota 2.
   SUAVE É A NOITE de Henry King com Jennifer Jones, Jason Robards e Joan Fontaine
Henry King novamente no mundo de Fitzgerald. É o último trabalho deste grande diretor. Robards faz o Dr. Diver que se destrói ao salvar Nicole da loucura. O filme se passa entre os muito ricos, hedonistas, futeis. A tragédia de Diver é lutar contra esse mundo, não aceitar o dinherio de sua esposa muito rica. O filme passa longe do romantismo de Scott, mas tem alguns momentos belos, fortes. Bons atores. Nota 7.
   PENA QUE SEJA UMA CANALHA de Alessandro Blasetti com Sophia Loren, Marcello Mastroianni e Vittorio de Sica
Marcello é um taxista. Sophia uma ladra e Vittorio o pai que rouba malas na estação de trens. Apesar de ser sempre feito de trouxa por Sophia, Marcello não consegue a odiar e cai irremediávelmente em suas artimanhas, sempre. O filme é alegre, leve, bom de ver. Atinge magnificência no trabalho dos atores. Sophia, muito jovem, está linda e atua de modo tão fácil, tão prazeroso que faz com que sua arte pareça a coisa mais simples do mundo. O esforço é o que diferencia o talento do gênio. O talento demonstra esforço, o gênio faz o grande com facilidade, como a brincar. Sophia é genial. Assim como Marcello. Que estupendo bobo é esse taxista! Ele passa todo o filme resmungando contra Sophia, tentando se livrar dela, mas sempre volta, vencido, ingenuo, absurdo. Amamos Mastroianni. E há De Sica, o malandro veterano, playboy, fino e mentiroso. O filme mostra uma Itália onde todos são ladrões e todos são feitos de bobos por uma bela mulher. Verdade? Nota 7.

MASTROIANNI/ SOPHIA/ 1941/ JOSH BROLIN/ ANTHONY QUINN/ DEANNA DURBIN

   GI JOE, RETALIAÇÃO de Jon M Chu com Channing Tatum e Dwayne Johnson
A equipe é traída pelo governo. Aquelas coisas, voce disfarça a patriotada com alguns politicos "do mal". O enredo é primário, mas a ação é bem ok. Dá pra ver sem se irritar. Depois de dois minutos terminado voce não lembra de mais nada. Não é exatamente isso que o povo quer? Nota 3.
   O PREÇO DE UM COVARDE de Andrew V. McLaglen com James Stewart, Dean Martin, Raquel Welch e George Kennedy
Martin é um ladrão. Pego pelo xerife é salvo da forca pelo irmão, Stewart. O xerife, que é um puritano, os persegue pelo deserto. Os bandidos levam Welch com eles, como refém. Stewart e Martin formam um boa dupla. Um já velho e bom moço, o outro amargo e rebelde. Concordo com Tarantino, Dean Martin foi um ator subestimado. O filme é legal e de todos os westerns de McLaglen que vi, diretor que erra muito, é o melhor. Bela diversão! Nota 7.
   1941 de Steven Spielberg com Dan Akroyd, John Belushi, Toshiro Mifune
É o filme que quase destruiu a carreira de Spielberg. Caríssimo, foi um hiper fracasso de bilheteria e de crítica. É um comédia histérica e muito sem graça. O humor parece aquele de meninos de 11 anos. Mais que grosseiro, ele é bobo. Bons atores são desperdiçados e atores ruins ganham papéis grandes. Após os sucesso de Jaws e de Close Encounters, Spielberg se dava mal. ET seria sua salvação na sequência. Fuja!
   UM RAIO DE SOL de Henry Koster com Deanna Durbin, Charles Laughton e Robert Cummings
O maravilhoso ator inglês Charles Laughton faz um milionário que está morrendo. Seu filho apresenta uma desconhecida como sua noiva ( ele não encontra a noiva verdadeira que está fazendo compras ). O velho se apaixona pela falsa noiva. O filho precisa manter a farsa. Henry Koster, o diretor do sublime Harvey, faz aqui aquilo que fazia melhor, filmes para se sentir bem. Tudo é artificial, falso, ingênuo? Que bom! Porque não podemos crer em nossa própria ingenuidade? Durbin foi a atriz que salvou a Universal da falência nos anos 30. Aqui, adulta, ela exibe sua leveza etérea de sempre. O filme é uma delicia. Nota 7.
   A 25# HORA de Henri Verneuil com Anthony Quinn e Virna Lisi
Quinn faz mais uma vez Zorba. Impressionante! Não conheço caso de ator que ficou mais preso a um grande papel. Após 1964, quando fez Zorba, Quinn passou trinta anos fazendo variações sobre Zorba. Aqui ele é um romeno que na segunda guerra é confundido com um judeu. Vai preso. Depois o confundirão com várias "raças" até que ao final vai a julgamento como um nazista!!! O filme é tão improvável, tão absurdo que se torna até cômico. Uma bobagem gigantesca. Ah! No começo Quinn dança! Como Zorba, claro! Nota 4.
   SOLARIS de Andrei Tarkovski
Poucos filmes mexeram tanto comigo. Ele me deixou muito introspectivo, triste, me sentindo isolado. A verdade é que me identifiquei com o personagem central. O filme fala das coisas que mais me absorvem: tempo, memória, amor e imaginação. É um filme chato, preciso dizer isso. Mas que consegue nos dar alguns momentos de beleza sublime. Romântico então, verdadeiramente romântico. Nota 9.
   CAÇA AOS GANGSTERS de Ruben Fleischer com Josh Brolin, Ryan Gosling, Sean Penn e Nick Nolte
Pessoas que nada entendem de filmes falaram que este era um film noir. Onde? É um filme de gangster! O filme noir tem um homem sózinho, confuso, tentando desvendar um mistério. O filme de gangster, que foi criado em 1930 com Scarface e Public Enemy, fala de grupo de tiras lutando contra uma organização criminosa. É este o caso. E devo falar que é um bom filme. O roteiro é bastante fraco mas ele é salvo pela direção cheia de ritmo e sem frescuras de Ruben. Josh Brolin é perfeito. Tem voz e rosto de homem, passa a sensação de verdade. Já Ryan está no filme errado. Parece um menino vestido com o terno do pai e fumando escondido. Sean Penn imita De Niro em seus piores dias. Parece Dustin Hoffman em Dick Tracy. Mesmo assim este filme, de visual lindo, diverte e nunca cansa. Um adendo: Que época é esta em que vivemos? Cenas de violência são mostradas em detalhes pornô e cenas de sexo são feitas com lingerie e puritanismo. Why? Porque sexo só pode existir em filme "doentio"? Sempre vindo em embalagem de mal, de distúrbio e de doença? Porque seios, bundas e pênis nunca surgem em filmes alegres, leves e pop? Mas corpos dilacerados e sangue jorrando podem? Welll....Dito isto, este filme vale um 6.
   UM DIA MUITO ESPECIAL de Ettore Scola com Sophia Loren e Marcello Mastroianni
Quase um milagre. Scola consegue fazer um filme tristíssimo que não entristece. Um filme hiper dificil que nunca aborrece. Um filme tipo teatro que não parece sufocar. Ele se passa em dois apartamentos e a trilha sonora é feita pelos sons do dia em que Hitler veio visitar a Itália de Mussolini. Sophia é mãe de filhos fascistas e tem um marido do partido. Marcello é um homossexual que foi expulso do trabalho por não ser " marido, pai e soldado". Os dois se conhecem e uma mudança acontece nela. Ou não? Scola dirige com uma delicadeza exuberante. Toda cena é suave, dolorida, desbotada. Nos assustamos com um fato: Como pode aquilo ocorrer? Todos, alegremente fascistas, comentando a beleza de Hitler, a sabedoria do Duce. Bem, falo agora dos dois atores. Sophia é uma grande atriz. Nas cenas finais ela comove em sua derrota. Ela está vencida, presa, humilhada. Mas é Marcello que atinge o sublime. Nunca assisti um retrato tão perfeito de um homossexual. Em cada movimento de suas mãos, de seus olhos, percebemos sua homossexualidade, sem caricatura, sem exagero, sem nada de ofensivo, natural. Quanta melancolia naquele homem, quanta raiva muda. Lembro que em 1977 ele concorreu ao Oscar e o perdeu para Richard Dreyfuss em The Goodbye Girl. Dreyfuss estava ótimo, mas isso aqui é histórico! Um belo filme. Nota 8.

O LADO BOM DA VIDA/ HITCHCOCK/ SOPHIA LOREN/ REVOLUÇÃO SEXUAL

   O LADO BOM DA VIDA de David O. Russel com Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Chris Tucker, Jacki Weaver
Um casal de desajustados anda pelas ruas. Ele tem saudades da ex-esposa. Lentamente esse novo casal, que foi apresentado por amigos, vai se envolvendo. Mas seus problemas emotivos costumam atrapalhar tudo e dar ao filme seus momentos de humor. Poderia esse ser um resumo de Manhattan ou de Annie Hall. Mas infelizmente não é. O filme é este O Lado Bom da Vida. Ele não é ruim. É um filme muito gracinha. Um fofo. Um querido. Mas é ao mesmo tempo profundamente conservador, careta, reaça, antigo. Isento de sexo, de crítica social, de qualquer sinal de ousadia. Por que cobro ousadia deste filme? Porque me irrita essa coisa de se colocar gente pseudo-moderninha, gente com problemas "modernos" em filmes que no fundo são tão comodistas. Transforme o cara num alcoólatra vulgar no lugar de ser um bipolar, e transforme a mocinha numa descasada com roupas comuns e voce terá um filme de Doris Day. Mas dá pra ver algo de ainda pior. É uma comédia sem graça e um drama sem seriedade. E Jennifer Lawrence, por favor!, nada faz de especial, é uma atuação de rotina. A indústria resolveu que ela é a Jennifer da vez e poderá ganhar o Oscar numa atuação tão comum como as que premiaram Gwyneth Paltrow e Reese Witherspoon. O filme é de Mr.Cooper, e nos limites do roteiro pobre, ele se sai bem. Aliás se assistirmos ao filme esquecendo do absurdo de suas 8 indicações ( antigamente 8 indicações era coisa só para filmes excelentes ), poderemos ver um bom filme tipo Sessão da Tarde. Os personagens são simpáticos e torcemos pela mocinha e pelo mocinho. Torcemos mesmo. A gente sente peninha deles. O que nunca aconteceu com os personagens de Woody Allen. A gente pode odiar, mas nunca sente dó de Annie Hall e de Alvin. Escuta gente: a neurose foi extinta? Cooper nada tem de neurótico. Ele nada questiona, nada critica, não vai fundo em nada, nada tem a dizer. Nem chato ele é! Ele apenas sofre com seu TOC e fica nessa coisa de manias e obsessão. Não estou falando que ser neurótico é cool. Apenas digo que cada época tem sua doença e que hoje temos TOC e deprê. Em 1976 era a neurose. Talvez não tenhamos mais neuróticos porque não há bons comprimidos para eles. A neurose é traço da alma, não tem como curar. Não é sintoma, é um caráter. Termino dizendo que cada geração tem seu Annie Hall. Em 1989 foi Harry e Sally e em 2013 é este filme. Ah, ia esquecendo, De Niro faz De Niro de novo. Nota 6.
   HITCHCOCK de Sacha Gervase com Anthony Hopkins, Helen Mirren, Scarlet Johanson, Toni Colette, Jessica Biel e James D'Arcy
Tem uma comovente imitação de Anthony Perkins feita por James D'Arcy. E um belo retrato de Hitch por um Hopkins contido. Como em todo filme que tem sua presença, Helen Mirren engole todo o elenco e domina o filme. Sem forçar. Scarlet imita Janet Leigh. A esposa de Tony Curtis era tão adorável que fazendo Leigh até Scarlet ficou mais humana. O filme é uma delicia. O momento em que a trilha de Bernard Herrman comparece na cena do chuveiro em Psycho é sublime. Um adendo: crianças que começaram a ver filmes agora tendem a não compreender o porque de tanta idolatria por Hitchcock. Ora meus novatos, todos os filmes que voces amam são hitchcockianos! O mestre inglês foi o cara que criou o cinema como "manipulação das emoções do público". Filmes planejados para dar emoções e reações a seu público. Hitch não contava histórias, ele criava sensações. Esse é o cinema, quando bom, de agora. Este filme cria uma sensação: a de testemunharmos a criação de um filme ícone. Nota 8.
   VÍCIOS PRIVADOS, VIRTUDES PÚBLICAS de Miklós Jancsó
Nudez frontal feminina e masculina todo o tempo. Masturbação explícita. Só dois cenários: um jardim e um salão. Um fiapo de história: dois jovens herdeiros resolvem sabotar o reino dopando toda a nobreza e fotografando uma orgia com duques, barões etc. Esse será o estopim da revolução. Jancsó é considerado por alguns o maior diretor do cinema húngaro. Foi famoso nos anos 60/70, e este filme, de 1976, tem a cara da década mais doida, é exagerado, otimista, tolo, brega, sem noção, despudorado, sujo e feio. E chato. Não tem história, não tem emoção, não tem nada. Tudo o que vemos são pênis, seios, muitas bundas, vaginas, e ouvimos risos, risos e mais risos. Hora e meia de uma cena dionisíaca. Seria bom estar lá, assistir cansa. Houve um tempo em que se tinha a certeza de que toda a tristeza do mundo vinha da repressão ao sexo. Liberando o sexo haveria naturalmente uma renascença. Os seres, livres, fariam uma revolução social e implantariam um socialismo libertário no planeta. Todos seriam felizes, sem patrões e com muito sexo. Essa era a fé da década. Daí seu otimismo. Jamais imaginaram que a liberdade sexual seria usada como produto e o gozo como objetivo em si-mesmo. Cães copulam a vontade e nem por isso são mais ou menos revolucionários. A liberdade é coisa muito mais individualista que a geração dos anos 60 queria crer. Não darei nota porque isto não é cinema. É uma tese.
   A BELA MOLEIRA de Mario Camerini com Sophia Loren, Marcello Mastroianni e Vittorio de Sica
Não seria Sophia a maior estrela do cinema mundial ainda viva? Felizmente viva. Ela é tão grande quanto Audrey, Liz Taylor ou Brigitte Bardot. De todas é a mais sensual, carnal, saudável. Uma festa na tela. Aqui, muito jovem e ao lado do sempre brilhante Marcello, ela faz uma camponesa que por ser bonita não padece dos impostos cobrados pelos invasores espanhóis na Nápoles de 1700. Marcello é seu marido, um malandro que começa a sentir ciúmes. É apenas isso, um alegre passatempo sobre a bella e alegre Itália. A direção é bastante tosca, mas os atores nos dão calor e encanto. Vale a pena. Nota 6.