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O MAIS ICÔNICO DOS FILMES GAYS: REBEL WITHOUT A CAUSE, FILME DE NICHOLAS RAY COM JAMES DEAN. ( QUE ATOR HOJE NÃO IMITA JAMES DEAN? )
O filme começa numa longa, e muito aborrecida, sequência numa delegacia. Clichés sobre clichés são derramados sobre nossos ouvidos. Isso porque hoje, em 2021, estamos realmente cansados dessa conversa de "meus pais não ligam pra mim". Mas em 1955, isso era uma enorme novidade. Okay, já disse que a sequência é chata, mas lá está James Dean e nós logo sentimos o óbvio: ele é Ethan Hawke. Jared Leto. Joaquim Phoenix. E um inesgotável etc. Fato muito interessante: a geração de Jack e Al e Warren amava James Dean mas não o imitava de modo tão explícito. A geração que começou nos anos 90-2000 repete cada gesto, cada olhar, cada tom de voz do ator de 1955. ------------- James Dean, como por exemplo Joaquim Phoenix ou Christian Bale, durante todo o filme, nunca se senta num sofá simplesmente. Ele coloca as pernas no encosto e deixa a cabeça pendendo junto ao chão. James Dean não atira uma pedra ao longe, ele estica o braço atrás das costas e joga a pedra por detrás do pescoço. Ao abrir uma porta ele nunca pega a maçaneta e abre a porta, ele se joga contra a porta, torce o pulso e abre a porta se atirando ao espaço seguinte. Não há um único gesto de Dean que não seja "criativo". Ele interpreta o ato de fumar um cigarro como um malabarismo original. Ele não é apenas um ator, atua como artista. Não haveria o Coringa sem James Dean. ( Aliás seu raro riso no filme é Coringa em 100%. Um ruído de dor e de raiva ). -------------- Tudo que atores como Phoenix consideram cool nasceu aqui. -------- Eu escrevi abaixo sobre a hora certa de morrer? Bem....se vivo James Dean, pasmem!, teria a idade de Clint Eastwood!!!!! James Dean poderia estar vivo e ter feito filmes com Quentin Tarantino e Sidney Lumet. Talvez fosse ele o cara do Ultimo Tango. Ou não. Talvez ele não tivesse sido mais que um tipo de Montgomery Clift, o primeiro ator moderno do cinema, Clift o foi, mas morreu em 1967 doente e junkie, uma caricatura de si mesmo. James Dean morreu na hora certa. E levou Marlon Brando com ele. Pois há uma teoria que diz que Brando perdeu toda a motivação assim que Dean morreu. Fato: Brando foi um gênio enquanto Dean viveu. Competitivo ao extremo, Marlon precisava de alguém que corresse em sua raia. Outro fato: Brando nunca foi um adolescente. Mesmo em The Wild One ele parece adulto. James Dean não teve tempo de fazer um adulto. Outro fato interessante: Brando é perigoso sempre. James Dean não parece perigoso. Ele é carente. O tempo todo. Jovens de 2021 não são mais Marlon Brando. Não lembram em nada o rebelde feroz de The Wild One ou o Kowalski de Um Bonde Chamado Desejo. Mas eu convivo com bandos de James Dean todo dia. Jovens de sexualidade confusa, ressentidos, calados, quietos, deprimidos, sem onde ficar. Eu falei sexo? -------- Nicholas Ray era gay. Nos reprimidos anos 50. Se casou com Gloria Grahame, uma atriz mega sexy, eu a adoro, sou louco por ela, que era ninfo e bissexual. Sal Mineo, James Dean e Natalie Wood são os 3 astros deste filme. Dean morreria no ano seguinte. Sal Mineo, gay, teria uma vida de drogas e muita dor e seria assassinado nos anos 60. Natalie Wood teria casos com toda Hollywood, de Sinatra à Warren Beaty e morreria afogada no começo dos anos 80. Não se sabe até hoje se foi suicidio ou assassinato. ----------------- Faz pouco tempo que assisti um filme que tinha Kirk Douglas, Doris Day e Lauren Bacall. Kirk viveu mais de 100 anos. Doris chegou aos 97. Bacall aos 85. Os 3 morreram nesta década. Não há contraste maior entre os dois elencos. -------- Voltando a Ray, ele é o cara que fez Johnny Guitar, aquele western sobre duas lésbicas que se odeiam por se amarem. Sim, o cara era foda. E o que Nick Ray nos dá aqui? Um imenso filme gay. ----------------------- Na delegacia James Dean conhece Sal Mineo. E Mineo tem uma das atuações mais comoventes da história. Em cada cena nós vemos com clareza pornô o modo como ele se excita e se derrete na presença de Dean. A boca úmida à espera dos beijos e o coração aos pulos. Há uma cena que me fez gargalhar, e eu imagino como Nicholas Ray deve ter se divertido em ver os censores de Hollywood não perceberem nada...Sal Mineo encontra Dean no portão de casa e enquanto fala vai aproximando seu rosto de anjo do rosto de dor sem solução, de James Dean. Sal não fala, balbucia. Então James Dean entra em casa e o que vemos? O pai de Dean caído na escada com uma bandeja. USANDO UM AVENTAL ROSA COM FLORES AZUIS!!!!! Eu comecei a rir muito. É inacreditável. Então vem uma longa sequência que se traduz no desejo de Dean para que o pai seja menos maricas. ------------- Natalie Wood é outro caso perverso e delicioso. Ela passa todo o filme com uma expressão de quem precisa devorar um homem JÁ! E troca, alegremente, o namorado morto pelo desconhecido James Dean ( quem não ? ). O modo como Dean e Wood se beijam é extremamente 2021: ele pega a mão dela e a leva com ele. Sem palavras se beijam. E é isso. ------------- Estamos a séculos do elaborado flerte de Cary Grant ou Gary Cooper. -------------- Já para o fim do filme, Wood e Dean vão à uma casa abandonada. E, claro, cheio de ciúmes, Sal Mineo pede para entrar. Se forma um ménage. Dean é dos dois. Mas Sal é sadico. A turma do cara que morreu vem bater nele. Uma curra. Óbvio. Ah sim! Dennis Hopper tá na turma. Sendo o que sempre foi: um sádico maluco. -------- Posso ainda falar do beijo na boca que Natalie Wood dá no pai. E como ela fica furiosa quando ele não aceita o beijo. A menina precisa de um homem. Qualquer homem---------- Pouco antes de morrer o namorado de Natalie Wood, o chefe da gang que não aceita Dean e Sal por eles serem gays, só um bobo não nota isso, confessa que "gostou de conhecer Dean"....e morre no penhasco. Um macho que não aceita seu impulso gay latente e se pune por isso....kkkkkk....estou brincando? Ora, o filme é uma imensa brincadeira! Imagino como, na casa de Ray, ele e Gloria não riram pacas da seriedade das críticas dos jornais. ---------------------- Sociologicamente o filme é um monumento. Fala da primeira geração rica, a primeira leva de adolescentes na história do mundo a não ser obrigada a trabalhar desde os 14 anos. E com tempo livre, sem onde gastar sua energia, se perdem em dor, tédio e no futuro, em rock n roll. Nicholas Ray viu, genialmente, que haveria um outro componente, a carência emocional-sexual. Hormônios não gastos em esforço de trabalho ou guerra seriam soltos em desejo sexual febril. O filme é sobre um triângulo: um gay, um bissexual e uma ninfomaníaca. Exatamente como eram Ray, Gloria e James Dean. Como eram Marlon e Clift. -------------------- Uma comédia.
WESTERNS- DUNQUERQUE- CHURCHILL E MAIS
O DESTINO DE UMA NAÇÃO de Joe Wright com Gary Oldman e Kristin Scott Thomas.
Wright já é dono de uma carreira sólida. Ele faz filmes que prezam acima de tudo seus atores. E melhor, ele conta sua história sem se exibir. Quando deseja mostrar sua marca, faz travellings bonitos como aqui aqueles das ruas de Londres. Para quem ama a história inglesa, é obrigatório. Oldman está bem como sempre, Kristin também. O filme vai contra a maré do PC, ele retrata um homem velho, conservador, machista e branco. Dá um jeito de botar uma menina na história pra ficar mais anos 2000. A cena no Underground, fantasia pura, é linda. E brega. Funciona. Gostei muito. É um filme de cinema.
DUNKIRK de Christopher Nolan
A história real é um tipo de milagre. Tinha tudo para ser um massacre de civis e de soldados acuados. Não foi. Nolan faz aquilo que fez em todos os seus filmes: retira tudo de sensacional e faz de um ato de heroísmo uma coisa fria. O filme não tem emoção. De certo modo é um milagre de Nolan, transformar um dos momentos mais emocionantes do século XX, numa coisa bonita de se ver e fria de se sentir.
NAS MARGENS DO RIO GRANDE de Robert Parrish com Robert Mitchum
Mitchum é um americano que vive no Mexico. Cruza a fronteira de volta ao lar, mas logo se mete em confusão. O filme é muito esquisito. Na verdade falta uma história. Olhamos e não nos ligamos.
BARQUERO de Gordon Douglas com Lee Van Cleef e Warren Oates
Na velha TV Record, este filme passava todo mês. Nunca o vi na época, e não perdi nada. É uma porcaria. Uma tentativa americana de se fazer um faroeste italiano. Cleef é o macho alfa, um cara que cruza um rio numa barca. Oates o ladrão que precisa cruzar o rio. Cleef não deixa. Violento, bobo, sem história, tolo, histérico.
PAIXÃO DE BRAVO de Nicholas Ray com Susan Hayward, Robert Mitchum e Arthur Kennedy.
Vendido como western, mas não é. Se passa nos anos de 1950, que é quando foi feito. Mitchum, excelente com seu rosto de derrotado, é uma ex estrela de rodeio. Kennedy e Hayward são um casal de camponeses. Kennedy quer ser um astro, Mitchum o ajuda. O filme é maravilhoso, talvez o menos conhecido e o melhor de Ray. É um filme de estrada, com um preto e branco lindo. Os atores estão perfeitos e até o tema, desagradável, nos seduz. Nos anos 60-70-80, Ray era considerado um gênio. Nunca foi. Estará hoje esquecido? Voce assiste este filme, gosta do que vê, e quando ele acaba sente ter estado diante de um grande, grande filme.
FORA DAS GRADES de Nicholas Ray com James Cagney.
Outro grande ator e outro filme pouco conhecido de Ray. Cagney, agressivo e agitado, é um ex prisioneiro que vira sheriff numa cidade do oeste. A história é simples e cheia de ação e o filme é uma diversão ótima. E ainda com um belo subtema sobre moral. Veja.
Wright já é dono de uma carreira sólida. Ele faz filmes que prezam acima de tudo seus atores. E melhor, ele conta sua história sem se exibir. Quando deseja mostrar sua marca, faz travellings bonitos como aqui aqueles das ruas de Londres. Para quem ama a história inglesa, é obrigatório. Oldman está bem como sempre, Kristin também. O filme vai contra a maré do PC, ele retrata um homem velho, conservador, machista e branco. Dá um jeito de botar uma menina na história pra ficar mais anos 2000. A cena no Underground, fantasia pura, é linda. E brega. Funciona. Gostei muito. É um filme de cinema.
DUNKIRK de Christopher Nolan
A história real é um tipo de milagre. Tinha tudo para ser um massacre de civis e de soldados acuados. Não foi. Nolan faz aquilo que fez em todos os seus filmes: retira tudo de sensacional e faz de um ato de heroísmo uma coisa fria. O filme não tem emoção. De certo modo é um milagre de Nolan, transformar um dos momentos mais emocionantes do século XX, numa coisa bonita de se ver e fria de se sentir.
NAS MARGENS DO RIO GRANDE de Robert Parrish com Robert Mitchum
Mitchum é um americano que vive no Mexico. Cruza a fronteira de volta ao lar, mas logo se mete em confusão. O filme é muito esquisito. Na verdade falta uma história. Olhamos e não nos ligamos.
BARQUERO de Gordon Douglas com Lee Van Cleef e Warren Oates
Na velha TV Record, este filme passava todo mês. Nunca o vi na época, e não perdi nada. É uma porcaria. Uma tentativa americana de se fazer um faroeste italiano. Cleef é o macho alfa, um cara que cruza um rio numa barca. Oates o ladrão que precisa cruzar o rio. Cleef não deixa. Violento, bobo, sem história, tolo, histérico.
PAIXÃO DE BRAVO de Nicholas Ray com Susan Hayward, Robert Mitchum e Arthur Kennedy.
Vendido como western, mas não é. Se passa nos anos de 1950, que é quando foi feito. Mitchum, excelente com seu rosto de derrotado, é uma ex estrela de rodeio. Kennedy e Hayward são um casal de camponeses. Kennedy quer ser um astro, Mitchum o ajuda. O filme é maravilhoso, talvez o menos conhecido e o melhor de Ray. É um filme de estrada, com um preto e branco lindo. Os atores estão perfeitos e até o tema, desagradável, nos seduz. Nos anos 60-70-80, Ray era considerado um gênio. Nunca foi. Estará hoje esquecido? Voce assiste este filme, gosta do que vê, e quando ele acaba sente ter estado diante de um grande, grande filme.
FORA DAS GRADES de Nicholas Ray com James Cagney.
Outro grande ator e outro filme pouco conhecido de Ray. Cagney, agressivo e agitado, é um ex prisioneiro que vira sheriff numa cidade do oeste. A história é simples e cheia de ação e o filme é uma diversão ótima. E ainda com um belo subtema sobre moral. Veja.
LOGAN - ANTHONY MANN - KIRK DOUGLAS - BOGART
UMA NOITE COM MEU EX-SOGRO de Gavin Wiesen com J.K. Simmons e Emile Hirsch.
Parece mas não é uma comédia boba. O filme narra a odisseia de um dia de um pai procurando sua filha. Ele é um milionário cinquentão, seguro e objetivo, e para a encontrar conta com a ajuda do ex namorado da filha, um jovem inseguro, alternativo e sem rumo. Há aqui uma leve crítica aos atuais jovens da geração nascida em 1991-1997. O cara é um vegano alérgico militante solitário loser. Já o pai é o cara dos anos 80: seguro materialista forte bem sucedido. Dá pra assistir. Apesar de não fazer rir, não tem nenhuma cena constrangedora. O cinquentão lembra muito meus amigos dos anos 80.
LOGAN de James Mangold com Hugh Jackman e Patrick Stewart.
Este filme exibe a morte do cinema. Enquanto o tal "cinema" se ocupa de seus filmecos relevantes ( que nada mais são que vírus fatais para o cinema ), filmes maravilhosos como este são esnobados pelos "críticuzinhos". Logan é um grande filme visto sob qualquer ponto de vista. É grande como história, como interpretações, como diversão séria e como peça de arte. Será solenemente esquecido pelo oscarzinho. O tempo irá o preservar. É pra sempre.
VELOZES E FURIOSOS 8 de F.Gary Gray com Vin Diesel, Dwayne Johnson, Jason Statham e Charlize Theron.
O criticuzinho joga Logan no mesmo saco de lixo que este filme. O que mostra o preconceito asqueroso do tal escriba. Este é um filme mal escrito, mal interpretado e com várias cenas chatas. Os americanos não entendem porque esta série faz tanto sucesso no mundo fora dos USA. Simples: ele mostra um mundo que para os USA é banal, mas que para o resto do mundo é fascinante. O mundo dos carros top, da ação top e das ruas top.
NO SILÊNCIO DA NOITE de Nicholas Ray com Humphrey Bogart e Gloria Grahame.
O que se pode falar de um filme que é perfeito...Bogey está em seu auge neste drama tristíssimo sobre um roteirista de cinema violento. Gloria é a mulher que poderia o salvar, mas ela não segura a barra. Ray dirige com amor e com tato, muito tato, e nós vemos as imagens como um tipo de sonho ruim. Este filme foi considerado banal em seu tempo, hoje é uma obra-prima. Penso que o tempo é o grande justiceiro da arte. Quem nunca o viu não faz ideia do que está a perder.
O CAMINHO DA TENTAÇÃO de Andre de Toth com Dick Powell, Lizabeth Scott e Raymond Burr.
Um cara comum, pai de família, tem um caso fora do casamento. Ele o termina, mas mesmo assim esse caso continua a o assombrar. É moralista, mas é bom. Tem suspense, Powell está ótimo e Scott não é uma femme fatale. A amante é a mais inocente na história. Belo filme.
ATÉ A VISTA, QUERIDA de Edward Dmytryck com Dick Powell e Claire Trevor.
Há quem o ache o melhor Raymond Chandler do cinema. Eu acho-o muito confuso. De qualquer modo tem a fotografia mais noir da história. E Powell faz o Marlowe que Chandler mais gostou. Reviravoltas a granel e muitas cenas de desmaio.
O INVENCÍVEL de Mark Robson com Kirk Douglas e Arthur Kennedy.
É o filme que influenciou Scorsese e seu Raging Bull. Kirk virou estrela aqui, fazendo um cara ambicioso que vira campeão de boxe. As cenas no ring são perfeitas, nervosas, ágeis. E o filme, como um todo é brilhante. Kirk Douglas cria sua persona neste filme e será para sempre este violento e passional barril de pólvora. Um clássico e um dos filme que fez do boxe o esporte do cinema.
CONSPIRAÇÃO de Anthony Mann com Dick Powell e Adolphe Menjou.
Uma obra-prima de um diretor maravilhoso. Anthony Mann ficou famoso pelos seus westerns, mas antes disso, ele fez este suspense à Hitchcock. O presidente Lincoln poderá ser morto antes de assumir a presidência. Dentro de um trem, um detetive tenta chegar a Baltimore antes que Lincoln seja morto lá. Mas ninguém crê nele, e todos tentam o capturar achando que ele é um bandido. O filme fala de racismo, de politica, de guerra e de intolerância ideológica. E é uma aula de direção de cenas. Powell dá seu melhor desempenho.
Parece mas não é uma comédia boba. O filme narra a odisseia de um dia de um pai procurando sua filha. Ele é um milionário cinquentão, seguro e objetivo, e para a encontrar conta com a ajuda do ex namorado da filha, um jovem inseguro, alternativo e sem rumo. Há aqui uma leve crítica aos atuais jovens da geração nascida em 1991-1997. O cara é um vegano alérgico militante solitário loser. Já o pai é o cara dos anos 80: seguro materialista forte bem sucedido. Dá pra assistir. Apesar de não fazer rir, não tem nenhuma cena constrangedora. O cinquentão lembra muito meus amigos dos anos 80.
LOGAN de James Mangold com Hugh Jackman e Patrick Stewart.
Este filme exibe a morte do cinema. Enquanto o tal "cinema" se ocupa de seus filmecos relevantes ( que nada mais são que vírus fatais para o cinema ), filmes maravilhosos como este são esnobados pelos "críticuzinhos". Logan é um grande filme visto sob qualquer ponto de vista. É grande como história, como interpretações, como diversão séria e como peça de arte. Será solenemente esquecido pelo oscarzinho. O tempo irá o preservar. É pra sempre.
VELOZES E FURIOSOS 8 de F.Gary Gray com Vin Diesel, Dwayne Johnson, Jason Statham e Charlize Theron.
O criticuzinho joga Logan no mesmo saco de lixo que este filme. O que mostra o preconceito asqueroso do tal escriba. Este é um filme mal escrito, mal interpretado e com várias cenas chatas. Os americanos não entendem porque esta série faz tanto sucesso no mundo fora dos USA. Simples: ele mostra um mundo que para os USA é banal, mas que para o resto do mundo é fascinante. O mundo dos carros top, da ação top e das ruas top.
NO SILÊNCIO DA NOITE de Nicholas Ray com Humphrey Bogart e Gloria Grahame.
O que se pode falar de um filme que é perfeito...Bogey está em seu auge neste drama tristíssimo sobre um roteirista de cinema violento. Gloria é a mulher que poderia o salvar, mas ela não segura a barra. Ray dirige com amor e com tato, muito tato, e nós vemos as imagens como um tipo de sonho ruim. Este filme foi considerado banal em seu tempo, hoje é uma obra-prima. Penso que o tempo é o grande justiceiro da arte. Quem nunca o viu não faz ideia do que está a perder.
O CAMINHO DA TENTAÇÃO de Andre de Toth com Dick Powell, Lizabeth Scott e Raymond Burr.
Um cara comum, pai de família, tem um caso fora do casamento. Ele o termina, mas mesmo assim esse caso continua a o assombrar. É moralista, mas é bom. Tem suspense, Powell está ótimo e Scott não é uma femme fatale. A amante é a mais inocente na história. Belo filme.
ATÉ A VISTA, QUERIDA de Edward Dmytryck com Dick Powell e Claire Trevor.
Há quem o ache o melhor Raymond Chandler do cinema. Eu acho-o muito confuso. De qualquer modo tem a fotografia mais noir da história. E Powell faz o Marlowe que Chandler mais gostou. Reviravoltas a granel e muitas cenas de desmaio.
O INVENCÍVEL de Mark Robson com Kirk Douglas e Arthur Kennedy.
É o filme que influenciou Scorsese e seu Raging Bull. Kirk virou estrela aqui, fazendo um cara ambicioso que vira campeão de boxe. As cenas no ring são perfeitas, nervosas, ágeis. E o filme, como um todo é brilhante. Kirk Douglas cria sua persona neste filme e será para sempre este violento e passional barril de pólvora. Um clássico e um dos filme que fez do boxe o esporte do cinema.
CONSPIRAÇÃO de Anthony Mann com Dick Powell e Adolphe Menjou.
Uma obra-prima de um diretor maravilhoso. Anthony Mann ficou famoso pelos seus westerns, mas antes disso, ele fez este suspense à Hitchcock. O presidente Lincoln poderá ser morto antes de assumir a presidência. Dentro de um trem, um detetive tenta chegar a Baltimore antes que Lincoln seja morto lá. Mas ninguém crê nele, e todos tentam o capturar achando que ele é um bandido. O filme fala de racismo, de politica, de guerra e de intolerância ideológica. E é uma aula de direção de cenas. Powell dá seu melhor desempenho.
UM FILME PERFEITO- IN A LONELY PLACE.
Dixon Steele. Esse nome vai ficar na sua cabeça para sempre. Dix Steele é um roteirista em Hollywood. E é um homem violento. Faz tempo que ele não escreve um sucesso. Um produtor, num bar, pede que ele leia um livro e faça um roteiro a partir dele. Dix pede para que uma garota leia o livro e lhe conte a história. Essa moça vai à casa de Dix. E nessa mesma noite é encontrada morta.
Uma mulher diz que Dix passou toda aquela noite em casa. É sua vizinha. Mas mesmo com esse álibi, a polícia fica em cima dele. Então a vida sorri: a vizinha se apaixona por ele e ele por ela. Mas acontecem coisas que estragam o amor: Dix é violento, ciumento, impulsivo. Ela começa a pensar que ele pode ser o assassino...
O filme consegue fazer algo de muito raro: muda nosso foco. Antes o filme era Dix. Agora é dela, Laurel Gray. Tememos Dixon Steele ao lado dela. Ao final o assassino é pego. Mas o mal já foi feito. O amor foi quebrado. Dix e Laurel se perderam.
Uma frase famosa do filme: Nasci quando te conheci. Morri quando te perdi. Fui vivo enquanto te beijava. Bogart cruza o portão da casa e se vai sozinho. Ela diz: Adeus Dixon Steele...
Os filmes que fazem com que voce se apaixone pelo cinema não são os grandes filmes. São os filmes médios, comuns, que com o tempo se revelaram joias, lembranças, mementos da beleza que o cinema pode atingir. Este é um dos filmes, no lançamento considerado apenas mais um, que com o tempo se tornaram clássicos.
É um dos filmes favoritos de alguns amigos meus, e hoje o vejo pela segunda vez. Ele me toca. Tanto quanto na primeira vez.
Bogart nunca esteve mais real. É ele na tela. Seu desnudamento é completo. Gloria Grahame não fica atrás. Fascinante. O filme é de Nicholas Ray, o cara que descobriu James Dean. Tem de ser visto. É belo, é lindo, é inesquecível.
Uma mulher diz que Dix passou toda aquela noite em casa. É sua vizinha. Mas mesmo com esse álibi, a polícia fica em cima dele. Então a vida sorri: a vizinha se apaixona por ele e ele por ela. Mas acontecem coisas que estragam o amor: Dix é violento, ciumento, impulsivo. Ela começa a pensar que ele pode ser o assassino...
O filme consegue fazer algo de muito raro: muda nosso foco. Antes o filme era Dix. Agora é dela, Laurel Gray. Tememos Dixon Steele ao lado dela. Ao final o assassino é pego. Mas o mal já foi feito. O amor foi quebrado. Dix e Laurel se perderam.
Uma frase famosa do filme: Nasci quando te conheci. Morri quando te perdi. Fui vivo enquanto te beijava. Bogart cruza o portão da casa e se vai sozinho. Ela diz: Adeus Dixon Steele...
Os filmes que fazem com que voce se apaixone pelo cinema não são os grandes filmes. São os filmes médios, comuns, que com o tempo se revelaram joias, lembranças, mementos da beleza que o cinema pode atingir. Este é um dos filmes, no lançamento considerado apenas mais um, que com o tempo se tornaram clássicos.
É um dos filmes favoritos de alguns amigos meus, e hoje o vejo pela segunda vez. Ele me toca. Tanto quanto na primeira vez.
Bogart nunca esteve mais real. É ele na tela. Seu desnudamento é completo. Gloria Grahame não fica atrás. Fascinante. O filme é de Nicholas Ray, o cara que descobriu James Dean. Tem de ser visto. É belo, é lindo, é inesquecível.
O VENDEDOR DE ILUSÕES ( THE MUSIC MAN ) de Morton da Costa com Robert Preston, Shirley Jones e Hermione Gingold.
Um malandro, em 1910, chega à uma pequena cidade de Iowa e consegue vender para todas as pessoas instrumentos musicais. Um detalhe: ele não sabe nada de música e se diz professor e maestro. O filme é maravilhoso. Grande sucesso na Broadway, tiveram a sabedoria de manter Preston como estrela. Ele dá uma interpretação cativante. Amamos esse malandro. As canções são cantadas numa espécie de fala, um rap antes do tempo. Técnica difícil, letras elaboradas, uma coleção de grandes músicas de Meredith Wilson. ( Uma delas foi até regravada pelos Beatles ). O filme, com 3 horas de duração, é uma delicia todo o tempo. Festa para olhos e para o coração.
FOMOS OS SACRIFICADOS de John Ford com Robert Montgomery e John Wayne.
Comprei um box com filmes da segunda guerra. Este é um John Ford que ainda não havia saído em dvd no Brasil. Fala a história de um bando de marujos nas Filipinas que provam a utilidade das lanchas torpedeiras. Wayne faz o tipo impulsivo e Montgomery o ponderado. Não é um dos grandes filmes de John Ford. A impressão é que ele tenta fazer uma aventura ao estilo de Hawks e não consegue.
48 HORAS! de Alberto Cavalcanti com Leslie Banks e Elizabeth Allan.
Cavalcanti era brasileiro. Rico, foi para a Europa nos anos 20 fazer cinema. Primeiro na França e depois na Inglaterra, conseguiu se tornar um conceituado diretor. Voltou ao Brasil nos anos 50 para ajudar na Vera Cruz. Quando viu que a companhia paulista era um buraco, voltou à Europa, mas já sem a mesma pegada. Ainda pode ser considerado o diretor brasileiro de mais importância a trabalhar fora daqui. Ele tem clássicos feitos na França, na Inglaterra ( seu país favorito ) e na Alemanha. Este conta a invasão de uma cidadezinha inglesa por uma tropa de nazis disfarçados de soldados ingleses. A própria população irá descobrir a farsa. É um daqueles filmes que exalta a bravura do inglês comum em plena luta contra Hitler. É um bom filme.
THE STORY OF G.I. JOE de William Wellman com Robert Mitchum e Burgess Meredith
É uma obra-prima. Wellman serviu na primeira guerra na esquadrilha Lafayette, ou seja, ele pilotou contra o Barão Vermelho. Quando voltou aos EUA, sem ter o que fazer, entediado, foi fazer filmes. Se tornou um dos melhores diretores do cinema. Aqui ele tece o elogio ao soldado de infantaria, o cara que faz a parte mas suja, dura e cruel de uma guerra. Enquanto o piloto da aeronáutica morre limpo e como herói, o soldado vive na lama e morre na sujeira. É uma aventura suja, triste, cruel. Cheia de dor, lama, soldados que enlouquecem, chuva, e camaradagem. Wellman não alivia e faz uma obra tão corajosa como os melhores filmes neo realistas da época. Ele odeia a guerra e ama os soldados. O filme tem de ser visto e o considero um dos 5 melhores filmes sobre o assunto já feitos. Mitchum, bem jovem, está brilhante como um soldado desiludido.
PROIBIDO! de Samuel Fuller
Na Alemanha que se rende, o romance proibido entre um soldado americano e uma alemã. Em 1945 era proibido o contato entre soldados e a população alemã. Todo alemão era considerado um nazista. Eu não gosto de Fuller. Os franceses o chama de gênio desde os anos 50. Eu o acho exibido, exagerado, chato.
AMARGO TRIUNFO de Nicholas Ray com Richard Burton e Curt Jurgens.
Ray, o diretor de clássicos de James Dean e de Bogart, filma uma aventura no deserto da Libia. Burton é um soldado intelectual e cínico. Jurgens é um oficial que esconde sua covardia. Os dois amam a mesma mulher e partem para uma missão. Eles se odeiam e um tenta destruir o outro. Mais que os alemães, eles são seus inimigos. É um filme tenso, bastante cruel, amargo até o fim. Burton está ótimo em seu papel de pessimista. Jurgens rouba o filme. O comandante é ridículo sem ser caricato. A fotografia é ótima!
MERCENÁRIOS SEM GLÓRIA de Andre de Toth com Michael Caine e Nigel Davenport.
Que bela surpresa!!! Eis um filme de 1968 que brinca com os filmes dos anos 60 que mostravam equipes legais em missões perigosas. Aqui a equipe é suja, sem charme e feita por um bando de ladrões baratos. Menos Caine, que faz o elegante certinho, que segue a ética. A missão é suicida, claro, mas a conclusão é uma surpresa. O filme nada tem de engraçado, ele é sórdido. Andre de Toth foi um diretor americano que fez de tudo. Filmes de ficção científica que se tornaram clássicos, faroestes excelentes, policiais ótimos e até filmes de piratas. Nunca vi um filme seu que não fosse bom. E ele fez dúzias e dúzias. Este é mais que bom. É ótimo.
Um malandro, em 1910, chega à uma pequena cidade de Iowa e consegue vender para todas as pessoas instrumentos musicais. Um detalhe: ele não sabe nada de música e se diz professor e maestro. O filme é maravilhoso. Grande sucesso na Broadway, tiveram a sabedoria de manter Preston como estrela. Ele dá uma interpretação cativante. Amamos esse malandro. As canções são cantadas numa espécie de fala, um rap antes do tempo. Técnica difícil, letras elaboradas, uma coleção de grandes músicas de Meredith Wilson. ( Uma delas foi até regravada pelos Beatles ). O filme, com 3 horas de duração, é uma delicia todo o tempo. Festa para olhos e para o coração.
FOMOS OS SACRIFICADOS de John Ford com Robert Montgomery e John Wayne.
Comprei um box com filmes da segunda guerra. Este é um John Ford que ainda não havia saído em dvd no Brasil. Fala a história de um bando de marujos nas Filipinas que provam a utilidade das lanchas torpedeiras. Wayne faz o tipo impulsivo e Montgomery o ponderado. Não é um dos grandes filmes de John Ford. A impressão é que ele tenta fazer uma aventura ao estilo de Hawks e não consegue.
48 HORAS! de Alberto Cavalcanti com Leslie Banks e Elizabeth Allan.
Cavalcanti era brasileiro. Rico, foi para a Europa nos anos 20 fazer cinema. Primeiro na França e depois na Inglaterra, conseguiu se tornar um conceituado diretor. Voltou ao Brasil nos anos 50 para ajudar na Vera Cruz. Quando viu que a companhia paulista era um buraco, voltou à Europa, mas já sem a mesma pegada. Ainda pode ser considerado o diretor brasileiro de mais importância a trabalhar fora daqui. Ele tem clássicos feitos na França, na Inglaterra ( seu país favorito ) e na Alemanha. Este conta a invasão de uma cidadezinha inglesa por uma tropa de nazis disfarçados de soldados ingleses. A própria população irá descobrir a farsa. É um daqueles filmes que exalta a bravura do inglês comum em plena luta contra Hitler. É um bom filme.
THE STORY OF G.I. JOE de William Wellman com Robert Mitchum e Burgess Meredith
É uma obra-prima. Wellman serviu na primeira guerra na esquadrilha Lafayette, ou seja, ele pilotou contra o Barão Vermelho. Quando voltou aos EUA, sem ter o que fazer, entediado, foi fazer filmes. Se tornou um dos melhores diretores do cinema. Aqui ele tece o elogio ao soldado de infantaria, o cara que faz a parte mas suja, dura e cruel de uma guerra. Enquanto o piloto da aeronáutica morre limpo e como herói, o soldado vive na lama e morre na sujeira. É uma aventura suja, triste, cruel. Cheia de dor, lama, soldados que enlouquecem, chuva, e camaradagem. Wellman não alivia e faz uma obra tão corajosa como os melhores filmes neo realistas da época. Ele odeia a guerra e ama os soldados. O filme tem de ser visto e o considero um dos 5 melhores filmes sobre o assunto já feitos. Mitchum, bem jovem, está brilhante como um soldado desiludido.
PROIBIDO! de Samuel Fuller
Na Alemanha que se rende, o romance proibido entre um soldado americano e uma alemã. Em 1945 era proibido o contato entre soldados e a população alemã. Todo alemão era considerado um nazista. Eu não gosto de Fuller. Os franceses o chama de gênio desde os anos 50. Eu o acho exibido, exagerado, chato.
AMARGO TRIUNFO de Nicholas Ray com Richard Burton e Curt Jurgens.
Ray, o diretor de clássicos de James Dean e de Bogart, filma uma aventura no deserto da Libia. Burton é um soldado intelectual e cínico. Jurgens é um oficial que esconde sua covardia. Os dois amam a mesma mulher e partem para uma missão. Eles se odeiam e um tenta destruir o outro. Mais que os alemães, eles são seus inimigos. É um filme tenso, bastante cruel, amargo até o fim. Burton está ótimo em seu papel de pessimista. Jurgens rouba o filme. O comandante é ridículo sem ser caricato. A fotografia é ótima!
MERCENÁRIOS SEM GLÓRIA de Andre de Toth com Michael Caine e Nigel Davenport.
Que bela surpresa!!! Eis um filme de 1968 que brinca com os filmes dos anos 60 que mostravam equipes legais em missões perigosas. Aqui a equipe é suja, sem charme e feita por um bando de ladrões baratos. Menos Caine, que faz o elegante certinho, que segue a ética. A missão é suicida, claro, mas a conclusão é uma surpresa. O filme nada tem de engraçado, ele é sórdido. Andre de Toth foi um diretor americano que fez de tudo. Filmes de ficção científica que se tornaram clássicos, faroestes excelentes, policiais ótimos e até filmes de piratas. Nunca vi um filme seu que não fosse bom. E ele fez dúzias e dúzias. Este é mais que bom. É ótimo.
OLIVER REED/ STEVE CARELL/ SCOLA/ NICHOLAS RAY
DEPOIS QUE TUDO TERMINOU de Michael Winner com Oliver Reed, Carol White, Orson Welles
Um publicitário bem sucedido larga tudo e volta a seu emprego antigo, editor de uma pequena revista literária. No processo ele abandona esposa, filha e duas amantes. Mas antigos contatos são insistentes...Os primeiros 50 minutos deste filme são gloriosos! Winner filma com vida, calor, dá movimento a tudo, surpreende com cortes magníficos. Mas ele não é um gênio e portanto não pode manter esse ritmo. O filme cai em seu tempo final. Mesmo assim jamais se torna banal, é um dos grandes filmes de seu tempo. Belo retrato da Londres de 1966, tem montes de cenas nas ruas. Winner prometia muito em seus primeiros filmes, mas naufragou. Nos anos 70 filmaria coisas com Charles Bronson. Oliver Reed era um dos atores não-shakespeareanos da época. Ele e Michael Caine trouxeram as ruas inglesas para as telas. Carol White era adorável. O filme dá vontade de ver outra vez. Nota 9.
A TERRA DO NUNCA-A ORIGEM de Nick Willing com Rhys Ifan
Conversei com um amigo sobre a "falta da mentira", teoria de Wilde que na verdade é de Ruskin. Veja: o realismo mata o futuro. Explico. Quando um cineasta faz um filme que é "real", ele comete dois erros: primeiro que o real é incapturável. Segundo que o real é estéril. Ele pode até ser impactante, mas não fertiliza mentes. Umberto D é magnífico, mas De Sica é eterno pela poesia real e mentirosa de Ladrões de Bicicleta. O cinema de hoje morre em realidades tolas. Veja este filme. Pegaram Peter Pan e resolveram reescrever. O que fizeram? Deram explicações para tudo. Mataram o mito. Acho que foi Jung quem disse que o mundo moderno caça e mata mitos. Aqui Peter é um ladrão de rua. Gancho é o chefe do bando. E Neverland é um globo que caiu do céu. Ou seja, tudo é explicado da forma menos "mentirosa" possível. O nome disso? Falta de coragem. O efeito? Pasmaceira. Peter Pan, o livro, o desenho, tem milhares de significados, de possibilidades. Aqui temos apenas uma verdade. É isso e fim. A nota? É Zero e cale a boca.
O HOMEM DO SPUTNIK de Carlos Manga com Oscarito, Jô Soares e Norma Bengell
O satélite russo cai no galinheiro de um caipira. Ele passa a ser paparicado por todos, russos, americanos e franceses. Jô Soares, jovem, faz uma soberba imitação do que seria um americano típico. Quem rouba o filme é Norma. Imita Brigitte Bardot e compõe uma das mulheres mais sensuais que o cinema já mostrou. Suas cenas explodem de lascívia ( nunca usei essa palavra ). O filme vale por ela. Nota 5.
A VINGANÇA DE MILADY de Richard Lester com Michael York, Faye Dunaway, Oliver Reed, Richard Chamberlain
É uma grande produção e é um grande desastre. Em meio a ação, Lester, diretor dos filmes dos Beatles, não consegue manter nenhum interesse. Além do que York é um herói fraco. Faye se salva, está bonita e transpira maldade. A impressão é que ela está no filme errado. Ah sim, o tema são Os 3 Mosqueteiros. O filme vale um zero.
PROCURA-SE UM AMIGO PARA O FIM DO MUNDO de Lorene Scafaria com Steve Carell e Keira Knightley
Faltam 3 semanas para o fim do mundo. Steve, faz um cara down como sempre, é abandonado pela esposa. A população pira. Pessoas se drogam, crianças bebem, muita gente rouba. Ele conhece uma moça doidinha ( como sempre. Hal Ashby criou uma tradição ). Ela quer ir ver os pais, vão juntos. É um filme tipico dos anos 70, fala de estradas novas e de romper laços; mas claro, tem o estilo de 2012, é vazio e nada tem a dizer. Mas se mantém, por um fio não afunda. Triste, tem uma cena linda ao som de The air that i breathe dos Hollies. A moça é fã de vinis e fala uma frase bonita sobre o que eles significam. Mas é gozado: isso é tudo o que ela tem, seus discos, mais nada. O final não é feliz, é o fim. Este filme passou por aqui? Não lembro. Vale a pena. Nota 6.
A VIAGEM DO CAPITÃO TORNADO de Ettore Scola com Massimo Troisi, Ornela Mutti, Emmanuelle Beart e Vincent Perez
Que lindas são Ornella e Beart!!!! O filme fala de uma troupe de atores, que em carroça se apresenta em meio ao kaos do século XVI. Todo filmado em cenários fechados, ele tem um clima de sonho. Troisi, que morreria jovem logo após fazer O carteiro e o Poeta, domina o filme. É um ator maravilhoso. Tinha o dom de parecer comum, o que é raro em atores. Nota 7.
A BELA DO BAS-FOND de Nicholas Ray com Robert Taylor, Cyd Charisse e Lee J. Cobb
Voce se lembra de Os Intocáveis de De Palma? Lembra da cena do taco de beisebol? Foi tirada daqui. Lee J. Cobb numa reunião mata com um pedaço de ferro um dos mafiosos da familia. A cena é a mesma. Este fala de um advogado que trabalha para a máfia. Seu mundo muda ao se apaixonar por garota de programa. Taylor tem o papel de sua vida. Duro como pedra, amoral, vemos lentamente, dia a dia, sua consciência começar a rugir. Ray dirige de forma explêndida. O filme não cessa de caminhar em sua trilha feita de crueldade e de cinismo. De ruim, as cenas musicais, são 3 cenas chatas. Mas duram apenas dois minutos, os outros cem compõe um dos fortes filmes noir. O tema de Ray está todo aqui: seus filmes falam de gente torta no lugar errado. Nota 8.
Um publicitário bem sucedido larga tudo e volta a seu emprego antigo, editor de uma pequena revista literária. No processo ele abandona esposa, filha e duas amantes. Mas antigos contatos são insistentes...Os primeiros 50 minutos deste filme são gloriosos! Winner filma com vida, calor, dá movimento a tudo, surpreende com cortes magníficos. Mas ele não é um gênio e portanto não pode manter esse ritmo. O filme cai em seu tempo final. Mesmo assim jamais se torna banal, é um dos grandes filmes de seu tempo. Belo retrato da Londres de 1966, tem montes de cenas nas ruas. Winner prometia muito em seus primeiros filmes, mas naufragou. Nos anos 70 filmaria coisas com Charles Bronson. Oliver Reed era um dos atores não-shakespeareanos da época. Ele e Michael Caine trouxeram as ruas inglesas para as telas. Carol White era adorável. O filme dá vontade de ver outra vez. Nota 9.
A TERRA DO NUNCA-A ORIGEM de Nick Willing com Rhys Ifan
Conversei com um amigo sobre a "falta da mentira", teoria de Wilde que na verdade é de Ruskin. Veja: o realismo mata o futuro. Explico. Quando um cineasta faz um filme que é "real", ele comete dois erros: primeiro que o real é incapturável. Segundo que o real é estéril. Ele pode até ser impactante, mas não fertiliza mentes. Umberto D é magnífico, mas De Sica é eterno pela poesia real e mentirosa de Ladrões de Bicicleta. O cinema de hoje morre em realidades tolas. Veja este filme. Pegaram Peter Pan e resolveram reescrever. O que fizeram? Deram explicações para tudo. Mataram o mito. Acho que foi Jung quem disse que o mundo moderno caça e mata mitos. Aqui Peter é um ladrão de rua. Gancho é o chefe do bando. E Neverland é um globo que caiu do céu. Ou seja, tudo é explicado da forma menos "mentirosa" possível. O nome disso? Falta de coragem. O efeito? Pasmaceira. Peter Pan, o livro, o desenho, tem milhares de significados, de possibilidades. Aqui temos apenas uma verdade. É isso e fim. A nota? É Zero e cale a boca.
O HOMEM DO SPUTNIK de Carlos Manga com Oscarito, Jô Soares e Norma Bengell
O satélite russo cai no galinheiro de um caipira. Ele passa a ser paparicado por todos, russos, americanos e franceses. Jô Soares, jovem, faz uma soberba imitação do que seria um americano típico. Quem rouba o filme é Norma. Imita Brigitte Bardot e compõe uma das mulheres mais sensuais que o cinema já mostrou. Suas cenas explodem de lascívia ( nunca usei essa palavra ). O filme vale por ela. Nota 5.
A VINGANÇA DE MILADY de Richard Lester com Michael York, Faye Dunaway, Oliver Reed, Richard Chamberlain
É uma grande produção e é um grande desastre. Em meio a ação, Lester, diretor dos filmes dos Beatles, não consegue manter nenhum interesse. Além do que York é um herói fraco. Faye se salva, está bonita e transpira maldade. A impressão é que ela está no filme errado. Ah sim, o tema são Os 3 Mosqueteiros. O filme vale um zero.
PROCURA-SE UM AMIGO PARA O FIM DO MUNDO de Lorene Scafaria com Steve Carell e Keira Knightley
Faltam 3 semanas para o fim do mundo. Steve, faz um cara down como sempre, é abandonado pela esposa. A população pira. Pessoas se drogam, crianças bebem, muita gente rouba. Ele conhece uma moça doidinha ( como sempre. Hal Ashby criou uma tradição ). Ela quer ir ver os pais, vão juntos. É um filme tipico dos anos 70, fala de estradas novas e de romper laços; mas claro, tem o estilo de 2012, é vazio e nada tem a dizer. Mas se mantém, por um fio não afunda. Triste, tem uma cena linda ao som de The air that i breathe dos Hollies. A moça é fã de vinis e fala uma frase bonita sobre o que eles significam. Mas é gozado: isso é tudo o que ela tem, seus discos, mais nada. O final não é feliz, é o fim. Este filme passou por aqui? Não lembro. Vale a pena. Nota 6.
A VIAGEM DO CAPITÃO TORNADO de Ettore Scola com Massimo Troisi, Ornela Mutti, Emmanuelle Beart e Vincent Perez
Que lindas são Ornella e Beart!!!! O filme fala de uma troupe de atores, que em carroça se apresenta em meio ao kaos do século XVI. Todo filmado em cenários fechados, ele tem um clima de sonho. Troisi, que morreria jovem logo após fazer O carteiro e o Poeta, domina o filme. É um ator maravilhoso. Tinha o dom de parecer comum, o que é raro em atores. Nota 7.
A BELA DO BAS-FOND de Nicholas Ray com Robert Taylor, Cyd Charisse e Lee J. Cobb
Voce se lembra de Os Intocáveis de De Palma? Lembra da cena do taco de beisebol? Foi tirada daqui. Lee J. Cobb numa reunião mata com um pedaço de ferro um dos mafiosos da familia. A cena é a mesma. Este fala de um advogado que trabalha para a máfia. Seu mundo muda ao se apaixonar por garota de programa. Taylor tem o papel de sua vida. Duro como pedra, amoral, vemos lentamente, dia a dia, sua consciência começar a rugir. Ray dirige de forma explêndida. O filme não cessa de caminhar em sua trilha feita de crueldade e de cinismo. De ruim, as cenas musicais, são 3 cenas chatas. Mas duram apenas dois minutos, os outros cem compõe um dos fortes filmes noir. O tema de Ray está todo aqui: seus filmes falam de gente torta no lugar errado. Nota 8.
LORAX/ BETTE DAVIS/ NICHOLAS RAY/ SIRK/ STATHAM/ WENDERS
O INTOCÁVEL de Boaz Yakin com Jason Statham
Adoro os filmes de Jason. Não são hiper produzidos, eles têm ação real e Jason luta como um chinês. Sabe se mover e tem leveza. Aqui ele é um lutador a beira do suicidio que é salvo ao se involver com uma menina chinesa que está sendo usada por mafiosos russos. Nada de especial no roteiro, mas a ação é de primeira. Uma diversão sem culpa. Nota 6.
O LORAX de Chris Renaud
É bom. Como todo desenho, tem uma mensagem certeira. No futuro tudo é de plástico e tudo é bonito e limpo. Mas por detrás disso, há um mundo destruído e morto. O ar é vendido por uma corporação que deseja manter tudo como está. Bem... como escrevi em outro lugar, crianças hoje carregam a missão de nos resgatar. Vejam o que fizemos kids! Reajam, pois nós desistimos. Eis a mensagem. É uma bela mensagem, claro. Melhor isso que o niilismo acomodado dos filmes adultos. Mas caramba! Um dia voltarão a fazer desenhos bobos e infantis? Nota 6
PETER PAN de Wilfred Jackson e Disney
Mítico. São dezenas de mensagens cifradas, montes de possibilidades poéticas. O menino que não quer crescer e a menina que não pode deixar de crescer. Alguém se vê neles? Bem vindos ao mundo de 2012. Não é uma obra-prima, mas é um ícone. Nota 8.
UM AMOR DE TESOURO de Andy Tennant com Mathew McConaughey, Kate Hudson e Donald Sutherland
Um casal brigado acha tesouro. Mas tem de disputar a descoberta com rivais "do mal". O cenário é estupendo. O filme é um café. Voce vai em um restaurante com sua namorada, vê umas vitrines e por fim assiste este filme. Um café: gostoso e tirado às dúzias toda hora. Mathew é simpático. Em tempos de melhores filmes pop ele seria rei. Kate envelhece mal. Sua mãe era melhor em tudo aquilo que ela tenta fazer. Donald apenas está lá. O filme não é ruim, é bobo. Nota 4.
ALMAS MACULADAS de Douglas Sirk com Rock Hudson, Dorothy Malone e Robert Stack
Um repórter alcoólatra se envolve com casal de aviadores de circo. São aqueles pilotos que se exibem em circos, fazem corridas e se arriscam. O filme mostra a condição patética do repórter. Ele ama sem ser amado, é desprezado pela mulher que ele ajuda. Se destrói. Mas ao final, é ele quem dá a volta por cima. Não é dos melhores Sirk, mas tem um Rock Hudson bem dirigido ( quem falou que ele era mal ator? ) e aquele clima fatalista que esse excelente diretor sabia tão bem criar. Nota 7.
PINA de Wim Wenders
Assisto mais uma vez e gosto mais ainda. Acachapante. A primeira cena com Stravinsky já te deixa zonzo. O filme não é apemas bom. Ele é uma aula emocionante sobre arte. O limite, a expressão e o risco. Pina Bausch ousava, errava, repetia, acertava. Os dançarinos-atores são magos. Cenas com água, humor com cachorro que late, mulheres que caem, retratos de sofrimento e de alegria. O filme te derruba, te impressiona. Os corpos vão ao limite. A alma se entrevê. Lindo. Nota 9.
AMARGA ESPERANÇA de Nicholas Ray com Farley Granger e Cathy O'Donnell
Famoso filme de Ray que antecipa a Nouvelle Vague. Godard amava este filme e há muito de Acossado nele. Sobre um ladrão que não consegue sair do mundinho podre onde ele vive. Mas o filme não é centrado em roubos ou em tiros, o que vemos é uma hiper triste história de amor. Amor tragédia, fadado ao absoluto fracasso. Nos incomoda ainda. É invulgar, original e melancólico. Nota 7.
MULHER MARCADA de Lloyd Bacon com Bette Davis e Humphrey Bogart
Atenção. Não é um tipico filme de Bogey. Ele aparece pouco e faz um promotor do bem. O filme é de Bette, ainda bonita e sexy, que faz uma prostituta que é usada por gangster. O que vemos é sua conscientização. O filme é esquemático e sem muito apelo. Mas é um prazer ver Bette em ação. Uma diva imensa, a única que poderia trombar com Kate Hepburn e vencer. Um filme curto, grosso e direto. Típico Warner anos 30. Nota 6.
Adoro os filmes de Jason. Não são hiper produzidos, eles têm ação real e Jason luta como um chinês. Sabe se mover e tem leveza. Aqui ele é um lutador a beira do suicidio que é salvo ao se involver com uma menina chinesa que está sendo usada por mafiosos russos. Nada de especial no roteiro, mas a ação é de primeira. Uma diversão sem culpa. Nota 6.
O LORAX de Chris Renaud
É bom. Como todo desenho, tem uma mensagem certeira. No futuro tudo é de plástico e tudo é bonito e limpo. Mas por detrás disso, há um mundo destruído e morto. O ar é vendido por uma corporação que deseja manter tudo como está. Bem... como escrevi em outro lugar, crianças hoje carregam a missão de nos resgatar. Vejam o que fizemos kids! Reajam, pois nós desistimos. Eis a mensagem. É uma bela mensagem, claro. Melhor isso que o niilismo acomodado dos filmes adultos. Mas caramba! Um dia voltarão a fazer desenhos bobos e infantis? Nota 6
PETER PAN de Wilfred Jackson e Disney
Mítico. São dezenas de mensagens cifradas, montes de possibilidades poéticas. O menino que não quer crescer e a menina que não pode deixar de crescer. Alguém se vê neles? Bem vindos ao mundo de 2012. Não é uma obra-prima, mas é um ícone. Nota 8.
UM AMOR DE TESOURO de Andy Tennant com Mathew McConaughey, Kate Hudson e Donald Sutherland
Um casal brigado acha tesouro. Mas tem de disputar a descoberta com rivais "do mal". O cenário é estupendo. O filme é um café. Voce vai em um restaurante com sua namorada, vê umas vitrines e por fim assiste este filme. Um café: gostoso e tirado às dúzias toda hora. Mathew é simpático. Em tempos de melhores filmes pop ele seria rei. Kate envelhece mal. Sua mãe era melhor em tudo aquilo que ela tenta fazer. Donald apenas está lá. O filme não é ruim, é bobo. Nota 4.
ALMAS MACULADAS de Douglas Sirk com Rock Hudson, Dorothy Malone e Robert Stack
Um repórter alcoólatra se envolve com casal de aviadores de circo. São aqueles pilotos que se exibem em circos, fazem corridas e se arriscam. O filme mostra a condição patética do repórter. Ele ama sem ser amado, é desprezado pela mulher que ele ajuda. Se destrói. Mas ao final, é ele quem dá a volta por cima. Não é dos melhores Sirk, mas tem um Rock Hudson bem dirigido ( quem falou que ele era mal ator? ) e aquele clima fatalista que esse excelente diretor sabia tão bem criar. Nota 7.
PINA de Wim Wenders
Assisto mais uma vez e gosto mais ainda. Acachapante. A primeira cena com Stravinsky já te deixa zonzo. O filme não é apemas bom. Ele é uma aula emocionante sobre arte. O limite, a expressão e o risco. Pina Bausch ousava, errava, repetia, acertava. Os dançarinos-atores são magos. Cenas com água, humor com cachorro que late, mulheres que caem, retratos de sofrimento e de alegria. O filme te derruba, te impressiona. Os corpos vão ao limite. A alma se entrevê. Lindo. Nota 9.
AMARGA ESPERANÇA de Nicholas Ray com Farley Granger e Cathy O'Donnell
Famoso filme de Ray que antecipa a Nouvelle Vague. Godard amava este filme e há muito de Acossado nele. Sobre um ladrão que não consegue sair do mundinho podre onde ele vive. Mas o filme não é centrado em roubos ou em tiros, o que vemos é uma hiper triste história de amor. Amor tragédia, fadado ao absoluto fracasso. Nos incomoda ainda. É invulgar, original e melancólico. Nota 7.
MULHER MARCADA de Lloyd Bacon com Bette Davis e Humphrey Bogart
Atenção. Não é um tipico filme de Bogey. Ele aparece pouco e faz um promotor do bem. O filme é de Bette, ainda bonita e sexy, que faz uma prostituta que é usada por gangster. O que vemos é sua conscientização. O filme é esquemático e sem muito apelo. Mas é um prazer ver Bette em ação. Uma diva imensa, a única que poderia trombar com Kate Hepburn e vencer. Um filme curto, grosso e direto. Típico Warner anos 30. Nota 6.
HARAKIRI/ WYLER/ GATO DE BOTAS/ LOSEY/ RAY/ REDGRAVE
HARAKIRI de Masaki Kobayashi
Estarrecedor. Vencedor do Oscar de filme estrangeiro, trata-se de uma obra-prima amarga. Através de angulos de câmera precisos e de um ritmo solene, o que assistimos é um retrato da vida em seu aspecto mais puro: a dor da fome e da quebra de um mundo. Samurais em tempo de paz são inuteis. Sem trabalho, passam fome, e envergonhados, pedem para que nobres os deixem praticar o harakiri em seus palácios. Um jovem é obrigado a se matar com espada de bambú, o que seria errado. Um outro samurai aparece para também se matar, mas antes conta sua história. A cena da morte por harakiri é bastante forte, aprendemos todo o ritual japonês. Mais terrível é a crítica social que há no filme, o harakiri como um modo de se eliminar guerreiros incômodos. Mas eles crêem nesse ritual e o seguem com exatidão. O filme tem a exibição de aspectos da vida que eram corajosamente mostrados pelo cinema japonês da época. O dilaceramento da carne e da alma exibidos em detalhes. Há uma cena em meio a bambuzal com vento que é uma das mais belas ( e terríveis ) cenas do cinema. Aqui Kobayashi atinge a perfeição. Nota DEZ.
O ZELADOR ANIMAL de Frank Coraci com Kevin James
O inominável. Kevin é um dos piores humoristas do mundo. Nota Zero Farenheit.
OS CAVALEIROS TEUTÔNICOS de Aleksander Ford
Clássico medieval do cinema polonês. Centra-se em jovem que promete amar jovem romântica. Isso entre inimigos, cavalos, prados imensos e espadas pesadas. Parece ser um grande filme, mas atenção: a versão existente em dvd é impossível de se ver. Desbotada, imagem encolhida, som ruim. Sem nota.
O REI DOS REIS de Nicholas Ray com Jeffrey Hunter e Robert Ryan
Ray conseguiu filmar a vida de Cristo sem nenhuma emoção. Na verdade ele se prende mais às intrigas da corte de Herodes e a João Batista. Hunter faz um Jesus Cristo banal, mas Ryan está muito bem como João. O filme frustrará aos cristãos e será indiferente aos descrentes. Nota 1.
A SOMBRA DA FORCA de Joseph Losey com Michael Redgrave
Um pai alcoólatra, recém saído de clinica, tem dois dias para salvar filho da forca. O filme, magistral, mostra toda a patética tentativa do pai. Ele esquece coisas, não percebe pistas, se enrola em ideias. Redgrave era um gênio. Faz um dos grandes viciados do cinema. E Losey sabia mostrar como ninguém a irreversibilidade do destino. Se o mal pode ocorrer, ele ocorrerá. Este filme tem um dos melhores finais já filmados. Tenso, triste, vazio, soberbo. Nota DEZ.
A GUERRA DE HART de Gregory Hoblit com Colin Farrell e Bruce Willis
Esquece. Tédio insurpotável. Nota ZERO.
O GATO DE BOTAS de Chris Miller
Não é um dos grandes desenhos do século de grandes desenhos. Mas é ok. O Gato é uma figuraça e os cenários são lindos. O roteiro se perde do meio para o fim, e conseguimos inclusive perceber erros absurdos. O personagem do Ovo estraga o filme. Nota 4.
MRS MINIVER ( ROSA DE ESPERANÇA) de William Wyler com Greer Garson, Walter Pidgeon e Teresa Wright
Garson discursou por uma hora ao ganhar o Oscar por este filme. Foi daí que instituiram o cronômetro na cerimonia. Ela não está especialmente bem. O filme fala de uma familia inglesa e sua vida na segunda-guerra. Wyler foi um grande diretor e há uma cena de gênio: um bombardeio com a familia assustada num porão. Cena feita de explosões que não se vê e de rostos que nada dizem. Mas o filme tem problemas. Todos são bons demais e essa Inglaterra é completamente americana. Winston Churchil dizia que este filme salvara a Inglaterra. Seu sucesso despertou o interesse da América pela guerra ( quando lançado os EUA ainda não haviam se lançado à luta ). Se a importância de um filme se mede pelo impacto social, este é dos mais fortes. Mas é apenas um singelo filme pop tipico da MGM. Nota 6.
Estarrecedor. Vencedor do Oscar de filme estrangeiro, trata-se de uma obra-prima amarga. Através de angulos de câmera precisos e de um ritmo solene, o que assistimos é um retrato da vida em seu aspecto mais puro: a dor da fome e da quebra de um mundo. Samurais em tempo de paz são inuteis. Sem trabalho, passam fome, e envergonhados, pedem para que nobres os deixem praticar o harakiri em seus palácios. Um jovem é obrigado a se matar com espada de bambú, o que seria errado. Um outro samurai aparece para também se matar, mas antes conta sua história. A cena da morte por harakiri é bastante forte, aprendemos todo o ritual japonês. Mais terrível é a crítica social que há no filme, o harakiri como um modo de se eliminar guerreiros incômodos. Mas eles crêem nesse ritual e o seguem com exatidão. O filme tem a exibição de aspectos da vida que eram corajosamente mostrados pelo cinema japonês da época. O dilaceramento da carne e da alma exibidos em detalhes. Há uma cena em meio a bambuzal com vento que é uma das mais belas ( e terríveis ) cenas do cinema. Aqui Kobayashi atinge a perfeição. Nota DEZ.
O ZELADOR ANIMAL de Frank Coraci com Kevin James
O inominável. Kevin é um dos piores humoristas do mundo. Nota Zero Farenheit.
OS CAVALEIROS TEUTÔNICOS de Aleksander Ford
Clássico medieval do cinema polonês. Centra-se em jovem que promete amar jovem romântica. Isso entre inimigos, cavalos, prados imensos e espadas pesadas. Parece ser um grande filme, mas atenção: a versão existente em dvd é impossível de se ver. Desbotada, imagem encolhida, som ruim. Sem nota.
O REI DOS REIS de Nicholas Ray com Jeffrey Hunter e Robert Ryan
Ray conseguiu filmar a vida de Cristo sem nenhuma emoção. Na verdade ele se prende mais às intrigas da corte de Herodes e a João Batista. Hunter faz um Jesus Cristo banal, mas Ryan está muito bem como João. O filme frustrará aos cristãos e será indiferente aos descrentes. Nota 1.
A SOMBRA DA FORCA de Joseph Losey com Michael Redgrave
Um pai alcoólatra, recém saído de clinica, tem dois dias para salvar filho da forca. O filme, magistral, mostra toda a patética tentativa do pai. Ele esquece coisas, não percebe pistas, se enrola em ideias. Redgrave era um gênio. Faz um dos grandes viciados do cinema. E Losey sabia mostrar como ninguém a irreversibilidade do destino. Se o mal pode ocorrer, ele ocorrerá. Este filme tem um dos melhores finais já filmados. Tenso, triste, vazio, soberbo. Nota DEZ.
A GUERRA DE HART de Gregory Hoblit com Colin Farrell e Bruce Willis
Esquece. Tédio insurpotável. Nota ZERO.
O GATO DE BOTAS de Chris Miller
Não é um dos grandes desenhos do século de grandes desenhos. Mas é ok. O Gato é uma figuraça e os cenários são lindos. O roteiro se perde do meio para o fim, e conseguimos inclusive perceber erros absurdos. O personagem do Ovo estraga o filme. Nota 4.
MRS MINIVER ( ROSA DE ESPERANÇA) de William Wyler com Greer Garson, Walter Pidgeon e Teresa Wright
Garson discursou por uma hora ao ganhar o Oscar por este filme. Foi daí que instituiram o cronômetro na cerimonia. Ela não está especialmente bem. O filme fala de uma familia inglesa e sua vida na segunda-guerra. Wyler foi um grande diretor e há uma cena de gênio: um bombardeio com a familia assustada num porão. Cena feita de explosões que não se vê e de rostos que nada dizem. Mas o filme tem problemas. Todos são bons demais e essa Inglaterra é completamente americana. Winston Churchil dizia que este filme salvara a Inglaterra. Seu sucesso despertou o interesse da América pela guerra ( quando lançado os EUA ainda não haviam se lançado à luta ). Se a importância de um filme se mede pelo impacto social, este é dos mais fortes. Mas é apenas um singelo filme pop tipico da MGM. Nota 6.
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