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A EVOLUÇÃO CRIADORA - HENRI BERGSON. A inteligência em tempos de crise.

   Nossa inteligência se desenvolveu para prever, planejar e lidar com objetos. Essas não são apenas suas funções principais, são as únicas a que ela se presta. Ela sabe que se eu bater duas pedras surgirá fogo. Que o fogo assa a carne. Que sal deixa a comida melhor. Para ter carne é preciso caçar. Hoje, ter um emprego. Que o dinheiro ganho será gasto em contas. A inteligência planeja o que fazer com esse dinheiro. E é ela quem lida com tudo aquilo que o dinheiro pode comprar. Até aqui tudo está perfeito. E continuaria perfeito se soubéssemos como manter a inteligência em seu lugar, lidando com aquilo que à ela cabe.
  Mas não é assim que acontece. Em um momento de nossa evolução, passamos a crer que a inteligência pode prever tudo, planejar tudo, lidar com tudo. É nesse momento que perdemos nossa intuição e negamos a imprevisibilidade da vida. O acidental passa a ser visto como anomalia, quando na verdade ele é regra. Esse é o ponto mais interessante do pensamento de Henri Bergson.
  Vamos ver se consigo passar a ideia para voce de um modo bastante claro. Voce já deve ter lido algum livro de auto ajuda. Notou como nele o acaso não existe? Se voce fizer isto voce obterá aquilo. Sorria que o mundo sorrirá para voce. Deseje. Se voce quiser de verdade a coisa acontece. Até mesmo a fé foi enfiada nesse saco de causa e efeito. Tenha fé e voce obterá.
  Eu falei em causa e efeito? Sim, pois a inteligência só funciona no esquema imutável da causa e efeito. Para algo acontecer algo aconteceu antes. Se isso acontece aquilo acontecerá. Hospícios estão lotados de gente que pensava assim. E entraram em parafuso ao notar que fizeram X e não obtiveram X, mas sim YWZ. São mentes matemáticas que quebraram no momento em que a conta não fechou.
  Observe que a física começa sempre com o mesmo postulado: Em um dado momento. Numa dada distância. Neste segmento de reta. Ou seja, ela só trabalha em um recorte do real. Jamais no todo. O movimento tem de ser pensado como um início e um fim, e esse movimento não é um movimento, pois ele é analisado em um tempo recortado. Mas a realidade é um tempo que não cessa e um espaço sem fim. Então é lógico dizer que a física trabalha com pedaços mortos do tempo e micro fragmentos do mundo. Pois nossa inteligência é desenvolvida para entender apenas aquilo que tem começo e fim. Aquilo que pode ser medido e pesado. Aquilo que pode ser contado. Ela reduz a vida à um rebanho de cabras. O universo visto como um curral.
  A biologia não é diferente. Ela estuda órgãos e células, jamais o organismo completo em funcionamento. Ela sabe como uma célula se divide, não porque ela se divide. Um aminoácido provoca tal reação, mas não o que faz ocorrer tal reação. É um estudo da causa e efeito em que se sabe das duas pontas do fato, começo e fim, mas nunca o durante. Antibiótico mata uma bactéria. Mas não como ela é morta. Muito menos de onde ela surgiu ou o porque de ter surgido.
  Homens muito inteligentes tendem a querer saber o porque de tudo. Inclusive porque ela me ama, ou porque ela deixou de me amar. Não percebem o básico: a inteligência não existe para responder a nada. Ela existe para fazer coisas sólidas e para prever aquilo que foi provado várias e várias vezes.
Podemos ir adiante? Se a inteligência só sabe lidar com objetos e com aquilo que ela conhece por repetição, haverá no homem que se guia apenas por ela, a tendência a ver tudo como objeto e sentir a vida como repetição. O homem preso apenas à inteligência sufocará o imprevisto e a intuição. Pior ainda, será incapaz de perceber a imprevisibilidade radical da vida.
  Sem a inteligência voce não estaria lendo isto. Mas apenas com ela voce não fará nada com aquilo que lê. Apenas repetirá tudo para sempre. A inteligência odeia tudo que é imprevisto. A crise atual é mais uma prova disso. Tentam saber o porque. É preciso uma causa e um efeito. É preciso ver tudo como um objeto a ser lidado. É preciso tirar algo de útil de tudo isso. É preciso prever o futuro do mundo após esta crise. A inteligência, pega de surpresa, reage do único modo que sabe reagir quando colocada em choque: Pavor. Em seguida ela começa a procurar acomodar tudo em causa e efeito. E aposta em futuros.
  Para Bergson, o tempo é real, independente de nós. E se tudo que existe reside dentro do tempo e é por ele dominado, então tudo é movimento. Eis um fato que a inteligência é incapaz de lidar. A mudança. Para lidar com um objeto é necessário saber que ele não mudará. Que ele estará ali e permanecerá ali. E que suas características jamais se transformarão. Isso porque ela precisa prever uma ação. Planejar. E se ela aceitar que o tempo é real e que assim tudo está sujeito à ele, toda previsão se mostrará falha. A inteligência abstrai o tempo. O que é agora será amanhã. O progresso é o hoje transformado em um mesmo hoje, apenas melhorado, nunca transformado. Desconfie do aperfeiçoamento das coisas. É o mesmo com novo rótulo.
  Mas então seríamos apenas escravos do tempo? Brinquedos incapazes de lidar com ele?
  Não. Pois mudamos com ele. Estamos nele, ou mais que isso, somos ele também. Daí o pensamento radical de Bergson: Nunca somos o mesmo. Nosso caráter, nossa personalidade imutável é uma ficção criada pela nossa inteligência. Se ela só sabe e só pode lidar com objetos mortos, ao olhar para nós mesmos, ela matará nosso EU, transformando-o em objeto estático. Para ela, o que sou hoje serei sempre. E voce será para mim o mesmo. Eternamente. Só desse modo a inteligência tenta apreender a vida. E falha miseravelmente.
  Nossa intuição vive dentro do tempo. E é nela que ele se revela. Ela que nos diz que tudo muda o tempo todo. Pois se o tempo é movimento, tudo se move com ele. E assim muda sem cessar.
 

AMANHÃ

   Amanhã, ou daqui a 6 meses, o nacionalismo europeu voltará com tudo. E a união europeia, organismo que só serve para turistas, terá sua inutilidade escancarada. Os ingleses mais uma vez se anteciparam ao continente. Aliás, isso é histórico. Perceberam Hitler antes de todos, se industrializaram primeiro, criaram um modo de controlar o rei sem revoluções abjetas. A Inglaterra percebe antes porque ela é pragmática. Ela observa sem a distorção do idealismo. Sem a ideologia. Ela olha e vê, e então age. Agora assiste de camarote. Vê que ninguém se moveu para ajudar a Itália. Ninguém ajuda a Espanha. Portugal fala para as paredes. Na hora do aperto é cada um por si. E se apertar demais, que venha os EUA nos salvar. Coordenação nenhuma, e a grana não aparece. Alemanha, Holanda e Austria vão bem. O resto, um abraço.
  A esquerda; famosa por jamais acertar uma previsão, eles ainda acham que a evolução do capitalismo é o comunismo; quer pensar que o mundo pós corona vírus será anti capital. Que o estado ganha moral com essa onda de dor e medo. Modo bobinho de pensar. Após o medo vem a raiva, sempre. As pessoas acusarão o estado por não ter agido antes. Reclamarão das fronteiras abertas. Tenderão a se fechar. Olharão com medo o imigrante e até o turista. No médio prazo a China sai perdendo. Políticos de direita radical tenderão a vencer. Fechar fronteira e se manter em casa é a praia deles.
  Por aqui, na amarga Latino América, nada mudará. A Argentina caminhará alegremente para mais um suicídio. A Venezuela é a grande derrotada. O país acabou. O governo não cai porque o exército não quer. Esquecem que Chavez era militar. O exército tem bons salários. A população está tão faminta que não tem energia nem pra reclamar. 15 dólares por mês.
  Cá no Brasil já se percebe quem ficou feliz com a crise. A turma do quanto pior melhor foi com tanta sede ao pote que ficou chato. Todo mundo notou.  Bolsonaro, péssimo em relações públicas, vai se manter. Os governadores sairão com o pires na mão. Vão mendigar recursos. O povo, coitado, não conta. O brasileiro continua sendo um peão. O presidente se queimou por falar besteiras. Os outros por inflar o medo. Presidente que fala besteira é o comum por aqui. Inflar medo é imperdoável. Os eleitores serão lembrados disso.
  Quando Dilma foi impedida, falei que nunca mais teríamos um presidente sem a sombra do impeachment. Até nisso imitamos os EUA. Lá, desde Nixon, todo presidente convive com isso. É briga de crianças: Voce impediu o meu, quero impedir o seu. Bolsonaro faria bem em não tentar a reeleição. Poderia até vencer. A oposição se destrói por si mesma. Mas não vale o desgaste. Deverá surgir um nome novo da baixa política. Mais uma vez.
  Lula morreu. Se tornou aquilo que foi Brizola em seus últimos anos. Uma memória meio turva. Um velhinho gritando slogans mofados.
  Doria e Witzel esqueceram que são menos que nada. Estão no governo por usar a força do presidente em seu momento mais forte. Sozinhos não têm base nenhuma. Cercados por puxa sacos, estão acreditando nos elogios dos sombras.
 Haddad não existe como pessoa independente. E seus posts depõe contra ele mesmo. Hesitante, ele apenas grita, com voz fraca, palavras de ordem sem sentido. Parece líder estudantil.  É Robin. O pupilo do Batman esclerosado.
 Ciro não precisa de oposição. Basta deixar ele falar. Ciro destrói Ciro.
 Que panorama podre!
 E temos nossos formadores de opinião. Arautos que falam para outros formadores de opinião. Masturbadores que se encantam com a própria mão. Se empolgaram com a crise. Acharam que ela faria deles Os Protagonistas outra vez. Não. Os políticos, ruins e menos ruins, são as estrelas do momento.
 Termino citando Hitchcock. Atores são gado. Salvo 1% deles, não pensam. Decoram texto. E vomitam banalidades. Ninguém falou mais idiotices nestes dias que eles. Me perdoem os menos bobos, mas eles parecem ter a mente de um menino de 10 anos educado num sindicato do ódio.
  O mundo após a crise voltará outro? Talvez.
  Mas creia, não será como seu professor de sociologia diz. Ele nunca acertou uma.

CORONA VÍRUS EM NEVERLAND

   Este texto é escrito por inspiração de um belo artigo de Luiz Felipe Pondé. A filosofia que ele expressa é 99% a minha. Algo me incomodava nesta crise mundial, um certo mal estar indefinido, e Pondé conseguiu desanuviar minha mente. O que ele escreve colocou a primeira marcha neste meu escrito. Aqui vão as outra quatro.
  Convivo com duas classes sociais. A classe média e a classe dos que lutam para comer. Quando pensei em escrever este desabafo, imaginei que só as classes mais abastadas poderiam ser alvo do que falarei. Mas agora percebo que não. Mesmo os mais pobres, aqui no Brasil, São Paulo, vivem na mesma ilusão. Para eles a coisa é ainda pior. Eles não têm como pagar pela ilusão. Vamos ao que Pondé disse e ao que eu falo do meu ponto de vista.
  O vírus escancara a fragilidade de um certo tipo de pessoa. Aquela que vive na ideia de que tudo é possível se voce desejar. O corpo é meu e faço com ele o que quero. Mas não só isso, também a ideia de que a vida é minha e ela está aqui para me servir. A vida e a existência vistas como um tipo de serviçais. Pessoas que acreditam no "direito à felicidade", uma invenção fabricada, e portanto artificial, criada ao fim da segunda guerra mundial. Desumana no sentido de que nada na humanidade predispõe à felicidade. A vida é uma luta, uma guerra, uma disputa. É assim para o esquilo, para o macaco e para o tigre. A vida não é um desenho da Disney. Os animais estão em constante e eterna luta e se voce crê que o humano é apenas mais um animal, e não um filho de Deus, então saiba que sua vida é como a do salmão, briga por sobreviver.
  A vida é assim e não há como escapar. Mas o mundo de 2020, na verdade o mundo desde 1945, consegue fazer com que ignoremos isso. Podemos passar vinte ou até 60 anos de nossa vida  crendo que Bambi existe e que se " a gente se unir e quiser com bastante vontade, o bem será de todos". Até que um dia, sozinho na sala de espera de um médico, voce descobre ter um câncer. Então a vida Disney acaba. E voce descobre que a leoa que morria de fome na savana, cercada por hienas, era igual a voce. Seu corpo te trai. Sua mente te condena. Bem vindo à natureza real, Bambi. A vida é lutar por viver. A felicidade é apenas uma miragem criada por gente que nunca achou que ia ter de sobreviver. Que ia apenas tentar ser feliz.
  O vírus joga na cara de 3 bilhões de pessoas, ao mesmo tempo, que a morte existe. Que seu condomínio não te protege dela. Que todos podemos morrer amanhã. E veja que coisa:  Provavelmente sua morte será de câncer! Educados para crer que desejar é poder, e que a vida é a busca pela felicidade e não pela sobrevivência, nos tornamos histéricos com essa afronta desse vírus maldito. O pavor nos domina. E as hienas, felizes, esfregam as mãos.
  Usamos então a antiquíssima válvula de escape. Um bode expiatório. A culpa pela peste era do judeu, era do feiticeiro, era do bárbaro. Agora é do chinês, é do Bolsonaro, é do italiano. Queremos crer que há um culpado para assim podermos o eliminar, e o eliminando vencer a morte. Que infantil ainda somos! O inimigo é um vírus. E ele pouco se lixa para suas opiniões. Não comer carne ou fazer ioga não vai te salvar. Na vida todos nós morremos no final. Hoje, amanhã ou em 2100.
  Para a classe média, essa vida Disney é absoluta. A morte não existe e as pessoas do meu meio são boas e positivas. Para os mais pobres percebo que já surgiu o mesmo fenômeno. A pessoa não tem o que comer, mas vive na fantasia de que sua vida é um filme policial em Los Angeles, que ela é um astro do Rap, ou que sua vida é a busca da felicidade, e que desejando com fé, ela virá. Como diria Paulo Francis: weeeeeellllll........
  O movimento hippie aconteceu porque pela primeira vez os adolescentes não precisavam trabalhar. O capital criou tanta riqueza que o mundo viu um fenômeno inédito: gente de 15 anos tendo tempo livre e dinheiro pra consumir. Surgiu a indústria pro jovem, indústria que hoje é hegemônica. E jovens têm desejos. E o comércio os atendia e atende. Já. E ser feliz é o maior dos desejos.
  Problema: Claro que ninguém sabe o que é ser feliz. Mas não faz mal. Vamos querer algo indefinível. Vamos pagar por ele. E é aqui que entra o texto de Pondé: Vamos nos deprimir por ele. Depressão óbvia: Se voce quer algo que não sabe o que é, voce jamais encontrará. E ao não encontrar vai se deprimir. Pior, se condenará por ser incapaz de o encontrar. Imaginará que todos os outros são felizes e que voce não é.
  Pois bem. Junte um universo de iludidos estilo Disney, crentes na bondade natural do mundo, e junte à deprimidos que falharam em achar a felicidade dentro desse mundo Disney. Jogue então um vírus sobre eles, o que resultará?
  Os deprimidos dirão: Eu avisei. E com um sorrisinho de superioridade irão prognosticar: vai piorar muito! Que satisfação ver os que voce imaginava felizes tão apavorados, né?
  Os crentes no mundo fofo argumentarão: Há algo de errado neste NOSSO mundo perfeito!  O mundo é maravilhoso e a natureza é benéfica. São eles ( chineses, bolsonaristas, italianos, ricos, americanos, petistas ) os culpados! Eles destroem a nossa Neverland!
  Ambos são o resultado de cinco gerações que jamais viram uma guerra ou tiveram de enterrar quatro ou cinco irmãos ainda bebês. ( Calma! Estou escrevendo pra voce. Não para um sírio ou um afegão. E se voce vive na periferia, e teve meia família perdida no tráfico, voce sabe que não é de voce que falo ). Essa geração, que pega inclusive os eternos adolescentes de 55 ou 65 anos, jamais cresceu e jamais desejou crescer. Eles exibem imaturidade como troféu. Alcançar a felicidade passa por ser jovem pra sempre. Somos tão burros que não notamos que a fase mais dura da vida é exatamente a adolescência. Viver 50 anos nela é coisa de masoquista hard. Todos o somos.
  Pra esse povo a palavra serenidade não existe. Como não existe a palavra responsabilidade. Honra. Abnegação. Pragmatismo. São esses que esperam, como todo teen, que um pai resolva tudo por eles. E esse pai se chama estado. Igreja. Grupo. Se a morte nos ronda, o governo que nos livre dela. Se a fome aparece, o pai que nos alimente.
  Somos covardes. Vergonhosamente covardes. Acreditamos realmente que Bambi é mundo real. Que temos o direito de ser Peter Pan. Que a Neverland é nossa por direito de nascença.
  Meu pai foi da última geração a ignorar a ideia de felicidade. Nascido em 1926, no fim do mundo, ele fazia uma cara de surpresa absoluta quando eu reclamava, aos 14 anos, não ser feliz, não estar realizado, não ser livre. Usando a linguagem dele, meu pai dizia:
Que porra de conversa é essa? Estuda e trabalha, a vida é só isso. Seja bom e honre quem voce ama. Felicidade....que ideia mais idiota...
  Para meu pai, esse vírus seria apenas mais uma das muitas mortes que ele viu.
 Mas para nós, que horror, o vírus nos joga na cara que apesar do smart phone da academia, a morte é democrática, irreparável e invencível.
 

QUARENTENA

   Tenho colega que não consegue esconder sua felicidade. Desde o começo da pandemia ele anda como que aos pulinhos, soltando piadinhas, um sorriso eterno. Sua alegria se esparrama na certeza de que o presidente está destruído. Para ele, nada supera essa felicidade. Para ele, o Brasil tem um dono, o presidente, e ver o país ser destruído é ver o alvo de seu ódio ser destruído. Eis o pensamento subdesenvolvido que não nos larga: o presidente, o rei, o chefe é o país. Ele é o dono.
  Durante anos eu lutei para não ver o Brasil como o país do Lula. Isto era mais que ele ou seu partido. Eu realmente torci para que a Olimpíada salvasse o Rio e para que a Copa civilizasse a nação. O futuro ia além do Lula ou de seu partido e foi assim que me coloquei. Tentando sair do pensamento primário do "este país tem um dono".
  Essas pessoas não percebem que o presidente é apenas um homem. Bronco e falível. Continuam pensando que o presidente é o país. O presidente é apenas o homem que foi eleito. E se eu o defendo, e tenho feito isso, é porque vejo nos ataques uma sanha homicida. Não se ataca uma ideologia. Não se ataca um modo de gerir a economia. Se ataca apenas uma pessoa. E com isso se corrompe o país inteiro. Viciados na ideologia do "presidente é o Brasil", atacam todo o governo, que é bom, todo o ministério, que é bom, todas as ideias, muitas ótimas. Defendo o presidente não por gostar dele, mas por temer a estagnação. O retorno do congresso comprado e calado, e da imprensa amortecida com investimento estatal.
  A presidência caiu no colo desse bronco graças à vaidade da esquerda. E a sua infinita incompetência. Lula esbanjou dinheiro enquanto o país era o nome da moda. Lembram? Os BRICS? Entregou o governo para uma pobre tonta, bronca como o bronco, que mal sabia o que estava lá fazendo. Cheios de empáfia, acreditaram que seriam eternos, e que um poste poderia ser eleito mais uma vez. Bolsonaro chegou ao poder por acidente. Felizmente algumas pessoas de brilho estão o ajudando. Felizmente seu vice é um militar esclarecido e muito calmo.
  A emissora central do país não esconde sua raiva. Neste momento terrível não perde a chance de rir de uma máscara mal colocada ( isso importa? ), uma frase mal falada ( ele nunca foi eleito por ser como o FHC ), por um impulso impensado ( ele é do tal povão, esse troço que a emissora diz defender ). A cobertura da emissora é toda voltada a alarmar, esperar o pior, assustar, confundir, contradizer. Dos jornais não falarei pois ninguém mais os leva á sério. Quem ainda os lê faz por hábito e por uma ou duas colunas. Nada mais que isso.
  O Brasil vai falir e isto é uma guerra. Simples assim. E quarentena, para um povo que vive em casas apertadas e não gosta de ler, é uma coisa dolorida.
  Para terminar: durante a guerra Churchill era terrivelmente sabotado pelos radicais de esquerda e direita. Uns torciam pela destruição da Inglaterra e a futura formação de um país comunista; os outros torciam simplesmente pelos nazistas. Eu sempre achei que havia aí um exagero. Que não podia ter sido assim. Agora vejo que foi. Para certas pessoas o ódio vence sempre.