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OS IRMÃOS CORSOS - ALEXANDRE DUMAS
Na USP alguns professores tentam resgatar os nomes de Dumas e Hugo. Acho impossível. Romances como os de Dumas ( e de Sue, Thackeray, London, Verne ) davam ao público aquilo que hoje é dado pela TV, intriga, distração, motivo para conversa, alguma emoção. Seus romances eram para a hora do tédio, aquele momento morto logo após o jantar. Hora que desde os anos 50-60 são das séries e novelas da TV. De Dumas eu li OS 3 MOSQUETEIROS aos 12 anos e O CONDE DE MONTE CRISTO aos 13. Este IRMÃOS CORSOS eu nunca havia lido e resolvi encarar agora. Fácil de ler, ele tem um tema que eu não esperava, duelos. 1842, França, tempo e lugar do romance como centro da vida. ------------ Há no livro um belo sabor corso. Quando o personagem vai à Corsega nós nos sentimos dentro daquela ilha. O clima é árido, as pessoas são teimosas e quentes, violentas e exóticas. Sim, talvez seja um lugar que só existiu na mente de Dumas, mas pouco importa. É melhor pensar que assim foi. Há sangue neste livro e há poeira. ------------ Alexandre Dumas é um dos cinco ou seis romancistas mais famoso de seu século, e até o meio do seguinte continuou sendo nome envolto em lenda. Até minha adolescência, anos 80, todo leitor razoável teria lido algum Dumas em algum dia de sua vida. Cerca de 35, 40 anos atrás isso mudou e gente como ele, Balzac, Verne e Hugo foram relegados a encalhe de sebos. É todo um universo de personagens e um modo encantador de escrever que se perdeu. E essa perda era inevitável, pois todo aquele que encarna seu tempo, será varrido do futuro exatamente por seu sucesso em retratar uma época que passará um dia. Dumas, o rico e famoso Dumas vive em 1850, 1870...e lá para sempre irá ficar.
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