Mostrando postagens com marcador john milius. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador john milius. Mostrar todas as postagens
DILLINGER, UM GRANDE FILME
Baby Face Nelson. Pretty Boyd Floyd. Bonnie e Clyde. Machine Gun Kelly. E John Dillinger, o maior de todos. Nos anos 30, esses eram os ladrões e assassinos que faziam a delícia de jornais. Logo se tornaram mitos e viraram temas dos filmes policiais da Warner da época. DILLINGER, primeiro filme dirigido por John Milius, é um grande filme. --------------- Rápido, simples e sem frescuras. Dillinger e seu tempo não são mostrados com saudosismo ou poesia romântica. Ele não é um heroi. Não é bonito. E não parece um monstro. É um cara que rouba porque quer dinheiro. Muito dinheiro. E adora a adrenalina da coisa. Só isso. A violência abunda nas cenas. Não são mortes espetaculares, são realistas. As pessoas gemem, gritam, sentem muita dor. Baby Face ama matar, Dillinger mata quando preciso. Extremamente bem dirigido, atores e imagem se integram. O filme é uma aula de ritmo. Acelerado sem nunca parecer apressado. --------------- Warren Oates, que no mesmo ano, 1973, faria um filme seminal com Peckimpah, nasceu para ser Dillinger. É um arrogante amoral. Macho ao extremo. Elegante. Inteligente. Vemos o filme e não esquecemos sua voz. Pouca gente tem a voz de Oates. Ben Johnson, ator veterano dos filmes de John Ford, faz o delegado hiper eficiente e metódico que o caça. Ele quase domina o filme. Uma atuação majestosa. Há ainda Harry Dean Staton ( sim, o elenco é um whos who do cinema novo dos anos 70 da América ), Richard Dreyfuss, Michelle Philips, Cloris Leachman, são faces que a gente conhece de tanto filme cult. E há o roteiro brilhante e a direção perfeita de John Milius. ----------------- John Milius era um dos mais atuantes nomes da geração de Scorsese-Coppolla-Spielberg. Andava com eles, dava palpite em todos seus filmes, arrumava roteiros mal escritos, era centro de encontros. Fez os roteiros de Apocalypse Now e de Star Wars, de Dirty Harry ( não creditado ) e até de filmes de John Huston, seu ídolo. Com charuto eternamente na boca e uma visão agressiva da vida, Milius tinha tudo para ser o Huston de sua geração. Mas....eram os anos 70 e drogas mais política destruíram aquilo que ele poderia ter sido. A agressividade virou paranoia, e quando ele revelou uma visão direitista do mundo, bem....os críticos trataram de o cancelar. Vai por mim, é um dos nomes mais interessantes de sua geração e ninguém mereceria uma biografia maior. Foi surfista nos anos 60, estudante de cinema, agitador cultural, mulherengo, bebedor, viajante, homem de ação sempre. ------------------------- Dillinger é a cara de Milius.
Assinar:
Postagens (Atom)