Mostrando postagens com marcador rouben mamoulian. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador rouben mamoulian. Mostrar todas as postagens

NOLAN/ GUY RITCHIE/ LILI/ DRÁCULA/ MAMOULIAN/ HG WELLS/ JODIE FOSTER/ JEAN HARLOW

RECKLESS de Victor Fleming com Jean Harlow, William Powell, Franchot Tone, Rosalind Russell e Mickey Rooney.
Quase uma obra-prima. Fleming, alguns anos antes de Oz e de E O Vento Levou, nos conta uma história que mistura drama, humor e surpresas. Powell é um malandro que vive de jogo, Tone é um rico excêntrico, Harlow uma dançarina de boate amiga de Powell. O drama surge após o casamento. Finalmente eu percebo o porque da fama de Jean Harlow, o maior sex-symbol da Metro dos anos 30. Ela realmente dá um show aqui! Vai da alegria à tristeza, do humor ao drama com naturalidade. Para quem não sabe, ela morreria cedo, em 1937, numa infecção urinária. Powell está excelente, também tem uma grande atuação. Ele transita da frieza de um malandro egoísta ao amor frustrado pela dançarina que se casa com outro. Um grande filme que tem ainda pequenos papéis para Russell, uma mulher chique de NY, e Rooney, ainda criança, como um garoto das ruas. Nota 9.
GUERRA DOS MUNDOS de Byron Haskin com Gene Barry e Ann Robinson
Humilha o filme de Spielberg. O livro de H G Wells transposto para os EUA dos anos 50 com efeitos especiais brilhantes de George Pal. Observe como a história é contada com calma, os personagens desenvolvidos, e a ação vem após sua preparação. Marcianos invadem a Terra e botam pra capar. São maus. O final do filme, quando vi a primeira vez, aos 12 anos, me deixou maravilhado! O filme é uma delicia do começo ao fim e o design dos discos voadores e dos invasores é brilhante! Grande filme! Nota 9.
THEM! de Gordon Douglas com James Whitmore e Edmund Gwenn.
O famoso filme sobre formigas gigantes. O clima de suspense é excelente durante seus primeiros trinta minutos. Mas ele cai quando surgem as formigas. Elas não assustam. Era melhor ficarem sempre em suspense. De qualquer modo a ação é bem conduzida, os efeitos sonoros hipnóticos, um bom filme. Nota 7.
BUGSY MALONE de Alan Parker com Jodie Foster e Scott Baio.
Um dos filmes mais estranhos já feitos. Por que fazer um filme de gangsters em que todos os papéis são feitos por crianças entre dez e doze anos? E onde as armas disparam chantilly? E os carros são movidos a pedal? E com músicas de Paul Willians? Pra que? Foi o primeiro filme de Parker, ele vinha da publicidade inglesa. Hoje, esse filme teria de ser mudado, as meninas as vezes parecem um convite à pedofilia, principalmente Jodie, que aos 12 anos está estranhamente adulta. Quer saber? Do meio em diante voce relaxa e até se diverte, os meninos são todos muito bons atores e há um mafioso italiano que é hilário! 5.
MUSEU DE CERA de Andre de Toth com Vincent Price
A história do artista que expõe figuras de cera que na verdade são pessoas mortas. Feito em 3D, o filme não provoca medo algum, mas tem uma grande atuação de Price, a voz cavernosa e pomposa e o rosto sempre em ironia. Um certo clima noturno ajuda também. Nota 5.
MISTÉRIO NO MUSEU de Michael Curtiz com Fay Wray e Lionel Atwill
A versão do Museu de Cera dos anos 30 é constrangedora. Tentam misturar filme de jornalista esperto, que era moda na época, com filme de horror. O resultado é de uma chatice constrangedora. ZERO.
O MÉDICO E O MONSTRO de Rouben Mamoulian com Fredric March, Miriam Hopkins e Rose Hobart.
Um dos mais eróticos filmes já feitos. E sem nenhuma nudez! March, numa atuação que mistura horror e fragilidade, é o cientista que cria um soro. Ele vira Hyde, sua sombra, um tipo de troglodita que é puro desejo. Hopkins é a prostituta que ele abusa. O filme é brilhante e assustador. Mamoulian, que foi um diretor cheio de ideias, farto de senso de imagem e de clima, faz um trabalho de câmera imaginativo e ao mesmo tempo tenebroso. Vivemos o pesadelo do cientista, sua angústia e sua destruição. O filme tem um clima de sadismo forte, sabemos tudo o que Hyde faz com a moça. Feito em 1932, ou seja, antes da criação da censura na América, este filme seria inimaginável se feito em 1936, ou 40. Ou até 1959. March levou o Oscar de melhor ator. Mais que merecido! É um dos grandes filmes de seu tempo. Nota DEZ.
DRÁCULA de Tod Browning com Bela Lugosi, David Manners e Helen Chandler
Ninguém queria fazer este filme, achavam que seria um fracasso de bilheteria. Acabou por salvar a Universal da falência em 1931. É o filme que criou todos os clichés sobre Dracula. Algumas cenas ainda são nojentas, Bela Lugosi, todo pose e sotaque, inventa um ícone do século, e os sets são magníficos! Não é um grande filme porque Tod Browning era um diretor sem capricho, e que odiava o cinema falado. Mas é um filme ainda divertido e de importância histórica imensa. Nota 6.
LILI de Charles Walters com Leslie Caron, Mel Ferrer, Jean Pierre Aumont e Zsa Zsa Gabor
Passava muito na Sessão da Tarde dos anos oitenta. Vi em 1988, adorei e só o revi hoje. É um dos mais originais filmes que já vi. Uma jóia que me lembrou até mesmo o cinema de Powell. Lili é uma menina de 16 anos orfã. A procura de emprego, ela acaba seduzida por um mágico casado. No circo onde ele trabalha, ela consegue emprego com um ventríloco que é na verdade um neurótico agressivo. E no meio disso tudo, algumas músicas lindas, poucas, e uma simplicidade absoluta. O filme é vendido como um tipo de fábula para crianças, mas ele é surpreendentemente trágico. Fala de sexo, morte, solidão e da ilusão que consola. Leslie Caron tem o papel de sua vida. Ela consegue ser ingênua e infantil sem cair na bobice, o que é fabuloso! O filme comove, encanta e volta a comover. E é lindo. Nota 9.
ROCK`N`ROLLA de Guy Ritchie com Gerard Butler e Thandie Newton
É o filme mais sério de Ritchie. Tem seu estilo mirabolante, se passa em meio aos bandidos londrinos, é ágil e tem cenas engraçadas, mas é ao mesmo tempo mais escuro, duro, e toca num tema muito sério, o vicio em drogas sintéticas. Ele é mais feio, sujo e pesado que seus outros filmes. E de certo modo mais adulto. Gostei, mas me diverti menos. De qualquer modo não se engane, Guy Ritchie é um bom diretor. Nota 7.
INTERSTELLAR de Christopher Nolan com Mathew MacCornaghy, Anne Hathaway e Michael Caine.
Uma gororoba pseudo profunda e chata pacas sobre o fim do mundo. Nada faz sentido mas confesso que gostei do final. As linhas, cordas que regem a vida e que Mathew as toca por detrás dos livros de sua casa, essa é uma cena bonita. Totalmente new age e adepta de um tipo de física quântica de manual, mas é bonita. Talvez seja a pior atuação da vida de Mathew. Nota 1.

PRESTON STURGES/ VICTOR FLEMING/ JOHN TRAVOLTA/ JERRY LEWIS/ GENE TIERNEY/ HENRY JAMES

   MARUJO INTRÉPIDO de Victor Fleming com Freddie Bartholomew, Spencer Tracy, Lionel Barrymore, Melvyn Douglas e Mickey Rooney
Se voce não conhece o cinema americano dos anos 30 e deseja saber porque ele é tão valorizado, comece por este filme. Baseado em obra de Kipling, conta a saga de um menino mimado, egoísta, milionário, que ao ser resgatado no mar por pescador de bacalhau, aprende a viver e a ser parte de uma equipe. O filme tem cenas documentais da pesca em mares frios que são fantásticas. A procução tem o luxo da Metro e a direção é de Fleming, o diretor que fez E O Vento Levou e OMágico de Oz, só isso. O elenco chega a ser covardia. Tracy, como o pescador Manuel, levou  o Oscar, mas todos os atores são o máximo dos máximos. O segredo desse tipo de cinema é aqui explicitado: cinema sem vergonha de ser Pop, mas esse Pop é feito com gosto, baseado em roteiro e estrelas. O modo econômico e direto com que se narra o roteiro é uma aula de direção e de produção. È um filme perfeito. Nota DEZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
   PELOS OLHOS DE MAISIE de McGehe e Slegel com Julianne Moore, Steve Coogan, Alexander Skarsgard e Onata Aprile
Livremente baseado em Henry James ( é seu livro mais seco e cruel ), o filme fala de uma menina jogada ao sabor das emoções de sua familia. A mãe é uma rockeira cheia de dinheiro que vive em meio a histeria e carência. O pai é um hedonista egoísta. O filme se põe no ponto de vista da menina. Vemos sua solidão e meio a casa imensa mas desleixada, os pais ocupados em serem felizes e o desarranjo geral. É um bom filme? Não. Tudo isso é temperado com musicas fofinhas, cenas infantilóides e uma sensibilidade gracinha que é irritante. Retrato de nosso tempo, é sintoma daquilo que denuncia, um mundo onde todos estão largados e perdidos em meio a prazeres sem valor. Nota 2.
   NATAL EM JULHO de Preston Sturges com Dick Powell e Ellen Drew
Segundo filme de Sturges, dura apenas 62 minutos. Mas que bons minutos! Um cara concorre num concurso de slogans. Colegas lhe pregam uma peça, mandam aviso dizendo que ele venceu. O trouxa passa a gastar o dinheiro que não tem. O roteiro de Sturges não poupa ninguém, todos são idiotas, e humanos. Na época, 1940, não se deixava um roteirista dirigir, Preston Sturges quebrou essa regra, abriu o caminho para Wilder e Huston. Finalmente recebendo hoje o valor que lhe é devido, ele foi um mestre da comédia. O filme tem um final tão bem preparado que é impossível não rir. Nota DEZ.
   BORN FREE de James Hill com Virginia McKenna e Bill Travers
A trilha do gênio John Barry levou Oscar. Não há quem não a conheça. O filme mostra um casal na África criando um filhote de leão, uma leoa. Nada de gracinhas, em 1966 animais ainda eram filmados como bichos e não como bebês. O filme, cheio de falhas, tem ainda encanto. Nota 6.
   TEMPORADA DE CAÇA de Mark Steven Johnson com Robert de Niro e John Travolta
Os primeiros vinte minutos prometem um bom filme. De Niro vive isolado no campo, vemos seu cotidiano. Um tipo de Jheremiah Johnson. Mas como o filme é de 2013, logo surge o super-mal, na figura de Travolta, um sérvio que deseja se vingar do ex-soldado De Niro. Travolta vai ao campo e começa a ação. O filme passa a exibir cena sobre cena de torturas, sangue, sadismo e exageros. Porque? Porque esta é a cultura do sensacional, e também porque estamos sendo educados a tolerar a violência. De Niro está ok, Travolta está ridiculo. Usa um sotaque hilário, maquiagem pesada, tudo errado. Adoro Travolta quando ele é apenas Travolta, um tipo, como Willis ou Gibson. Quando tenta atuar vem o desastre. O filme é pior que lixo, é mal intencionado. Nota ZERO.
   ALLOSANFAN de Paolo e Vittório Taviani com Marcello Mastroianni e Lea Massari
Um homem no tempo imediatamente pós revolução francesa. Ele é um tipo de ex-terrorista. Tenta voltar a ser um homem tranquilo de familia, mas o passado o persegue e lhe cobra ação. Começa muito bem e Marcello é sempre ótimo, mas os Taviani se perdem do meio para o final. Bela fotografia. Nota 5.
   VELOZES E FURIOSOS 6 de Justin Lin com Vin Diesel, Michelle Rodriguez e Paul Walker
Gostei do primeiro e do terceiro. O quinto foi um lixo, este é ainda pior. Tentam fazer drama, tentam dar alguma profundidade ao que era apenas diversão sem peso. Erram. O roteiro é cheio de furos, voce tem de aceitar decisões sempre erradas. Posso dizer que é uma porcaria de filme. Diesel começa a envelhecer e ao contrário de Willis, envelhece mal. Nota ZERO.
   A FARRA DOS MALANDROS de Norman Taurog com Jerry Lewis, Dean Martin e Janet Leigh
Ruy Castro diz que em 1956, para sua geração, a separação da dupla Martin e Lewis foi tão doída quanto seria a separação Lennon e MacCartney em 1969. Eles foram os ídolos top dos teens de então. Essa popularidade é atestada, hoje se fazem filmes na TV sobre a dupla. E quando fui um teen, nos anos 70, Jerry Lewis ainda era uma hiper-estrela, um Will Smith exagerado. Seu estilo é puro Jim Carrey, mas um Carrey ainda mais infantil. Martin era o rei do cool, sempre calmo e paquerador. Envelheceu melhor. Este filme não é bom. Jerry finge estar contaminado por radiação e é mimado pela imprensa. Nota 3.
   THE GEISHA BOY de Frank Tashlin com Jerry Lewis
Porque Jerry não ousou crescer? Ele era tão bom, inventivo, mas sempre insistiu em não sair dos 12 anos. E essa mania de agradar, de imitar o pior de Chaplin, a melança... Este tem seus momentos, mas quando ele começa a tentar nos comover...socorro! Nota 4.
   ELA QUERIA RIQUEZAS de Rouben Mamoulian com Gene Tierney e Henry Fonda
Às vezes me perguntam: Qual a atriz mais bonita do cinema? Respondo, Grace Kelly. Mas falo isso porque esqueço de Gene Tierney. Ela foi a mais linda e aqui está divina, mais simples e menos fria. Não é um grande filme apesar dos nomes envolvidos. Na verdade ninguém queria fazer esta obra farsesca. Gene dá golpes em namorados ricos, Fonda não é rico, o resto é facil de prever. Mamoulian fez filmes deliciosos, não é este o caso. Fonda está distante, este filme fez com que ele começasse a desistir do cinema. Sobra Gene, que parece se divertir. Nota 4.
   O CAPANGA DE HITLER de Douglas Sirk
Muito pobre, é um dos primeiros filmes americanos de Sirk. Sem Nota.