Mostrando postagens com marcador de mille. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador de mille. Mostrar todas as postagens

LES MISERÁBLES/ CLINT/ DE MILLE/ ELVIS/ TIM BURTON/ STAR WARS

   OS MISERÁVEIS de Tom Hooper com Hugh Jackman, Russell Crowe, Anne Hathaway e Amanda Seyfried
Li o livro de Victor Hugo aos 15 anos e lembro de ter ficado muito impressionado com seu realismo. Das versões do cinema não vi nenhuma, e agora tive o prazer de assistir esta versão da peça da Broadway. Primeiro toque para aqueles muitos que não têm intimidade com musicais: este filme nada tem a ver com o musical clássico de Hollywood. Aqui ninguém dança, não há aquele alegre sabor jazzístico de Kelly, Astaire e etc. Os Miseráveis está muito mais próximo da ópera que do sapateado. No musical típico há diálogos, as canções entram para expor aquilo que se passa dentro dos perosnagens. As músicas são as emoções que se explicitam. Aqui tudo é cantado. O filme não tem um só diálogo, como na ópera, os atores falam cantando. É estranho até para mim que amo musicais, imagino um tradicional expectador de Arkansas o que sentirá vendo este filme ( nada, ele não o verá ). Porém, passado o choque do começo, tudo deslancha. Tom Hooper, o ótimo diretor de Malditos United e do oscarizado Discurso do Rei, entrega um filme repleto de emoção.
Antes de mais nada quero falar sobre e homenagear Hugh Jackman. Nas quase 3 horas de filme, em nenhum momento, ele deixa de passar a dor terrível que acomete Jean Valjean. Jean roubou para comer e vai pagar por isso para sempre. Ele foge da lei, tenta  ser um outro, e nessa fuga ele vive só, sempre só. Jackman consegue passar essa dor com olhares, modos de andar e com sua voz. Hugh Jackman canta muito bem e as canções, todas, são ótimas ( algumas excelentes ). Eis um ator completo! Hugh sabe fazer aventuras, comédia, drama, e musical. Completo. Juro que não quero ser "diferente", mas não gostei de Anne Hathaway. Ela exagera e passa do ponto. Sua personagem mais que sofre, ela hiper-atua. Anne é da escola Heath Ledger, atuação como sintoma. Já Amanda Seyfried dá um show. Exata, complexa, rica em conflitos. Russell Crowe destoa. Não canta mal, mas não atua, apenas posa. 
Gostei muito do filme, cheguei a chorar ao final, mas ele tem algumas falhas, falhas que se devem mais ao cinema feito hoje que a Hooper. Closes demais, cores pobres, câmera tremida, excesso de cortes. O visual do filme, que "parece" ser exuberante, quase se perde nessa confusão de estilos televisivos. Quando a pressa se abranda, temos cenas belíssimas como aquela do começo no cais, ou a cena das barricadas.
O tema é rico, o filme fala do momento crucial em que o povo toma definitivamente o poder. O poder não financeiro, mas o poder de fazer com que a história saia dos palácios e dos gabinetes e passe a ser contada nas ruas. A terrível miséria da França de 1830 é mostrada sem disfarces e todas as revoltas são perdidas. O povo perde, mas a história dá sua guinada. É nos esfarrapados que vive o futuro. O futuro é de Jean Valjean. O futuro seria de Victor Hugo, o primeiro intelectual-artista "de esquerda". Quem deixar de ver o filme irá imaginar que ele trata de amor, que engano! Os Miseráveis é sobre a miséria e a injustiça. O filme nunca foge disso.
Em que pese o belo PI e o divertido DJANGO, nada vi de melhor entre os indicados ao Oscar. Nota 8.
   CURVAS DA VIDA de Robert Lorenz com Clint Eastwood, Amy Adams, Justin Timberlake e John Goodman
Um velho que está ficando cego. Ele é olheiro de beisebol. A filha, advogada de sucesso, tenta uma reaproximação. É dificil pois o velho é duro como...Walt Kowalski ! Um filme simpático, familiar e completamente banal. Nada nele surpreende, tudo o que acontece é esperado. Clint está cansado e Amy é uma atriz muito interessante. Não é um filme ruim, nem bom, é antes opaco. Nota 5.
   COISAS DA COSA NOSTRA de Steno com Carlo Giuffré, Pamela Tiffin, Jean-Claude Brialy e Vittório de Sica
Entre 1955 e 1975 a Itália chegou a ameaçar seriamente o poderio do cinema dos USA. Os italianos faziam filmes de arte melhores que os americanos e além disso tinham uma grande produção industrial de comédias, aventuras, terror e até westerns. Em 1962 e 63 quase fizeram tantos filmes/ano como Hollywood. Esta comédia representa a produção banal da época, o tipo de filme vulgar, que era dirigido ao povão, aos cinemas de subúrbio. Eram filmes como este que financiavam os Bertolucci e os Taviani. Fala da máfia Siciliana em estilo chanchada. Nota 3.
   O IMPOSSÍVEL de Bayona com Naomi Watts e Ewan MacGregor
Lixo. Naomi concorre ao Oscar por este papel.. Well....ela sofre pacas! Mas o prêmio se vier deveria ir para a maquiagem, são boas bandagens. Talvez seja o filme mais aborrecido do ano. Masoquistas vão adorar. Nota 1
   CORNERED de Edward Dmytryck com Dick Powell e Walter Slezack
Uma complicada trama sobre soldado americano que caça francês que lutou ao lado dos nazis. O filme é bom, mas decepciona. Dmytryck e Powell podiam bem mais. Nota 5.
   SANSÃO E DALILA de Cecil B. de Mille com Victor Mature e Hedy Lamarr
De Mille nunca errou por superestimar o público. Ele fazia um cinema carnaval, seus épicos eram desfiles opulentos. Se numa cena houvesse a necessidade de elefantes, De Mille punha logo uma dúzia... e mais tigres e leões. Misturava sexo com a Bíblia e tudo ficava com cara de show da Broadway. Foi o rei da Paramount e num tempo em que ninguém estava nem aí pra diretores, ele foi um superstar. Já vi quase todos seus filmes e gostei de todos, menos deste. Ele erra. Porque? Porque tanto Sansão como Dalila são dois malas. Groucho Marx comentou este filme na época:" Jamais veria um filme em que o peito do ator é maior que da atriz". Nota 2
   O BACANA DO VOLANTE de Norman Taurog com Elvis Presley, Nancy Sinatra e Bill Bixby
Quando eu era criança, lá por 1974, a Globo passava tudo de Elvis na Sessão da Tarde. E eu odiava. Em 74 nada era mais velho que Elvis. Fico surpreso ao perceber hoje que este filme, por exemplo, tinha apenas seis anos em 1974. O mundo mudara demais entre 68 e 74 e esses jovens de cabelo curto, alegrinhos correndo atrás de garotas groovy pareciam então a coisa mais careta do universo. Revisto hoje o filme me deu um choque...ele é pior do que eu lembrava. Quer dizer, ainda pior, quase um pesadelo!!! O tempo é mesmo relativo...um filme de William Powell feito em 1935 parece mais vivo que um Elvis de 1968...Bem, hoje Matrix já cheira a mofo... Nota ZERO
   FRANKENWEENIE de Tim Burton
E Burton pode ganhar afinal seu Oscar!! Com esta animação dark que fala de menino que traz seu cachorro de volta a vida. Burton homenageia os Gremlins e ainda Frankenstein, Drácula, e uma multidão de pequenos filmes trash. Há algo de muito triste neste desenho. É um retrato acabado de uma alma inadaptada, tão inadaptada que recusa a morte e o tempo. Tim Burton é um poeta. O desenho é muito bom. Nota 7.
   O IMPÉRIO CONTRA-ATACA de Irvin Kershner
Lançado em 1980, um big big big hit. Aventura pura. Um ícone para minha geração é um filme incriticável. Lucas misturou Flash Gordon com Kurosawa e New Age. Mais Han Solo, que é 100% um cowboy. De toda a saga este é o melhor. Kershner foi um bom diretor dos anos 60. Dirige melhor que Lucas. Sabe dar voz aos atores. E que beleza rever R2, Yoda e Chewey!!!

TARANTINO/ GRACE KELLY/ COEN/ DONEN/ DE MILLE/ CUKOR

   DUAS SEMANAS DE PRAZER de Mark Sandrich com Bing Crosby e Fred Astaire
Dois partners de shows se separam, por causa de uma mulher. Crosby que é o bonachão, vai viver no campo, e lá monta um hotel-teatro, onde apresenta shows só nos feriados. Astaire acaba indo parar lá, e eles disputam outra garota. O filme, muito alto astral, tem White Christmas, o single fenômeno de Irving Berlin. E tem muito mais, tem diversão, boas canções e atores simpaticos. Sandrich dirige tudo com finesse. Exemplo do filme standard da velha Hollywood. Nota 7.
   FUNNY FACE de Stanley Donen com Audrey Hepburn, Fred Astaire e Kay Thompson
Crítica longa postada abaixo. Que mais dizer? É lindo. Audrey convence como a intelectual que se torna modelo e Fred faz o fotógrafo que a descobre. Vão à Paris e a cidade nunca foi tão bonita. A verdadeira cidade sempre sonhou em ser esta Paris da Paramount. O filme tem um visual brilhante, as cores parecem respirar. Em termos visuais é uma obra-prima. Relaxe e aproveite! Nota DEZ.
   KILL BILL VOLUME I  de Quentin Tarantino com Uma Thurman
Um absoluto prazer! Rever este filme agora é tão bom como em seu tempo de lançamento. Tarantino, talento superlativo, um cara que sabe tudo de cinema, esbanja talento. A ação é incessante e nunca cansa. Música e cor, corpos que se lançam no vazio, olhares coreográficos. Com os Shaw Bros, Tarantino aprendeu tudo e uniu essa arte às referências dos anos 70 que ele tanto adora. Uma festa para os olhos, para os nervos, para o coração. Esse diretor dá dignidade ao cinema atual, mostra que a grande tradição da ação, do cinema tipicamente americano, é viva. Bato palmas para todos os seus filmes. DEZ!!!!!
   KING KONG de John Guillermin com Jeff Bridges e Jessica Lange
Quem esperaria que Jessica se tornaria uma atriz com dois Oscars? Ela, modelo de sucesso, estréia aqui, e brilha em sua sensualidade e beleza inebriante. Mas o filme é tolo, sem porque. O Grande Lebowski é um tipo de cientista-explorador meio hippie. O macaco é cômico. Jessica é a melhor vítima do Kong que já houve. Um tipo de nova Grace Kelly em tempos sem realezas. Nota 2.
   MATADORES DE VELHINHAS de Irmãos Coen com Tom Hanks
Pra que refilmar um filme perfeito? O original é inglês, de MacKendrick e tem Peter Sellers. Este é ridiculo. Não tem graça nenhuma, é irritante, mal escrito, sem sentido. Talvez o pior filme dos muito talentosos irmãos. Tom Hanks está constrangedor. Nota ZERO.
  MEIAS DE SEDA de Rouben Mamoulian com Fred Astaire, Cyd Charisse e Peter Lorre
Não gosto muito deste filme. E deveria gostar, afinal todos os seus ingredientes são excelentes. Mas algo desandou, as canções funcionam mal, as danças são comuns e o diálogo não tem graça. Fala de agentes russos que se deixam seduzir por Paris. Cyd é a super-russa que vai até lá, ver o que aconteceu. É refilmagem de Ninotchka. Não deu certo. É dos últimos musicais de Astaire, ele merecia coisa melhor. É um filme "de luxo", há quem o adore, não é meu caso. Nota 3.
   MESTRE DOS MARES de  Peter Weir com Russell Crowe
Foi uma das grandes decepções que tive nos cinemas na época. Revisto agora é ainda mais insuportável. Um monte de cenas escuras, tédio constante, o filme não se decide entre a ação e a tal arte. Acaba por não fazer nem uma coisa e nem outra. Quem procurar aventura ficará frustrado, quem quiser reflexão nada encontrará. Crowe parece com sono. Nota 1.
   LEGIÃO DE HERÓIS de Cecil B. de Mille com Gary Cooper, Madeleine Carroll, Paulette Godard, Robert Preston e Preston Foster
O filme fala da rebelião no Canadá. A população mestiça se rebela contra a coroa inglesa e a policia montada é enviada para cessar a briga. Cooper é um texano que está por lá com uma missão. É um filme exemplar. Após uma apresentação precisa, a ação se desenrola sempre no tempo certo. O diretor dá tempo para que conheçamos os personagens e logo em seguida cria mais uma reviravolta e mais uma cena de movimento preciso. De Mille era um cozinheiro-mestre, sabia sempre o que adiconar, a dose certa, a temperatura exata. Gary Cooper, já foi dito, era o americano perfeito, aquilo que todos eles gostariam de ser. Pouca gente lembra, mas era ele a grande estrela do cinema da época ( ele estava acima de Gable, Grant, Bogart e Fonda ). Já vi vários filmes de Cecil B. de Mille, este é aquele que mais me satisfez. Diversão pop de primeira. Nota 9.
   LES GIRLS de George Cukor com Gene Kelly, Kay Kendall e Mitzi Gaynor
Uma ex-corista lança uma biografia. Ela é processada por difamação. Quando o filme começa já estamos no tribunal. Três depoimentos serão dados, os três conflitantes, qual a verdade? O filme tem um problema sério, a primeira parte tem Taina Elg como centro, e ela não consegue segurar o interesse. O filme melhora muito nas outras duas partes. Kay Kendall, comediante inglesa de primeira, na época esposa de Rex Harriosn, dá um show como uma atriz beberrona; e Gaynor está ótima como uma bailarina americana virgem. Gene Kelly é o sedutor-diretor das três mocinhas. Não há nenhum grande número para ele brilhar, mas o filme é elegante, colorido e dirigido naquele estilo vistoso de George Cukor. Cukor foi um dos grandes de Hollywood, seus filmes sempre brilham. Nota 7.
   HIGH SOCIETY de Charles Walters com Grace Kelly, Bing Crosby e Frank Sinatra
Sempre me lembro de um reveillon em que voltei bêbado pra casa ( e insone ). Lembrei então que ia passar este filme na TV, e que no jornal saíra uma página sobre ele. O chamavam de o "filme mais chic" já feito. Liguei a TV, deitei no tapete e o assisti. Me senti tão chic, que no dia seguinte comprei uma cigarreira de prata. E procurei a trilha sonora em disco até achar. Depois desse dia já o revi por duas vezes. Ontem foi a terceira. Ele é sobre nada. O que vemos é Grace ficar bêbada, dançar, flertar e afinal se casar com seu ex-marido. Crosby é esse marido. Paciente, tranquilo, cool. E Sinatra é um jornalista pobre. Louis Armstrong faz Louis Armstrong, ele toca alguns números no filme, todos ótimos. Os outros números musicais são todos maravilhosos ( Cole Porter ). Destaque para True Love, uma das mais belas canções de amor já feitas, e tem ainda Did You Evah?, em que Crosby e Sinatra se preparam para ir à uma festa. O filme é uma bobagem, uma tolice leve e ebuliente...assim como é também um doce delicioso, um souflé, uma calda de chocolate. Vicia e delicia. Grace Kelly está muito bem. Sua personagem, nada fácil, é frágil, arrogante e sedutora. Falam de Audrey, de Liz Taylor, de Sofia Loren.  Mas para mim ninguém foi mais bonita que Grace Kelly. Ela era perfeita, sexy, tinha uma voz educada e elevada, um olhar de promessa. Mesmo ao lado de dois mitos ( Sinatra e Crosby ), o filme é todo dela. Maravilhosa!!! Nota 9.

BERGMAN/ JOHN FORD/ BOORMAN/ GODARD/ CHABROL/ CAROL REED/ ANTHONY MANN

PERSONA de Ingmar Bergman com Bibi Andersson e Liv Ullman
Dificil classificar este filme. Todas as notas que dou têm relação com o prazer. Não dou um dez porque o filme é importante ou complexo. O dez é dado ao filme que me dá um supremo prazer, seja estético, seja emotivo, seja moral. Mas como falar de Persona? O filme tem a profundidade simbólica dos melhores sonhos, mas ao mesmo tempo é árido. Nenhum prazer existe em sua visão. Assistir este filme é sentir desconforto, medo e até mesmo angústia. Não há como em outros filmes do mestre, o alívio prazeroso da bela imagem e dos atores geniais. Aqui tudo é dor. Impossível a mim dar uma nota.
OS DEZ MANDAMENTOS de Cecil B.de Mille com Charlton Heston, Yul Brynner e Anne Baxter
Aqui tudo é circo. Cecil se despede do cinema com imensa produção. São milhares de figurantes, bichos e cenários gigantes. Heston é Moisés e Brynner é o faraó. Anne está uma delícia como Nefertiti. Tem tudo nesse enredo de crioulo doido: tempestades, milagres, a voz de Deus, escravos, estupro e lutas. Profundo como um episódio de cartoon. Estranhamente é ainda divertido em sua cafonice esperta. Nota 6.
A VIDA ÍNTIMA DE SHERLOCK HOLMES de Billy Wilder com Robert Stephens e Colin Blakely
Na primeira parte vemos Holmes como um tipo de dandy gay viciado em cocaína. Watson é seu simplório amigo que como bom vitoriano finge nada perceber. É um tipo de comédia suave. Mas quando acontece o crime e Holmes passa a tentar o resolver o filme se perde. O caso é óbvio e simples demais para um detetive tão genial. È um dos últimos filmes de Billy e foi imenso fracasso. Nota 4.
DEPOIS DO VENDAVAL de John Ford com John Wayne, Maureen O'Hara e Victor McLaglen
Deixa eu contar: este é o filme favorito de meu pai. Assisti com ele quando eu tinha 10 anos de idade, na Globo, sábado às 21 horas. Lembro que achei o filme muito bobo, muito alegre e muito cheio de socos. Na adolescência passei a detestar esse tipo de filme ( como detestei tudo que lembrasse meu pai ). Mas após os 30 anos comecei a aceitar esses filmes, a ver sua poesia, seu imenso valor mitico. É o maior sucesso em bilheteria de Ford e ganhou Oscar. Conta a história de americano que vai a Irlanda ( Galway ) comprar casa que foi de seu pai. Lá, ele se enamora de vizinha ( Maureen maravilhosa ) e briga com grande valentão do lugar. O filme mostra a Irlanda do folclore, onde todos bebem e brigam, riem e fazem tudo beeeem devagar. Ford cria seu universo fordiano, mundo onde os mitos e os símbolos vivem. O filme é de uma comovente simplicidade e de uma esfusiante beleza. Wayne irrompe como rei da masculinidade e Maureen é a fêmea ideal. Lembrete de outro mundo possível ( extinto? ). Nota DEZ!!!!!!!!!!!!!!!
XEQUE-MATE de Paul McGuiguan com Josh Hartnett e Lucy Liu
O que significa este filme? O ponto mais baixo em que uma diversão pode chegar? Observem: um filme ruim, antes, era um filme mal feito. Um filme ruim agora, como é este, é um filme mau. Violência pornográfica, roteiro imbecil e atores deploráveis ( o tal Josh mal sabe falar ). Há participações de atores de verdade ( infelizmente muito curtas ): Ben Kingsley e Morgan Freeman e de dois bons tipos: Bruce Willis e Stanley Tucci. Mas este lixo é inominável. Nota ZERO.
EXCALIBUR de John Boorman com Helen Mirren, Cherie Lunghi, Liam Neeson, Nicol Williamson
Uma fascinante viagem por mundo interior. Percebemos por entre as brumas nosso mundo e nossos símbolos mais imorredouros. Jung mora em cada personagem. Quando esta saga termina, sentimos que alguma coisa nos foi fixada. Há uma riquesa imensa nestas imagens. As cenas de Lancelot são as melhores, exemplos simples do que é o amor cortês. Nota 8.
FEDORA de Billy Wilder com William Holden e Marthe Keller
Último filme de Billy. Sem dúvida é o pior filme já feito por um grande diretor. Chega a dar pena. Trata-se de uma gororoba mal temperada sobre atriz anciã que tenta voltar ao cinema. Diálogos risíveis e interpretações lamentáveis. Nota Zero.
BANDE À PART de Jean-Luc Godard com Anna Karina, Sammi Frey e Claude Brasseur
Liberdade em forma de filme. Jean-Luc pega tudo que esperamos e nos devolve transformado. Os atores brincam e nos encantam, Anna dá um show no papel de uma bobona. O filme é leve, jovem, solto e soberbamente anárquico- mas atenção! É para amantes de cinema, sua magia está no filme em sí, não em sua "história". Nota 9.
ALPHAVILLE de Jean-Luc Godard com Anna Karina e Eddie Constantine
Godard consegue nos levar à ficção científica sem criar cenários ou efeitos. Ele filma a Paris de 1965 de um modo "esquisito", e nos faz crer que aquilo é um "outro mundo". Em que pese essa habilidade, este é de todos os seus filmes da primeira fase ( a fase Anna Karina ), o menos interessante. Um James Bond de vanguarda, ou um Godard em sci-fi. Nota 4.
MULHERES FÁCEIS de Claude Chabrol com Bernadette Lafond e Stephane Audran
É a história de 4 moças em Paris. Seus amores ( ou não ), bebedeiras, orgias e seu trabalho alienante. O filme é bastante ousado para a época e tem um final hitchcockiano. Lafond é uma comediante maravilhosa, tudo nela é ironia. Chabrol jamais foi um gênio, mas era um cineasta seguro, afiado, instigante. Nota 7.
O ÍDOLO CAÍDO de Carol Reed com Ralph Richardson e Michele Morgan
Na embaixada da França em Londres, um menino apegado a mordomo, presencia sua infidelidade e no processo descobre o que significa a palavra "verdade". Este filme, feito por um dos 3 maiores diretores ingleses, é uma obra-prima de suspense. O final me deixou com o coração na mão!!!! Detestamos o menino cada vez mais e nos compadecemos do mordomo e de sua amante. Cenários belos e labirínticos e fotografia exemplar de Georges Périnal. O grande ator shakespeareano, Ralph Richardson, mostra todo o medo e toda a aceitação do destino do patético mordomo. O filme, original e asfixiante, é uma jóia do melhor momento do cinema inglês. Veja e se apaixone por esse muito grande diretor. Nota DEZ!!!!
O HOMEM DOS OLHOS FRIOS de Anthony Mann com Henry Fonda e Anthony Perkins
Mann nunca errava???? A primeira cena deste western já é antológica, um passeio em grua, num preto e branco brilhante, pela cidade. Mas o filme é todo assim, uma aula de cinema. Fonda está estupendo como o herói amargo e quieto, exemplo de virilidade bem resolvida. Seus olhos são os olhos de um anjo caído. Tudo neste filme caminha para seu final catártico. Quem desejar saber o que é um herói e para que serve uma aventura, que veja este monumento. Anthony Mann, mestre de westerns que se fazem mitos, dava estatura de arte filosófica a filmes aparentemente banais. Um diretor perfeito. Nota DEZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

JOHNNY GUITAR/DE MILLE/JOHN FORD/THELMA E LOUISE

HOMEM SEM RUMO de King Vidor com Kirk Douglas
Uma quase comédia num quase perfeito western. Kirk está exuberante e o filme, de beleza deslumbrante, seria perfeito não fosse seu final apressado. Vilões muito bem construídos e ação constante fazem deste um filme classe a. Vidor, diretor mito, saiu-se bem, mais uma vez. nota 8.
KISMET de William Dieterle com Ronald Colman, Marlene Dietrich
Ver Colman na tela é sempre um prazer e Marlene é mais que isso. Dieterle foi ator na Alemanha e é mais um desses emigrados que fizeram a glória de Hollywood ( Lang, Wilder, Preminger, Zinnemann, Wyler, Ulmer, Sirk e tantos fotógrafos e maestros ). O filme, fantasia árabe sobre o rei dos mendigos, é encantador. Cenários imensos e bem fakes e um roteiro que é uma bobagem divertida. nota 6.
O CONTADOR DE HISTÓRIAS de Luiz Villaça com Maria de Medeiros
O neo-realismo ainda rende bons frutos. Movimento mais importante de toda a história do cinema, o neo-realismo de De Sica, De Santis, Rosselini, Visconti, Lattuada, Germi e tantos mais, dá o tom neste simpático filmezinho. Medeiros é além de boa atriz uma figura simpática e o filme agrada por sua verdade. 6.
O GÊNIO DA MÚSICA de Karl Hartl
Feito na Austria durante a segunda guerra, esta bio de Mozart o mostra mais real que o histérico filme de Forman. Em Amadeus tudo brilha, mas tudo é falso. Mozart não foi aquele tolo adolescente futil, e Salieri não era vilão. Neste filme, o gênio está próximo do que deve ter sido : um dandy. Os cenários são belíssimos e sua morte é como deve ter sido. De estranho o fato de mostrarem poucas obras do mestre. Para quem gosta de música, é obrigatório. nota 6.
JOHNNY GUITAR de Nicholas Ray com Joan Crawford, Mercedes MacCambridge e Sterling Hayden.
Não é um western. É um dramalhão, gaysíssimo, afetadíssimo, operístico, passado por acaso entre cowboys. Joan, dona de saloon, é insanamente odiada por Mercedes, lésbica de paixão mal resolvida. Todos os homens no filme são fracos, as mulheres mandam. Johnny é um homossexual arrependido e as falas são hilárias. Nicholas filmou com ousadia e espírito de sacangem, os franceses levaram a sério, e na época, Godard à frente, o chamaram de obra-prima. Os americanos, que entendem de western, nunca entenderam este filme. É uma deliciosa brincadeira entre pervertidos talentosos. Filme amado por Almodovar. Inacreditávelmente cara de pau. Exagerado, escandaloso, todo errado e de talento bizarro. nota 7.
PAGAMENTO FATÍDICO de John Farrow com Glenn Ford, Patricia Medina e Diana Lynn.
Outro talento esquisito é o de Farrow. Este muito divertido noir feito no Mexico, entre ruínas indígenas, tem todos os clichés. Tudo soa a falsidade, mas tudo é hilário. A fotografia é um manual de foto noir, as falas são tiradas de Bogart. Mitchum ou Ladd; as situações são Hammet ou Chandler de terceira. Mas o filme prende. Tem cenas inacreditáveis em sua cara de pau, mas são fluidas, leves, elegantes. O tipo de filme pop adulto que os americanos pararam de fazer. nota 7.
MULHERES E HOMENS de Cecil B. de Mille com Claudette Colbert e Herbert Marshall.
Dois casais se perdem em floresta. Assistimos sua fuga entre feras, pântanos e selvagens. Colbert era de uma beleza exótica, magérrima, elegante. O filme, feito antes do código de censura, tem até banho em cachoeira ! De Mille, inventor do filme espetáculo, do filme circo, oferece aquilo que o povo quer : romance, aventura, violência e sexo. Mas ele pode ser melhor que isto. nota 6.
O SINAL DA CRUZ de Cecil B. de Mille com Frederic Marsh, Claudette Colbert, Elissa Landi e Charles Laughton.
Inacreditável. E maravilhoso!!!!! Diversão gigantesca sobre cristãos perseguidos por romanos. Tem feras comendo gente, um gorila atacando moça nua, jacarés atacando outra cristã nua, gladiadores, elefantes pisoteando gente, dúzias de leões e romance proibido. Tudo filmado com ritmo, competência e falta de vergonha. Marsh sofre por amar cristã, Landi é a cristã; Laughton, o grande ator, cria um Nero hiper bicha-louca: seus gestos, olhares, a barrigona sobre almofadas, se contorcendo no coliseu com seu escravo nú, comendo uvas fazendo biquinho, ateando fogo à Roma entre gritinhos de tédio...é hilário e genial. Seu Nero criou tudo o que entendemos por camp. Claudette toma banho em leite de burrinhas e desfila, linda e meio nua, pelo filme. A rainha que faz se parece com uma dondoca mimada. De Mille é o diretor que criou a imagem cliché do que é ser um diretor : megafone na mão, botas, cadeira escrito "diretor" e gritos no set. È dele a imagem do hiper-diretor que pede : quero amanhã cedo: trinta girafas, cinquenta elefantes e cem leões. E também trezentos cavalos e cinco mil figurantes. A Paramount lhe dava tudo. Ele foi o inventor do super-espetáculo: circo para o povo. Religião e sexo, mistura infalível. Este filme é totalmente delicioso!!!!!!! nota 9.
WAGON MASTER de John Ford com Ben Johnson, Harry Carey jr, Joanne Dru e Ward Bond
Por que Ford fazia filmes ? Fazia filmes para juntar seus amigos e ir para o campo. Alojado por lá, longe de estúdio e de pressões, ele jogava cartas, cantava, cavalgava, e filmava nas horas vagas. Seus amigos eram seu elenco. John Wayne, James Stewart e Henry Fonda eram as estrelas que às vezes ele usava. Mas seus amigos eram os atores secundários. Gente como Victor McLaglen, Ward Bond, Harry Carey, Jane Darwell, Andy Devine e tantos mais. Irlandeses de alma, como Ford. Este era seu filme preferido. Sua história ? Dois cowboys ajudam caravana de mormons a chegar a seu destino. No caminho encontram troupe mambembe e bandidos. O filme despreza a aventura, seu interesse é a imagem pura : carroças sendo puxadas por cavalos, paisagens gigantescas, fogueira com música, silêncio. Há uma cena em que vemos o deserto e as carroças... voce pensa que Ford vai cortar, mas ele deixa a cena se esticar e esticar... e nós aplaudimos sua genialidade discreta. A trilha sonora, canções folk, é coisa de arrepiar. Os atores são nossos amigos, amamos seus rostos. O filme é de gênio, é viril, simples, puro, poético. Curto, modesto em sua pretensão, ele é imenso em seu resultado. Ford é rei. Enquanto houver cinema será rei. Este filme é como uma epopéia. nota Dez.
OS ÚLTIMOS MACHÕES de Andrew Mc Laglen com Charlton Heston e James Coburn
Péssimo. Tenta ser Peckimpah. Violento e amoral. Mas é um Peckimpah sem a loucura genuína de Sam. È forçado. nota 2.
O MUNDO DE APU de Satijajit Ray
Chegamos ao final da trilogia de Apu. Ray criou com eles o cinema artìstico indiano. Antes dele, tudo era Bollywood. Na parte um, Apu é criança. Na 2 é adolescente e aqui é jovem adulto. Este filme me lembrou Truffaut ( Ray filmou este um ano antes da estréia de François ). Apu ama, tenta empregos e sofre uma tragédia. O filme é o menos bom dos três. O problema da trilogia é que o primeiro é tão original, tão belo, tão forte, que os outros sofrem na comparação. Este é o mais comtemplativo. nota 7.
LASSIE COME HOME de Fred M. Wilcox com Roddy Mc Dowall, Donald Crisp, Elsa Lanchester, Elizabeth Taylor, Dame May Whitty
Este é o filme que inventou o gênero "filme de cachorro". É de longe o melhor. Por vários motivos : por ser assumidamente romântico, pelo fato do cão se comportar como um cão, por fazer chorar sem apelar, por não ser bonitinho e fofinho. Ele é belo e sincero. O elenco é fantástico e vemos Elizabeth aos 11 anos, já linda e cheia de carisma ( o que é carisma ? como pode isso ? Ela é uma star há sessenta e seis anos !!!!!! e sobreviveu a Michael Jackson, seu amigo.... como pode ? Elizabeth é pré Sinatra, pré Gene Kelly, pré Elvis ! E está viva ! Sã e lúcida. É uma força da natureza, uma heroína e talvez a melhor atriz que o cinema já teve. Basta ver "Quem tem medo de Virginia Wollf" e aplaudir. ). Lassie é adorável, puro, comovente e encantador. O molde do que veio depois ainda é o topo do gênero. nota Dez!!!!!!!!
THELMA E LOUISE de Ridley Scott com Susan Sarandon, Geena Davis, Harvey Keitel, Brad Pitt e Michael Madsen.
A primeira hora é um pé no saco. Um banal filme amarelado de estrada com crime. Mas de repente o filme vai enlouquecendo, se tornando livre, inconsequente e nos pegamos rindo. Torna-se comédia, maravilhosa comédia. Scott foi sábio, nos faz mergulhar no mundo surreal em que elas mergulham. Ao final, o mundo se torna um tipo de "Alice no país das maravilhas" adulto. Elas assumem a loucura, e nós nos apaixonamos por elas. Não vou falar de Susan. Ela é sempre divina. Mas Geena tem aqui seu grande momento: seu rosto ao contar à amiga a transa com Pitt é fantástico. Alegre, boba e desamparada. O cinema deveria ter olhado Ridley com mais reverência. Não é qualquer um que faz isto e ainda Blade Runner, Aliens I e Os Duelistas. O final deste filme, um vôo rumo à liberdade é de antologia. nota 8.

ANG LEE/NICHOLAS RAY/CARROS/WALSH

RAZÃO E SENSIBILIDADE de Ang Lee com Emma Thompson, Kate Winslet, Hugh Grant, Alan Rickman
Justiça seja feita a Lee. É um muito grande diretor. Banquete, Tempestade de Gelo e mesmo Brokeback são grandes filmes. Assim como este maravilhoso Razão... Tudo funciona aqui. Cada movimento de camera, cada nuance dos atores, todo diálogo. Há a sabedoria de se compreender Jane Austen, é o dinheiro quem manda no amor. O roteiro de Emma Thompson, premidado com um justo Oscar é exemplar : nada em excesso, nada com pressa. Todo o elenco brilha, mas Emma e Hugh Grant ( com uma timidez não caricata ) chegam a comover profundamente. Uma quase obra-prima que se assiste com imenso prazer. Cheia de beleza, encanto e profunda inteligência. Pessoa magnífica deve ser Emma Thompson !!!!! Concorreu a 8 Oscars e perdeu 7. Preferiram o filme de Mel Gibson , pasmem! nota Dez!!!!!!
HORIZONTE DE GLÓRIA de Nicholas Ray com John Wayne e Robert Ryan
Filme sobre a aviação na segunda guerra. As cenas de ação valem pelo filme. São combates aéreos reais, filmados na guerra de verdade. A caça de aviões pelo ar, piloto seguindo piloto, nos emocionam pela sua verdade. Há uma cena da explosão de um destóier japonês que nos choca, o navio se desintegra, explode em chamas e nada sobra do que fora um barco. Wayne e Ryan sempre são um prazer e o filme, no gênero, é um bom exemplo. nota 6.
TAMBORES DISTANTES de Raoul Walsh com Gary Cooper.
Tenho lido um site do Cahiers du Cinema. É incrível como os franceses adoram Walsh. Vêm nele uma profundidade e uma maestria que raramente percebo. Gosto muito de seus filmes, aventuras sempre bem feitas e com heróis interessantes, mas gênio ele não foi. Este western passado nos pantanos da Flórida é muito bom, belo passatempo, mas não traz nenhum sinal de originalidade ou poesia. nota 6.
REMBRANDT de Alexander Korda com Charles Laughton
Bela bio do maior pintor da história. O cenário, recriando a Holanda da época é fascinante e Laughton, um ator nunca menos que genial, considerado por muitos o melhor da história cinematográfica, hipnotiza e fascina nosso olhar como sempre faz. Seu Rembrandt é poético e bastante convincente. Eis um ator que poderia ser Shakespeare na tela e nos convencer disso. Este filme brilha por seu trabalho e pelos ótimos diálogos que traz. nota 8.
OS INCONQUISTÁVEIS de Cecil B. de Mille com Gary Cooper e Paulette Godard
De Mille, com Hitchcock, o mais famoso diretor da história, traz aqui seu senso de show para as massas. Um pai de Spielberg, seu melhor dom é o de fazer a ação nunca parar. Esta aventura, em constante movimento, sempre indo em frente, tem de tudo : humor, tiros, correrias, paisagens de sonho, romance. Belo passatempo. nota 7. Ps. Como Paulette, ex-senhora Chaplin era bonita!!!
CARROS de John Lasseter
Por uma hora este desenho erra em tudo. Seu herói é um chato e não nos interessamos por ele. É legal vê-lo com um nome que é homenagem à Steve McQueen, de quem sou fã, mas a história não flui. Mas sua meia hora final é tudo o que queremos. Vem a crítica que a Pixar sempre faz ao mundo atual, o herói cresce, se humaniza, e nos apaixonamos pela pacata cidade perdida no tempo. No tempo, como diz o filme, em que as pessoas viajavam para ver, não para chegar. O veterano, homenagem linda à Paul Newman rouba as melhores cenas. nota 7.
OS INCRÍVEIS da Pixar, Disney
A mensagem é maravilhosa : fomos heróis um dia. Hoje, nosso medíocre mundo nos proíbe de o ser. Fomos Shakespeareanos. Hoje somos Big Brother. Mas isso é mostrado de um modo tão detalhado que chegou a me enjoar. Uma ação tão cheia de "trecos" me entedia. Bocejei ao final. Mas sem dúvida, nos cartoons de hoje, existe uma nobreza há muito ausente dos filmes com gente real. Dignificam a arte que nos deu Pinóquio e Dumbo e que tem agora esse absoluto momento de gênio chamado Wall.e. nota 6.