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CINEMA MUDO
Assistir cinema mudo é sempre difícil. É uma linguagem morta. Para usufruir voce precisa se esforçar, e hoje, cultura é confundida com diversão, não se admite esforço. Mas a questão é: vale à pena? ------------------- Fato interessante: as imagens dos filmes mudos possuem caráter de sonho. E não sou eu quem disse isso. Não cito o nome do autor dessa frase porque não recordo. Mas ele acertou. Quando vejo um filme mudo, mesmo que me entedie, fica na memória a sensação de que aquilo era um sonho, de que aquelas imagens não são reais. É uma característica encantada e de encantamento. Há filmes falados que também possuem esse dom, mas entre os mudos quase todos parecem sonhos. São estranhos, irreais, arcaicos, básicos, não necessariamente belos, porém, esquisitos. ----------------- Revi vários nesses dias. AURORA de Murnau não é nada chato, é um filme perfeito. E que fica na lembrança como sonho de dor e de amor. Já rever Fritz Lang é difícil. Pelo menos para mim. METROPOLIS é pesado como um trem, e se as imagens são belas ou inesquecíveis, seu desenvolvimento é rígido como pedra. Lang é sempre pesado. Considero-o, óbvio, um dos 20 maiores cineastas que aqui viveram, mas prefiro muito mais sua fase americana. Nos EUA ele continua pesado, porém seus temas são muito mais humanos. Seus filmes moir são maravilhosos. ----------------- Revi DON JUAN de Alan Crosland, com John Barrymore e Myrna Loy. Eu amo Barrymore, tanto mudo como falando nos anos 30. E Don Juan é de uma riquesa visual que impressiona. Revi também HELLS ANGELS, que é falado mas parece mudo, 1930. É o famoso filme sobre aviação de Howard Hughes, que na verdade foi feito por James Whale. As cenas aéreas são de uma beleza aterradora. Há uma, em que um zeppelin surge entre nuvens, de noite, que é das coisas mais incríveis que já vi. É lindo. E parece um sonho que voce sonhou um dia. ------------------------- Revi Buster Keaton, e comédias envelhecem menos, mas também são menos do mundo dos sonhos. Revi também O GATO E O CANÁRIO de Paul Leni, o avô dos filmes de casa misteriosa. Todos esses filmes têm qualidade, mas são pedem paciência, outro modo de usufruir. É uma educação estética, que sinceramente, não sei se é ainda válida. Sabemos que nunca se filmou tanto como nos anos de 1920 e que 80% dos filmes feitos então se perderam para sempre. Dos que ficaram, 15% vive em cinematecas e são inacessíveis e apenas 5% existem ao seu dispor, em mídias modernas. Desse número, talvez a metade valha à pena rever, são do nível de AURORA ou de HELLS ANGELS. ---------------- è isso.
A CEIA DOS ACUSADOS - DASHIELL HAMMETT ( THE THIN MAN )
Uma das coisas mais bobas nos comentários sobre arte é misturar a vida de uma pessoa com o valor de sua produção. Desse modo, o trabalho de Gauguin, que é genial, parece ainda melhor por ter Gauguin tido uma vida aventurosa. Já Monet parece pior por ter vivido uma existência convencional. Raymond Chandler é melhor que Hammett. Mas Chandler era um escritor de vida nada ousada. O máximo de estranho que ele fazia era beber uns tragos e correr atrás de suas secretárias. Hammett, que também é bom, mas Chandler é maior, teve uma vida mais interessante. Inclusive houve nela a auto destruição que tanto agrada aos fãs adolescentes. Chandler era melhor em tudo. Seus diálogos são mais agudos, mordazes, ferinos, a descrição de ambientes é excelente ( esse o ponto mais fraco de Hammett, não há cenário nele ), e na invenção de enredos Chandler parece mais realista ( o que é uma surpresa, pois foi Hammett quem viveu nesse ambiente de fato ). Dito isso, devo contar que este livro diverte. Menos que o filme. The Thin Man, filme de 1934 da MGM, tem William Powell e Myrna Loy, e quem viu o filme fica imaginando Nick e Nora com as caras dos dois atores. O filme é uma lição de bem viver, é o primeiro casal moderno na tela e os dois fizeram hsitória. Todo casal antenado dos anos 30 queria ser Nick e Nora. O livro não tem nada disso. Aqui Nora é uma coadjuvante e Nick um detetive que bebe muito. Não é engraçado. É esperto e cínico, mas nunca possui o savoir faire que Powell deu ao personagem. Na verdade é um romance com 90% de diálogos. A arte de Hammett é essa e é isso que encantou os europeus, os diálogos. Dash Hammett dá um passo adiante na técnica de Heminguay. Nos anos de 1980 todo mundo lia Hammett. Na década que tinha a pretensão de reviver os anos 30, Dash era um rei. Leia. Em 2021 é ainda uma boa diversão.
CARY GRANT- BETTE DAVIS-JAMES CAGNEY-COLIN FIRTH-UMA- NEIL SIMON
A GAROTA DO ADEUS de Herbert Ross com Richard Dreyfuss e Marsha Mason
Foi uma das maiores zebras do Oscar a vitória de Dreyfuss em 1977. Mas vista hoje sua atuação é sensacional. O texto, de Neil Simon, é bem anos 70. Fala de uma mãe solteira que é obrigada a dividir o apto com um ator desconhecido. Eles se odeiam e aos poucos passam a se aceitar. Parece óbvio, mas os diálogos são maravilhosos! Engraçado perceber que o personagem de Dreyfuss é um típico estudante paulista de 2016! Até as roupas são atuais! Não conseguimos sair de 1977... Este é o típico filme adulto popular daquele tempo. Se comparados aos adultos pop de hoje vemos que regredimos muito. Assista. Nota 7.
BE COOL, O OUTRO NOME DO JOGO de F. Gary Gray com John Travolta, Uma Thurman, Vince Vaughn, Cedric, The Rock e Danny de Vito.
O roteiro é pobre pacas! Chili Palmer, o personagem de Travolta no ótimo Get Shorty, ressurge aqui como produtor de música. Para lançar jovem cantora ele deve passar por cima de mafiosos russos, produtores bandidos e artimanhas do mal. A esperteza se foi, os golpes são primários e mal explicados. O filme se salva por The Rock, que rouba o filme como um capanga que quer ser cantor country. Hilário! Uma nunca esteve tão bonita. Travolta está com preguiça e Vince não tem a menor graça. Seu tipo é cópia descarada do Gary Oldman de Amor a Queima Roupa. Um filme bom de olhar, mas bem tolinho. Nota 5.
HOPE SPRINGS de Mark Herman com Colin Firth, Heather Graham e Minnie Driver.
Parecia bom. Adoro Colin. Mas é um tédio. Ele é um inglês que vai parar no interior dos EUA. Quer esquecer um amor perdido. Heather, como sempre, é uma doidinha legal, eles se envolvem. Minnie é a megera. O filme é lento, chato, preguiçoso, sem nenhuma imaginação. Pior de tudo, é uma comédia triste! ZERO.
G MEN CONTRA O IMPÉRIO DO CRIME de William Keighley com James Cagney
Um exemplar filme de gangster dos anos 30. Cagney é um advogado que abandona a profissão para ser um agente do que viria a ser o FBI. O que acompanhamos, no estilo rápido e objetivo da época, é sua escalada para se infiltrar na gang e destruir a organização criminosa. Um bom filme de macho. Nota 7.
BALAS OU VOTOS de William Keighley com Edward G. Robinson e Humphrey Bogart.
Não tão bom, o filme também faz parte do estilo "gangster da Warner". Mas o roteiro é mais meloso e Robinson não é tão bom quanto Cagney. Bogey faz mais um bandido. Ele, em 1936, ainda era o cara que todo mundo ama odiar. Nota 5.
SOMOS DO AMOR de Archie L. Mayo com Leslie Howard, Bette Davis e Olivia de Havilland.
Uma alegria voltar a ver os bons filmes pop dos anos 30. Este é mais um da Warner. Sobre um casal de atores que vive em guerra. E uma mocinha tola que se apaixona pelo ator. Leslie dá um show como o ator estrela, empoado e meio tonto. Bette brilha menos como a atriz nervosa. Olivia está excelente no papel da milionária doida. Tem ainda Eric Blore fazendo Eric Blore, ou seja, um delicioso mordomo afetado. Bom passatempo. Nota 7.
SOLTEIRÃO COBIÇADO de Irving Reis com Cary Grant, Myrna Loy e Shirley Temple.
Decepção. Um filme com Cary e Myrna consegue não ser bom. Uma garota de 16 anos se apaixona por Cary Grant, solteirão de 37. A irmã da menina, Loy, obriga-o a namorar com ela para que ela se decepcione com ele. Mal dirigido, sem ritmo, mesmo assim fez imenso sucesso, graças aos nomes das estrelas. Cary está contido, só se solta na única cena boa, a da gincana estudantil. Myrna não tem nada a fazer a não ser parecer elegante. Nota 4.
Foi uma das maiores zebras do Oscar a vitória de Dreyfuss em 1977. Mas vista hoje sua atuação é sensacional. O texto, de Neil Simon, é bem anos 70. Fala de uma mãe solteira que é obrigada a dividir o apto com um ator desconhecido. Eles se odeiam e aos poucos passam a se aceitar. Parece óbvio, mas os diálogos são maravilhosos! Engraçado perceber que o personagem de Dreyfuss é um típico estudante paulista de 2016! Até as roupas são atuais! Não conseguimos sair de 1977... Este é o típico filme adulto popular daquele tempo. Se comparados aos adultos pop de hoje vemos que regredimos muito. Assista. Nota 7.
BE COOL, O OUTRO NOME DO JOGO de F. Gary Gray com John Travolta, Uma Thurman, Vince Vaughn, Cedric, The Rock e Danny de Vito.
O roteiro é pobre pacas! Chili Palmer, o personagem de Travolta no ótimo Get Shorty, ressurge aqui como produtor de música. Para lançar jovem cantora ele deve passar por cima de mafiosos russos, produtores bandidos e artimanhas do mal. A esperteza se foi, os golpes são primários e mal explicados. O filme se salva por The Rock, que rouba o filme como um capanga que quer ser cantor country. Hilário! Uma nunca esteve tão bonita. Travolta está com preguiça e Vince não tem a menor graça. Seu tipo é cópia descarada do Gary Oldman de Amor a Queima Roupa. Um filme bom de olhar, mas bem tolinho. Nota 5.
HOPE SPRINGS de Mark Herman com Colin Firth, Heather Graham e Minnie Driver.
Parecia bom. Adoro Colin. Mas é um tédio. Ele é um inglês que vai parar no interior dos EUA. Quer esquecer um amor perdido. Heather, como sempre, é uma doidinha legal, eles se envolvem. Minnie é a megera. O filme é lento, chato, preguiçoso, sem nenhuma imaginação. Pior de tudo, é uma comédia triste! ZERO.
G MEN CONTRA O IMPÉRIO DO CRIME de William Keighley com James Cagney
Um exemplar filme de gangster dos anos 30. Cagney é um advogado que abandona a profissão para ser um agente do que viria a ser o FBI. O que acompanhamos, no estilo rápido e objetivo da época, é sua escalada para se infiltrar na gang e destruir a organização criminosa. Um bom filme de macho. Nota 7.
BALAS OU VOTOS de William Keighley com Edward G. Robinson e Humphrey Bogart.
Não tão bom, o filme também faz parte do estilo "gangster da Warner". Mas o roteiro é mais meloso e Robinson não é tão bom quanto Cagney. Bogey faz mais um bandido. Ele, em 1936, ainda era o cara que todo mundo ama odiar. Nota 5.
SOMOS DO AMOR de Archie L. Mayo com Leslie Howard, Bette Davis e Olivia de Havilland.
Uma alegria voltar a ver os bons filmes pop dos anos 30. Este é mais um da Warner. Sobre um casal de atores que vive em guerra. E uma mocinha tola que se apaixona pelo ator. Leslie dá um show como o ator estrela, empoado e meio tonto. Bette brilha menos como a atriz nervosa. Olivia está excelente no papel da milionária doida. Tem ainda Eric Blore fazendo Eric Blore, ou seja, um delicioso mordomo afetado. Bom passatempo. Nota 7.
SOLTEIRÃO COBIÇADO de Irving Reis com Cary Grant, Myrna Loy e Shirley Temple.
Decepção. Um filme com Cary e Myrna consegue não ser bom. Uma garota de 16 anos se apaixona por Cary Grant, solteirão de 37. A irmã da menina, Loy, obriga-o a namorar com ela para que ela se decepcione com ele. Mal dirigido, sem ritmo, mesmo assim fez imenso sucesso, graças aos nomes das estrelas. Cary está contido, só se solta na única cena boa, a da gincana estudantil. Myrna não tem nada a fazer a não ser parecer elegante. Nota 4.
CAMERON CROWE- WILLIAM POWELL- MYRNA LOY- PAUL RUDD- WILLIAM H. MACY- DISCO MUSIC
DEU A LOUCA NOS ASTROS de David Mamet com William H. Macy, Alec Baldwin, Sarah Jessica Parker, Philip Seymour Hoffman, Julia Stiles e Charles Durning.
Uma equipe de cinema invade uma cidade para fazer um filme. O diretor não sabe o que fazer e só pensa em dinheiro. O ator estrela é pedófilo. O escritor é inseguro. E a cidade se vende baratinho....É um anti-A Noite Americana, de Truffaut. Ao contrário do filme francês, aqui o cinema é apenas um ato de histeria. E no oposto a Oito e Meio, o diretor é somente um burocrata. O filme é tão desencantado que se torna vazio. Os atores dão o máximo, mas sei lá...é um filme bastante frouxo. Nota 3.
FÉRIAS FRUSTRADAS de Goldstein e Daley com Ed Helms e Christina Applegate.
Oh God! Uma semi refilmagem do velho filme de Chevy Chase ( que aparece aqui chocantemente mudado ). Seria ok se tivesse uma cena engraçada...Não tem. Algumas até nos deixam constrangido. A comédia, esse filho bastardo, está num de seus piores momentos neste século sofrido. Christina foi a Bundy-filha na maravilhosa série Um Amor de Família...bons tempos do politicamente incorreto. ZERO.
A CEIA DOS ACUSADOS de W.S.Van Dyke com William Powell, Myrna Loy e Maureen O'Sullivan.
Revi, pela quarta vez, o filme alcoólico baseado no livro de Hammett que criou o moderno casal americano. Os dois, Powell e Loy, inventam sem querer, aqui, o modelo daquilo que todo casal almeja, ou o modo como se vê: alegre, meio infantil, elegante e apaixonado de um modo irônico. É um prazer ver os dois na tela. Eles brilham como luar em oceano. Pena a história, policial, ser tão fraca...Mas há genialidade na construção, intuitiva, desse casal divisor de águas. Uma boa introdução ao cinema dos anos 30.
THANKS GOD! IT'S FRIDAY! de Robert Klane com Donna Summer, Jeff Goldblum, Debra Winger, Terri Nunn, Commodores.
Um lixo adorável. Pura nostalgia neste filme barato de 1978 que foi malhado então e que continua sendo desprezado como aquilo que ele é: lixo. Mas ao mesmo tempo ele é um retrato tão fiel do que era estar vivo e solto e leve em 1978! Goldblum e Debra estreiam aqui e ambos estão muito bem. A trilha sonora é um desbunde e a pobreza da produção favorece o documentarismo involuntário do momento. È um dos piores filmes da história que eu adoro. Questão pessoal: eu estava lá. O mundo era outro nos anos 70, e apesar de sempre desejar voltar a ser tão livre e tolo como foi, nunca mais o será.
BRIDESHEAD, DESEJO E PODER de Julian Jarrold com Mathew Goode, Ben Whishaw, Hayley Atwell, Michael Gambom e Emma Thompson.
Apesar de bonito de se olhar, esta nova adaptação ( de 2008 ) do livro de Evelyn Waugh não se compara a mítica série de 1981. Escrevi em outro post, longamente, sobre as duas versões. Aqui tudo é mais bobo, Sebastian vira uma bicha louca e a mãe uma histérica carola. Meu medo é: será que hoje tudo tem de ser explicitado ou então ninguém mais consegue perceber nada... Mas, se você não teve o prazer de ver a série, irá gostar deste desfile de belos cenários e de emoções reprimidas.
HOMEM FORMIGA de Peyton Reed com Paul Rudd, Michael Douglas
Muito bom. O melhor filme Marvel do ano. Tem humor, ótimos efeitos e um herói muito gostável. E um bom vilão. Não é longo demais e a impressão que tenho é que os melhores filmes de herói são aqueles que se levam menos a sério. Um filme para ser visto numa tarde de férias. Pode confiar. Paul Rudd faz com leveza o "cara do bem" que vive uma vida "não tão legal". É um perdedor. Assista.
A BELA DO PALCO de Richard Eyre com Billy Crudup, Claire Danes, Rupert Everett.
Eyre deve se achar um grande talento. Todos os seus filmes caem sob o peso desse talento pretensioso. Este é tão pedante que nos esmaga. Tudo é "arte". E tudo aqui é chatice sem fim. Os atores estão risíveis, o roteiro é desinteressante, as cenas são longas e vazias. Fuja correndo!
THE CHOCOLATE SOLDIER de Roy Del Ruth com Nelson Eddy, Rise Stevens
Jeannette e Nelson brigaram e então a MGM o uniu a cantora de ópera Rise. E ela se revelou uma atriz amadora. Fica todo o filme com a mesma expressão: um sorriso de não-atriz. Nelson se esforça. O filme, opereta barata, é menos ruim do que eu temia. Bobo. Mas bem feito.
SOB O MESMO CÉU de Cameron Crowe com Bradley Cooper, Emma Stone, Rachel McAdams e Bill Murray
Crowe e mais um de seus filmes "alto astral". É muito bom ter um cara que ainda faz filmes genuinamente alto astral. Crowe crê no bem, na bondade, na alegria. Pena que seus filmes façam tão pouco sentido. A história parece muito mal escrita, tudo rola sem rumo, sem muito porquê. Mas então surge o trunfo: os personagens. São gente legal, gente que gostamos de ver, pessoas que adoraríamos ter por perto. Crowe não sabe criar uma trama, mas sabe imaginar pessoas. Ele é o último dos hippies no cinema, seu estilo é "paz e amor". Tão sincero que terminamos de ver o filme e queremos amar mais. Ele não tem vergonha de apostar no bem. Adorei.
Uma equipe de cinema invade uma cidade para fazer um filme. O diretor não sabe o que fazer e só pensa em dinheiro. O ator estrela é pedófilo. O escritor é inseguro. E a cidade se vende baratinho....É um anti-A Noite Americana, de Truffaut. Ao contrário do filme francês, aqui o cinema é apenas um ato de histeria. E no oposto a Oito e Meio, o diretor é somente um burocrata. O filme é tão desencantado que se torna vazio. Os atores dão o máximo, mas sei lá...é um filme bastante frouxo. Nota 3.
FÉRIAS FRUSTRADAS de Goldstein e Daley com Ed Helms e Christina Applegate.
Oh God! Uma semi refilmagem do velho filme de Chevy Chase ( que aparece aqui chocantemente mudado ). Seria ok se tivesse uma cena engraçada...Não tem. Algumas até nos deixam constrangido. A comédia, esse filho bastardo, está num de seus piores momentos neste século sofrido. Christina foi a Bundy-filha na maravilhosa série Um Amor de Família...bons tempos do politicamente incorreto. ZERO.
A CEIA DOS ACUSADOS de W.S.Van Dyke com William Powell, Myrna Loy e Maureen O'Sullivan.
Revi, pela quarta vez, o filme alcoólico baseado no livro de Hammett que criou o moderno casal americano. Os dois, Powell e Loy, inventam sem querer, aqui, o modelo daquilo que todo casal almeja, ou o modo como se vê: alegre, meio infantil, elegante e apaixonado de um modo irônico. É um prazer ver os dois na tela. Eles brilham como luar em oceano. Pena a história, policial, ser tão fraca...Mas há genialidade na construção, intuitiva, desse casal divisor de águas. Uma boa introdução ao cinema dos anos 30.
THANKS GOD! IT'S FRIDAY! de Robert Klane com Donna Summer, Jeff Goldblum, Debra Winger, Terri Nunn, Commodores.
Um lixo adorável. Pura nostalgia neste filme barato de 1978 que foi malhado então e que continua sendo desprezado como aquilo que ele é: lixo. Mas ao mesmo tempo ele é um retrato tão fiel do que era estar vivo e solto e leve em 1978! Goldblum e Debra estreiam aqui e ambos estão muito bem. A trilha sonora é um desbunde e a pobreza da produção favorece o documentarismo involuntário do momento. È um dos piores filmes da história que eu adoro. Questão pessoal: eu estava lá. O mundo era outro nos anos 70, e apesar de sempre desejar voltar a ser tão livre e tolo como foi, nunca mais o será.
BRIDESHEAD, DESEJO E PODER de Julian Jarrold com Mathew Goode, Ben Whishaw, Hayley Atwell, Michael Gambom e Emma Thompson.
Apesar de bonito de se olhar, esta nova adaptação ( de 2008 ) do livro de Evelyn Waugh não se compara a mítica série de 1981. Escrevi em outro post, longamente, sobre as duas versões. Aqui tudo é mais bobo, Sebastian vira uma bicha louca e a mãe uma histérica carola. Meu medo é: será que hoje tudo tem de ser explicitado ou então ninguém mais consegue perceber nada... Mas, se você não teve o prazer de ver a série, irá gostar deste desfile de belos cenários e de emoções reprimidas.
HOMEM FORMIGA de Peyton Reed com Paul Rudd, Michael Douglas
Muito bom. O melhor filme Marvel do ano. Tem humor, ótimos efeitos e um herói muito gostável. E um bom vilão. Não é longo demais e a impressão que tenho é que os melhores filmes de herói são aqueles que se levam menos a sério. Um filme para ser visto numa tarde de férias. Pode confiar. Paul Rudd faz com leveza o "cara do bem" que vive uma vida "não tão legal". É um perdedor. Assista.
A BELA DO PALCO de Richard Eyre com Billy Crudup, Claire Danes, Rupert Everett.
Eyre deve se achar um grande talento. Todos os seus filmes caem sob o peso desse talento pretensioso. Este é tão pedante que nos esmaga. Tudo é "arte". E tudo aqui é chatice sem fim. Os atores estão risíveis, o roteiro é desinteressante, as cenas são longas e vazias. Fuja correndo!
THE CHOCOLATE SOLDIER de Roy Del Ruth com Nelson Eddy, Rise Stevens
Jeannette e Nelson brigaram e então a MGM o uniu a cantora de ópera Rise. E ela se revelou uma atriz amadora. Fica todo o filme com a mesma expressão: um sorriso de não-atriz. Nelson se esforça. O filme, opereta barata, é menos ruim do que eu temia. Bobo. Mas bem feito.
SOB O MESMO CÉU de Cameron Crowe com Bradley Cooper, Emma Stone, Rachel McAdams e Bill Murray
Crowe e mais um de seus filmes "alto astral". É muito bom ter um cara que ainda faz filmes genuinamente alto astral. Crowe crê no bem, na bondade, na alegria. Pena que seus filmes façam tão pouco sentido. A história parece muito mal escrita, tudo rola sem rumo, sem muito porquê. Mas então surge o trunfo: os personagens. São gente legal, gente que gostamos de ver, pessoas que adoraríamos ter por perto. Crowe não sabe criar uma trama, mas sabe imaginar pessoas. Ele é o último dos hippies no cinema, seu estilo é "paz e amor". Tão sincero que terminamos de ver o filme e queremos amar mais. Ele não tem vergonha de apostar no bem. Adorei.
PAUL THOMAS ANDERSON/ JIM CARREY/ MYRNA LOY/ STEVE MARTIN/ TIM ALLEN
VÍCIO INERENTE de Paul Thomas Anderson com Joaquim Phoenix, Owen Wilson, Reese Witherspoon, Josh Brolin, Benicio del Toro.
PT errou. De novo. Mas ao contrário de diretores como Fincher ou Nolan, ele corre riscos. PT tem um estilo desde sempre, uma visão de mundo, e principalmente, ele nunca baixa a guarda, o gosto do grupo comum não o toca. Aqui o livro de Thomas Pynchon é enfrentado. E PT se afoga. Pynchon escreve de um modo quase barroco, febril, modo que PT não consegue capturar. De qualquer modo, em seu estilo Altman de ser, ele tem alguns bons momentos. Mas o todo é desigual, e é triste dizer, o filme termina sendo chato. Os Coen nasceram para fazer este filme, PT não ousa injetar humor e escracho neste filme, fica tateando, empaca, quase se solta, volta a se prender. Pena. Os atores estão ok, e como Altman fazia, gente famosa em pontas brilhantes. Quase lá, filmes assim nunca são mais ou menos, querem muito e conseguem ou erram o alvo e se perdem. PT perdeu o rumo. Vale dizer, na trilha de Jonny Greenwood temos Can e Neil Young.
FOXCATCHER de Bennet Miller com Steve Carrel, Channing Tatum e Mark Ruffalo.
Uff...Deve ser muito ruim ser Bennet Miller. Se ele percebe a vida como ela aparece em seus filmes, ele é um bolha deprimido. Se é tudo apenas um estilo escolhido, ele trabalha no mais entediante dos negócios. Isso porque este filme é tudo aquilo que detesto num filme: maneirista, oco, entediante, visualmente vulgar e muito, muito fake. Tudo é calculado. O silêncio berra por admiração, o tema mistura vida real com doença, no caso, doença mental, duas marcas infalíveis para o sucesso de arte em 2015. E o filme é isso, mais de duas horas de gelo, cinza, papo furado, ares de importância e ideias banais. Lixo. Lixo total. ZERO.
DEBI E LOIDE 2 dos irmãos Farrely com Jeff Daniels e Jim Carrey.
Talvez a pior comédia em tempo de muitas comédias ruins. O roteiro é de uma burrice atroz, todas a piadas são sem graça e os atores sofrem com um roteiro tão pobre. Fim de linha para todos os envolvidos. ZERO.
O PANACA de Carl Reiner com Steve Martin e Bernadette Peters.
É o primeiro filme de Martin e foi um grande sucesso em 1979. É bastante irregular. Tem momentos espantosamente ruins e alguns muito bons. Ele é um idiota que foi educado por uma familia negra. Sai de casa para tentar a vida e fica rico sem querer. Steve Martin é o melhor comediante da melhor geração de comediantes da América ( Murray, Short, Chevy, Belushi, Eddie Murphy, Aykroyd, Radner, Andy Kauffman, Dangerfeld ). O filme é apenas ok. Nota 5.
GIRL CRAZY de Norman Taurog com Mickey Rooney e Judy Garland
Mickey é um rapaz rico que é mandado pelo pai à uma escola masculina. O objetivo é fazer com que ele pare de ser mulherengo. Na tal escola ele conhece a única garota do lugar. Musical com um astral tão alto que é duro ter de o criticar. Ok, o roteiro é fraco e tem dois números musicais fracos, mas...Mickey Rooney é um show de alegria, de garra e de simpatia e Judy está jovem e bonitinha. Um tipo de festa, leve, ritmada e nunca entediante. O grande cinema pop dos anos 40. Nota 7.
TEST PILOT de Victor Fleming com Clark Gable, Myrna Loy e Spencer Tracy.
Para os olhos de hoje há um choque em acompanhar o machismo hiper confiante de Gable. Das grandes estrelas masculinas de sua geração é ele aquele que envelheceu pior. Isso porque Gary Cooper passa bem o teste do tempo por ser elegante e bonito, assim como Cary Grant, alegre e sempre chique, James Stewart, simpático e comum e Errol Flynn, atlético e sempre cool. Gable era o mais viril, o duro e grosseiro, o cara da classe baixa que subiu, e hoje ele parece apenas feio e machista. Entendendo isso é muito divertido este filme sobre um piloto de aviões de teste que se apaixona por uma rica fazendeira. Myrna Loy, que sempre é chique e bonita está aqui mais bonita que nunca. É ela o modelo primeiro das mulheres finas e engraçadas do cinema popular. Tracy faz o amigo de Gable, um papel ingrato. O diretor Fleming teria no ano seguinte a este filme o seu grande ano, faria O Mágico de Oz e E O Vento Levou quase ao mesmo tempo! Este é um filme que une drama e comédia e tem efeitos especiais muito bons para seu tempo. Nota 7.
CHRISTMAS WITH THE KRANKS de Joe Roth com Tim Allen e Jamie Lee Curtis
É aquele filme do casal que tenta ignorar o Natal para poder usar o dinheiro em um cruzeiro. Mas a comunidade não os deixa em paz. O filme tem um tom estranho, afinal, ele é sobre a pressão da comunidade sobre o indivíduo. Ou não? Na verdade é uma comédia fraca sobre o valor do Natal e da amizade....que lixo! Este século tem sido árduo para se ver comédias....ZERO.
PT errou. De novo. Mas ao contrário de diretores como Fincher ou Nolan, ele corre riscos. PT tem um estilo desde sempre, uma visão de mundo, e principalmente, ele nunca baixa a guarda, o gosto do grupo comum não o toca. Aqui o livro de Thomas Pynchon é enfrentado. E PT se afoga. Pynchon escreve de um modo quase barroco, febril, modo que PT não consegue capturar. De qualquer modo, em seu estilo Altman de ser, ele tem alguns bons momentos. Mas o todo é desigual, e é triste dizer, o filme termina sendo chato. Os Coen nasceram para fazer este filme, PT não ousa injetar humor e escracho neste filme, fica tateando, empaca, quase se solta, volta a se prender. Pena. Os atores estão ok, e como Altman fazia, gente famosa em pontas brilhantes. Quase lá, filmes assim nunca são mais ou menos, querem muito e conseguem ou erram o alvo e se perdem. PT perdeu o rumo. Vale dizer, na trilha de Jonny Greenwood temos Can e Neil Young.
FOXCATCHER de Bennet Miller com Steve Carrel, Channing Tatum e Mark Ruffalo.
Uff...Deve ser muito ruim ser Bennet Miller. Se ele percebe a vida como ela aparece em seus filmes, ele é um bolha deprimido. Se é tudo apenas um estilo escolhido, ele trabalha no mais entediante dos negócios. Isso porque este filme é tudo aquilo que detesto num filme: maneirista, oco, entediante, visualmente vulgar e muito, muito fake. Tudo é calculado. O silêncio berra por admiração, o tema mistura vida real com doença, no caso, doença mental, duas marcas infalíveis para o sucesso de arte em 2015. E o filme é isso, mais de duas horas de gelo, cinza, papo furado, ares de importância e ideias banais. Lixo. Lixo total. ZERO.
DEBI E LOIDE 2 dos irmãos Farrely com Jeff Daniels e Jim Carrey.
Talvez a pior comédia em tempo de muitas comédias ruins. O roteiro é de uma burrice atroz, todas a piadas são sem graça e os atores sofrem com um roteiro tão pobre. Fim de linha para todos os envolvidos. ZERO.
O PANACA de Carl Reiner com Steve Martin e Bernadette Peters.
É o primeiro filme de Martin e foi um grande sucesso em 1979. É bastante irregular. Tem momentos espantosamente ruins e alguns muito bons. Ele é um idiota que foi educado por uma familia negra. Sai de casa para tentar a vida e fica rico sem querer. Steve Martin é o melhor comediante da melhor geração de comediantes da América ( Murray, Short, Chevy, Belushi, Eddie Murphy, Aykroyd, Radner, Andy Kauffman, Dangerfeld ). O filme é apenas ok. Nota 5.
GIRL CRAZY de Norman Taurog com Mickey Rooney e Judy Garland
Mickey é um rapaz rico que é mandado pelo pai à uma escola masculina. O objetivo é fazer com que ele pare de ser mulherengo. Na tal escola ele conhece a única garota do lugar. Musical com um astral tão alto que é duro ter de o criticar. Ok, o roteiro é fraco e tem dois números musicais fracos, mas...Mickey Rooney é um show de alegria, de garra e de simpatia e Judy está jovem e bonitinha. Um tipo de festa, leve, ritmada e nunca entediante. O grande cinema pop dos anos 40. Nota 7.
TEST PILOT de Victor Fleming com Clark Gable, Myrna Loy e Spencer Tracy.
Para os olhos de hoje há um choque em acompanhar o machismo hiper confiante de Gable. Das grandes estrelas masculinas de sua geração é ele aquele que envelheceu pior. Isso porque Gary Cooper passa bem o teste do tempo por ser elegante e bonito, assim como Cary Grant, alegre e sempre chique, James Stewart, simpático e comum e Errol Flynn, atlético e sempre cool. Gable era o mais viril, o duro e grosseiro, o cara da classe baixa que subiu, e hoje ele parece apenas feio e machista. Entendendo isso é muito divertido este filme sobre um piloto de aviões de teste que se apaixona por uma rica fazendeira. Myrna Loy, que sempre é chique e bonita está aqui mais bonita que nunca. É ela o modelo primeiro das mulheres finas e engraçadas do cinema popular. Tracy faz o amigo de Gable, um papel ingrato. O diretor Fleming teria no ano seguinte a este filme o seu grande ano, faria O Mágico de Oz e E O Vento Levou quase ao mesmo tempo! Este é um filme que une drama e comédia e tem efeitos especiais muito bons para seu tempo. Nota 7.
CHRISTMAS WITH THE KRANKS de Joe Roth com Tim Allen e Jamie Lee Curtis
É aquele filme do casal que tenta ignorar o Natal para poder usar o dinheiro em um cruzeiro. Mas a comunidade não os deixa em paz. O filme tem um tom estranho, afinal, ele é sobre a pressão da comunidade sobre o indivíduo. Ou não? Na verdade é uma comédia fraca sobre o valor do Natal e da amizade....que lixo! Este século tem sido árduo para se ver comédias....ZERO.
MAX OPHULS/ JASON REITMAN/ GEORGE CUKOR/ JAMES BROWN/ LUC BESSON/ MYRNA LOY/ JEAN RENOIR
HOMENS, MULHERES E FILHOS de Jason Reitman
É um daqueles dramas que eu chamo de "drama do abat-jour pastel". Tudo filmado no escurinho, em tons pastéis, com as pessoas falando baixinho, com suas caras sem expressão. Tenho uma colega que é mormon. Incrível como a América é marcada por essas religiões da limpeza, do comedimento, da ordem. Tudo se parece com ela, as roupas, as caras, o modo de viver e de reagir. O filme tem cenas de sexo, claro que vestidas, o filme fala de um mundo interligado, claro que superficialmente. E ainda termina com cenas bastante apelativas, digna do pior de Party of Five. Aliás, eu tenho uma teoria de que Party of Five, com seus teens falando baixinho e seus climas pastéis ( e aqui as pessoas chegam a ler no escuro ), é a realização cultural americana mais influente dos últimos 30 anos. Mais que Sopranos, Pulp Fiction ou X Men. A trilha sonora é sonâmbula. Por outro lado, o filme não me cansou, não me entediou e me fez sentir pena daquilo que fazemos com os pobres adolescentes...pobrezinhos. Só que o buraco é bem mais embaixo. Nota 4.
JAMES BROWN de Tate Taylor
Das biografias que não param de produzir, esta é das menos óbvias. Isso porque se evita a odisséia das drogas e álcool, que estragou a bio de tanta gente. O filme tem uma excelente recriação do Alabama negro da década de 30 e sabe usar as músicas sem exagero. Uma coisa ótima:: as cenas musicais sabem passar a energia do som de James Brown, o cara que mais mudou aquilo que se entende por pop music. Brown trouxe o ritmo para o centro do som e desse modo criou o som de nosso tempo. O filme não é triste, é bem editado e diverte. Legal. Nota 6.
UM AMOR DE VIZINHA de Rob Reiner com Michael Douglas, Diane Keaton
Deus meu que filme vazio! O planeta está envelhecendo e é isto que oferecem a esse público? A batida história do cara viúvo, ranzinza, que conhece uma maluquinha divorciada e após muitas brigas ficam juntos. God! Isso já era velho em 1970! Tudo bem, nada impede mais um plot batido, desde que bem feito, fresh, vitalizado. Jack Nicholson e a mesma Diane fizeram isso muito bem em 2000. Aqui não! Nota 1.
AS DUAS FACES DE JANEIRO de Houssein Amini com Viggo Mortensen e Kirsten Dunst.
Em 1960 René Clement fez o filme mais elegante da história do mundo. Com roteiro de Patricia Highsmith, O Sol Por Testemunha, um suspense digno de Hitch, teve a sorte de capturar a Europa em seu momento mais classudo. Era aquele classudo esportivo, leve, fresco, que foi destruído pela onda hippie a partir de 1966. Este filme, também baseado em Highsmith, tenta esse clima classudo todo o tempo. Se passa em 1962, a beira do Mediterrâneo, e os atores se vestem naquele estilo despojado com finésse da época. Mas assim como o suspense vira brutalidade, a elegância vira afetação. Fake ao extremo, mesmo o ótimo Viggo e uma Dunst linda de doer não salvam a gororoba. Fuja! Nota 1.
3 DIAS PARA MATAR de Luc Besson com Kevin Costner, Amber Head e Connie Nielsen
Quer saber? Bom pacas! Muito bem dirigido em suas cenas de ação, que são poucas, o filme tem trama, tem suspense, surpresas e um Costner na ponta dos cascos. Vale muito a pena! É melhor que um monte de besteiras tratadas como arte só por sua lentidão e pretensão. Nota 7.
NÚPCIAS DE ESCÂNDALO de George Cukor com Katharine Hepburn, Cary Grant, James Stewart.
A peça de Philip Barry deu dois filmes clássicos, este, o melhor, de 1940, e Alta Sociedade, de 1956. Kate fez a peça em NY e a comprou. O filme salvou sua carreira. Ela faz a mimada socialite prestes a se casar pela segunda vez. Cary, no auge do relax, é seu ex-marido e James Stewart ganhou um Oscar fazendo um repórter que vai cobrir a festa. Sinal dos tempos, um repórter num casamento rico é considerada coisa de extremo mal gosto! O filme é um souflé perfeitamente realizado: leve, gostoso, chic e inesquecível. Os diálogos voam como tiros de açucar e os atores parecem brilhar com papéis que pedem esse brilho. É um filme obrigatório para quem ama a palavra no cinema. A edição do dvd traz um doc sobre Kate que vale muito ser apreciado. Ela foi única! Nota DEZ.
TOO HOT TO HANDLE de Jack Conway com Clark Gable, Myrna Loy e Walter Pigeon
Hummm....este filme choca um pouco por seu machismo, racismo, e sua defesa do mau caráter "legal". Se voce conseguir relativizar tudo isso terá um agitado filme de sucesso típico do mais pop dos anos 30. Clark é um fotógrafo de jornal que vive usando mentiras para vender suas fotos. Pigeon é seu rival. Myrna Loy é uma milionária que vai a Guiana para procurar o irmão perdido na selva. Clark era na época o modelo do macho sexy. Gary Cooper era mais bonzinho, Cary Grant mais chic, Charles Boyer o romantico, e Clark o homenzão. Dos 4 é hoje o mais ultrapassado. Mas o filme diverte, diverte como um tipo de cartoon absurdo, um pastelão onde tanta coisa acontece que a gente fica até tonto de ver. Nota 6.
OS SETE SUSPEITOS de Johnathan Lynn com Tim Curry, Madeline Kahn, Christopher Lloyd
Um bando de tipos estranhos são convidados a uma casa. Lá, um por um começam a ser mortos. Vi o filme por causa de Tim Curry, ator que é sempre um show. Ele quase consegue salvar o filme, mas o roteiro, de John Landis, é um desastre! Mesmo o clima soturno é mal realizado. Nota 3.
BOUDU SALVO DAS ÁGUAS de Jean Renoir com Michel Simon
Ah o sacrifício que a gente fazia pelo cinema....Eu tinha visto este filme numa cópia horrível nos anos 80, na TV. Era um borrão truncado. Aqui está a cópia nova! O filme brilha! É um dos clássicos de Renoir, e como todo filme de Renoir, ele nos desconcerta! Boudu é um vagabundo que cai no Senna. Recolhido por um senhor burguês, ele se mostra um homem irritante. Boudu seria um tipo de homem "foda-se", o cara que não tá nem aí, que não liga para educação ou bons modos. O filme fica assim duro de ver, porque Boudu nos irrita. Ele mal agradecido, egoísta, sujo, mentiroso, um chato. Mas não sei porque, quando ele termina, e só quando termina, sentimos ter gostado do filme. Estranhamente, parece que pressentimos que havia algo ali. Bom, as cenas de rua são lindas! Renoir mostra a França de 1933, coisa rara então, e essas tomadas nos encantam. É um filme que preciso rever.
LA RONDE de Max Ophuls com Simone Signoret, Gerard Philipe, Daniel Gelin, Danielle Darrieux, Simone Simon, Fernand Gravey e Jean-Louis Barrault
Lindo, alegre, mágico, encantador. Ophuls dá uma aula de cinema. Como diz PT Anderson no post abaixo, os personagens dão aos atores a possibilidade de atuar, Anderson mostra uma tomada, sem cortes, onde a câmera roda pelo set e deixa a atriz, Darrieux, atuar. Todd Haynes em outro post abaixo fala da beleza dos filmes de Ophuls. Este filme é uma dádiva, um presente, um prazer. Nota DEZ!
É um daqueles dramas que eu chamo de "drama do abat-jour pastel". Tudo filmado no escurinho, em tons pastéis, com as pessoas falando baixinho, com suas caras sem expressão. Tenho uma colega que é mormon. Incrível como a América é marcada por essas religiões da limpeza, do comedimento, da ordem. Tudo se parece com ela, as roupas, as caras, o modo de viver e de reagir. O filme tem cenas de sexo, claro que vestidas, o filme fala de um mundo interligado, claro que superficialmente. E ainda termina com cenas bastante apelativas, digna do pior de Party of Five. Aliás, eu tenho uma teoria de que Party of Five, com seus teens falando baixinho e seus climas pastéis ( e aqui as pessoas chegam a ler no escuro ), é a realização cultural americana mais influente dos últimos 30 anos. Mais que Sopranos, Pulp Fiction ou X Men. A trilha sonora é sonâmbula. Por outro lado, o filme não me cansou, não me entediou e me fez sentir pena daquilo que fazemos com os pobres adolescentes...pobrezinhos. Só que o buraco é bem mais embaixo. Nota 4.
JAMES BROWN de Tate Taylor
Das biografias que não param de produzir, esta é das menos óbvias. Isso porque se evita a odisséia das drogas e álcool, que estragou a bio de tanta gente. O filme tem uma excelente recriação do Alabama negro da década de 30 e sabe usar as músicas sem exagero. Uma coisa ótima:: as cenas musicais sabem passar a energia do som de James Brown, o cara que mais mudou aquilo que se entende por pop music. Brown trouxe o ritmo para o centro do som e desse modo criou o som de nosso tempo. O filme não é triste, é bem editado e diverte. Legal. Nota 6.
UM AMOR DE VIZINHA de Rob Reiner com Michael Douglas, Diane Keaton
Deus meu que filme vazio! O planeta está envelhecendo e é isto que oferecem a esse público? A batida história do cara viúvo, ranzinza, que conhece uma maluquinha divorciada e após muitas brigas ficam juntos. God! Isso já era velho em 1970! Tudo bem, nada impede mais um plot batido, desde que bem feito, fresh, vitalizado. Jack Nicholson e a mesma Diane fizeram isso muito bem em 2000. Aqui não! Nota 1.
AS DUAS FACES DE JANEIRO de Houssein Amini com Viggo Mortensen e Kirsten Dunst.
Em 1960 René Clement fez o filme mais elegante da história do mundo. Com roteiro de Patricia Highsmith, O Sol Por Testemunha, um suspense digno de Hitch, teve a sorte de capturar a Europa em seu momento mais classudo. Era aquele classudo esportivo, leve, fresco, que foi destruído pela onda hippie a partir de 1966. Este filme, também baseado em Highsmith, tenta esse clima classudo todo o tempo. Se passa em 1962, a beira do Mediterrâneo, e os atores se vestem naquele estilo despojado com finésse da época. Mas assim como o suspense vira brutalidade, a elegância vira afetação. Fake ao extremo, mesmo o ótimo Viggo e uma Dunst linda de doer não salvam a gororoba. Fuja! Nota 1.
3 DIAS PARA MATAR de Luc Besson com Kevin Costner, Amber Head e Connie Nielsen
Quer saber? Bom pacas! Muito bem dirigido em suas cenas de ação, que são poucas, o filme tem trama, tem suspense, surpresas e um Costner na ponta dos cascos. Vale muito a pena! É melhor que um monte de besteiras tratadas como arte só por sua lentidão e pretensão. Nota 7.
NÚPCIAS DE ESCÂNDALO de George Cukor com Katharine Hepburn, Cary Grant, James Stewart.
A peça de Philip Barry deu dois filmes clássicos, este, o melhor, de 1940, e Alta Sociedade, de 1956. Kate fez a peça em NY e a comprou. O filme salvou sua carreira. Ela faz a mimada socialite prestes a se casar pela segunda vez. Cary, no auge do relax, é seu ex-marido e James Stewart ganhou um Oscar fazendo um repórter que vai cobrir a festa. Sinal dos tempos, um repórter num casamento rico é considerada coisa de extremo mal gosto! O filme é um souflé perfeitamente realizado: leve, gostoso, chic e inesquecível. Os diálogos voam como tiros de açucar e os atores parecem brilhar com papéis que pedem esse brilho. É um filme obrigatório para quem ama a palavra no cinema. A edição do dvd traz um doc sobre Kate que vale muito ser apreciado. Ela foi única! Nota DEZ.
TOO HOT TO HANDLE de Jack Conway com Clark Gable, Myrna Loy e Walter Pigeon
Hummm....este filme choca um pouco por seu machismo, racismo, e sua defesa do mau caráter "legal". Se voce conseguir relativizar tudo isso terá um agitado filme de sucesso típico do mais pop dos anos 30. Clark é um fotógrafo de jornal que vive usando mentiras para vender suas fotos. Pigeon é seu rival. Myrna Loy é uma milionária que vai a Guiana para procurar o irmão perdido na selva. Clark era na época o modelo do macho sexy. Gary Cooper era mais bonzinho, Cary Grant mais chic, Charles Boyer o romantico, e Clark o homenzão. Dos 4 é hoje o mais ultrapassado. Mas o filme diverte, diverte como um tipo de cartoon absurdo, um pastelão onde tanta coisa acontece que a gente fica até tonto de ver. Nota 6.
OS SETE SUSPEITOS de Johnathan Lynn com Tim Curry, Madeline Kahn, Christopher Lloyd
Um bando de tipos estranhos são convidados a uma casa. Lá, um por um começam a ser mortos. Vi o filme por causa de Tim Curry, ator que é sempre um show. Ele quase consegue salvar o filme, mas o roteiro, de John Landis, é um desastre! Mesmo o clima soturno é mal realizado. Nota 3.
BOUDU SALVO DAS ÁGUAS de Jean Renoir com Michel Simon
Ah o sacrifício que a gente fazia pelo cinema....Eu tinha visto este filme numa cópia horrível nos anos 80, na TV. Era um borrão truncado. Aqui está a cópia nova! O filme brilha! É um dos clássicos de Renoir, e como todo filme de Renoir, ele nos desconcerta! Boudu é um vagabundo que cai no Senna. Recolhido por um senhor burguês, ele se mostra um homem irritante. Boudu seria um tipo de homem "foda-se", o cara que não tá nem aí, que não liga para educação ou bons modos. O filme fica assim duro de ver, porque Boudu nos irrita. Ele mal agradecido, egoísta, sujo, mentiroso, um chato. Mas não sei porque, quando ele termina, e só quando termina, sentimos ter gostado do filme. Estranhamente, parece que pressentimos que havia algo ali. Bom, as cenas de rua são lindas! Renoir mostra a França de 1933, coisa rara então, e essas tomadas nos encantam. É um filme que preciso rever.
LA RONDE de Max Ophuls com Simone Signoret, Gerard Philipe, Daniel Gelin, Danielle Darrieux, Simone Simon, Fernand Gravey e Jean-Louis Barrault
Lindo, alegre, mágico, encantador. Ophuls dá uma aula de cinema. Como diz PT Anderson no post abaixo, os personagens dão aos atores a possibilidade de atuar, Anderson mostra uma tomada, sem cortes, onde a câmera roda pelo set e deixa a atriz, Darrieux, atuar. Todd Haynes em outro post abaixo fala da beleza dos filmes de Ophuls. Este filme é uma dádiva, um presente, um prazer. Nota DEZ!
SCHLESINGER/ POLLACK/ GILLIAN/ BOGEY/ TOM COURTNEY
BILLY LIAR de John Schlesinger com Tom Courtney e Julie Christie
Assisti na Tv Cultura, talvez em 1978. Depois nunca mais. Lembrava apenas de Julie andando pelas ruas e de Tom mandando a avó calar a boca. Revi ontem. É um filme maravilhoso. Billy, feito de maneira absolutamente mágica pelo grande Tom Courtney, é um jovem sonhador. Mas não o tipo sonhador-poético. Ele é um sonhador covarde. Sonha acordado toda vez que surge alguma dificuldade. Sonha matar os pais, ser um grande general, um escritor, um duque de sangue azul... Sua vida é uma confusão. Faz um medíocre roubo em seu emprego, tem duas namoradas ridiculas, uma familia banal e vive em Newcastle. Sua única chance é Julie, em seu primeiro papel de estrela, uma garota livre, andarilha, que o convida para ir viver em Londres. Ele irá? O filme é de 1962 e vemos a Inglaterra prestes a pirar. Jovens entediados, reprimidos, doidos para viver em cidades demolidas, sujas. Penso no que seria de Billy dali a 5 anos. Doido de LSD? E a personagem de Julie? Morta? Schlesinger foi entre 1960 e 1976 um grande diretor. Depois se perdeu em projetos loucos e numa vida perdida em drugs. Ele filma livremente, criativamente, solto. É quase Nouvelle Vague, mas nunca perde o rumo do roteiro e jamais deixa de ser irônico. O filme é obrigatório. Consegue ser divertido e instigante. Billy é apaixonante. Nota DEZ!!!!
A NOITE DOS DESESPERADOS de Sidney Pollack com Jane Fonda, Michael Sarrazin, Gig Young, Susannah York e Bruce Dern
Pauline Kael dizia que entre 1965/1977 os americanos iam ao cinema para serem deprimidos. Grandes hits terminavam sempre em dor, morte e falência total ( O Poderoso Chefão, Serpico, Butch Cassidy, Exorcista, Operação França e um etc sem fim ). Este filme, que muitos acham ser a obra prima de Pollack, é dos mais tristes. Miséria pra todo lado. Estamos em 1932, e acontece mais uma maratona de dança. Para quem não sabe, essa maratona era um tipo de Big Brother dos desesperados. Casais dançavam sem parar, por dias e dias, com intervalos de dez minutos a cada quatro horas. A coisa chegava a durar meses e era transmitida por rádio. Raras vezes o cinema mostrou gente sendo massacrada com tanta explicitude. Jane é uma suicida, Michael um ingênuo, York uma atriz falida e Dern um pai morto de fome. Gig Young ganhou o Oscar de ator coadjuvante fazendo o mestre de cerimônias, cínico, cruel e eficiente. O filme, como apontava Kael, não faz a menor concessão. É de uma melancolia tétrica. E é bom cinema. Tem ritmo, tem grandes atuações, tem interesse. E não envelheceu nada. Nota 7.
AFTER THE THIN MAN de W.S.Van Dyke com William Powell, Myrna Loy e James Stewart
Em 1934 se lançou, baseado em Dashiel Hammett, The Thin Man. O sucesso fez com que dois anos depois se lançasse este filme. Mais cinco viriam. Mas em dois anos uma coisa mudou para pior, a censura. No primeiro Powell fazendo Nick Charles passava todo o filme bêbado e soltando piadas ácidas. Aqui ele quase não bebe e faz humor mais familiar. Mas o filme ainda é bom. O prazer em ver o casal Powell e Loy não tem fim. Como no outro filme, eles resolvem um caso de assassinato. Stewart antes de ser uma estrela está por perto. Asta, o cachorro rouba o show. Nota 6.
COMBOIO PARA O LESTE de Lloyd Bacon com Humphrey Bogart e Raymond Massey
O tema é ótimo. Navios mercantes tentando cruzar o Atlântico rumo a Inglaterra na segunda-guerra. Bogey é o capitão de um navio. O filme é ok, mas nada especial. Nota 5.
BRAZIL de Terry Gillian com Johathan Pryce, Bob Hoskins e Robert de Niro
Gillian fez parte do Monty Python. Ninguém pode lhe tirar esse mérito. Mas seus filmes são sempre decepcionantes. Nos anos 80 este filme foi chamado por críticos moderninhos de obra-prima kafkiana. Hoje tem o lugar que merece: esquecimento. Muito ruim. Nota ZERO.
DAQUI A CEM ANOS de William Cameron Menzies
Baseado em HG Wells, este filme passou décadas esquecido e hoje, de volta em DVD, é reavaliado como obra-prima e considerado cult. Eu não gostei tanto. Fala de uma sociedade do futuro que vive em função da guerra. É frio, distante, não emociona. Nota 4
Assisti na Tv Cultura, talvez em 1978. Depois nunca mais. Lembrava apenas de Julie andando pelas ruas e de Tom mandando a avó calar a boca. Revi ontem. É um filme maravilhoso. Billy, feito de maneira absolutamente mágica pelo grande Tom Courtney, é um jovem sonhador. Mas não o tipo sonhador-poético. Ele é um sonhador covarde. Sonha acordado toda vez que surge alguma dificuldade. Sonha matar os pais, ser um grande general, um escritor, um duque de sangue azul... Sua vida é uma confusão. Faz um medíocre roubo em seu emprego, tem duas namoradas ridiculas, uma familia banal e vive em Newcastle. Sua única chance é Julie, em seu primeiro papel de estrela, uma garota livre, andarilha, que o convida para ir viver em Londres. Ele irá? O filme é de 1962 e vemos a Inglaterra prestes a pirar. Jovens entediados, reprimidos, doidos para viver em cidades demolidas, sujas. Penso no que seria de Billy dali a 5 anos. Doido de LSD? E a personagem de Julie? Morta? Schlesinger foi entre 1960 e 1976 um grande diretor. Depois se perdeu em projetos loucos e numa vida perdida em drugs. Ele filma livremente, criativamente, solto. É quase Nouvelle Vague, mas nunca perde o rumo do roteiro e jamais deixa de ser irônico. O filme é obrigatório. Consegue ser divertido e instigante. Billy é apaixonante. Nota DEZ!!!!
A NOITE DOS DESESPERADOS de Sidney Pollack com Jane Fonda, Michael Sarrazin, Gig Young, Susannah York e Bruce Dern
Pauline Kael dizia que entre 1965/1977 os americanos iam ao cinema para serem deprimidos. Grandes hits terminavam sempre em dor, morte e falência total ( O Poderoso Chefão, Serpico, Butch Cassidy, Exorcista, Operação França e um etc sem fim ). Este filme, que muitos acham ser a obra prima de Pollack, é dos mais tristes. Miséria pra todo lado. Estamos em 1932, e acontece mais uma maratona de dança. Para quem não sabe, essa maratona era um tipo de Big Brother dos desesperados. Casais dançavam sem parar, por dias e dias, com intervalos de dez minutos a cada quatro horas. A coisa chegava a durar meses e era transmitida por rádio. Raras vezes o cinema mostrou gente sendo massacrada com tanta explicitude. Jane é uma suicida, Michael um ingênuo, York uma atriz falida e Dern um pai morto de fome. Gig Young ganhou o Oscar de ator coadjuvante fazendo o mestre de cerimônias, cínico, cruel e eficiente. O filme, como apontava Kael, não faz a menor concessão. É de uma melancolia tétrica. E é bom cinema. Tem ritmo, tem grandes atuações, tem interesse. E não envelheceu nada. Nota 7.
AFTER THE THIN MAN de W.S.Van Dyke com William Powell, Myrna Loy e James Stewart
Em 1934 se lançou, baseado em Dashiel Hammett, The Thin Man. O sucesso fez com que dois anos depois se lançasse este filme. Mais cinco viriam. Mas em dois anos uma coisa mudou para pior, a censura. No primeiro Powell fazendo Nick Charles passava todo o filme bêbado e soltando piadas ácidas. Aqui ele quase não bebe e faz humor mais familiar. Mas o filme ainda é bom. O prazer em ver o casal Powell e Loy não tem fim. Como no outro filme, eles resolvem um caso de assassinato. Stewart antes de ser uma estrela está por perto. Asta, o cachorro rouba o show. Nota 6.
COMBOIO PARA O LESTE de Lloyd Bacon com Humphrey Bogart e Raymond Massey
O tema é ótimo. Navios mercantes tentando cruzar o Atlântico rumo a Inglaterra na segunda-guerra. Bogey é o capitão de um navio. O filme é ok, mas nada especial. Nota 5.
BRAZIL de Terry Gillian com Johathan Pryce, Bob Hoskins e Robert de Niro
Gillian fez parte do Monty Python. Ninguém pode lhe tirar esse mérito. Mas seus filmes são sempre decepcionantes. Nos anos 80 este filme foi chamado por críticos moderninhos de obra-prima kafkiana. Hoje tem o lugar que merece: esquecimento. Muito ruim. Nota ZERO.
DAQUI A CEM ANOS de William Cameron Menzies
Baseado em HG Wells, este filme passou décadas esquecido e hoje, de volta em DVD, é reavaliado como obra-prima e considerado cult. Eu não gostei tanto. Fala de uma sociedade do futuro que vive em função da guerra. É frio, distante, não emociona. Nota 4
UM ATOR CHAMADO WILLIAM POWELL ( A INVENÇÃO DO CASAL MODERNO )
William Powell nasceu no fim do século XIX. Filho de um contador e de uma alegre irlandesa, seu pai sonhava em vê-lo advogado. Mas não conseguiu. Powell acabou no teatro em começos do século XX. Fazia de tudo: vaudeville, dramas, comédias e até Shakespeare. Teve dois anos de fome absoluta ( o pai lhe cortara o dinheiro, descontente com sua decisão ). Até que surgiu em sua vida o cinema. Durante todo o período do cinema silencioso, ele foi um vilão. Era sempre o cara que a platéia deveria odiar. Mas havia algo nele, e o público meio que gostava dele. Quando surgiu o cinema falado, se escutou então sua voz. Uma dicção suave, clara, cultivada. Estava consumada a mudança, William Powell seria um herói das comédias espertas.
Seu rosto não irá agradar os jovens inteligentinhos de agora. Ele tem a face de seu tempo. Bigode fininho, cabelo empastelado e dividido ao meio, magro e nada atlético, modos de gentleman. Aliás essa palavra é muito citada no livro de Lawrence J. Quirk que acabei de ler, gentleman. Na tela e na vida, Powell foi um cavalheiro. Casou-se ainda no tempo do cinema silencioso. Não deu certo e o filho que nasceu se mostrou instável ( acabou por se matar aos 43 anos, nos anos 60 ). Continuou amigo dessa primeira esposa. Depois, já famoso e trintão, se casou com Carole Lombard, a futura maior comediante dos EUA. Mas ela se mostrou muito imatura e o casamento durou apenas dois anos. O que não os impediu de serem amigos até a precoce morte dela ( em desastre de avião ). Foi quando Powell se apaixonou pela sex-symbol Jean Harlow. O casamento estava já planejado quando ela faleceu vítima de uma peritonite. Arrasado, Powell logo depois descobriu ser portador de um câncer no reto.
Imagine o que deveria ser, ter um câncer em 1938. Powell foi operado, passou dois anos em recuperação e acabou por viver até os 91 anos. Ele, que era dado como condenado, faleceu apenas em 1984. Após esse câncer, de volta ao cinema, ele se casou mais uma vez, com uma jovem atriz, 27 anos mais jovem que ele. Todos os amigos lhe avisaram: Não vai durar...pois bem, durou 40 anos, até a morte dele. Felizes.
William Powell foi sempre um homem filosófico. Ele sempre teve a certeza de que não se deve culpar a vida ou o destino. Cabe a cada um fazer o melhor que puder. E o dever único é ser uma bela presença na vida dos outros. Em meio a toda essa ebulição de casamentos desfeitos e doenças, Powell se manteve são. Cultivava a solidão, tinha poucos e sólidos amigos e nunca perdeu de vista as ex-esposas. Abandonou o cinema aos 61 anos, quando achou que havia feito o que devia fazer e em paz, viveu mais 30 verões.
No cinema o fato mais importante de sua vida foi o encontro com Myrna Loy. Juntos eles criaram o mito do casal feliz e moderno. Urbano, sofisticado, cínico. Explico.
Até 1934 um casal feliz era um casal de pombinhos. Doce, amoroso, aconchegante, sem surpresas. Powell e Loy, com sua química sofisticada, inventam ( sim, inventam e espalham ao mundo via cinema ), um novo tipo de casal feliz, o casal que se agride, se separa, se ofende, se provoca todo o tempo, de brincadeira. O casal que joga. E ri, ri muito e faz os outros rirem também.
Ele sai com quem quiser ( desde que seja fiel, claro ), ela idem. Ele tem sua vida pessoal, ela idem. E bebem, fumam, dançam, discutem, ameaçam se bater... mas jamais gritam, jamais perdem a pose, nunca deixam de ser elegantes. Eureka!!! O mundo se apaixonou pelos dois e eles fizeram então 13 filmes juntos. E até hoje os filmes tentam reprisar aquele casal. Não só os filmes, as novelas, as séries de TV e até muita gente na vida pessoal. E creia, não havia isso antes de 1934, que é quando foi lançado A CEIA DOS ACUSADOS ( THE THIN MAN ), o filme baseado em Dashiell Hammett que começou tudo. Os dois ensinaram ao mundo que o casamento podia ser mais que ser apenas feliz, podia ser engraçado, excitante, imprevisível. E sempre wit.
Preciso falar de Myrna Loy.
Os anos 30 tiveram Garbo. Bette Davis e Marlene Dietrich. Tiveram Joan Crawford e Claudette Colbert. Kate Hepburn e Carole Lombard. E na votação do público a mais querida era Myrna Loy. Porque? Fácil responder. Nós admiramos Davis e Kate, rimos com Lombard e Colbert, e somos meio que intimidados por Garbo e Dietrich. Mas Myrna Loy nós amamos. Ela não é apenas linda. Ela é mais que isso, ela é "simpática". Desejamos morar com ela, sair com ela, viajar com ela. Poucas atrizes têm esse dom. Mais que atração ou admiração, o que sentimos é um tipo de "amizade". Myrna Loy, em que pese todo seu sex-appeal ( que é enorme ), é uma pessoa da familia.
E o mesmo acontecia com Powell. Ele é o tio maluco, sofisticado, esperto e calmo, que viveu em Paris e em Veneza e que vem nos visitar de surpresa. Com ele vem sua esposa, Loy, que ele conheceu em Vienna ou Praga e que é tão esperta e refinada como ele. O encontro desses dois só podia dar certo.
Existem "acidentes" no cinema que são maravilhosos. É quando se forma uma parceria insuspeita, mágica, definidora de um futuro. As uniões de ator e diretor são muitas ( Ford e Wayne, Huston e Bogey, Truffaut e Leaud, Scorsese e De Niro, Pollack e Redord ), mas existem aquelas de ator e ator/atriz... ( Laurel e Hardy, Bob Hope e Bing Crosby, Astaire Ginger Rogers ), William Powell e Myrna Loy, em termos de união homem e mulher foi a mais feliz, mais brilhante e mais festiva. Poder ainda assisti-los é um privilégio.
Seu rosto não irá agradar os jovens inteligentinhos de agora. Ele tem a face de seu tempo. Bigode fininho, cabelo empastelado e dividido ao meio, magro e nada atlético, modos de gentleman. Aliás essa palavra é muito citada no livro de Lawrence J. Quirk que acabei de ler, gentleman. Na tela e na vida, Powell foi um cavalheiro. Casou-se ainda no tempo do cinema silencioso. Não deu certo e o filho que nasceu se mostrou instável ( acabou por se matar aos 43 anos, nos anos 60 ). Continuou amigo dessa primeira esposa. Depois, já famoso e trintão, se casou com Carole Lombard, a futura maior comediante dos EUA. Mas ela se mostrou muito imatura e o casamento durou apenas dois anos. O que não os impediu de serem amigos até a precoce morte dela ( em desastre de avião ). Foi quando Powell se apaixonou pela sex-symbol Jean Harlow. O casamento estava já planejado quando ela faleceu vítima de uma peritonite. Arrasado, Powell logo depois descobriu ser portador de um câncer no reto.
Imagine o que deveria ser, ter um câncer em 1938. Powell foi operado, passou dois anos em recuperação e acabou por viver até os 91 anos. Ele, que era dado como condenado, faleceu apenas em 1984. Após esse câncer, de volta ao cinema, ele se casou mais uma vez, com uma jovem atriz, 27 anos mais jovem que ele. Todos os amigos lhe avisaram: Não vai durar...pois bem, durou 40 anos, até a morte dele. Felizes.
William Powell foi sempre um homem filosófico. Ele sempre teve a certeza de que não se deve culpar a vida ou o destino. Cabe a cada um fazer o melhor que puder. E o dever único é ser uma bela presença na vida dos outros. Em meio a toda essa ebulição de casamentos desfeitos e doenças, Powell se manteve são. Cultivava a solidão, tinha poucos e sólidos amigos e nunca perdeu de vista as ex-esposas. Abandonou o cinema aos 61 anos, quando achou que havia feito o que devia fazer e em paz, viveu mais 30 verões.
No cinema o fato mais importante de sua vida foi o encontro com Myrna Loy. Juntos eles criaram o mito do casal feliz e moderno. Urbano, sofisticado, cínico. Explico.
Até 1934 um casal feliz era um casal de pombinhos. Doce, amoroso, aconchegante, sem surpresas. Powell e Loy, com sua química sofisticada, inventam ( sim, inventam e espalham ao mundo via cinema ), um novo tipo de casal feliz, o casal que se agride, se separa, se ofende, se provoca todo o tempo, de brincadeira. O casal que joga. E ri, ri muito e faz os outros rirem também.
Ele sai com quem quiser ( desde que seja fiel, claro ), ela idem. Ele tem sua vida pessoal, ela idem. E bebem, fumam, dançam, discutem, ameaçam se bater... mas jamais gritam, jamais perdem a pose, nunca deixam de ser elegantes. Eureka!!! O mundo se apaixonou pelos dois e eles fizeram então 13 filmes juntos. E até hoje os filmes tentam reprisar aquele casal. Não só os filmes, as novelas, as séries de TV e até muita gente na vida pessoal. E creia, não havia isso antes de 1934, que é quando foi lançado A CEIA DOS ACUSADOS ( THE THIN MAN ), o filme baseado em Dashiell Hammett que começou tudo. Os dois ensinaram ao mundo que o casamento podia ser mais que ser apenas feliz, podia ser engraçado, excitante, imprevisível. E sempre wit.
Preciso falar de Myrna Loy.
Os anos 30 tiveram Garbo. Bette Davis e Marlene Dietrich. Tiveram Joan Crawford e Claudette Colbert. Kate Hepburn e Carole Lombard. E na votação do público a mais querida era Myrna Loy. Porque? Fácil responder. Nós admiramos Davis e Kate, rimos com Lombard e Colbert, e somos meio que intimidados por Garbo e Dietrich. Mas Myrna Loy nós amamos. Ela não é apenas linda. Ela é mais que isso, ela é "simpática". Desejamos morar com ela, sair com ela, viajar com ela. Poucas atrizes têm esse dom. Mais que atração ou admiração, o que sentimos é um tipo de "amizade". Myrna Loy, em que pese todo seu sex-appeal ( que é enorme ), é uma pessoa da familia.
E o mesmo acontecia com Powell. Ele é o tio maluco, sofisticado, esperto e calmo, que viveu em Paris e em Veneza e que vem nos visitar de surpresa. Com ele vem sua esposa, Loy, que ele conheceu em Vienna ou Praga e que é tão esperta e refinada como ele. O encontro desses dois só podia dar certo.
Existem "acidentes" no cinema que são maravilhosos. É quando se forma uma parceria insuspeita, mágica, definidora de um futuro. As uniões de ator e diretor são muitas ( Ford e Wayne, Huston e Bogey, Truffaut e Leaud, Scorsese e De Niro, Pollack e Redord ), mas existem aquelas de ator e ator/atriz... ( Laurel e Hardy, Bob Hope e Bing Crosby, Astaire Ginger Rogers ), William Powell e Myrna Loy, em termos de união homem e mulher foi a mais feliz, mais brilhante e mais festiva. Poder ainda assisti-los é um privilégio.
MAMMA MIA!/MYRNA LOY/POWELL/PETER WEIR
Freeway de mathew bright
o que leva alguém a fazer tamanho lixo? feito por imbecis e recomendado a retardados.
Pic nic na montanha encantada de peter weir
primeiro filme da digna carreira de weir. e que filme! é de longe seu melhor trabalho e o assistí por recomendação do grande crítico roger ebbert. muita sensualidade ( sem nenhuma nudez ), na história de uma excursão escolar onde 3 alunas desaparecem. a austrália nunca foi filmada de modo mais bonito e mais assustador. o filme tem algo de muito oriental, muito ancestral, muito profundo mas é de uma simplicidade chocante. nota 8.
Ensaio sobre a cegueira de meirelles.
fui raptado e levado ao cinema para assistir esta coisa enfadonha. excelente sonífero de um diretor que se revela um grande chato. cidade de deus foi um acidente ( talvez seus méritos fossem unicamente a fotografia e a edição ). nota zero.
Linha de passe de walter salles.
o cinema de salles é extremamente conservador. ele faz filmes que remetem a de sica e o bunuel do méxico. em seu cinema nada surpreende, todos são bacanas e de coração puro ( mesmo os maus têm pureza ). ele é um disney dos estudantes de sociologia. nota 3.
Longe dela de sarah polley com julie christie.
maravilhoso. polley dirige com maestria este filme de tema tão duro e tratado de maneira sóbria e adulta. podem escrever : assim como previ que keira knightley era a nova meryl streep ( oscars certos no futuro próximo ) e que joe wright é um diretor que construirá uma grande obra; prevejo um futuro brilhante para esta ótima diretora. julie dá show, mas isto é o esperado. nota 7.
Mamma mia!!!! philida lloyd com meryl streep
que delícia! existir um filme como este é um atestado de que as pessoas ainda sabem sorrir. que prazer ver meryl atuar! como ela é maravilhosa, uma atriz que nos deu tanto!!! que bela banda pop o abba foi e que maravilhosa ironia eles serem tão cult enquanto rush, genesis e yes estão totalmente esquecidos. o filme é chacrinha em seus melhores dias. nota 7.
O centro do mundo de wayne wang
gosto muito dos filmes de wang. mas este... insuportávelmente maneiroso. nota 1.
Desejo voce de michael winterbotton com rachel weisz
este diretor tem algum talento, mas para seu mal ele carrega os piores vícios de sua ( minha ) geração: preguiça, pretensão, muita tv e pouco livro. este filme tem os primeiros 30 minutos muito bons, mas ele é tomado pela falta de convicção e naufraga em tédio mortal. nota 4.
Uma leitora particular de michel deville com miou-miou
afetadíssima fita de arte sobre o prazer erótico que há na leitura. nota 2.
Casado com minha noiva de jack conway com jean harlow, spencer tracy, clarck gable e myrna loy.
um jornalista inventa uma história falsa sobre herdeira. temendo o processo, ele faz com que essa falsa notícia se torne verdade. para isso contrata um malandro que deverá seduzir a herdeira. era este tipo de bobagem que roteiristas geniais transformavam em deliciosas comédias nos anos 30. tudo acontece em ritmo de correria, as falas são vomitadas como metralhadoras e os atores fazem aquilo que seus fâs esperam: harlow é bonita e burrinha, spencer é agressivo e frio, powell é fino e levemente alcoolizado e loy é linda e esperta. diversão garantida para quem procura escapismo inteligente. nota 8.
Contos de hoffmann de michael powell.
powell é o diretor que martin scorsese mais admira. e é, ao mesmo tempo, o menos parecido com martin. durante os anos 40/50, powell fez uma série de maravilhosos filmes fantasiosos na inglaterra. filmes caros, luxuosos, metidos a grande arte e que nos anos 60/70 se tornaram símbolo de tudo aquilo que o cinema não deveria ser: gigantesco. Na década de 80, scorsese promoveu uma mostra no moma de seus filmes e nasceu aí a recuperação do nome de michael powell. hoje ele é considerado um dos grandes e o melhor cineasta que a inglaterra já possuiu ( visto que hitchcock é apátrida ). este filme é a transposicção de uma estupenda ópera para a tela. sim! uma ópera. filmado em forma de sonho, com a fotografia maravilhosa que powell sempre apresenta, o filme é um longo poema sobre a dor de amar. nos dá um imenso prazer, uma euforia visual e a sensação de atemporalidade absoluta. lindo, antiquado, datado e arrogantemente metido. soberbo. nota dez.
o que leva alguém a fazer tamanho lixo? feito por imbecis e recomendado a retardados.
Pic nic na montanha encantada de peter weir
primeiro filme da digna carreira de weir. e que filme! é de longe seu melhor trabalho e o assistí por recomendação do grande crítico roger ebbert. muita sensualidade ( sem nenhuma nudez ), na história de uma excursão escolar onde 3 alunas desaparecem. a austrália nunca foi filmada de modo mais bonito e mais assustador. o filme tem algo de muito oriental, muito ancestral, muito profundo mas é de uma simplicidade chocante. nota 8.
Ensaio sobre a cegueira de meirelles.
fui raptado e levado ao cinema para assistir esta coisa enfadonha. excelente sonífero de um diretor que se revela um grande chato. cidade de deus foi um acidente ( talvez seus méritos fossem unicamente a fotografia e a edição ). nota zero.
Linha de passe de walter salles.
o cinema de salles é extremamente conservador. ele faz filmes que remetem a de sica e o bunuel do méxico. em seu cinema nada surpreende, todos são bacanas e de coração puro ( mesmo os maus têm pureza ). ele é um disney dos estudantes de sociologia. nota 3.
Longe dela de sarah polley com julie christie.
maravilhoso. polley dirige com maestria este filme de tema tão duro e tratado de maneira sóbria e adulta. podem escrever : assim como previ que keira knightley era a nova meryl streep ( oscars certos no futuro próximo ) e que joe wright é um diretor que construirá uma grande obra; prevejo um futuro brilhante para esta ótima diretora. julie dá show, mas isto é o esperado. nota 7.
Mamma mia!!!! philida lloyd com meryl streep
que delícia! existir um filme como este é um atestado de que as pessoas ainda sabem sorrir. que prazer ver meryl atuar! como ela é maravilhosa, uma atriz que nos deu tanto!!! que bela banda pop o abba foi e que maravilhosa ironia eles serem tão cult enquanto rush, genesis e yes estão totalmente esquecidos. o filme é chacrinha em seus melhores dias. nota 7.
O centro do mundo de wayne wang
gosto muito dos filmes de wang. mas este... insuportávelmente maneiroso. nota 1.
Desejo voce de michael winterbotton com rachel weisz
este diretor tem algum talento, mas para seu mal ele carrega os piores vícios de sua ( minha ) geração: preguiça, pretensão, muita tv e pouco livro. este filme tem os primeiros 30 minutos muito bons, mas ele é tomado pela falta de convicção e naufraga em tédio mortal. nota 4.
Uma leitora particular de michel deville com miou-miou
afetadíssima fita de arte sobre o prazer erótico que há na leitura. nota 2.
Casado com minha noiva de jack conway com jean harlow, spencer tracy, clarck gable e myrna loy.
um jornalista inventa uma história falsa sobre herdeira. temendo o processo, ele faz com que essa falsa notícia se torne verdade. para isso contrata um malandro que deverá seduzir a herdeira. era este tipo de bobagem que roteiristas geniais transformavam em deliciosas comédias nos anos 30. tudo acontece em ritmo de correria, as falas são vomitadas como metralhadoras e os atores fazem aquilo que seus fâs esperam: harlow é bonita e burrinha, spencer é agressivo e frio, powell é fino e levemente alcoolizado e loy é linda e esperta. diversão garantida para quem procura escapismo inteligente. nota 8.
Contos de hoffmann de michael powell.
powell é o diretor que martin scorsese mais admira. e é, ao mesmo tempo, o menos parecido com martin. durante os anos 40/50, powell fez uma série de maravilhosos filmes fantasiosos na inglaterra. filmes caros, luxuosos, metidos a grande arte e que nos anos 60/70 se tornaram símbolo de tudo aquilo que o cinema não deveria ser: gigantesco. Na década de 80, scorsese promoveu uma mostra no moma de seus filmes e nasceu aí a recuperação do nome de michael powell. hoje ele é considerado um dos grandes e o melhor cineasta que a inglaterra já possuiu ( visto que hitchcock é apátrida ). este filme é a transposicção de uma estupenda ópera para a tela. sim! uma ópera. filmado em forma de sonho, com a fotografia maravilhosa que powell sempre apresenta, o filme é um longo poema sobre a dor de amar. nos dá um imenso prazer, uma euforia visual e a sensação de atemporalidade absoluta. lindo, antiquado, datado e arrogantemente metido. soberbo. nota dez.
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