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A LOVE SUPREME - JOHN COLTRANE
A geração nascida nos anos de 1940 ouvia muito jazz e assim, o sax de John Coltrane se tornou uma influência enorme no rock. Roger McGuinn em Eight Miles High solou como se sua guitarra fosse o saxofone de Coltrane, mas não só ele. De Robert Fripp à Jimi Hendrix, todo guitarrista pegou a liberdade solar, as notas abundantes, as harmonias orientais do músico de jazz. A Love Supreme, um dos muitos discos da curta e rica carreira de John Coltrane é, ao lado de Kind of Blue, de Miles, o disco mais famoso e mais vendido do estilo. Ouço-o após mais de 20 anos sem o escutar.-------------------------- John Coltrane era espiritual. Ele quer que ao ouvir seu som voce entre numa espécie de meditação profunda. O que ele faz com sons é aquilo que Jung chamava de Mandala, uma paisagem sonora que expressa o inconsciente coletivo. Cada nota, e são milhares, é parte de uma paisagem de energia pura. O ideal seria que sua alma flua entre e dentro dessas partículas sonoras. -------------- Muitos críticos na época atacaram esse som. Lembro de alguns falando que Coltrane destruíra o swing, que seu som não tinha balanço. Era um ruído que destruía o swing de uma banda cheia de calor e de beat. Elvin Jones na bateria, Jimmy Garrison no baixo e McCoy Tyner no piano, realmente eles são hot. E se voce quer saber de onde Mitch Mitchell tirou seu modo tão incrível de tocar bateria, foi daqui, de Elvin Jones. ------------------------ Hoje este disco é um clássico e não há mais crítico que não o aceite. Quanto a mim, Coltrane não é meu tipo de saxofonista preferido, eu sou da turma de Lester Young, notas longas, poucas notas, a transformação de cada nota em uma melodia. Mesmo meus guitarristas favoritos são assim, econômicos. Portanto é preciso dizer que A Love Supreme é, sim, uma obra prima, mas me incomoda sua sonoridade pouco Thelonious Monkiana. De qualquer modo, seria um despedício voce passar pela vida sem ter conhecido este album.
THE BYRDS.
Banda formada em 1965 por Roger McGuinn, o grupo tinha ainda Chris Hillman, David Crosby, Gene Clark. O sucesso veio grande e veio logo: Mr Tambourine Man, um cover de Bob Dylan que era melhor que o original. Com eles acontece então algo muito raro: o próprio alvo da homenagem, Dylan, se deixa influenciar pelos mais novos: Byrds, e passa a usar guitarras elétricas em seu som. Nasce o folk rock, invenção 100% de Roger McGuinn. --------------------- Roger, com sua Rickenbaker de 12 cordas, foi inspirado por George Harrison. Até ver o filme A HARD DAYS NIGHT, Roger era folk puro, anti rocknroll, estilo musical que ele achava ser alienado e escapista. Os Beatles mudaram sua visão e os Byrds mudaram o folk. A guitarra de McGuinn, um dos sons mais bonitos e influentes do rock, pairou como influência até os anos 80. TODO o indie rock americano da década de 1980, REM sobretudo, deveu seu som à guitarra de Roger McGuinn, influência sempre assumida por Peter Buck, o guitar player dos REM. ------------------ O primeiro disco, MR TAMBOURINE MAN chegou ao number one. O segundo TURN TURN TURN!, também. Mas a banda começou a se desfazer. Crosby saiu, depois Clark, por fim Hillman ( que foi fundar o estupendo Flying Burritto Brothers com Gram Parsons ). Acima de tudo, Roger era um insatisfeito. The Byrds, como aconteceu com tantas bandas da época, começou a atirar pra todo lado: influências de jazz, de música indiana, de eletrônica, de country de raiz. Em 1968, na década em que cada ano valia por dez, The Byrds já parecia uma banda muito, muito antiga. Isso com apenas 3 anos de estrada!!!! Não vendiam mais nada. Sweetheart At The Rodeo, de 1968, disco hiper country, com Gram Parsons no grupo, foi um fracasso de vendas. Roger nunca mais foi uma estrela de primeira. -------------- A cada década que passa, os Byrds ficam mais esquecidos. Mas não se engane, não há como entender os anos 60 sem ouvir The Byrds. Suas harmonias vocais são as mais perfeitas da história, sua guitarra é sublime e eles têm canções que viverão para sempre como testemunhos de nobreza. Talvez Younger Than Yesterday seja meu disco favorito, mas há ainda 5th Dimension...---------------- Posto 8 Mile High, último hit single deles. O solo de McGuinn foi inspirado pelos solos de sax de John Coltrane. É lindo e anuncia o psicodelismo californiano. Também nisso foram pioneiros. Tenho em minha coleção TUDO que eles gravaram até 1969, são 7 albuns que variam do perfeito ao razoável ( Mr Hyde é apenas razoável ). Nos anos 80 era chique ouvir The Byrds. Nos anos 90 já começaram a ser deixados de lado. Em 2022 são quase inexistentes. Faria bem ao que resta do rock reouvir The Byrds.
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