VOCE VAI CONHECER O HOMEM DOS SEUS SONHOS de Woody Allen com Brolin, Banderas, Watts, Hopkins e Jones
Um dos mais amargos filmes de Woody. O filme serve como um lembrete das diferenças do Allen de 1976 e do Woody de 2010. Antes seus filmes eram centrados em politica, pretensões intelectuais e um saudável hedonismo. Hoje ele fala básicamente de dinheiro, poder e ambição. É como se Woody Allen não se sentisse mais a vontade neste mundo, seus filmes parecem tortos, desconfortáveis e pior, eles têm personagens chatos. Essa chatice é sintoma do não-afeto que Allen sente por eles ( neste filme a única excessão é a divorciada "crente". ) Quando vemos qualquer filme dele pré 1998, há um transbordamento de simpatia por seus personagens, ele ama cada um deles. Vendo este filme tenho a impressão de que Allen os abomina. O filme, mais um fiasco, é completamente desinteressante. Nota 3.
O ESTRANGEIRO de Luchino Visconti com Marcello Mastroianni e Anna Karina
Existem livros que são pegos pelo diretor errado. O Estrangeiro de Camus é um livro soberbo e Visconti é um dos mais cultos e talentosos diretores da história. Mas o estilo dos dois não combina. Camus pede um diretor muito mais seco, distante, frio; Visconti é sensível, exagerado, politico. O filme acaba não sendo nem Camus e nem Visconti. Marcello faz o que pode, mas todo o projeto nasceu errado. Nota 4.
UMBERTO D de Vittorio de Sica
Eis o mais triste filme já feito. Acompanhamos o cotidiano de um velho solitário e pobre. O filme é de uma realidade que beira o insuportável. De Sica inclusive nos mostra um velho nada simpático. Nenhuma cena é feita para chorar, nada é bonitinho ou meloso, o velho, sem casa e sem nenhuma esperança tenta se matar, e nesse momento, em que ele desiste do suicidio ao olhar para seu cão ( que nunca é um cão à Disney ), o filme chega a seu limite: nenhum filme me fez sentir tão triste. Ele é de uma tristeza não-poética, é uma melancolia desagradável, de rua quente, de fome e de solidão absoluta. Vittorio de Sica era além de um gênio, um anjo. O nascimento de um diretor como ele hoje ( e bem que os iranianos tentam ) é impossível. Ele crê no homem, ele ama o homem, ele conhece o que é a vida. Nota DEZ.
HATARI! de Howard Hawks com John Wayne e Elsa Martinelli
Um bando de homens recebe, na Africa, a visita de fotógrafa italiana. E é isso: Hawks filma esses homens bebendo, tomando café, caçando animais para zoos e paquerando a garota. Nada de importante acontece. É o misterioso estilo de Hawks, voce fica vendo o nada e se sentindo bem, como se voce fosse um convidado daqueles caras. Quando o filme termina não há nada para se dizer, mas voce se sente um deles. Hawks era ainda mais despretensioso que Ford, seus filmes parecem fáceis de fazer, parecem uma brincadeira. Ninguém nunca brincou tão bem. Não é a toa que todos os diretores o adoram, quem se interessa pela feitura de um filme sabe como é trabalhoso ser tão fácil. Nota DEZ.
O CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS de Zhang Yimou
O diretor se empolgou após o excelente Herói e cometeu este filme frouxo. Trata-se de uma aventura que deveria ser empolgante e comovente, ela é fria e muito mal desenvolvida. O romance não nos importa e as lutas se parecem com ensaios. Pior, notamos que os atores não sabem nada de artes marciais. Uma desilusão. Nota 2.
TETRO de Coppolla com Vincent Gallo
Vendo este filme percebemos o quanto o preto e branco nos dá. A foto em P/B é mais densa, o filme se torna irreal e ao mesmo tempo muito mais urgente. Além do que, é chic! Coppolla não perdeu sua genialidade para enquadrar e criar clima, mas, infelizmente, o roteiro ( dele ) é apenas uma muito longa sessão de auto-expiação. Ele vomita dores, mas o que nos interessa aquilo? Tetro não é um personagem interessante, ele nada tem de brilhante, de original, de cativante. É como ser obrigado a assistir um filme bonito sobre um Fiat 174 qualquer. Todos dizem que Tetro é isso, Tetro é aquilo, mas o que vemos é um chato cheio de auto-piedade. De maravilhoso as cenas de filmes de Michael Powell ( nada hoje é mais in que amar Powell. Com justiça, o homem foi um dos maiores. ) Se servir para alguém sentir desejo de assistir um filme de Michael Powell já valeu. Nota 3.
Mostrando postagens com marcador zhang yimou. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador zhang yimou. Mostrar todas as postagens
KAZAN/ ZHANG YIMOU/ MICHAEL BAY/ PIETRO GERMI/ JACKIE CHAN
MEUS CAROS AMIGOS de Pietro Germi e Mario Monicelli com Ugo Tognazzi, Philippe Noiret, Gastone Moschin e Adolfo Celi
Germi faleceu em meio as filmagens e Mario o completou. Dá para perceber onde cada um deles trabalhou. A abordagem de Pietro é muito mais amarga, Monicelli é mais eufórico. Os dois são mestres. O filme fala de bando de amigos, cinquentões, que insistem em ser adolescentes. Vemos então suas "artes". Tumultuam hospital, entram de penetras em festa, envolvem otário em mentira mirabolante. Mas acima de tudo, vivem. Há uma frase que traduz a mensagem do filme. É quando o personagem de Moschin diz : " Estar entre homens é tão bom que é uma pena eu não ser um bruto de uma bicha! " Desculpem moças, mas esse é um honesto pensamento masculino. Somente gays adoram a companhia feminina "todo o tempo". O filme é ode à amizade viril. É machista, grosseiro, porco, idiota e ao mesmo tempo é poético e tem um final lindo. É no enterro, em que eles seguram o riso. O riso diante da tragédia. Meninos tenderão a odiar este filme. Ele nega TUDO o que esses flácidos querubins adoram. Além do que é uma comédia, uma comédia melancólica. O elenco é absurdamente bom. A cena na estação de trens é de uma estupidez hilária !!!! E é um filme que serve como aula sobre a alma do homem. Uma quase obra-prima. Nota 9.
BOOMERANG de Elia Kazan com Dana Andrews
Excelente policial. Um promotor deixa de acusar um réu, pois começa a ter dúvidas de sua culpa. Nós também queremos que ele não seja condenado. Mas dái vem a dúvida : ele é realmente inocente ? É um belo filme ! Kazan dirige com economia, urgência, fogo. Somos absorvidos. Daí para a frente, com Um Bonde e depois Sindicato de Ladrões, Elia Kazan dominaria a tela dos EUA nos anos 50. Nota 7.
CARGA EXPLOSIVA I de Cory Yuen com Jason Statham
O terceiro é o melhor. Mas é um bom filme de lutas ( Jason não é um novo Willis ou Stallone. Sua praia é a mesma de Jet Li, artes marciais. Willis tem o humor que ele não tem e Stallone a força estúpida e sem sutileza que Jason jamais usa. ) Nota 5.
THE BUCCANEER de Anthony Quinn com Yul Brynner, Charles Boyer, Claire Bloom
Fracasso. Única direção de Quinn, este filme de piratas dá todo errado. Apesar do ótimo elenco, o filme deixa de lado o que é básico em filmes de aventura : leveza. Ele jamais voa. Nota 2.
THE GOOD, THE BAD, THE WEIRD de Kim Jee-Woon
A cena no vagão do trem é uma obra-prima de técnica. O resto do filme é estonteante. Em termos de habilidade física e modernismo é supremo. A câmera flutua e tudo é velocidade. Há humor, a história surpreende e Kim homenageia Sergio Leone. Uma deliciosa aventura improvável que faz com que a esperança no cinema renasça. Se perdemos os gênios, que vivam os palhaços ! Nota 8.
UMA FILHA PARA O DIABO de Peter Sykes com Christopher Lee e Nastassja Kinski
Em tempos menos patrulhados, Nastassja, com 13 anos, aparece nua. Ela já demonstra a beleza hipnótica que desenvolveria. Mas o filme, sobre satanismo, é de uma obviedade atroz. Nota 2.
HERÓI de Zhang Yimou com Jet Li, Tony Leung, Maggie Cheung Zhang Zyi e Donnie Yen
Apenas os filmes de Kurosawa e de Bergman ( alguns ) têm visual mais belo. Fotograficamente é uma obra-prima. Mas ele é mais que imagem. A ação é espetacular, balé de movimentos impossíveis. A cena do duelo "de pensamentos" é sublime. O filme, o primeiro de ação feito por Yimou, é além de tudo, uma aula sobre a China. Disciplina e dualidade, força física e pensamento correto, ritual como filosofia. Jet Li nunca esteve tão bem e mesmo atores "não atletas" como Leung e Cheung se saem muito bem. Uma saga imensamente bela que realmente impressiona. É um dos grandes filmes dos anos 2000, sem dúvida. Nota DEZ.
TRANSFORMERS de Michael Bay com Shia LaBoeuf, Megan Fox, Tyrese e Jon Voigt
Vamos lá..... Existem dois tipos de filme de ação: aquele que mostra um homem contra um sistema e aquele que é um sistema contra um invasor. No primeiro caso temos a série Duro de Matar, Yojimbo, os Dirty Harry e afins. E é daí que costumam sair os bons filmes de ação. Por quê ? Porque eles trazem em seus genes a saga do cowboy solitário, o cara marcado pelo destino contra um meio que dele quer distãncia. Os filmes de Jason Statham, de Tarantino, de Jet Li seguem essa linha. E existem aventuras como este tal Transformers, as aventuras que glorificam o status quo, que são odes ao comodismo, ao exército, ao grupo organizado. Michael Bay faz sempre o mesmo filme: jatos decolando, armas modernas e telas de computadores. Soldados sarados e comandantes do bem. É de um fascismo intencional. Me dá nojo ! Tudo aqui é calculado para alucinar os adolescentes nerds ressentidos. Eles podem se ver no papel de Shia e sonhar em ter acesso àquele mundo de foguetes e computadores do Pentágono. Este filme podia ter sido dirigido por qualquer burocrata de lá. Nota ZERO farenheit.
CARGA EXPLOSIVA II de Louis Leterrier com Jason Statham
E aqui ele é um chauffeur que salva família vítima de terroristas/traficantes. Exemplo do que falei acima: é o herói contra o meio hostil. Por isso é simpático e podemos torcer sem culpa. Dos filmes da série é o pior, mas ainda diverte. Nota 5.
RESIDENT EVIL de Paul W S Anderson com Milla Jovic e Michelle Rodriguez
Video-game nas telas. É ruim demais ! Nada acontece, os caras ficam presos numa tal de colméia e tentam escapar dos zumbis. Mas nada tem suspense, clima ou humor. Nota ZERO.
O INCRÍVEL EXÉRCITO DE BRANCALEONE de Mario Monicelli com Vittorio Gassman, Gian Maria Volonté e Catherine Spaak
Fazem três dias que tudo que penso é : branca branca leone leone !!!! Uma comédia que nos deixa felizes. Dá muita pena quando o filme termina, queremos continuar na companhia daquela armada. Um grupo de maltrapilhos adoráveis. Por quê só os italianos conseguiam fazer comédias assim ? Uma obra-prima como cinema e talvez a melhor comédia já feita. Nota UM ZILHÂO!!!!!
OS ETERNOS DESCONHECIDOS de Mario Monicelli com Vittorio Gassman, Marcello Mastroianni, Renato Salvatori e Claudia Cardinale
Mas há este filme. Sobre pobretões que armam golpe perfeito. Totó participa, gênio ! Todos os personagens são magníficos, quando os recordamos, sorrimos de seus rostos. Os italianos tinham a voz e o rosto para a comédia, e quando esses rostos são de grandes atores... aí a coisa fica inigualável ! Este filme, admirado por Scorsese, Woody Allen e Soderbergh, é obra-prima de roteiro, de vitalidade, de realismo. Maravilhoso!!!! Nota UM BILHÃO !!!!!!!!
MR NICE GUY de Samo Hung com Jackie Chan
Nosso Buster Keaton em boa aventura australiana. Jackie tem carisma, é engraçado e tem agilidade inacreditável. Este filme marca a volta de sua parceria com Hung, um mito na China. Bela diversão pop. Nota 6.
Germi faleceu em meio as filmagens e Mario o completou. Dá para perceber onde cada um deles trabalhou. A abordagem de Pietro é muito mais amarga, Monicelli é mais eufórico. Os dois são mestres. O filme fala de bando de amigos, cinquentões, que insistem em ser adolescentes. Vemos então suas "artes". Tumultuam hospital, entram de penetras em festa, envolvem otário em mentira mirabolante. Mas acima de tudo, vivem. Há uma frase que traduz a mensagem do filme. É quando o personagem de Moschin diz : " Estar entre homens é tão bom que é uma pena eu não ser um bruto de uma bicha! " Desculpem moças, mas esse é um honesto pensamento masculino. Somente gays adoram a companhia feminina "todo o tempo". O filme é ode à amizade viril. É machista, grosseiro, porco, idiota e ao mesmo tempo é poético e tem um final lindo. É no enterro, em que eles seguram o riso. O riso diante da tragédia. Meninos tenderão a odiar este filme. Ele nega TUDO o que esses flácidos querubins adoram. Além do que é uma comédia, uma comédia melancólica. O elenco é absurdamente bom. A cena na estação de trens é de uma estupidez hilária !!!! E é um filme que serve como aula sobre a alma do homem. Uma quase obra-prima. Nota 9.
BOOMERANG de Elia Kazan com Dana Andrews
Excelente policial. Um promotor deixa de acusar um réu, pois começa a ter dúvidas de sua culpa. Nós também queremos que ele não seja condenado. Mas dái vem a dúvida : ele é realmente inocente ? É um belo filme ! Kazan dirige com economia, urgência, fogo. Somos absorvidos. Daí para a frente, com Um Bonde e depois Sindicato de Ladrões, Elia Kazan dominaria a tela dos EUA nos anos 50. Nota 7.
CARGA EXPLOSIVA I de Cory Yuen com Jason Statham
O terceiro é o melhor. Mas é um bom filme de lutas ( Jason não é um novo Willis ou Stallone. Sua praia é a mesma de Jet Li, artes marciais. Willis tem o humor que ele não tem e Stallone a força estúpida e sem sutileza que Jason jamais usa. ) Nota 5.
THE BUCCANEER de Anthony Quinn com Yul Brynner, Charles Boyer, Claire Bloom
Fracasso. Única direção de Quinn, este filme de piratas dá todo errado. Apesar do ótimo elenco, o filme deixa de lado o que é básico em filmes de aventura : leveza. Ele jamais voa. Nota 2.
THE GOOD, THE BAD, THE WEIRD de Kim Jee-Woon
A cena no vagão do trem é uma obra-prima de técnica. O resto do filme é estonteante. Em termos de habilidade física e modernismo é supremo. A câmera flutua e tudo é velocidade. Há humor, a história surpreende e Kim homenageia Sergio Leone. Uma deliciosa aventura improvável que faz com que a esperança no cinema renasça. Se perdemos os gênios, que vivam os palhaços ! Nota 8.
UMA FILHA PARA O DIABO de Peter Sykes com Christopher Lee e Nastassja Kinski
Em tempos menos patrulhados, Nastassja, com 13 anos, aparece nua. Ela já demonstra a beleza hipnótica que desenvolveria. Mas o filme, sobre satanismo, é de uma obviedade atroz. Nota 2.
HERÓI de Zhang Yimou com Jet Li, Tony Leung, Maggie Cheung Zhang Zyi e Donnie Yen
Apenas os filmes de Kurosawa e de Bergman ( alguns ) têm visual mais belo. Fotograficamente é uma obra-prima. Mas ele é mais que imagem. A ação é espetacular, balé de movimentos impossíveis. A cena do duelo "de pensamentos" é sublime. O filme, o primeiro de ação feito por Yimou, é além de tudo, uma aula sobre a China. Disciplina e dualidade, força física e pensamento correto, ritual como filosofia. Jet Li nunca esteve tão bem e mesmo atores "não atletas" como Leung e Cheung se saem muito bem. Uma saga imensamente bela que realmente impressiona. É um dos grandes filmes dos anos 2000, sem dúvida. Nota DEZ.
TRANSFORMERS de Michael Bay com Shia LaBoeuf, Megan Fox, Tyrese e Jon Voigt
Vamos lá..... Existem dois tipos de filme de ação: aquele que mostra um homem contra um sistema e aquele que é um sistema contra um invasor. No primeiro caso temos a série Duro de Matar, Yojimbo, os Dirty Harry e afins. E é daí que costumam sair os bons filmes de ação. Por quê ? Porque eles trazem em seus genes a saga do cowboy solitário, o cara marcado pelo destino contra um meio que dele quer distãncia. Os filmes de Jason Statham, de Tarantino, de Jet Li seguem essa linha. E existem aventuras como este tal Transformers, as aventuras que glorificam o status quo, que são odes ao comodismo, ao exército, ao grupo organizado. Michael Bay faz sempre o mesmo filme: jatos decolando, armas modernas e telas de computadores. Soldados sarados e comandantes do bem. É de um fascismo intencional. Me dá nojo ! Tudo aqui é calculado para alucinar os adolescentes nerds ressentidos. Eles podem se ver no papel de Shia e sonhar em ter acesso àquele mundo de foguetes e computadores do Pentágono. Este filme podia ter sido dirigido por qualquer burocrata de lá. Nota ZERO farenheit.
CARGA EXPLOSIVA II de Louis Leterrier com Jason Statham
E aqui ele é um chauffeur que salva família vítima de terroristas/traficantes. Exemplo do que falei acima: é o herói contra o meio hostil. Por isso é simpático e podemos torcer sem culpa. Dos filmes da série é o pior, mas ainda diverte. Nota 5.
RESIDENT EVIL de Paul W S Anderson com Milla Jovic e Michelle Rodriguez
Video-game nas telas. É ruim demais ! Nada acontece, os caras ficam presos numa tal de colméia e tentam escapar dos zumbis. Mas nada tem suspense, clima ou humor. Nota ZERO.
O INCRÍVEL EXÉRCITO DE BRANCALEONE de Mario Monicelli com Vittorio Gassman, Gian Maria Volonté e Catherine Spaak
Fazem três dias que tudo que penso é : branca branca leone leone !!!! Uma comédia que nos deixa felizes. Dá muita pena quando o filme termina, queremos continuar na companhia daquela armada. Um grupo de maltrapilhos adoráveis. Por quê só os italianos conseguiam fazer comédias assim ? Uma obra-prima como cinema e talvez a melhor comédia já feita. Nota UM ZILHÂO!!!!!
OS ETERNOS DESCONHECIDOS de Mario Monicelli com Vittorio Gassman, Marcello Mastroianni, Renato Salvatori e Claudia Cardinale
Mas há este filme. Sobre pobretões que armam golpe perfeito. Totó participa, gênio ! Todos os personagens são magníficos, quando os recordamos, sorrimos de seus rostos. Os italianos tinham a voz e o rosto para a comédia, e quando esses rostos são de grandes atores... aí a coisa fica inigualável ! Este filme, admirado por Scorsese, Woody Allen e Soderbergh, é obra-prima de roteiro, de vitalidade, de realismo. Maravilhoso!!!! Nota UM BILHÃO !!!!!!!!
MR NICE GUY de Samo Hung com Jackie Chan
Nosso Buster Keaton em boa aventura australiana. Jackie tem carisma, é engraçado e tem agilidade inacreditável. Este filme marca a volta de sua parceria com Hung, um mito na China. Bela diversão pop. Nota 6.
HERÓI - ZHANG YIMOU
E eles dançam diante da morte. Apuradamente eles se preparam para matar ou morrer. Cada gesto é refinamento de um pensamento perfeito. E o filme, obra-prima do cinema chinês, consegue ser aventura do corpo e saga de almas em busca dessa dança ao abismo.
Não falarei o óbvio: que o apuro visual remete a RAN de Kurosawa ( Ran é o mais belo filme colorido já feito ) ou que a luta marcial chinesa é hoje o único equivalente à maestria estética do grande musical americano de Astaire e Gene Kelly ( mas não só os dois ). E que o fato de que o musical vinha envolto em ingenuidade e comédia e o filme marcial vir envolto em sangue e morte exemplifica muito as diferenças entre as duas épocas.
Prefiro falar da saga desses heróis que se aprumam para morrer de modo estético e ético e que na cultura oriental ética e estética caminham sempre entrelaçadas.
Direi que o sonho está sempre presente e que sim, houve tempo em que um grande herói podia voar. Nós aprendemos a descrer disso e em ditadura da ciência é risivel levar a sério o heroísmo. Teorias sociológicas explicam grandes homens e seu ato se vê desmistificado. Mas o herói é diferente de nós, por mais que digam sermos todos iguais. Ele ousa onde eu recuo. Ele crê onde duvido. Ele segue firme onde me recolho.
Mira a morte. É o tigre na floresta.
Todas as cenas são de deslumbre para a vista e de concentração para a mente. Mas a luta de pensamentos em preto e branco humilha toda tentativa que outros filmes fazem de nos impactar com aviões, tiros e explosões. Tudo é de absoluta sutileza.
Há uma trilha sonora que é obra-prima de ritmo e de criação e somos absorvidos pelo andar filosófico deste gigantesco e muito simples espetáculo. Porque aqui chegamos ao coração da aventura : se dar a uma paixão e arriscar tudo por essa meta. Quando vemos um espadachim se exercitar na caligrafia estamos observando a alma afiar-se na antecipação do embate.
Terreno fértil para heróis é a terra que acredita naquilo que eles fazem/fizeram.
Agora tudo pede pelo tímido comodismo de quem pega tudo pronto. Mas os heróis nos aguardam, sua volta acontecerá, a urgência do trágico será recuperada um dia ( por poucos ) e a vida valerá aquilo que a faz ser nobre : o riso ao abismo. O salto dançarino à espada fria.
Não falarei o óbvio: que o apuro visual remete a RAN de Kurosawa ( Ran é o mais belo filme colorido já feito ) ou que a luta marcial chinesa é hoje o único equivalente à maestria estética do grande musical americano de Astaire e Gene Kelly ( mas não só os dois ). E que o fato de que o musical vinha envolto em ingenuidade e comédia e o filme marcial vir envolto em sangue e morte exemplifica muito as diferenças entre as duas épocas.
Prefiro falar da saga desses heróis que se aprumam para morrer de modo estético e ético e que na cultura oriental ética e estética caminham sempre entrelaçadas.
Direi que o sonho está sempre presente e que sim, houve tempo em que um grande herói podia voar. Nós aprendemos a descrer disso e em ditadura da ciência é risivel levar a sério o heroísmo. Teorias sociológicas explicam grandes homens e seu ato se vê desmistificado. Mas o herói é diferente de nós, por mais que digam sermos todos iguais. Ele ousa onde eu recuo. Ele crê onde duvido. Ele segue firme onde me recolho.
Mira a morte. É o tigre na floresta.
Todas as cenas são de deslumbre para a vista e de concentração para a mente. Mas a luta de pensamentos em preto e branco humilha toda tentativa que outros filmes fazem de nos impactar com aviões, tiros e explosões. Tudo é de absoluta sutileza.
Há uma trilha sonora que é obra-prima de ritmo e de criação e somos absorvidos pelo andar filosófico deste gigantesco e muito simples espetáculo. Porque aqui chegamos ao coração da aventura : se dar a uma paixão e arriscar tudo por essa meta. Quando vemos um espadachim se exercitar na caligrafia estamos observando a alma afiar-se na antecipação do embate.
Terreno fértil para heróis é a terra que acredita naquilo que eles fazem/fizeram.
Agora tudo pede pelo tímido comodismo de quem pega tudo pronto. Mas os heróis nos aguardam, sua volta acontecerá, a urgência do trágico será recuperada um dia ( por poucos ) e a vida valerá aquilo que a faz ser nobre : o riso ao abismo. O salto dançarino à espada fria.
Assinar:
Postagens (Atom)