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COISAS FRÁGEIS - NEIL GAIMAN

O inglês é um povo interessante. Aliás, dizem que todo povo ilhéu é esquisito. Australianos e japoneses não nos deixam enganar, isso é verdade. O inglês pagava clubes para poder beber só cercado de homens que pagavam para beber sós. O inglês torce pela seleção para poder se decepcionar e sente gosto em falar mal de seu próprio time nacional. Até recentemente não havia futebol aos domingos porque era o sagrado dia do crickett. E sua religião é protestante, mas tem santos, imagens e altares enfeitados. Mas de tudo isso, nada é mais estranho que o fato de que a história de natal mais querida pelos ingleses é um conto de terror e que eles se divertem com pequenas histórias cheias de sangue e de maldição. Nada é mais inglês que uma casa com fantasmas e nada mais prazeroso que ser deixado só em um quarto maldito. Alguém disse que a França é nada mais que uma cozinha, a Alemanha um depósito de bebidas e a Italia um imenso museu. A Inglaterra? É um empoeirado antiquário. Mesmo em 2024, tempo em que a Inglaterra quase não é mais inglesa, isso sobrevive na soturnice que há em certas canções da ilha. -------------- Falo tudo isso pra dizer que o livro de Neil Gaiman mistura Dickens com Lewis Carrol, Conan Doyle com os americanos Poe e Bradbury e ainda doses de Lovecraft e Shelley. São vários contos curtos e alguns poemas malucos. Nada faz muito sentido e tudo pode acontecer, Sim, são hostórias de tempo de chuva. Dá pro gasto.