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A AGULHA OCA- MAURICE LEBLANC, O OCASO DE ARSÉNE LUPIN

   Li um livro sobre Os Franceses em que Theodore Ziegler diz que o que define um francês é sua pretensão outsider. Todos querem ser do contra, sempre. Pois bem, a resposta francesa ao sucesso de Conan Doyle e seu Sherlock Holmes tinha de ser alguém como Arséne Lupin, um gênio do crime, um bandido charmoso, o cérebro a serviço da mentira. Tudo é dúbio em Lupin, torcemos pelo bandido.
   Imenso sucesso por todo o século XX, Lupin hoje anda meio esquecido. Vale o reencontrar. Leblanc escreve com precisão, cria expectativa, nunca ofende a inteligência do leitor. Ego gigantesco ( o contraste com Holmes é completo ), Lupin aqui engana um pequeno gênio investigativo que pensa estar em sua pista. Mais não conto. As féria de verão logo irão chegar e ler este livro a varanda numa tarde quente será grande prazer para voces todos.
   Fácil de achar em sebos. Compre.

LADRÃO DE CASACA- MAURICE LEBLANC

   Foi Marcelo Coelho ao escrever sobre o personagem mítico de Maurice Leblanc que me acendeu a vontade de finalmente conhecer seus livros. Criado nos começos do século XX, Arsene Lupin seria a resposta francesa ao hiper-sucesso de Sherlock Holmes, mas claro, como bom francês, ele teria de ser o contrário do detetive inglês. Arsene Lupin é um ladrão.
   Um ladrão fino, elegante e ético. Um ladrão de bom gosto, que rouba obras de arte, móveis e jóias, um bandido que nunca usa de violência. Suas façanhas são descritas pela imprensa e a população ama seus feitos. Inteligência, é tudo o que ele tem como arma. Os contos têm o estilo Conan Doyle, são baseados no detalhe, no clima noturno e de mistério, tramas intricadas, complexas, e de uma clareza de conclusão absoluta. Deliciosos.
   Maurice Leblanc criou Lupin por acaso. Jornalista, havia fracassado em suas tentativas de ser "um autor". Um dia o editor lhe pede alguma coisa para ocupar um espaço, um "conto policial". Nascia Lupin e com ele uma febre nacional ( logo mundial ).
   Até os anos 80 se encontrava livros de Arsene Lupin em qualquer banca de jornais. Junto aos livros de Agatha Christie e Sherlock, Lupin era lido por estudantes, donas de casa e intelectuais. Um tipo de literatura de entretenimento que nunca envergonhava ou irritava. Não sei se ainda é lido. Há um livro de LPM nas bancas. Procure e leia. Voce vai se viciar. No caso, vicio sem culpa.