Mostrando postagens com marcador stefan george. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador stefan george. Mostrar todas as postagens

CREPÚSCULO - STEFAN GEORGE.

   Foi difícil achar este livro de Stefan George. Foi editado em 2012, mas logo sumiu das prateleiras. Não por ser um sucesso, quem lê no Brasil um poeta alemão simbolista?, mas por sua edição de poucos exemplares. Bem, o acho num canto da livraria Cultura em 2018.
  George é o simbolista mais conhecido e destacado em língua alemã. Ele e Rilke, claro. George nasceu no fim do século XIX e viveu até 1933. Teve a vida que quis, mas ela foi triste. Nada trágica, apenas melancólica. Seus pais nunca desaprovaram sua escolha e ele viveu de rendas. Viajou, escreveu, amou, escreveu. Teve um caso com uma mulher, mas sua vida era a de musos, dos quais o mais marcante foi um menino de 14 anos. Não é uma poesia que fala de casos gays, então não podemos chamar sua obra de homossexual. É antes uma poesia assexuada, ou talvez, hiper sexuada. Às vezes sinto que a Lua e a Música são falos ou vaginas.
  É enganosamente simples ler George. Seu vocabulário é acessível e sua sintaxe fácil. Mas suas imagens são rígidas, frias, e a construção é engenhosa. Tem metro e tem rima. Inflexível. Rilke é quase latino, George é hiper alemão.
  Voce deve notar que meu texto está um tanto perdido. E contraditório. É complicado falar de Stefan George. Ele não se deixa amar. É liso como peixe.
  O livro traz fotos dele e seus amigos. George foi impressionante. O rosto é inesquecível. Feio além da feiura. Forte. Ancestral. As fotos falam do além. Parecem fotos tiradas em um mundo que nunca houve. As pessoas não se parecem com gente. Lembram arquétipos.
  Acho que George gostaria de ser arquétipo. A poesia simbolista não procura nada mais que isso.