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NADJA - ANDRÉ BRETON
Onírico. Breton, líder surrealista, escreve este romance em 1928. Fala dos pensamentos de um homem que anda por Paris. Encontra Nadja, uma mulher perdida, e então ele se perde de Nadja. Breton coloca fotos em meio a narração. Sebald, o genial escritor alemão dos anos 80-90 também colocava fotos, mas a diferença é imensa. O alemão fazia com que as fotos dialogassem com o texto. As imagens eram personagens do que se narrava. Breton apenas ilustra as páginas. --------------- O estilo é o mesmo de Lautreamont, uma espécie de delírio. Porém, Lautreamont era delirante. Breton é um técnico do sonho. Não é um grande livro. Nem mesmo é bom. Hoje, cem anos depois, é apenas uma curiosidade. Fim.
OS CONTOS DE MALDOROR - LAUTREAMONT
Completamente romântico, Lautreamont tem sua mente povoada por morte, Satanismo, loucura, putrefação, sexo anormal, raiva. Lembra Sade às vezes, mas um Sade que escreve bem, poético, genial. O ódio ao mundo é o mesmo, mas se Sade sempre me lembra um colegial se fazendo de perverso, Lautreamont é real. Louco, completamente louco. Seu texto é desagradável, pois ler esse autor é entrar dentro de uma cela de hospício. Tudo parece doentio, tudo cheira à bizarrices reais. Ele alucina, ele vê alucinações e ele deseja a destruição de tudo e de todos. É o livro mais maldito entre os malditos.--------------------- Depois de lançado, em 1870, ele teve de esperar 50 anos para ser descoberto. Na década de 1920 foi adotado pelos surrealistas. Breton o via como precursor. Lautreamont estava muito adiante de seu tempo. Sua imagens de bichos, mares, torturas, sexo, eram surrealistas. Eram? Não, não eram. Mas a turma de 1920 se inspirou nele. Lautreamont é único, não tem um igual. ------------------- Ele nasceu no Uruguai, filho de pais franceses e logo voltaram à França. Morreu aos 24 anos e sua biografia não tem quase nada de informações. Um ser que passou pela vida rápido e sem deixar marcas, a não ser dois livros, este, o mais famoso. Muito famoso. E muito pouco lido. Porque é difícil o ler. As imagens nos esmagam. ---------------- Mas, moderno até a alma, surralista, punk, anarquista, esquizofrênico, xamanico, terrorista, ele é uma sopa de mal do tempo que veio. E não passa. O livro não tem ação, não tem um tempo ou lugar, o que lemos é sua mente, ele alucina, pensa, sente, se desfaz em palavras. ùnico personagem é ele, e as pessoas que ele destroi. ùnico lugar é sua cabeça. ùnico tempo é um agora que pesa. Não há livro mais maldito.
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