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WHITE HEAT ( FÚRIA SANGUINÁRIA ), UM FILME DOIDO DE RAOUL WALSH
Feito em 1949, este filme é até hoje um dos mais estudados por alunos de cinema nos USA. E é simples entender porque. Ele é uma aula naquilo que o cinema moderno mais preza: edição. O filme já começa no meio de uma ação, um bando de ladrões rouba um trem. Ficam vivendo numa cabana, até as coisas se acalmarem. Depois o chefe do bando cumpre uma pena de dois anos, enlouquece e no final é morto numa indústria química. Só isso? Não, há muito mais. Há a relação doentia da mãe do chefe da gangue com seu filho, Margaret Wycherly e James Cagney; há a esposa do chefe, uma mulher fatal que cospe chicletes, ronca, mente todo o tempo, é baixa, mal educada, e hiper sexy, Virginia Mayo, atriz de beleza impressionante. Há um policial infiltrado, que trava amizade com Cagney na prisão, Edmond O'Brien. Temos ainda o amante da esposa do chefe, Fred Clark, um tipinho belo e burro. E acima de tudo há no filme uma das cinco maiores atuações da história do cinema, James Cagney fazendo Cody, um chefe que tem enxaqueca, que depende da mãe, que enlouquece, mata por esporte, vive em briga com o mundo. São várias as cenas do filme que entraram para a história: o final, com Cagney em meio as chamas dizendo: Top of The World!, quando ele recebe a notícia da morte da mãe e grita no refeitório da prisão, completamente enlouquecido. O modo como ele mata o traidor dentro do porta malas do carro. O filme é na verdade toda uma coleção de cenas que ficaram gravadas na história do cinema. Raoul Walsh, mestre inventor do filme de ação ( ele começou a dirigir ainda no cinema mudo e se manteve na tiva até os anos 60 ), tem aqui sua obra prima. E pasmem!!!! Nenhuma indicação para o Oscar!!!! Nem Cagney, nem Walsh, nada. O filme, louco, febril, um mundo em si mesmo, hipnotiza. Cody chega ao limite da vida e a ultrapassa. Ele é maior que o filme, ele é maior que Hollywood, ele é o cinema. Fato: somente o cinema poderia criar alguém como ele. Eis a afirmação da arte, ela se afirma quando vemos que somente aquele veículo poderia construir tal obra. É assim com os livros de Henry James, só na literatura poderia existir Daisy Miller; é assim na música, somente em melodia poderia haver o mundo de Bach; é assim neste filme: só o cinema poderia nos dar esta obra. Ela não pode virar livro e nem teatro. É cinema, totalmente cinema. Que filme poderoso este é!
CINEMA GANGSTER
Vejo seis filmes de gangster da Warner. Todos feitos nos anos 30. Se voce nunca viu esse tipo de filme corra pra ver. Foi um dos modismos mais fortes do cinema americano. ------------------- Dá pra dizer que a coisa começou em 1930 com O INIMIGO PÚBLICO. Em estilo semi documental, eram filmes com roteiros baseados em notícias de jornal e as notícias eram sobre criminosos, gangsters. Mostrava-se a ascensão de um chefão, seu apogeu, seus crimes, amores e seu fim. Os filmes eram duros, nada sentimentais, viris. As imagens eram cheias de carrões, metralhadoras, ternos listrados, charutos, boates, ruas escuras. Barulhentos, violentos, esses filmes fizeram a riqueza da Warner, viraram mania, e assim passaram a influenciar os jovens. Os gangsters ( como acontece hoje no RAP ), se tornaram fetiche, alvo de vida, comportamento a ser imitado. A censura começou a agir a partir de 1935. Mas mesmo assim alguns dos melhores filmes de gangster são de 1938, 39. ---------------- James Cagney era o melhor e o maior. Os bandidos que ele faz são como bombas prestes a detonar. Ele tinha o gestual certo, a voz perfeita, foi o molde do bandido perverso, perigoso e ao mesmo tempo charmoso. ROARING TWENTIES é seu apogeu. Lá está sua energia sem fim, sua humanidade impefeita, o fogo em cada gesto que queima nosso olhar. Há Humphrey Bogart também, o Bogart antes de O FALCÃO MALTÊS, o Bogey bandido, mal, que as pessoas queriam ver morto, o coadjuvante de luxo, o vilão. Humphrey Bogart trai, conspira, atira pelas costas, é covarde. Cagney não. É um assassino que tem um código. --------------- RAOUL WALSH, MICHAEL CURTIZ, MERVYN LE ROY, ARCHIE MAYO, HOWARD HAWKS, são esses os diretores. Em comum, eles são rápidos, machos, não enrolam, não enganam, exibem a coisa inteira, são econômicos. Chegam a fazer quatro, sim, quatro filmes por ano. Se vêm como trabalhadores, artesãos, produtores de histórias. Um filme em 45 dias. E pasmem, são grandes filmes, duram até hoje, 90 anos depois. ------------------- ANJOS DE CARA SUJA é talvez a obra prima do estilo. É de Michael Curtiz. Tem Cagney. Ele é um gangster que vira ídolo da molecada que vive na rua. Tenho uma história com esse filme. Eu devia ter uns 7 anos e meus pais viram esse filme na TV. Sou velho meus queridos...eu vivi no tempo em que a TV passava filmes dos anos 30. Pois bem...fiquei apavorado com o fim do filme. Jamais esqueci. Cagney caminha para a cadeira elétrica. E berra. NÃO QUERO MORRER! NÃO! NÃO ME MATEM! Esse berro ficou marcado em mim. É junto com SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO, outro filme dos anos 30, também da Warner, também com Cagney, visto mais ou menos na mesma época, as lembranças mais antigas de filmes que eu tenho em mim. Só que a memória infantil de SONHO DE UMA NOITE é pura magia, encanto, quase um enfeitiçamento; já ANJOS DE CARA SUJA é uma lembrança dura, terrível. Revendo hoje, tantas décadas depois, observo a perfeição do filme. ------------------- Por fim uma história de Scorsese. Ele, quando fazia o filme sobre Howard Hughes, passou um filme de James Cagney para seu elenco. Martin Scorsese diz que os atores aplaudiram o fim do filme e na cena em que James Cagney entra se ouviu um ator dizer: Eis uma atuação realmente moderna. Esse cara criou aquilo que fazemos hoje. ------------------- São divertidos. São POP. E são cinema perfeito.
FILMES NOIR, ALTMAN, DR WHO E OUTRAS COISINHAS MAIS
RINCÃO DAS TORMENTAS de John Boulting com Richard Attenborough
Graham Greene escreveu uma obra-prima sobre um psicopata bandido que espalha violência em Brighton. É um filme extremamente invulgar. Richard tem uma atuação brilhante e o filme é perturbador. Greene gostou do filme e ele se tornou um pequeno clássico inglês.
O AMANHÃ QUE NÃO VIRÁ de Gordon Douglas com James Cagney
Rápido e direto, eis um filme policial do velho estilo, simples e cheio de fúria. Cagney dá um show como um bandido que foge da prisão e volta logo a vida de crime. Vaidoso e violento, seu personagem é repulsivo. O filme é muito divertido.
SANGUE DO MEU SANGUE de Joseph L. Mankiewicz com Edward G. Robinson, Richard Conte, Susan Hayward.
Quase uma obra prima. Mankiewicz foi roteirista e produtor nos anos 30 e 40, e esta é uma de suas primeiras direções. Um drama realista com altas doses de simbolismo, ele fala de um pai-mafioso que tem um filho favorito. Esse filho é preso e ao sair da prisão enfrenta a traição dos irmãos invejosos. Os atores brilham e o filme nos prende, é grande, sério, magistral. Um ano depois Mankiewicz receberia seu segundo Oscar por A Malvada.
SEM SOMBRA DE SUSPEITA de Michael Curtiz com Claude Rains
O box 9 de Filmes Noir continua em alto nível com este filme do diretor de Casablanca. Rains é um radialista que é suspeito de assassinato. Um filme de suspense, cheio de clima. Muito bom.
CILADA MORTÍFERA de Irving Lerner com Vince Edwards
Eis um filme duro de classificar. Voce vai achar que ele é um lixo ou uma maravilha. Lerner fez um filme barato que bebe nos filmes franceses policiais que se faziam então. É um filme boêmio, jazzy, cheio de estilo, seco e muito cool. Ou talvez seja apenas um filme muito amador.
O PERIGOSO ADEUS de Robert Altman com Elliot Gould e Sterling Hayden.
Talvez seja este o melhor filme de Altman. Há uma alegria que paira sobre este filme, uma leveza que ilumina cada cena. Altman pega Philip Marlowe e o imagina na California de 1974. Ou seja, é o detetive moral de Chandler em meio ao sexo livre e às drogas da época. A primeira cena do filme, Marlowe e seu gato fujão, é deliciosa! Elliot Gould faz um detetive que transita pelo mundo new age da época como se estivesse sonâmbulo. Ele fala sozinho, não toca em mulheres e não gosta da violência. O filme, grande como todo filme de Altman, é original.
RENEGADOS ATÉ A ÚLTIMA RAJADA de Robert Altman com Keith Carradine
Um bando de caipiras ladrões dos anos 30. Altman foca no dia a dia banal deles. São burros, são pobres, são limitados. E sujos. O filme tem ar de saudade, de foto amarelada. É bonito e é diferente, bem diferente. Feito em 1974, ele tem o estilo dos filmes feitos 40 anos depois.
DENTRO DA NOITE de Raoul Walsh com George Raft, Ida Lupino, Humphrey Bogart e Ann Sheridan.
Uma obra prima. Raft é o ator principal, Bogey na época ainda não fizera O Falcão Maltês. Os dois são irmãos donos de um caminhão e a primeira parte do filme é um maravilhoso quase doc sobre a vida nas estradas. Bem realista, o filme mostra lanchonetes, policiais, cargas, toda a vida de trabalhadores pobres das rodovias. Depois Walsh se concentra numa trama de assassinato e ciúmes, o filme vira um drama noir. É um dos melhores filmes de um cara que dirigiu mais de 80 produções. Grande diversão!
DR WHO E A GUERRA DOS DALEKS de Gordon Flemyng com Peter Cushing
Feito em 1965, este filme aproveita o sucesso da série da BBC. Mas é um filme pobre e meio brega. Uma decepção colorida.
A DIVORCIADA de Robert Z. Leonard com Norma Shearer, Chester Morris e Robert Montgomery
Uma esposa pega o marido no flagra e se divorcia dele. Este dramalhão deu um Oscar à Norma Shearer, uma das estrelas dos anos 30 menos lembradas hoje. Mas ela foi grande! Se casou com o produtor Thalberg e ao ficar viúva desistiu do cinema aos 30 anos. Ela era sexy e pudica ao mesmo tempo, a voz era linda e seu estilo ainda era meio cinema mudo. Exagerado. O filme é bem antiquado.
UMA ALMA LIVRE de Clarence Brown com Norma Shearer, Lionel Barrymore e Clark Gable.
Uma moça mimada, filha de um juiz, tem um caso com um bandido. Gable esbanja mal caratismo e machismo e Norma está bem sexy. O filme é moralista, claro, mas ao mesmo tempo estranhamente safado. Não é muito bom.
Graham Greene escreveu uma obra-prima sobre um psicopata bandido que espalha violência em Brighton. É um filme extremamente invulgar. Richard tem uma atuação brilhante e o filme é perturbador. Greene gostou do filme e ele se tornou um pequeno clássico inglês.
O AMANHÃ QUE NÃO VIRÁ de Gordon Douglas com James Cagney
Rápido e direto, eis um filme policial do velho estilo, simples e cheio de fúria. Cagney dá um show como um bandido que foge da prisão e volta logo a vida de crime. Vaidoso e violento, seu personagem é repulsivo. O filme é muito divertido.
SANGUE DO MEU SANGUE de Joseph L. Mankiewicz com Edward G. Robinson, Richard Conte, Susan Hayward.
Quase uma obra prima. Mankiewicz foi roteirista e produtor nos anos 30 e 40, e esta é uma de suas primeiras direções. Um drama realista com altas doses de simbolismo, ele fala de um pai-mafioso que tem um filho favorito. Esse filho é preso e ao sair da prisão enfrenta a traição dos irmãos invejosos. Os atores brilham e o filme nos prende, é grande, sério, magistral. Um ano depois Mankiewicz receberia seu segundo Oscar por A Malvada.
SEM SOMBRA DE SUSPEITA de Michael Curtiz com Claude Rains
O box 9 de Filmes Noir continua em alto nível com este filme do diretor de Casablanca. Rains é um radialista que é suspeito de assassinato. Um filme de suspense, cheio de clima. Muito bom.
CILADA MORTÍFERA de Irving Lerner com Vince Edwards
Eis um filme duro de classificar. Voce vai achar que ele é um lixo ou uma maravilha. Lerner fez um filme barato que bebe nos filmes franceses policiais que se faziam então. É um filme boêmio, jazzy, cheio de estilo, seco e muito cool. Ou talvez seja apenas um filme muito amador.
O PERIGOSO ADEUS de Robert Altman com Elliot Gould e Sterling Hayden.
Talvez seja este o melhor filme de Altman. Há uma alegria que paira sobre este filme, uma leveza que ilumina cada cena. Altman pega Philip Marlowe e o imagina na California de 1974. Ou seja, é o detetive moral de Chandler em meio ao sexo livre e às drogas da época. A primeira cena do filme, Marlowe e seu gato fujão, é deliciosa! Elliot Gould faz um detetive que transita pelo mundo new age da época como se estivesse sonâmbulo. Ele fala sozinho, não toca em mulheres e não gosta da violência. O filme, grande como todo filme de Altman, é original.
RENEGADOS ATÉ A ÚLTIMA RAJADA de Robert Altman com Keith Carradine
Um bando de caipiras ladrões dos anos 30. Altman foca no dia a dia banal deles. São burros, são pobres, são limitados. E sujos. O filme tem ar de saudade, de foto amarelada. É bonito e é diferente, bem diferente. Feito em 1974, ele tem o estilo dos filmes feitos 40 anos depois.
DENTRO DA NOITE de Raoul Walsh com George Raft, Ida Lupino, Humphrey Bogart e Ann Sheridan.
Uma obra prima. Raft é o ator principal, Bogey na época ainda não fizera O Falcão Maltês. Os dois são irmãos donos de um caminhão e a primeira parte do filme é um maravilhoso quase doc sobre a vida nas estradas. Bem realista, o filme mostra lanchonetes, policiais, cargas, toda a vida de trabalhadores pobres das rodovias. Depois Walsh se concentra numa trama de assassinato e ciúmes, o filme vira um drama noir. É um dos melhores filmes de um cara que dirigiu mais de 80 produções. Grande diversão!
DR WHO E A GUERRA DOS DALEKS de Gordon Flemyng com Peter Cushing
Feito em 1965, este filme aproveita o sucesso da série da BBC. Mas é um filme pobre e meio brega. Uma decepção colorida.
A DIVORCIADA de Robert Z. Leonard com Norma Shearer, Chester Morris e Robert Montgomery
Uma esposa pega o marido no flagra e se divorcia dele. Este dramalhão deu um Oscar à Norma Shearer, uma das estrelas dos anos 30 menos lembradas hoje. Mas ela foi grande! Se casou com o produtor Thalberg e ao ficar viúva desistiu do cinema aos 30 anos. Ela era sexy e pudica ao mesmo tempo, a voz era linda e seu estilo ainda era meio cinema mudo. Exagerado. O filme é bem antiquado.
UMA ALMA LIVRE de Clarence Brown com Norma Shearer, Lionel Barrymore e Clark Gable.
Uma moça mimada, filha de um juiz, tem um caso com um bandido. Gable esbanja mal caratismo e machismo e Norma está bem sexy. O filme é moralista, claro, mas ao mesmo tempo estranhamente safado. Não é muito bom.
WESTERNS- DUNQUERQUE- CHURCHILL E MAIS
O DESTINO DE UMA NAÇÃO de Joe Wright com Gary Oldman e Kristin Scott Thomas.
Wright já é dono de uma carreira sólida. Ele faz filmes que prezam acima de tudo seus atores. E melhor, ele conta sua história sem se exibir. Quando deseja mostrar sua marca, faz travellings bonitos como aqui aqueles das ruas de Londres. Para quem ama a história inglesa, é obrigatório. Oldman está bem como sempre, Kristin também. O filme vai contra a maré do PC, ele retrata um homem velho, conservador, machista e branco. Dá um jeito de botar uma menina na história pra ficar mais anos 2000. A cena no Underground, fantasia pura, é linda. E brega. Funciona. Gostei muito. É um filme de cinema.
DUNKIRK de Christopher Nolan
A história real é um tipo de milagre. Tinha tudo para ser um massacre de civis e de soldados acuados. Não foi. Nolan faz aquilo que fez em todos os seus filmes: retira tudo de sensacional e faz de um ato de heroísmo uma coisa fria. O filme não tem emoção. De certo modo é um milagre de Nolan, transformar um dos momentos mais emocionantes do século XX, numa coisa bonita de se ver e fria de se sentir.
NAS MARGENS DO RIO GRANDE de Robert Parrish com Robert Mitchum
Mitchum é um americano que vive no Mexico. Cruza a fronteira de volta ao lar, mas logo se mete em confusão. O filme é muito esquisito. Na verdade falta uma história. Olhamos e não nos ligamos.
BARQUERO de Gordon Douglas com Lee Van Cleef e Warren Oates
Na velha TV Record, este filme passava todo mês. Nunca o vi na época, e não perdi nada. É uma porcaria. Uma tentativa americana de se fazer um faroeste italiano. Cleef é o macho alfa, um cara que cruza um rio numa barca. Oates o ladrão que precisa cruzar o rio. Cleef não deixa. Violento, bobo, sem história, tolo, histérico.
PAIXÃO DE BRAVO de Nicholas Ray com Susan Hayward, Robert Mitchum e Arthur Kennedy.
Vendido como western, mas não é. Se passa nos anos de 1950, que é quando foi feito. Mitchum, excelente com seu rosto de derrotado, é uma ex estrela de rodeio. Kennedy e Hayward são um casal de camponeses. Kennedy quer ser um astro, Mitchum o ajuda. O filme é maravilhoso, talvez o menos conhecido e o melhor de Ray. É um filme de estrada, com um preto e branco lindo. Os atores estão perfeitos e até o tema, desagradável, nos seduz. Nos anos 60-70-80, Ray era considerado um gênio. Nunca foi. Estará hoje esquecido? Voce assiste este filme, gosta do que vê, e quando ele acaba sente ter estado diante de um grande, grande filme.
FORA DAS GRADES de Nicholas Ray com James Cagney.
Outro grande ator e outro filme pouco conhecido de Ray. Cagney, agressivo e agitado, é um ex prisioneiro que vira sheriff numa cidade do oeste. A história é simples e cheia de ação e o filme é uma diversão ótima. E ainda com um belo subtema sobre moral. Veja.
Wright já é dono de uma carreira sólida. Ele faz filmes que prezam acima de tudo seus atores. E melhor, ele conta sua história sem se exibir. Quando deseja mostrar sua marca, faz travellings bonitos como aqui aqueles das ruas de Londres. Para quem ama a história inglesa, é obrigatório. Oldman está bem como sempre, Kristin também. O filme vai contra a maré do PC, ele retrata um homem velho, conservador, machista e branco. Dá um jeito de botar uma menina na história pra ficar mais anos 2000. A cena no Underground, fantasia pura, é linda. E brega. Funciona. Gostei muito. É um filme de cinema.
DUNKIRK de Christopher Nolan
A história real é um tipo de milagre. Tinha tudo para ser um massacre de civis e de soldados acuados. Não foi. Nolan faz aquilo que fez em todos os seus filmes: retira tudo de sensacional e faz de um ato de heroísmo uma coisa fria. O filme não tem emoção. De certo modo é um milagre de Nolan, transformar um dos momentos mais emocionantes do século XX, numa coisa bonita de se ver e fria de se sentir.
NAS MARGENS DO RIO GRANDE de Robert Parrish com Robert Mitchum
Mitchum é um americano que vive no Mexico. Cruza a fronteira de volta ao lar, mas logo se mete em confusão. O filme é muito esquisito. Na verdade falta uma história. Olhamos e não nos ligamos.
BARQUERO de Gordon Douglas com Lee Van Cleef e Warren Oates
Na velha TV Record, este filme passava todo mês. Nunca o vi na época, e não perdi nada. É uma porcaria. Uma tentativa americana de se fazer um faroeste italiano. Cleef é o macho alfa, um cara que cruza um rio numa barca. Oates o ladrão que precisa cruzar o rio. Cleef não deixa. Violento, bobo, sem história, tolo, histérico.
PAIXÃO DE BRAVO de Nicholas Ray com Susan Hayward, Robert Mitchum e Arthur Kennedy.
Vendido como western, mas não é. Se passa nos anos de 1950, que é quando foi feito. Mitchum, excelente com seu rosto de derrotado, é uma ex estrela de rodeio. Kennedy e Hayward são um casal de camponeses. Kennedy quer ser um astro, Mitchum o ajuda. O filme é maravilhoso, talvez o menos conhecido e o melhor de Ray. É um filme de estrada, com um preto e branco lindo. Os atores estão perfeitos e até o tema, desagradável, nos seduz. Nos anos 60-70-80, Ray era considerado um gênio. Nunca foi. Estará hoje esquecido? Voce assiste este filme, gosta do que vê, e quando ele acaba sente ter estado diante de um grande, grande filme.
FORA DAS GRADES de Nicholas Ray com James Cagney.
Outro grande ator e outro filme pouco conhecido de Ray. Cagney, agressivo e agitado, é um ex prisioneiro que vira sheriff numa cidade do oeste. A história é simples e cheia de ação e o filme é uma diversão ótima. E ainda com um belo subtema sobre moral. Veja.
O MENSAGEIRO DO DIABO....SEMENTE DO MAL....SHAKESPEARE NA WARNER...
O MORRO DOS VENTOS UIVANTES de William Wyler com Laurence Olivier, Merle Oberon, David Niven, Flora Robson.
A fotografia de Gregg Toland é maravilhosa, um treino para Kane. Olivier não tem medo da fúria de Heathcliff e se deixa conduzir por Wyler, talvez o maior dos diretores de atores de Hollywood. Já Merle não está a altura de Cathy. Faz uma versão bem comportada de uma força feminina da natureza. O filme é muito bom, forte e com tinturas de horror. Para quem ainda não sabe, Whutering Heights é o grande monumento do romantismo e foi filmado centenas de vezes, inclusive por Bunuel ( que fracassou ). Só neste século conheço mais 4 refilmagens do livro. Todas equivocadas. Este é o que chega mais perto ( apesar de ignorar todo o miolo do livro, ou seja, 50% ). Heathcliff é um mestiço que cresce com Cathy, a filha legítima. Quando adulto é humilhado e foge. Faz fortuna na América e retorna. O livro fala de novos tempos, de destino, de racismo, de maldição, de sexo. E da morte, todo o tempo fala da morte. Um belo filme!
SEMENTE DO MAL de Billy Wilder
O raro primeiro filme de Wilder, feito na França em 1932. De Wilder ainda não se percebe o cinismo, mas o filme tem frescor e é todo filmado nas ruas de Paris. É um filme sobre carros. O filho mimado de um ricaço que perde seu carro e se une a ladrões de automóveis. Um filme de ação. Deve ser conhecido. A imagem está restaurada.
SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO de Max Rheinhardt e William Dieterle com James Cagney, Olivia de Havillande, Mickey Rooney, Joe E. Brown, Dick Powell, Anita Page.
O primeiro filme que vi na vida ( aos 6 anos ), na TV em um dia de Natal. A peça de Shakespeare é tratada em termos de comédia da Warner, mas tem ainda muita magia e uma beleza etérea esfuziante. Os cenários cintilam em prata, as roupas flutuam, o filme voa. Rooney rouba o filme. Seu Puck é um Iggy Pop antes do tempo. Um moleque selvagem que grita e relincha. Max Rheinhardt era o grande diretor de teatro da Alemanha. Fugiu para os EUA e dirigiu esta peça ao ar livre em Los Angeles. Aqui ele faz seu único filme com a ajuda de outro refugiado, o grande Dieterle, que na Alemanha fora ator e nos EUA se tornaria um grande diretor de filmes "encantados". O filme tem momento de grande "tolice", mas a magia das cenas compensa suas 3 horas. Bonito.
O MENSAGEIRO DO DIABO de Charles Laughton com Robert Mitchum e Shelley Winters
Laughton só fez este filme como diretor. Mas, como ator, foi um gigante na Inglaterra e em Hollywood. Sempre é um prazer ver esse monstro na tela. Sua direção aqui se tornou lenda. O filme foi um fracasso absoluto em 1955, hoje é um clássico. O "problema" do filme era sua inteligência. É um filme dos anos 80 feito nos anos 50. Um pastor mata as mulheres com quem se casa. Um menino esconde o dinheiro do pai ladrão, morto pelos policiais. O pastor se casa com a mãe do menino. E o tortura para ter o esconderijo do dinheiro revelado. O menino foge. O horror campeia o filme. É um retrato do inferno, dos piores medos infantis. E ao mesmo tempo o filme tem um clima de fábula arcaica, de fantasia mítica. É assustador e é bonito. A fuga no rio é uma das coisas mais fortes já filmadas. Obra-prima.
A fotografia de Gregg Toland é maravilhosa, um treino para Kane. Olivier não tem medo da fúria de Heathcliff e se deixa conduzir por Wyler, talvez o maior dos diretores de atores de Hollywood. Já Merle não está a altura de Cathy. Faz uma versão bem comportada de uma força feminina da natureza. O filme é muito bom, forte e com tinturas de horror. Para quem ainda não sabe, Whutering Heights é o grande monumento do romantismo e foi filmado centenas de vezes, inclusive por Bunuel ( que fracassou ). Só neste século conheço mais 4 refilmagens do livro. Todas equivocadas. Este é o que chega mais perto ( apesar de ignorar todo o miolo do livro, ou seja, 50% ). Heathcliff é um mestiço que cresce com Cathy, a filha legítima. Quando adulto é humilhado e foge. Faz fortuna na América e retorna. O livro fala de novos tempos, de destino, de racismo, de maldição, de sexo. E da morte, todo o tempo fala da morte. Um belo filme!
SEMENTE DO MAL de Billy Wilder
O raro primeiro filme de Wilder, feito na França em 1932. De Wilder ainda não se percebe o cinismo, mas o filme tem frescor e é todo filmado nas ruas de Paris. É um filme sobre carros. O filho mimado de um ricaço que perde seu carro e se une a ladrões de automóveis. Um filme de ação. Deve ser conhecido. A imagem está restaurada.
SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO de Max Rheinhardt e William Dieterle com James Cagney, Olivia de Havillande, Mickey Rooney, Joe E. Brown, Dick Powell, Anita Page.
O primeiro filme que vi na vida ( aos 6 anos ), na TV em um dia de Natal. A peça de Shakespeare é tratada em termos de comédia da Warner, mas tem ainda muita magia e uma beleza etérea esfuziante. Os cenários cintilam em prata, as roupas flutuam, o filme voa. Rooney rouba o filme. Seu Puck é um Iggy Pop antes do tempo. Um moleque selvagem que grita e relincha. Max Rheinhardt era o grande diretor de teatro da Alemanha. Fugiu para os EUA e dirigiu esta peça ao ar livre em Los Angeles. Aqui ele faz seu único filme com a ajuda de outro refugiado, o grande Dieterle, que na Alemanha fora ator e nos EUA se tornaria um grande diretor de filmes "encantados". O filme tem momento de grande "tolice", mas a magia das cenas compensa suas 3 horas. Bonito.
O MENSAGEIRO DO DIABO de Charles Laughton com Robert Mitchum e Shelley Winters
Laughton só fez este filme como diretor. Mas, como ator, foi um gigante na Inglaterra e em Hollywood. Sempre é um prazer ver esse monstro na tela. Sua direção aqui se tornou lenda. O filme foi um fracasso absoluto em 1955, hoje é um clássico. O "problema" do filme era sua inteligência. É um filme dos anos 80 feito nos anos 50. Um pastor mata as mulheres com quem se casa. Um menino esconde o dinheiro do pai ladrão, morto pelos policiais. O pastor se casa com a mãe do menino. E o tortura para ter o esconderijo do dinheiro revelado. O menino foge. O horror campeia o filme. É um retrato do inferno, dos piores medos infantis. E ao mesmo tempo o filme tem um clima de fábula arcaica, de fantasia mítica. É assustador e é bonito. A fuga no rio é uma das coisas mais fortes já filmadas. Obra-prima.
CARY GRANT- BETTE DAVIS-JAMES CAGNEY-COLIN FIRTH-UMA- NEIL SIMON
A GAROTA DO ADEUS de Herbert Ross com Richard Dreyfuss e Marsha Mason
Foi uma das maiores zebras do Oscar a vitória de Dreyfuss em 1977. Mas vista hoje sua atuação é sensacional. O texto, de Neil Simon, é bem anos 70. Fala de uma mãe solteira que é obrigada a dividir o apto com um ator desconhecido. Eles se odeiam e aos poucos passam a se aceitar. Parece óbvio, mas os diálogos são maravilhosos! Engraçado perceber que o personagem de Dreyfuss é um típico estudante paulista de 2016! Até as roupas são atuais! Não conseguimos sair de 1977... Este é o típico filme adulto popular daquele tempo. Se comparados aos adultos pop de hoje vemos que regredimos muito. Assista. Nota 7.
BE COOL, O OUTRO NOME DO JOGO de F. Gary Gray com John Travolta, Uma Thurman, Vince Vaughn, Cedric, The Rock e Danny de Vito.
O roteiro é pobre pacas! Chili Palmer, o personagem de Travolta no ótimo Get Shorty, ressurge aqui como produtor de música. Para lançar jovem cantora ele deve passar por cima de mafiosos russos, produtores bandidos e artimanhas do mal. A esperteza se foi, os golpes são primários e mal explicados. O filme se salva por The Rock, que rouba o filme como um capanga que quer ser cantor country. Hilário! Uma nunca esteve tão bonita. Travolta está com preguiça e Vince não tem a menor graça. Seu tipo é cópia descarada do Gary Oldman de Amor a Queima Roupa. Um filme bom de olhar, mas bem tolinho. Nota 5.
HOPE SPRINGS de Mark Herman com Colin Firth, Heather Graham e Minnie Driver.
Parecia bom. Adoro Colin. Mas é um tédio. Ele é um inglês que vai parar no interior dos EUA. Quer esquecer um amor perdido. Heather, como sempre, é uma doidinha legal, eles se envolvem. Minnie é a megera. O filme é lento, chato, preguiçoso, sem nenhuma imaginação. Pior de tudo, é uma comédia triste! ZERO.
G MEN CONTRA O IMPÉRIO DO CRIME de William Keighley com James Cagney
Um exemplar filme de gangster dos anos 30. Cagney é um advogado que abandona a profissão para ser um agente do que viria a ser o FBI. O que acompanhamos, no estilo rápido e objetivo da época, é sua escalada para se infiltrar na gang e destruir a organização criminosa. Um bom filme de macho. Nota 7.
BALAS OU VOTOS de William Keighley com Edward G. Robinson e Humphrey Bogart.
Não tão bom, o filme também faz parte do estilo "gangster da Warner". Mas o roteiro é mais meloso e Robinson não é tão bom quanto Cagney. Bogey faz mais um bandido. Ele, em 1936, ainda era o cara que todo mundo ama odiar. Nota 5.
SOMOS DO AMOR de Archie L. Mayo com Leslie Howard, Bette Davis e Olivia de Havilland.
Uma alegria voltar a ver os bons filmes pop dos anos 30. Este é mais um da Warner. Sobre um casal de atores que vive em guerra. E uma mocinha tola que se apaixona pelo ator. Leslie dá um show como o ator estrela, empoado e meio tonto. Bette brilha menos como a atriz nervosa. Olivia está excelente no papel da milionária doida. Tem ainda Eric Blore fazendo Eric Blore, ou seja, um delicioso mordomo afetado. Bom passatempo. Nota 7.
SOLTEIRÃO COBIÇADO de Irving Reis com Cary Grant, Myrna Loy e Shirley Temple.
Decepção. Um filme com Cary e Myrna consegue não ser bom. Uma garota de 16 anos se apaixona por Cary Grant, solteirão de 37. A irmã da menina, Loy, obriga-o a namorar com ela para que ela se decepcione com ele. Mal dirigido, sem ritmo, mesmo assim fez imenso sucesso, graças aos nomes das estrelas. Cary está contido, só se solta na única cena boa, a da gincana estudantil. Myrna não tem nada a fazer a não ser parecer elegante. Nota 4.
Foi uma das maiores zebras do Oscar a vitória de Dreyfuss em 1977. Mas vista hoje sua atuação é sensacional. O texto, de Neil Simon, é bem anos 70. Fala de uma mãe solteira que é obrigada a dividir o apto com um ator desconhecido. Eles se odeiam e aos poucos passam a se aceitar. Parece óbvio, mas os diálogos são maravilhosos! Engraçado perceber que o personagem de Dreyfuss é um típico estudante paulista de 2016! Até as roupas são atuais! Não conseguimos sair de 1977... Este é o típico filme adulto popular daquele tempo. Se comparados aos adultos pop de hoje vemos que regredimos muito. Assista. Nota 7.
BE COOL, O OUTRO NOME DO JOGO de F. Gary Gray com John Travolta, Uma Thurman, Vince Vaughn, Cedric, The Rock e Danny de Vito.
O roteiro é pobre pacas! Chili Palmer, o personagem de Travolta no ótimo Get Shorty, ressurge aqui como produtor de música. Para lançar jovem cantora ele deve passar por cima de mafiosos russos, produtores bandidos e artimanhas do mal. A esperteza se foi, os golpes são primários e mal explicados. O filme se salva por The Rock, que rouba o filme como um capanga que quer ser cantor country. Hilário! Uma nunca esteve tão bonita. Travolta está com preguiça e Vince não tem a menor graça. Seu tipo é cópia descarada do Gary Oldman de Amor a Queima Roupa. Um filme bom de olhar, mas bem tolinho. Nota 5.
HOPE SPRINGS de Mark Herman com Colin Firth, Heather Graham e Minnie Driver.
Parecia bom. Adoro Colin. Mas é um tédio. Ele é um inglês que vai parar no interior dos EUA. Quer esquecer um amor perdido. Heather, como sempre, é uma doidinha legal, eles se envolvem. Minnie é a megera. O filme é lento, chato, preguiçoso, sem nenhuma imaginação. Pior de tudo, é uma comédia triste! ZERO.
G MEN CONTRA O IMPÉRIO DO CRIME de William Keighley com James Cagney
Um exemplar filme de gangster dos anos 30. Cagney é um advogado que abandona a profissão para ser um agente do que viria a ser o FBI. O que acompanhamos, no estilo rápido e objetivo da época, é sua escalada para se infiltrar na gang e destruir a organização criminosa. Um bom filme de macho. Nota 7.
BALAS OU VOTOS de William Keighley com Edward G. Robinson e Humphrey Bogart.
Não tão bom, o filme também faz parte do estilo "gangster da Warner". Mas o roteiro é mais meloso e Robinson não é tão bom quanto Cagney. Bogey faz mais um bandido. Ele, em 1936, ainda era o cara que todo mundo ama odiar. Nota 5.
SOMOS DO AMOR de Archie L. Mayo com Leslie Howard, Bette Davis e Olivia de Havilland.
Uma alegria voltar a ver os bons filmes pop dos anos 30. Este é mais um da Warner. Sobre um casal de atores que vive em guerra. E uma mocinha tola que se apaixona pelo ator. Leslie dá um show como o ator estrela, empoado e meio tonto. Bette brilha menos como a atriz nervosa. Olivia está excelente no papel da milionária doida. Tem ainda Eric Blore fazendo Eric Blore, ou seja, um delicioso mordomo afetado. Bom passatempo. Nota 7.
SOLTEIRÃO COBIÇADO de Irving Reis com Cary Grant, Myrna Loy e Shirley Temple.
Decepção. Um filme com Cary e Myrna consegue não ser bom. Uma garota de 16 anos se apaixona por Cary Grant, solteirão de 37. A irmã da menina, Loy, obriga-o a namorar com ela para que ela se decepcione com ele. Mal dirigido, sem ritmo, mesmo assim fez imenso sucesso, graças aos nomes das estrelas. Cary está contido, só se solta na única cena boa, a da gincana estudantil. Myrna não tem nada a fazer a não ser parecer elegante. Nota 4.
DEPARDIEU/ JAMES CAGNEY/ BATMAN/ EMMANUELLE BÉART/ RIDLEY SCOTT/ CAROL REED
CORAÇÕES LOUCOS de Bertrand Blier com Gerard Depardieu, Patrick Dewaere, Miou-Miou e Isabelle Huppert
Um original. Dois amigos que vivem de roubos fazem tudo o que o desejo lhes manda fazer. E tudo sempre dá errado, claro. Mas eles não desistem. São burros, grossos, violentos, e pensam que toda mulher quer e deve ser usada. No inicio admiramos o filme e odiamos os personagens; depois começamos a sentir uma ternura indesejável por eles. O filme ruma ao sublime, sublime que nasce nas cenas da carona final. Eles quase se humanizam de tanto apanhar. Feito hoje seria transformado em filme solene e psiquiátrico, felizmente foi feito na hora certa ( 1974 ). Seus atores viraram estrelas, eram todos desconhecidos então. Um filme de extremos, voce vai adorar ou abominar e sua reação dirá muito sobre voce mesmo. Nota 9.
GESTAPO de Carol Reed com Rex Harrison e Margaret Lockwood
Carol Reed é um dos grandes nomes da história do cinema inglês. Aqui, em plena segunda guerra, ele faz um filme em que um cientista tcheco é disputado por espiões ingleses e nazistas. O enredo é totalmente inverossimil, mas tem belas cenas em trem, suspense e clima. Adoro esses filmes noturnos, escuros, cheios de sombras e névoa. Mas a fraqueza do roteiro o compromete. Nota 6.
JEAN DE FLORETTE de Claude Berri com Yves Montand, Gerard Depardieu e Daniel Auteill
Um imenso sucesso popular e de critica na França de 1987. Baseado no livro de Pagnol, passado na Provence, fala de dois viizinhos lavradores. Um, que vive na terra desde sempre, é falso, ignorante, manipulador, o outro, que acaba de chegar da cidade, tenta aplicar a ciência ao campo. É um homem alegre, honesto, otimista. Está feita a disputa, disputa pela água e pela sobrevivência na terra dura da Provence. Bem...Peter Mayle escreveu montes de livros sobre o lugar, para ele um tipo de paraíso cheio de franceses bons e engraçados. Pois este filme mostra a verdade, é um lugar dificil, áspero, de gente desconfiada e fofoqueira. Devo dizer que é um dos filmes que mais me enervou, fiquei completamente enojado com a maldade que ele exibe. Será genético, já que sei que meus antepassados viveram exatamente como eles? Poucos filmes exibem a maldade humana de modo tão cruel. Uma maldade pequena, mesquinha, burra, estúpida. O filme, que é simples até a medula, me foi insuportável. Sem Nota.
A VINGANÇA DE MANON de Claude Berri com Daniel Auteill, Yves Montand e Emmanuelle Béart
Continuação de Jean de Florette filmada ao mesmo tempo que o filme acima. A filha de Jean cresceu, o bronco que é seu vizinho se apaixona por ela, ela se vinga. Preciso destacar a atuação de Auteill. Ele faz um tipo de homem-bicho, homem-pedra, limitado, sovina, rude e sem palavras, que cai de amores por Manon e sofre terrivelmente por isso. Uma atuação tão perfeita que chega a assombrar. Béart se fez estrela aqui e tem uma beleza natural, pura, esfuziante. Para muitos é a mais bela das atrizes atuais. E por fim, uma nota sobre o mito Montand. É um de seus últimos filmes e ele faz algo de muito raro. Pois passamos todos os dois filmes o detestando e ao final, quando ele sucumbe à dor, o perdoamos e desejamos que seu sofrimento pare. O rosto melancólico, crispado de culpa...lindo. Os dois filmes juntos são uma bela obra sobre um mundo seco e mesquinho. Longe da perfeição, mas bastante fortes.
A CANÇÃO DA VITÓRIA de Michael Curtiz com James Cagney e Walter Huston
Bio sobre George M. Cohan, uma estrela dos palcos americanos entre 1890 e 1920. Os americanos adoram este filme, que é muito bem feito, mas fora da América ele tem dois problemas sérios. Primeiro o fato de que Cohan não é uma figura mundial, e segundo o hiper patriotismo do filme. Mesmo que voce não seja anti-americano, incomoda seu excesso de bandeiras e frase sobre a glória da América. Cagney está hiper atlético, dançando em seu modo irlandês, longe dos filmes de gangster. Nota 4.
BATMAN O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE de Nolan com Bale e etc
Caraca! Lançado em centenas de salas, isto não é um filme, é uma operação de marketing. Nolan faz de tudo para se dar bem. Em meio a crise na cidade de Gotham ele tenta agradar a todas as tribos, e desse modo não agrada ninguém. Acena para liberais e republicanos, defende a ordem e o kaos, nada defende, então a verdade é que acena para os recordes de bilheteria. Problema nenhum se o filme fosse um tipo de Star Wars assumido. Mas, como bom Jeca, pinta tudo com um leve verniz de "arte". Pra que esse verniz só ele sabe. Arte de Jeca, que nunca é criatividade, mas sim escuridão e "dor". Jecas acham arte uma coisa tão esquisita, tão "superior", que sempre tendem a pensar que ela seja tristeza e desencanto. Esquecem que arte é vitalidade, coisa que todos os Batmans, desde Tim Burton, nunca tiveram. Se eu o analisar apenas como uma aventura pop ( o que não quer ser ), a coisa fica pior. Aventura tem de ser divertida, leve, ágil e fazer com que os minutos passem voando. Isto é pesado, solene, complicado, chato, arrastado. Saudade de meus gibis. Nota 1.
PROMETHEUS de Ridley Scott
Aff.... confesso que dormi. Acho que já deu pra Scott. Seus filmes, hiper empetecados, me lembram sempre o pior do cinema publicitário. O roteiro, pseudo profundo, é risivel. Alguém leva essa gororoba a sério??? Kubrick um dia fez uma obra de arte abstrata chamada 2001, e até hoje pagamos o pato. ZERO!!!
Um original. Dois amigos que vivem de roubos fazem tudo o que o desejo lhes manda fazer. E tudo sempre dá errado, claro. Mas eles não desistem. São burros, grossos, violentos, e pensam que toda mulher quer e deve ser usada. No inicio admiramos o filme e odiamos os personagens; depois começamos a sentir uma ternura indesejável por eles. O filme ruma ao sublime, sublime que nasce nas cenas da carona final. Eles quase se humanizam de tanto apanhar. Feito hoje seria transformado em filme solene e psiquiátrico, felizmente foi feito na hora certa ( 1974 ). Seus atores viraram estrelas, eram todos desconhecidos então. Um filme de extremos, voce vai adorar ou abominar e sua reação dirá muito sobre voce mesmo. Nota 9.
GESTAPO de Carol Reed com Rex Harrison e Margaret Lockwood
Carol Reed é um dos grandes nomes da história do cinema inglês. Aqui, em plena segunda guerra, ele faz um filme em que um cientista tcheco é disputado por espiões ingleses e nazistas. O enredo é totalmente inverossimil, mas tem belas cenas em trem, suspense e clima. Adoro esses filmes noturnos, escuros, cheios de sombras e névoa. Mas a fraqueza do roteiro o compromete. Nota 6.
JEAN DE FLORETTE de Claude Berri com Yves Montand, Gerard Depardieu e Daniel Auteill
Um imenso sucesso popular e de critica na França de 1987. Baseado no livro de Pagnol, passado na Provence, fala de dois viizinhos lavradores. Um, que vive na terra desde sempre, é falso, ignorante, manipulador, o outro, que acaba de chegar da cidade, tenta aplicar a ciência ao campo. É um homem alegre, honesto, otimista. Está feita a disputa, disputa pela água e pela sobrevivência na terra dura da Provence. Bem...Peter Mayle escreveu montes de livros sobre o lugar, para ele um tipo de paraíso cheio de franceses bons e engraçados. Pois este filme mostra a verdade, é um lugar dificil, áspero, de gente desconfiada e fofoqueira. Devo dizer que é um dos filmes que mais me enervou, fiquei completamente enojado com a maldade que ele exibe. Será genético, já que sei que meus antepassados viveram exatamente como eles? Poucos filmes exibem a maldade humana de modo tão cruel. Uma maldade pequena, mesquinha, burra, estúpida. O filme, que é simples até a medula, me foi insuportável. Sem Nota.
A VINGANÇA DE MANON de Claude Berri com Daniel Auteill, Yves Montand e Emmanuelle Béart
Continuação de Jean de Florette filmada ao mesmo tempo que o filme acima. A filha de Jean cresceu, o bronco que é seu vizinho se apaixona por ela, ela se vinga. Preciso destacar a atuação de Auteill. Ele faz um tipo de homem-bicho, homem-pedra, limitado, sovina, rude e sem palavras, que cai de amores por Manon e sofre terrivelmente por isso. Uma atuação tão perfeita que chega a assombrar. Béart se fez estrela aqui e tem uma beleza natural, pura, esfuziante. Para muitos é a mais bela das atrizes atuais. E por fim, uma nota sobre o mito Montand. É um de seus últimos filmes e ele faz algo de muito raro. Pois passamos todos os dois filmes o detestando e ao final, quando ele sucumbe à dor, o perdoamos e desejamos que seu sofrimento pare. O rosto melancólico, crispado de culpa...lindo. Os dois filmes juntos são uma bela obra sobre um mundo seco e mesquinho. Longe da perfeição, mas bastante fortes.
A CANÇÃO DA VITÓRIA de Michael Curtiz com James Cagney e Walter Huston
Bio sobre George M. Cohan, uma estrela dos palcos americanos entre 1890 e 1920. Os americanos adoram este filme, que é muito bem feito, mas fora da América ele tem dois problemas sérios. Primeiro o fato de que Cohan não é uma figura mundial, e segundo o hiper patriotismo do filme. Mesmo que voce não seja anti-americano, incomoda seu excesso de bandeiras e frase sobre a glória da América. Cagney está hiper atlético, dançando em seu modo irlandês, longe dos filmes de gangster. Nota 4.
BATMAN O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE de Nolan com Bale e etc
Caraca! Lançado em centenas de salas, isto não é um filme, é uma operação de marketing. Nolan faz de tudo para se dar bem. Em meio a crise na cidade de Gotham ele tenta agradar a todas as tribos, e desse modo não agrada ninguém. Acena para liberais e republicanos, defende a ordem e o kaos, nada defende, então a verdade é que acena para os recordes de bilheteria. Problema nenhum se o filme fosse um tipo de Star Wars assumido. Mas, como bom Jeca, pinta tudo com um leve verniz de "arte". Pra que esse verniz só ele sabe. Arte de Jeca, que nunca é criatividade, mas sim escuridão e "dor". Jecas acham arte uma coisa tão esquisita, tão "superior", que sempre tendem a pensar que ela seja tristeza e desencanto. Esquecem que arte é vitalidade, coisa que todos os Batmans, desde Tim Burton, nunca tiveram. Se eu o analisar apenas como uma aventura pop ( o que não quer ser ), a coisa fica pior. Aventura tem de ser divertida, leve, ágil e fazer com que os minutos passem voando. Isto é pesado, solene, complicado, chato, arrastado. Saudade de meus gibis. Nota 1.
PROMETHEUS de Ridley Scott
Aff.... confesso que dormi. Acho que já deu pra Scott. Seus filmes, hiper empetecados, me lembram sempre o pior do cinema publicitário. O roteiro, pseudo profundo, é risivel. Alguém leva essa gororoba a sério??? Kubrick um dia fez uma obra de arte abstrata chamada 2001, e até hoje pagamos o pato. ZERO!!!
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