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O ÚLTIMO GOLPE - UM FILME DE MICHAEL CIMINO COM CLINT EASTWOOD E JEFF BRIDGES.
Em 1978 Michael Cimino se tornou o diretor mais importante dos EUA. Graças ao sucesso total de The Deer Hunter. Em 1980 ele era um falido. Obra de Heavens Gate, o filme que é ainda o maior fracasso financeiro da história do cinema. Esse filme faliu a United Artists, a produtora fundada por Chaplin nos anos 20. Thunderbolt and Lightfoot, aqui chamado "O Ultimo Golpe", foi o primeiro filme de Cimino, feito em 1974. Clint produziu e estrelou. É um grande filme.
O cinema dos anos 70 tem como diferencial o fato de não focar a história. O foco do filme típico da época é na personalidade dos personagens. Filmes como The Godfather, Cabaret ou mesmo Tubarão, são observações sobre pessoas, o que as motiva e o que as amedronta. A ação é toda construída para mostrar mais uma fatia da alma do personagem. Hoje a ação é construída para produzir emoção. A personalidade do personagem é somente aquilo que nós imaginamos que ele seja. Isso pouco importa, o filme é o movimento do corpo e a fala do diálogo. Tudo é explícito e se não for é porque não existe.
Este filme tem muita ação física. É um daqueles maravilhosos filmes de estrada da época. Jeff, soberbo, é um caipira ingênuo e sem rumo. Clint um ladrão veterano. Os dois se conhecem numa carona e se conhecem enquanto executam golpes. Depois há o retorno do passado de Clint, e o que era uma comèdia vira drama.
Carros batem, tiros zumbem, estradas passam, garotas peladas, brigas de socos. Mas não é isso que importa. O roteiro, de Cimino, nos dá os detalhes da amizade entre Jeff e Clint. Consegue nos colocar dentro de cada carro que eles roubam, mas mais ainda dentro do coração de cada um deles.
Mas há mais. Geoffrey Lewis deixa imensa impressão num personagem secundário, tolo, que morre de forma patética. George Kennedy nos assusta com seu vilão sádico, ruim, cruel. E até mesmo o louco dos coelhos, personagem que aparece por 3 ou 4 minutos, causa forte impressão. Nada parece gratuito, tudo tem um porque.
Aconselho muito a que voce veja este filme. O melhor do cinema de hoje, o pouco que insiste em existir, bebe nesta fonte.
O cinema dos anos 70 tem como diferencial o fato de não focar a história. O foco do filme típico da época é na personalidade dos personagens. Filmes como The Godfather, Cabaret ou mesmo Tubarão, são observações sobre pessoas, o que as motiva e o que as amedronta. A ação é toda construída para mostrar mais uma fatia da alma do personagem. Hoje a ação é construída para produzir emoção. A personalidade do personagem é somente aquilo que nós imaginamos que ele seja. Isso pouco importa, o filme é o movimento do corpo e a fala do diálogo. Tudo é explícito e se não for é porque não existe.
Este filme tem muita ação física. É um daqueles maravilhosos filmes de estrada da época. Jeff, soberbo, é um caipira ingênuo e sem rumo. Clint um ladrão veterano. Os dois se conhecem numa carona e se conhecem enquanto executam golpes. Depois há o retorno do passado de Clint, e o que era uma comèdia vira drama.
Carros batem, tiros zumbem, estradas passam, garotas peladas, brigas de socos. Mas não é isso que importa. O roteiro, de Cimino, nos dá os detalhes da amizade entre Jeff e Clint. Consegue nos colocar dentro de cada carro que eles roubam, mas mais ainda dentro do coração de cada um deles.
Mas há mais. Geoffrey Lewis deixa imensa impressão num personagem secundário, tolo, que morre de forma patética. George Kennedy nos assusta com seu vilão sádico, ruim, cruel. E até mesmo o louco dos coelhos, personagem que aparece por 3 ou 4 minutos, causa forte impressão. Nada parece gratuito, tudo tem um porque.
Aconselho muito a que voce veja este filme. O melhor do cinema de hoje, o pouco que insiste em existir, bebe nesta fonte.
A CHEGADA - A QUALQUER PREÇO - DOUTOR ESTRANHO - CAPT FANTÁSTICO
CAPITÃO FANTÁSTICO de Matt Ross com Viggo Mortensen.
Lixo. Quando se tenta o humor ele é sem graça e quando se faz drama ele parece fake. Fala de um pai que cria seus muito filhos dentro de um tipo de ditadura da liberdade. Não sei se Matt Ross percebeu isso. O que sei é que o filme fica em cima do muro. Faz críticas ao mundo e ao mesmo tempo pega leve com um pai escrotíssimo ( sim, Viggo é um pai de merda ). O fato de existir um filme assim mostra o quanto o cinema está sem noção.
DOUTOR ESTRANHO de Scott Derrickson com Benedict Cumberbatch, Rachel McAdams, Tilda Swinton e Mads Mikkelsen.
É um dos Marvels que mais esperei, e foi uma meia decepção. Os primeiros trinta minutos são bem legais, com o super egocêntrico doutor Strange. Mas quando ele vai pro Nepal, tudo desanda. Filosofices de botequim, cenas de ação sem beleza ou emoção e um herói que nunca parece heroico. Para minha surpresa, Cumberbatch combina com o papel.
A QUALQUER CUSTO de David McKenzie com Jeff Bridges, Chris Pine e Ben Foster.
O elenco é sublime. Chris e Ben são dois irmãos. Eles roubam bancos pequenos de cidades miseráveis. André Barcinski tem razão, é um filme dos anos 70 feito em 2017. O clima é o de A Última Sessão de Cinema, os personagens são os de A Última Missão e o filme evoca ainda coisas de Mark Rydell, Lumet e Boorman. O foco é todo nos personagens. Mostra-se quem eles são, como fazem as coisas, seu papo furado, seu jeito de ser. Jeff Bridges quase rouba o filme como um velho xerife racista. O fato de não o roubar mostra como Chris e Ben estão bem. Tudo funciona aqui. Um pequeno grande filme. Seria um sonho ele ser eleito o melhor filme.
A CHEGADA de Denis Villeneuve com Amy Adams e Jeremy Renner.
O diretor não está a altura do tema. Objetos imensos chegam a Terra. São 12 em 12 lugares diferentes. Equipes militares e de cientistas vão travar contato com os ETs. O designer dos seres é ótimo e o clima do filme adequado. Mas todas as escolhas são erradas. Se opta sempre por explicar o supérfluo e em não se abordar o mais interessante. Penso que é um caso de se subestimar a inteligência do publico. Um erro sempre fatal. Assim, não se mostra o processo em que se desvenda a linguagem dos ETs. A linguista simplesmente começa a se comunicar rudimentarmente, do nada, de uma hora pra outra. Mas, entenda, o tema é tão bom, que mesmo assim o interesse se sustenta. Tinha de ser uma obra-prima. Perdeu-se a chance. ( Lembrei de Contatos Imediatos...o modo como eu e meu irmão saímos do cinema em estado de graça e de euforia otimista em 1978... )
CURVA DO DESTINO de Edgar G. Ulmer com Tom Neal e Ann Savage.
Um filme classe C, pobre e comum, que hoje é cult e considerado por muitos uma obra-prima. É original. É estranho. É inverossimel. E é muito bom. Fala de um pianista da noite que faz todas as escolhas erradas. Pega carona e daí em diante tudo dá errado. Savage faz a mulher mais assustadora da história do cinema. O filme é um pesadelo noir.
FORÇA DO MAL de Abraham Polonski com John Garfield e Marie Windsor.
Um advogado corrupto participa da corrupção do jogo ilegal. O filme é bom. Amargo a não poder mais, Garfield faz um cara mal, mas nunca superficial, é complexo, tem matizes de bondade. Um filme bom de se ver e que tem em sua equipe um punhado de perseguidos pelo MacCarthismo.
O MUNDO ODEIA-ME de Ida Lupino
Uma diretora mulher nos anos 40, uma raridade. E que filme estranho! Feio, desagradável. Fala de dois amigos que dão carona a um cara. Ele os sequestra. E o resto são estradas, medo, restaurantes, hotéis e postos de gasolina. Árido. Assistir não é um prazer, mas ele fica na memória.
Lixo. Quando se tenta o humor ele é sem graça e quando se faz drama ele parece fake. Fala de um pai que cria seus muito filhos dentro de um tipo de ditadura da liberdade. Não sei se Matt Ross percebeu isso. O que sei é que o filme fica em cima do muro. Faz críticas ao mundo e ao mesmo tempo pega leve com um pai escrotíssimo ( sim, Viggo é um pai de merda ). O fato de existir um filme assim mostra o quanto o cinema está sem noção.
DOUTOR ESTRANHO de Scott Derrickson com Benedict Cumberbatch, Rachel McAdams, Tilda Swinton e Mads Mikkelsen.
É um dos Marvels que mais esperei, e foi uma meia decepção. Os primeiros trinta minutos são bem legais, com o super egocêntrico doutor Strange. Mas quando ele vai pro Nepal, tudo desanda. Filosofices de botequim, cenas de ação sem beleza ou emoção e um herói que nunca parece heroico. Para minha surpresa, Cumberbatch combina com o papel.
A QUALQUER CUSTO de David McKenzie com Jeff Bridges, Chris Pine e Ben Foster.
O elenco é sublime. Chris e Ben são dois irmãos. Eles roubam bancos pequenos de cidades miseráveis. André Barcinski tem razão, é um filme dos anos 70 feito em 2017. O clima é o de A Última Sessão de Cinema, os personagens são os de A Última Missão e o filme evoca ainda coisas de Mark Rydell, Lumet e Boorman. O foco é todo nos personagens. Mostra-se quem eles são, como fazem as coisas, seu papo furado, seu jeito de ser. Jeff Bridges quase rouba o filme como um velho xerife racista. O fato de não o roubar mostra como Chris e Ben estão bem. Tudo funciona aqui. Um pequeno grande filme. Seria um sonho ele ser eleito o melhor filme.
A CHEGADA de Denis Villeneuve com Amy Adams e Jeremy Renner.
O diretor não está a altura do tema. Objetos imensos chegam a Terra. São 12 em 12 lugares diferentes. Equipes militares e de cientistas vão travar contato com os ETs. O designer dos seres é ótimo e o clima do filme adequado. Mas todas as escolhas são erradas. Se opta sempre por explicar o supérfluo e em não se abordar o mais interessante. Penso que é um caso de se subestimar a inteligência do publico. Um erro sempre fatal. Assim, não se mostra o processo em que se desvenda a linguagem dos ETs. A linguista simplesmente começa a se comunicar rudimentarmente, do nada, de uma hora pra outra. Mas, entenda, o tema é tão bom, que mesmo assim o interesse se sustenta. Tinha de ser uma obra-prima. Perdeu-se a chance. ( Lembrei de Contatos Imediatos...o modo como eu e meu irmão saímos do cinema em estado de graça e de euforia otimista em 1978... )
CURVA DO DESTINO de Edgar G. Ulmer com Tom Neal e Ann Savage.
Um filme classe C, pobre e comum, que hoje é cult e considerado por muitos uma obra-prima. É original. É estranho. É inverossimel. E é muito bom. Fala de um pianista da noite que faz todas as escolhas erradas. Pega carona e daí em diante tudo dá errado. Savage faz a mulher mais assustadora da história do cinema. O filme é um pesadelo noir.
FORÇA DO MAL de Abraham Polonski com John Garfield e Marie Windsor.
Um advogado corrupto participa da corrupção do jogo ilegal. O filme é bom. Amargo a não poder mais, Garfield faz um cara mal, mas nunca superficial, é complexo, tem matizes de bondade. Um filme bom de se ver e que tem em sua equipe um punhado de perseguidos pelo MacCarthismo.
O MUNDO ODEIA-ME de Ida Lupino
Uma diretora mulher nos anos 40, uma raridade. E que filme estranho! Feio, desagradável. Fala de dois amigos que dão carona a um cara. Ele os sequestra. E o resto são estradas, medo, restaurantes, hotéis e postos de gasolina. Árido. Assistir não é um prazer, mas ele fica na memória.
PETS....HUSTON....WOODY ALLEN...MARGOT ROBBIE...JUDY GARLAND
JOHN CARTER de Andrew Stanton
Como diretor de desenhos animados, Stanton é ótimo. Mas aqui lhe deram um roteiro muito ruim. Conheço o personagem John Carter desde criança. Ele foi criado por Edgard Rice Burroughs, o autor do Tarzan. Carter é um terrestre que vai lutar em Marte. Aqui essa premissa, que poderia dar numa boa besteira, é jogada fora. O que vemos é um filme com visual feio, personagens ocos e ação sem sal. Esquece.
ESQUADRÃO SUICIDA de David Ayers
O elenco é ótimo e se sai bem. Dentre eles, Margot Robbie se mostra uma presença luminosa! Sua personagem, das trevas, é louca, violenta ao extremos e muito sexy. O filme é um pouco violento demais, mas é tão aloucado que acaba funcionando. Os heróis são bandidos terríveis, Will Smith entre eles, que são usados pelo governo para lutar contra o Coringa. Pode ver que vale.
VIZINHOS 2 de Nicholas Stoller com Seth Rogen, Zac Efron, Rose Byrne e Chloe Moretz.
Uma fraternidade de meninas aluga uma casa. Os vizinhos tentam sabotar suas festas. E é só isso. Uma comédia de pouca graça, mas que a gente vê meio que na boa...Na verdade é tão inofensivo que nem chega a irritar.
PETS, A VIDA SECRETA DOS BICHOS de Chris Moyer
Roteiro bom. Tem alguns desenhos que têm roteiro muito melhor que 99% dos filmes feitos hoje. Inclusive alguns têm implicações bastante sérias. Este tem roteiro hábil, mas nada tem de sério. A história é boa porque sempre que pensamos adivinhar o que virá em seguida, ele dá uma volta inesperada e muda de direção. Fala sobre pets, a vida social desses pets. E de um cachorro que se perde na rua e encontra uma gangue de bichos revolucionários. É engraçado, é inteligente, é simpático, é bom.
CIDADE DAS ILUSÕES de John Huston com Stacy Keach, Jeff Bridges e Candy Clark.
Uma quase reportagem sobre o fracasso. Tema favorito de Huston, observe que mesmo em Freud ele escolhe falar dos fracassos do médico alemão. São boxers numa pequena cidade da California. Boxeadores que fracassam, que bebem, que amam mulheres horrendas. O filme é de uma beleza triste. Mas não deprime. O tema musical é lindo. Os atores brilham intensamente.
BONITA E AUDACIOSA de Lloyd Bacon com Jean Simmons e Robert Mitchum.
Que filme bobo!!!! Simmons é uma rica menina que resolve dar dinheiro ao povo de uma cidade caipira. Mitchum, bem sonolento aqui, é um médico que sabe o porque da menina querer dar dinheiro. So what...
AS GARÇONETES DE HARVEY de George Sidney com Judy Garland.
Não, não é um grande musical. Se passa no mundo do western. Judy é parte de uma rede de restaurantes que se instala numa cidade de cowboys. Então tá...
CENAS EM UM SHOPPING de Paul Mazursky com Woody Allen e Bette Midler.
Woody e Bette moram em L.A. São ricos e saudáveis. Imagino que a aposta do filme é que a gente deva rir com Woody dizendo que LA é melhor que NY. E vendo ele passear em shopping de bermudas e rabo de cavalo. Ou seja, sendo um cara do tipo que ele mais odeia. Ok, isso não funciona. O diálogo é raso, os personagens previsíveis e o filme acaba parecendo apenas um passeio à tarde com um casal chato.
Como diretor de desenhos animados, Stanton é ótimo. Mas aqui lhe deram um roteiro muito ruim. Conheço o personagem John Carter desde criança. Ele foi criado por Edgard Rice Burroughs, o autor do Tarzan. Carter é um terrestre que vai lutar em Marte. Aqui essa premissa, que poderia dar numa boa besteira, é jogada fora. O que vemos é um filme com visual feio, personagens ocos e ação sem sal. Esquece.
ESQUADRÃO SUICIDA de David Ayers
O elenco é ótimo e se sai bem. Dentre eles, Margot Robbie se mostra uma presença luminosa! Sua personagem, das trevas, é louca, violenta ao extremos e muito sexy. O filme é um pouco violento demais, mas é tão aloucado que acaba funcionando. Os heróis são bandidos terríveis, Will Smith entre eles, que são usados pelo governo para lutar contra o Coringa. Pode ver que vale.
VIZINHOS 2 de Nicholas Stoller com Seth Rogen, Zac Efron, Rose Byrne e Chloe Moretz.
Uma fraternidade de meninas aluga uma casa. Os vizinhos tentam sabotar suas festas. E é só isso. Uma comédia de pouca graça, mas que a gente vê meio que na boa...Na verdade é tão inofensivo que nem chega a irritar.
PETS, A VIDA SECRETA DOS BICHOS de Chris Moyer
Roteiro bom. Tem alguns desenhos que têm roteiro muito melhor que 99% dos filmes feitos hoje. Inclusive alguns têm implicações bastante sérias. Este tem roteiro hábil, mas nada tem de sério. A história é boa porque sempre que pensamos adivinhar o que virá em seguida, ele dá uma volta inesperada e muda de direção. Fala sobre pets, a vida social desses pets. E de um cachorro que se perde na rua e encontra uma gangue de bichos revolucionários. É engraçado, é inteligente, é simpático, é bom.
CIDADE DAS ILUSÕES de John Huston com Stacy Keach, Jeff Bridges e Candy Clark.
Uma quase reportagem sobre o fracasso. Tema favorito de Huston, observe que mesmo em Freud ele escolhe falar dos fracassos do médico alemão. São boxers numa pequena cidade da California. Boxeadores que fracassam, que bebem, que amam mulheres horrendas. O filme é de uma beleza triste. Mas não deprime. O tema musical é lindo. Os atores brilham intensamente.
BONITA E AUDACIOSA de Lloyd Bacon com Jean Simmons e Robert Mitchum.
Que filme bobo!!!! Simmons é uma rica menina que resolve dar dinheiro ao povo de uma cidade caipira. Mitchum, bem sonolento aqui, é um médico que sabe o porque da menina querer dar dinheiro. So what...
AS GARÇONETES DE HARVEY de George Sidney com Judy Garland.
Não, não é um grande musical. Se passa no mundo do western. Judy é parte de uma rede de restaurantes que se instala numa cidade de cowboys. Então tá...
CENAS EM UM SHOPPING de Paul Mazursky com Woody Allen e Bette Midler.
Woody e Bette moram em L.A. São ricos e saudáveis. Imagino que a aposta do filme é que a gente deva rir com Woody dizendo que LA é melhor que NY. E vendo ele passear em shopping de bermudas e rabo de cavalo. Ou seja, sendo um cara do tipo que ele mais odeia. Ok, isso não funciona. O diálogo é raso, os personagens previsíveis e o filme acaba parecendo apenas um passeio à tarde com um casal chato.
CIDADE DOS DESILUDIDOS ( FAT CITY ), UM DOS GRANDES FILMES DE JOHN HUSTON.
Chesterton diz que no inferno o pior sofrimento é a falta de esperança. Huston foi o diretor daqueles que a perderam. Dentre sua imensa variedade de temas, o ponto em comum é esse, ele fala dos desesperançados. Do Falcão Maltês até Os Mortos, esse seu interesse central.
Este filme, de 1972, começa com uma das mais belas canções de Kris Kristofferson. "Ajude-me a atravessar a Noite", um country tão bonito que Bryan Ferry o regravou em 1974. Enquanto a música ecoa, vemos cenas de Stockton, gente pobre nas ruas, cenário de terceiro mundo. Numa academia, um cara, Stacy Keach, boxeia. Ele se aproxima de um garoto, Jeff Bridges, eles lutam, e o veterano dá ao novato a ideia de se tornar lutador. Até o fim do filme os dois não se verão mais.
O novato passa a treinar, luta algumas lutas fuleiras, perde, ganha, perde mais. O veterano tenta voltar e é surrado. Além disso ele bebe muito, ganha trocados colhendo cebolas, e mora com uma mulher, Susan Tyrrell. Nunca vi na história do cinema um casal mais lamentável. Ela é chorona, bêbada, feia de dar medo, de uma mediocridade que beira a caricatura. Não sei se Susan Tyrrell tem uma interpretação genial, ou se é tão ruim que se torna sublime. É aterrorizante.
Huston diz em sua biografia que ele queria Marlon Brando ou Paul Newman para o papel que foi para Keach, ator da moda na época. Huston detestou o trabalho com Keach. Injusto. Ele está ok. Se a gente ficar pensando no que Newman e Brando poderiam ter feito com um papel tão rico...bem, aí seremos injustos com Stacy Keach. Quanto a Jeff Bridges, engraçado pensar que dali a pouco mais de 30 anos ele seria "O Dude". Seu personagem pode ter sido "O Dude" aos 19 anos.
O filme é hipnotizante. Ele anda com a segurança de um diretor gigante que dessa vez está a fim de filmar. ( 50% dos filmes de John Huston foram feitos só pra pagar dívidas ). E há a cena final:
Os dois boxeadores se encontram na rua. Vão à um bar. E lá dentro temos uma das mais perfeitas e reveladoras cenas do cinema. Um tipo de cena que só poderia ter sido feita nos anos 70, o auge do pessimismo em filmes. Essa cena eleva o filme, até então ótimo, para o patamar do genial.
Veja,
PS: Os coadjuvantes, gente como o dono da academia, o garoto negro lutador...são dignos do melhor neo-realismo italiano. De Sica os adoraria!
Este filme, de 1972, começa com uma das mais belas canções de Kris Kristofferson. "Ajude-me a atravessar a Noite", um country tão bonito que Bryan Ferry o regravou em 1974. Enquanto a música ecoa, vemos cenas de Stockton, gente pobre nas ruas, cenário de terceiro mundo. Numa academia, um cara, Stacy Keach, boxeia. Ele se aproxima de um garoto, Jeff Bridges, eles lutam, e o veterano dá ao novato a ideia de se tornar lutador. Até o fim do filme os dois não se verão mais.
O novato passa a treinar, luta algumas lutas fuleiras, perde, ganha, perde mais. O veterano tenta voltar e é surrado. Além disso ele bebe muito, ganha trocados colhendo cebolas, e mora com uma mulher, Susan Tyrrell. Nunca vi na história do cinema um casal mais lamentável. Ela é chorona, bêbada, feia de dar medo, de uma mediocridade que beira a caricatura. Não sei se Susan Tyrrell tem uma interpretação genial, ou se é tão ruim que se torna sublime. É aterrorizante.
Huston diz em sua biografia que ele queria Marlon Brando ou Paul Newman para o papel que foi para Keach, ator da moda na época. Huston detestou o trabalho com Keach. Injusto. Ele está ok. Se a gente ficar pensando no que Newman e Brando poderiam ter feito com um papel tão rico...bem, aí seremos injustos com Stacy Keach. Quanto a Jeff Bridges, engraçado pensar que dali a pouco mais de 30 anos ele seria "O Dude". Seu personagem pode ter sido "O Dude" aos 19 anos.
O filme é hipnotizante. Ele anda com a segurança de um diretor gigante que dessa vez está a fim de filmar. ( 50% dos filmes de John Huston foram feitos só pra pagar dívidas ). E há a cena final:
Os dois boxeadores se encontram na rua. Vão à um bar. E lá dentro temos uma das mais perfeitas e reveladoras cenas do cinema. Um tipo de cena que só poderia ter sido feita nos anos 70, o auge do pessimismo em filmes. Essa cena eleva o filme, até então ótimo, para o patamar do genial.
Veja,
PS: Os coadjuvantes, gente como o dono da academia, o garoto negro lutador...são dignos do melhor neo-realismo italiano. De Sica os adoraria!
TARANTINO/ GRACE KELLY/ COEN/ DONEN/ DE MILLE/ CUKOR
DUAS SEMANAS DE PRAZER de Mark Sandrich com Bing Crosby e Fred Astaire
Dois partners de shows se separam, por causa de uma mulher. Crosby que é o bonachão, vai viver no campo, e lá monta um hotel-teatro, onde apresenta shows só nos feriados. Astaire acaba indo parar lá, e eles disputam outra garota. O filme, muito alto astral, tem White Christmas, o single fenômeno de Irving Berlin. E tem muito mais, tem diversão, boas canções e atores simpaticos. Sandrich dirige tudo com finesse. Exemplo do filme standard da velha Hollywood. Nota 7.
FUNNY FACE de Stanley Donen com Audrey Hepburn, Fred Astaire e Kay Thompson
Crítica longa postada abaixo. Que mais dizer? É lindo. Audrey convence como a intelectual que se torna modelo e Fred faz o fotógrafo que a descobre. Vão à Paris e a cidade nunca foi tão bonita. A verdadeira cidade sempre sonhou em ser esta Paris da Paramount. O filme tem um visual brilhante, as cores parecem respirar. Em termos visuais é uma obra-prima. Relaxe e aproveite! Nota DEZ.
KILL BILL VOLUME I de Quentin Tarantino com Uma Thurman
Um absoluto prazer! Rever este filme agora é tão bom como em seu tempo de lançamento. Tarantino, talento superlativo, um cara que sabe tudo de cinema, esbanja talento. A ação é incessante e nunca cansa. Música e cor, corpos que se lançam no vazio, olhares coreográficos. Com os Shaw Bros, Tarantino aprendeu tudo e uniu essa arte às referências dos anos 70 que ele tanto adora. Uma festa para os olhos, para os nervos, para o coração. Esse diretor dá dignidade ao cinema atual, mostra que a grande tradição da ação, do cinema tipicamente americano, é viva. Bato palmas para todos os seus filmes. DEZ!!!!!
KING KONG de John Guillermin com Jeff Bridges e Jessica Lange
Quem esperaria que Jessica se tornaria uma atriz com dois Oscars? Ela, modelo de sucesso, estréia aqui, e brilha em sua sensualidade e beleza inebriante. Mas o filme é tolo, sem porque. O Grande Lebowski é um tipo de cientista-explorador meio hippie. O macaco é cômico. Jessica é a melhor vítima do Kong que já houve. Um tipo de nova Grace Kelly em tempos sem realezas. Nota 2.
MATADORES DE VELHINHAS de Irmãos Coen com Tom Hanks
Pra que refilmar um filme perfeito? O original é inglês, de MacKendrick e tem Peter Sellers. Este é ridiculo. Não tem graça nenhuma, é irritante, mal escrito, sem sentido. Talvez o pior filme dos muito talentosos irmãos. Tom Hanks está constrangedor. Nota ZERO.
MEIAS DE SEDA de Rouben Mamoulian com Fred Astaire, Cyd Charisse e Peter Lorre
Não gosto muito deste filme. E deveria gostar, afinal todos os seus ingredientes são excelentes. Mas algo desandou, as canções funcionam mal, as danças são comuns e o diálogo não tem graça. Fala de agentes russos que se deixam seduzir por Paris. Cyd é a super-russa que vai até lá, ver o que aconteceu. É refilmagem de Ninotchka. Não deu certo. É dos últimos musicais de Astaire, ele merecia coisa melhor. É um filme "de luxo", há quem o adore, não é meu caso. Nota 3.
MESTRE DOS MARES de Peter Weir com Russell Crowe
Foi uma das grandes decepções que tive nos cinemas na época. Revisto agora é ainda mais insuportável. Um monte de cenas escuras, tédio constante, o filme não se decide entre a ação e a tal arte. Acaba por não fazer nem uma coisa e nem outra. Quem procurar aventura ficará frustrado, quem quiser reflexão nada encontrará. Crowe parece com sono. Nota 1.
LEGIÃO DE HERÓIS de Cecil B. de Mille com Gary Cooper, Madeleine Carroll, Paulette Godard, Robert Preston e Preston Foster
O filme fala da rebelião no Canadá. A população mestiça se rebela contra a coroa inglesa e a policia montada é enviada para cessar a briga. Cooper é um texano que está por lá com uma missão. É um filme exemplar. Após uma apresentação precisa, a ação se desenrola sempre no tempo certo. O diretor dá tempo para que conheçamos os personagens e logo em seguida cria mais uma reviravolta e mais uma cena de movimento preciso. De Mille era um cozinheiro-mestre, sabia sempre o que adiconar, a dose certa, a temperatura exata. Gary Cooper, já foi dito, era o americano perfeito, aquilo que todos eles gostariam de ser. Pouca gente lembra, mas era ele a grande estrela do cinema da época ( ele estava acima de Gable, Grant, Bogart e Fonda ). Já vi vários filmes de Cecil B. de Mille, este é aquele que mais me satisfez. Diversão pop de primeira. Nota 9.
LES GIRLS de George Cukor com Gene Kelly, Kay Kendall e Mitzi Gaynor
Uma ex-corista lança uma biografia. Ela é processada por difamação. Quando o filme começa já estamos no tribunal. Três depoimentos serão dados, os três conflitantes, qual a verdade? O filme tem um problema sério, a primeira parte tem Taina Elg como centro, e ela não consegue segurar o interesse. O filme melhora muito nas outras duas partes. Kay Kendall, comediante inglesa de primeira, na época esposa de Rex Harriosn, dá um show como uma atriz beberrona; e Gaynor está ótima como uma bailarina americana virgem. Gene Kelly é o sedutor-diretor das três mocinhas. Não há nenhum grande número para ele brilhar, mas o filme é elegante, colorido e dirigido naquele estilo vistoso de George Cukor. Cukor foi um dos grandes de Hollywood, seus filmes sempre brilham. Nota 7.
HIGH SOCIETY de Charles Walters com Grace Kelly, Bing Crosby e Frank Sinatra
Sempre me lembro de um reveillon em que voltei bêbado pra casa ( e insone ). Lembrei então que ia passar este filme na TV, e que no jornal saíra uma página sobre ele. O chamavam de o "filme mais chic" já feito. Liguei a TV, deitei no tapete e o assisti. Me senti tão chic, que no dia seguinte comprei uma cigarreira de prata. E procurei a trilha sonora em disco até achar. Depois desse dia já o revi por duas vezes. Ontem foi a terceira. Ele é sobre nada. O que vemos é Grace ficar bêbada, dançar, flertar e afinal se casar com seu ex-marido. Crosby é esse marido. Paciente, tranquilo, cool. E Sinatra é um jornalista pobre. Louis Armstrong faz Louis Armstrong, ele toca alguns números no filme, todos ótimos. Os outros números musicais são todos maravilhosos ( Cole Porter ). Destaque para True Love, uma das mais belas canções de amor já feitas, e tem ainda Did You Evah?, em que Crosby e Sinatra se preparam para ir à uma festa. O filme é uma bobagem, uma tolice leve e ebuliente...assim como é também um doce delicioso, um souflé, uma calda de chocolate. Vicia e delicia. Grace Kelly está muito bem. Sua personagem, nada fácil, é frágil, arrogante e sedutora. Falam de Audrey, de Liz Taylor, de Sofia Loren. Mas para mim ninguém foi mais bonita que Grace Kelly. Ela era perfeita, sexy, tinha uma voz educada e elevada, um olhar de promessa. Mesmo ao lado de dois mitos ( Sinatra e Crosby ), o filme é todo dela. Maravilhosa!!! Nota 9.
Dois partners de shows se separam, por causa de uma mulher. Crosby que é o bonachão, vai viver no campo, e lá monta um hotel-teatro, onde apresenta shows só nos feriados. Astaire acaba indo parar lá, e eles disputam outra garota. O filme, muito alto astral, tem White Christmas, o single fenômeno de Irving Berlin. E tem muito mais, tem diversão, boas canções e atores simpaticos. Sandrich dirige tudo com finesse. Exemplo do filme standard da velha Hollywood. Nota 7.
FUNNY FACE de Stanley Donen com Audrey Hepburn, Fred Astaire e Kay Thompson
Crítica longa postada abaixo. Que mais dizer? É lindo. Audrey convence como a intelectual que se torna modelo e Fred faz o fotógrafo que a descobre. Vão à Paris e a cidade nunca foi tão bonita. A verdadeira cidade sempre sonhou em ser esta Paris da Paramount. O filme tem um visual brilhante, as cores parecem respirar. Em termos visuais é uma obra-prima. Relaxe e aproveite! Nota DEZ.
KILL BILL VOLUME I de Quentin Tarantino com Uma Thurman
Um absoluto prazer! Rever este filme agora é tão bom como em seu tempo de lançamento. Tarantino, talento superlativo, um cara que sabe tudo de cinema, esbanja talento. A ação é incessante e nunca cansa. Música e cor, corpos que se lançam no vazio, olhares coreográficos. Com os Shaw Bros, Tarantino aprendeu tudo e uniu essa arte às referências dos anos 70 que ele tanto adora. Uma festa para os olhos, para os nervos, para o coração. Esse diretor dá dignidade ao cinema atual, mostra que a grande tradição da ação, do cinema tipicamente americano, é viva. Bato palmas para todos os seus filmes. DEZ!!!!!
KING KONG de John Guillermin com Jeff Bridges e Jessica Lange
Quem esperaria que Jessica se tornaria uma atriz com dois Oscars? Ela, modelo de sucesso, estréia aqui, e brilha em sua sensualidade e beleza inebriante. Mas o filme é tolo, sem porque. O Grande Lebowski é um tipo de cientista-explorador meio hippie. O macaco é cômico. Jessica é a melhor vítima do Kong que já houve. Um tipo de nova Grace Kelly em tempos sem realezas. Nota 2.
MATADORES DE VELHINHAS de Irmãos Coen com Tom Hanks
Pra que refilmar um filme perfeito? O original é inglês, de MacKendrick e tem Peter Sellers. Este é ridiculo. Não tem graça nenhuma, é irritante, mal escrito, sem sentido. Talvez o pior filme dos muito talentosos irmãos. Tom Hanks está constrangedor. Nota ZERO.
MEIAS DE SEDA de Rouben Mamoulian com Fred Astaire, Cyd Charisse e Peter Lorre
Não gosto muito deste filme. E deveria gostar, afinal todos os seus ingredientes são excelentes. Mas algo desandou, as canções funcionam mal, as danças são comuns e o diálogo não tem graça. Fala de agentes russos que se deixam seduzir por Paris. Cyd é a super-russa que vai até lá, ver o que aconteceu. É refilmagem de Ninotchka. Não deu certo. É dos últimos musicais de Astaire, ele merecia coisa melhor. É um filme "de luxo", há quem o adore, não é meu caso. Nota 3.
MESTRE DOS MARES de Peter Weir com Russell Crowe
Foi uma das grandes decepções que tive nos cinemas na época. Revisto agora é ainda mais insuportável. Um monte de cenas escuras, tédio constante, o filme não se decide entre a ação e a tal arte. Acaba por não fazer nem uma coisa e nem outra. Quem procurar aventura ficará frustrado, quem quiser reflexão nada encontrará. Crowe parece com sono. Nota 1.
LEGIÃO DE HERÓIS de Cecil B. de Mille com Gary Cooper, Madeleine Carroll, Paulette Godard, Robert Preston e Preston Foster
O filme fala da rebelião no Canadá. A população mestiça se rebela contra a coroa inglesa e a policia montada é enviada para cessar a briga. Cooper é um texano que está por lá com uma missão. É um filme exemplar. Após uma apresentação precisa, a ação se desenrola sempre no tempo certo. O diretor dá tempo para que conheçamos os personagens e logo em seguida cria mais uma reviravolta e mais uma cena de movimento preciso. De Mille era um cozinheiro-mestre, sabia sempre o que adiconar, a dose certa, a temperatura exata. Gary Cooper, já foi dito, era o americano perfeito, aquilo que todos eles gostariam de ser. Pouca gente lembra, mas era ele a grande estrela do cinema da época ( ele estava acima de Gable, Grant, Bogart e Fonda ). Já vi vários filmes de Cecil B. de Mille, este é aquele que mais me satisfez. Diversão pop de primeira. Nota 9.
LES GIRLS de George Cukor com Gene Kelly, Kay Kendall e Mitzi Gaynor
Uma ex-corista lança uma biografia. Ela é processada por difamação. Quando o filme começa já estamos no tribunal. Três depoimentos serão dados, os três conflitantes, qual a verdade? O filme tem um problema sério, a primeira parte tem Taina Elg como centro, e ela não consegue segurar o interesse. O filme melhora muito nas outras duas partes. Kay Kendall, comediante inglesa de primeira, na época esposa de Rex Harriosn, dá um show como uma atriz beberrona; e Gaynor está ótima como uma bailarina americana virgem. Gene Kelly é o sedutor-diretor das três mocinhas. Não há nenhum grande número para ele brilhar, mas o filme é elegante, colorido e dirigido naquele estilo vistoso de George Cukor. Cukor foi um dos grandes de Hollywood, seus filmes sempre brilham. Nota 7.
HIGH SOCIETY de Charles Walters com Grace Kelly, Bing Crosby e Frank Sinatra
Sempre me lembro de um reveillon em que voltei bêbado pra casa ( e insone ). Lembrei então que ia passar este filme na TV, e que no jornal saíra uma página sobre ele. O chamavam de o "filme mais chic" já feito. Liguei a TV, deitei no tapete e o assisti. Me senti tão chic, que no dia seguinte comprei uma cigarreira de prata. E procurei a trilha sonora em disco até achar. Depois desse dia já o revi por duas vezes. Ontem foi a terceira. Ele é sobre nada. O que vemos é Grace ficar bêbada, dançar, flertar e afinal se casar com seu ex-marido. Crosby é esse marido. Paciente, tranquilo, cool. E Sinatra é um jornalista pobre. Louis Armstrong faz Louis Armstrong, ele toca alguns números no filme, todos ótimos. Os outros números musicais são todos maravilhosos ( Cole Porter ). Destaque para True Love, uma das mais belas canções de amor já feitas, e tem ainda Did You Evah?, em que Crosby e Sinatra se preparam para ir à uma festa. O filme é uma bobagem, uma tolice leve e ebuliente...assim como é também um doce delicioso, um souflé, uma calda de chocolate. Vicia e delicia. Grace Kelly está muito bem. Sua personagem, nada fácil, é frágil, arrogante e sedutora. Falam de Audrey, de Liz Taylor, de Sofia Loren. Mas para mim ninguém foi mais bonita que Grace Kelly. Ela era perfeita, sexy, tinha uma voz educada e elevada, um olhar de promessa. Mesmo ao lado de dois mitos ( Sinatra e Crosby ), o filme é todo dela. Maravilhosa!!! Nota 9.
JACQUES TATI/ JOHN WOO/ ARONOFSKI/ ALDRICH/ IRMÃOS COEN
O MATADOR de John Woo com Chow Yun Fat
Maravilhosas cenas de tiroteios ( coreografadas ) e uma insuportável trilha sonora. No meio dos anos 90 Woo era chamado de "a esperança" do cinema de ação. Depois do horroroso Windtalkers desapareceu. Mas o homem tem um talento imenso para o movimento. Nota 6.
AS FÉRIAS DO SR.HULOT de Jacques Tati
O paraíso. Vemos pessoas que se dirigem à praia. Lá, sem diálogos e com trilha sonora ( de jazz ) observamos o que acontece: banhos de sol, jantares e cafés, discos na vitrola, fogos de artificio, carro que quebra, sono e jogos de xadrez e cartas. Nada de diferente da vida banal. Mas o milagre é esse, mostrando a banalidade Tati se torna único. Um gênio? Com certeza, pois o genial é ver o sublime e o original na banalidade e conseguir transmitir aos outros essa visão única e especial. O filme é o mais "feliz" já feito. Se houvesse um paraíso seria aquela praia. Nota DEZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
CISNE NEGRO de Darren Aronofski com Natalie Portman, Vincent Cassel e Barbara Herschey
Darren andou assistindo Red Shoes de Michael Powell.... e o misturou com Roman Polanski ( aquele de Cul de Sac e de O Inquilino ). Este filme também pode ser visto como The Wrestler, versão feminina. A bailarina é tão terminal quanto o lutador de Rourke. E vemos seu corpo em processo de destruição, como no outro filme. Sangue, agulhas, lâminas, suor e loucura. Paranóia. É um filme de horror, de desgosto e de putrefação. Mas a questão é: isso interessa a alguém? Não sei responder....Quem tiver dúvidas do talento de Darren, basta prestar atenção nos cinco primeiros minutos e nos quinze finais. Darren Aronofski é amante do budismo e dá para se perceber isso. Sua visão da realidade do corpo e da forma é feita de dor e de sacrificio, é como se todo invólucro fosse uma prisão. Espero agora que ele prove ser grande, fugindo desse seu mundo que começa a parecer cliché. Natalie está bem. Barbara está ok. Winona está Winona. Nota 7.
O IMPERADOR DO NORTE de Robert Aldrich com Lee Marvin e Ernest Bognine
Na década de 30, em plena depressão, vagabundos tentam pegar carona em trem. Mas o vigia feroz não permite. O filme é só isso. Mas Aldrich sabe tudo sobre aventura e faz um filme muito correto. Com uma falha grave. A trilha sonora é um absurdo! Parece ser de uma comédia romântica! Isso destrói todo o clima miserável e fatalista do resto. Mas tem Lee Marvin e isso é muuuuuito bom. Nota 5.
BRAVURA INDÔMITA de Joel e Ethan Coen com Jeff Bridges, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper e Hailee Steinfeld
Não é uma HQ. E não é um filme com toques e estilo "muito louco". Não fala "umas verdades da vida" e não posa de "arte pessoal". Apenas um filme que conta uma história. Uma história de vingança. E que tem ótimos diálogos, excelente fotografia e atores dando o máximo. E com toda essa simplicidade, essa falta de afetação, é um sucesso de público e de crítica. Bem... ele atesta a maravilhosa versatilidade dos irmãos Coen. De Fargo a Lebowski, passando pelo melhor filme dos anos 2000 ( Onde Os Fracos Não Têm Vez ) e várias excelentes comédias, eles não se cansam de provar serem os diretores melhor dotados de sua geração. Aqui, finalmente fazendo western ( o nome Ethan Coen foi dado pelo pai em homenagem ao Ethan de John Wayne em Rastros de Ódio. Ethan Hawke também... ), este filme é um remake de True Grit, filme de Henry Hathaway que deu Oscar de ator em 1969 para Wayne ( batendo Dustin Hoffman em Perdidos Na Noite... sim, foi uma injustiça... mas John Wayne merecia um prêmio antes de morrer.... ). Jeff Bridges é sábio, ele faz um Rooster que não tenta se parecer com John Wayne. Continua sendo um velho beberrão e sujo, mas Wayne lhe dava uma autoridade moral que aqui é substituida por um humor mais assumido. Matt Damon mostra que poderia ser um novo cowboy se existissem papéis para cowboys hoje. De bigode e sujo, Damon perde todo seu jeito de bom moço e se torna um belo tipo. Mas o filme é de Hailee. Que atuação mágica! Ela vai da tristeza a alegria, da desconfiança ao afeto com firmeza e competência. Tem tudo para marcar sua geração. Atenção para a cena final de Bridges. Uma cavalgada noturna que é uma nobre e poética homenagem a vários westerns. Finalmente alguém consegue fazer um filme de cowboys "como nos velhos tempos". Nada saudosista, nada revisionista, nada satirico, sem filosofadas. Apenas um competente, sincero, sensível e emocionante faroeste. Quem precisa mais? O cinema está lotado de pretensos Bergmans, pequenos Godards e principalmente novos Antonionis. Aqui temos um bonito Anthony Mann.... Que alivio! Nota 9.
Maravilhosas cenas de tiroteios ( coreografadas ) e uma insuportável trilha sonora. No meio dos anos 90 Woo era chamado de "a esperança" do cinema de ação. Depois do horroroso Windtalkers desapareceu. Mas o homem tem um talento imenso para o movimento. Nota 6.
AS FÉRIAS DO SR.HULOT de Jacques Tati
O paraíso. Vemos pessoas que se dirigem à praia. Lá, sem diálogos e com trilha sonora ( de jazz ) observamos o que acontece: banhos de sol, jantares e cafés, discos na vitrola, fogos de artificio, carro que quebra, sono e jogos de xadrez e cartas. Nada de diferente da vida banal. Mas o milagre é esse, mostrando a banalidade Tati se torna único. Um gênio? Com certeza, pois o genial é ver o sublime e o original na banalidade e conseguir transmitir aos outros essa visão única e especial. O filme é o mais "feliz" já feito. Se houvesse um paraíso seria aquela praia. Nota DEZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
CISNE NEGRO de Darren Aronofski com Natalie Portman, Vincent Cassel e Barbara Herschey
Darren andou assistindo Red Shoes de Michael Powell.... e o misturou com Roman Polanski ( aquele de Cul de Sac e de O Inquilino ). Este filme também pode ser visto como The Wrestler, versão feminina. A bailarina é tão terminal quanto o lutador de Rourke. E vemos seu corpo em processo de destruição, como no outro filme. Sangue, agulhas, lâminas, suor e loucura. Paranóia. É um filme de horror, de desgosto e de putrefação. Mas a questão é: isso interessa a alguém? Não sei responder....Quem tiver dúvidas do talento de Darren, basta prestar atenção nos cinco primeiros minutos e nos quinze finais. Darren Aronofski é amante do budismo e dá para se perceber isso. Sua visão da realidade do corpo e da forma é feita de dor e de sacrificio, é como se todo invólucro fosse uma prisão. Espero agora que ele prove ser grande, fugindo desse seu mundo que começa a parecer cliché. Natalie está bem. Barbara está ok. Winona está Winona. Nota 7.
O IMPERADOR DO NORTE de Robert Aldrich com Lee Marvin e Ernest Bognine
Na década de 30, em plena depressão, vagabundos tentam pegar carona em trem. Mas o vigia feroz não permite. O filme é só isso. Mas Aldrich sabe tudo sobre aventura e faz um filme muito correto. Com uma falha grave. A trilha sonora é um absurdo! Parece ser de uma comédia romântica! Isso destrói todo o clima miserável e fatalista do resto. Mas tem Lee Marvin e isso é muuuuuito bom. Nota 5.
BRAVURA INDÔMITA de Joel e Ethan Coen com Jeff Bridges, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper e Hailee Steinfeld
Não é uma HQ. E não é um filme com toques e estilo "muito louco". Não fala "umas verdades da vida" e não posa de "arte pessoal". Apenas um filme que conta uma história. Uma história de vingança. E que tem ótimos diálogos, excelente fotografia e atores dando o máximo. E com toda essa simplicidade, essa falta de afetação, é um sucesso de público e de crítica. Bem... ele atesta a maravilhosa versatilidade dos irmãos Coen. De Fargo a Lebowski, passando pelo melhor filme dos anos 2000 ( Onde Os Fracos Não Têm Vez ) e várias excelentes comédias, eles não se cansam de provar serem os diretores melhor dotados de sua geração. Aqui, finalmente fazendo western ( o nome Ethan Coen foi dado pelo pai em homenagem ao Ethan de John Wayne em Rastros de Ódio. Ethan Hawke também... ), este filme é um remake de True Grit, filme de Henry Hathaway que deu Oscar de ator em 1969 para Wayne ( batendo Dustin Hoffman em Perdidos Na Noite... sim, foi uma injustiça... mas John Wayne merecia um prêmio antes de morrer.... ). Jeff Bridges é sábio, ele faz um Rooster que não tenta se parecer com John Wayne. Continua sendo um velho beberrão e sujo, mas Wayne lhe dava uma autoridade moral que aqui é substituida por um humor mais assumido. Matt Damon mostra que poderia ser um novo cowboy se existissem papéis para cowboys hoje. De bigode e sujo, Damon perde todo seu jeito de bom moço e se torna um belo tipo. Mas o filme é de Hailee. Que atuação mágica! Ela vai da tristeza a alegria, da desconfiança ao afeto com firmeza e competência. Tem tudo para marcar sua geração. Atenção para a cena final de Bridges. Uma cavalgada noturna que é uma nobre e poética homenagem a vários westerns. Finalmente alguém consegue fazer um filme de cowboys "como nos velhos tempos". Nada saudosista, nada revisionista, nada satirico, sem filosofadas. Apenas um competente, sincero, sensível e emocionante faroeste. Quem precisa mais? O cinema está lotado de pretensos Bergmans, pequenos Godards e principalmente novos Antonionis. Aqui temos um bonito Anthony Mann.... Que alivio! Nota 9.
RIDLEY SCOTT/ JEFF BRIDGES/ JORDAN/ TOMMY LEE/ SARAH POLLEY
ROBIN HOOD de Ridley Scott com Russel Crowe, Cate Blanchett e Max Von Sydow
Quanto deve ter sido estranho para Max estar aqui. Em 1956 ele visitava a idade média em O Sétimo Selo, e agora é a única figura real neste tolo e muito chato pastiche. Cate está terrivelmente chata e Crowe, ator excelente, não tem um personagem definido para atuar. O filme, longo demais, não emociona, não interessa, é um nada. Nota 2. Pelos cenários.
HOMEM DE FERRO 2 de Jon Favreau com Robert Downey, Gwyneth Paltrow, Mickey Rourke, Scarlett Johansson
Após me acostumar com a arte refinada das cenas de ação dos filmes orientais, fica dificil aturar cenas de ação tão óbvias. Todas as lutas deste filme são cliché. Lá vai o bonequinho ( desculpem, mas é um desenhinho bem chinfrim ) voando, tiros e explosões, ele quase sifu, ele reage, explosão, ele sai voando.... caraca!!! Quem ainda aguenta esses filmes de hq???? Downey mostra porque nunca se tornou um ator classe A : aqui aparece sua enorme antipatia. Seria lindo ver Mickey dar uma surra nele ! Falha do filme : Mickey é muito mais interessante. Não dá pra torcer pelo mala do Stark. O filme é chato pra cacete !!!! Nota 2 pelo Ac/Dc na trilha.
UM ANO DE CÃO de Daniel Von Akon com Jeff Bridges
Um escritor em crise se isola da familia com seu cão-problema. Para quem ama cães é um prato fino. Jeff faz o personagem com muita preguiça e mal-humor. Gran Torino versão canina. A Rolling Stone reconheceu que Jeff em O Grande Lebowski tem uma das maiores atuações da história. Demorou ! Jeff Bridges é o cara ! Nota 5.
ONDINE de Neil Jordan com Colin Farrel e Aljcia Bacheda
Atenção: Colin sabe ser ator. Mas só quando o filme fala de sua terra, Irlanda. Aqui ele é um pescador que ao encontrar moça em rede quer crer ser ela uma sereia. A moça, Aljcia, é lindissima, mas muito má atriz. É uma delicia o sotaque da ilha, mas o filme não tem nada dentro de si. Quando vem a verdade ele desaba de vez. Pobre de idéias, pobre de coragem. Neil Jordan fez este filme para que? Nota 4.
THE RUNAWAYS de Flora Sigismondi com Kristen Stewart, Dakotta Fanning e Michael Shannon
Para quem gosta de rock é obrigatório. Nada alegre, nada levinho. Um drama sério e muito bem interpretado ( mesmo pela crepuscular Kristen ). A música das Runaways era de uma pobreza óbvia, mas o filme é tão bom que faz com que elas pareçam melhor ( ou será porque hoje o som delas é cult ? ). Meninos creiam, o mundo em 1976 era daquele jeito, e era muuuito divertido ! Depois vem o bode das drogas, mas o filme consegue não ser moralista demais. Nota 7.
RISCO DUPLO de Bruce Beresford com Ashley Judd e Tommy Lee Jones
Em época de Angelina, Nicole, Scarlett e Charlize, ninguém é mais bonita que Ashley. Certos closes chegam a fazer doer de tão bonita. E melhor, ela parece de verdade, real. É uma mulher. Bem... misture isso com a presença carismática de Lee Jones e temos um belo passatempo. É verdade: o filme é uma delicia tola ! O enredo, que tenta ser Hitchcock, é cheio de furos, mas Beresford é bom diretor, sabe levar a coisa no ritmo certo. E tem New Orleans, muito bem fotografada. Profissionalismo pop, e saiba, isso é muito raro. Nota 7.
AMORES PERROS de Alejandro Iñarritu
Uma poderosa obra-prima. De um niilismo cruel, ele jamais apela para o melodramático. A primeira parte é suja, dura, dificil de assistir. É a parte "classe baixa" com seus bebês jogados ao léu, sua violência latente, a ausência de pais e de paz. Na segunda parte vem a asfixia classe-média. A tentativa de ter amor, a falência desse amor, o desespero e o vazio absoluto. A última parte é um quase western e é nela que finalmente surge o herói. Que é um assassino. Um filme que permanecerá cravado na história do cinema. Nota DEZ !!!!!!!!!!!
LONGE DELA de Sarah Polley com Julie Christie e Gordon Pinsent
Nesta história de mulher com alzheimer que passa a não conhecer mais o próprio marido, vemos uma das situações mais tristes imagináveis. O marido, profundamente apaixonado por ela, é obrigado a testemunhar a transformação de seu amor em coisa desconhecida. Ele é agora um novo amigo. A dor no rosto desse admirável Gordon Pinsent é jóia inesquecível. Ele sofre calado, e é constante. Julie venceu dúzias de prêmios, perdeu apenas o Oscar para Piaf e Cotillard. Ainda bela, ela consegue mostrar essa transformação sem jamais sair do tom. Polley é uma das melhores direções do cinema atual. Não canso de dizer : enquanto voces prestam atenção apenas em Fincher, Nolan, Van Sant e Croenemberg, há uma dúzia de bons diretores sendo ignorados. O futuro irá os redimir ( como sempre faz ). Nota 8.
JUMPER de Doug Liman
E o roteirista de Clube da Luta ( Jim Ulhs ) nos dá esta insuportável mixórdia. É um dos piores filmes da década. Nota Zero.
US MARSHALS de Stuart Baird com Tommy Lee Jones, Wesley Snipes, Robert Downey Jr
Não é grande coisa. Os atores estão excelentes ( e esqueci de escrever que ainda tem Irene Jacob, linda de doer demais ), mas o roteiro só esquenta na meia hora final ( que é bem legal ). É fácil adivinhar quem é o bandidão e isso estraga tudo pois Lee Jones fica parecendo tapado por não perceber. Nota 4.
A CÂMARA 36 DE SHAOLIN de Lau Kar Leung com Gordon Liu, Wong You, Loh Lieh
Um grande clássico do cinema de aventura chinês. É o filme que transformou Liu em mito ( o Cahiers du Cinéma o considera o maior ator de kung fu da história ). Ver Gordon lutar é testemunhar uma arte milenar em seu estado mais puro. Coloca Jet Li e Bruce Lee pra correr. O filme, imenso sucesso, conta a saga real do primeiro homem a tirar o kung fu do meio budista e levá-lo para os leigos. Com isso esse herói ( San Ta ) tentava livrar a China do dominio de Cantão. A forma como os chineses vêem o cinema é diferente da ocidental: para eles a arte está na ação, todo o resto é secundário. Gordon Liu foi homenageado por Tarantino em Kill Bill. É ele o mestre que ensina Uma Thurman. Eu me apaixonei pelo filme. Ele faz com que nos tornemos muito mais exigentes. Bonequinhos virtuais voando perdem toda a graça então. Nota DEZ.
CREPÚSCULO de Catherine Hardwicke com Kristen Stewart e um menino
Creiam, eu devo já ter visto uns 5000 filmes. E já vi muito lixo. De Mazzaropis a gozações de terror, de westerns italianos a ficções pobres, já vi muito filme brega. E de alguns eu gostei. Muito. Mas jamais vi nada tão ruim. Deve ser uma gozação, não é possivel ter sido feito a sério. Os atores fazem caretas o tempo todo. Ela parece estar com dor de barriga e ele tem expressão de quem perdeu sua caixa de maquiagem no metrô. Eles não param de mexer a sobrancelha, fazer bico, balançar a cabeça... o que é isso ? Amor ? Não me faça rir !!! Nada há de vampiresco aqui ( perto disto os filmes de Christopher Lee parecem eróticos ), nada há de emocionante. Provávelmente é a pior coisa que já assisti ( mas toda semana descubro algo pior ainda ). O que me faz não entender nada é : Isto foi mesmo um sucesso ? Década miserável.... Sem Nota.
Quanto deve ter sido estranho para Max estar aqui. Em 1956 ele visitava a idade média em O Sétimo Selo, e agora é a única figura real neste tolo e muito chato pastiche. Cate está terrivelmente chata e Crowe, ator excelente, não tem um personagem definido para atuar. O filme, longo demais, não emociona, não interessa, é um nada. Nota 2. Pelos cenários.
HOMEM DE FERRO 2 de Jon Favreau com Robert Downey, Gwyneth Paltrow, Mickey Rourke, Scarlett Johansson
Após me acostumar com a arte refinada das cenas de ação dos filmes orientais, fica dificil aturar cenas de ação tão óbvias. Todas as lutas deste filme são cliché. Lá vai o bonequinho ( desculpem, mas é um desenhinho bem chinfrim ) voando, tiros e explosões, ele quase sifu, ele reage, explosão, ele sai voando.... caraca!!! Quem ainda aguenta esses filmes de hq???? Downey mostra porque nunca se tornou um ator classe A : aqui aparece sua enorme antipatia. Seria lindo ver Mickey dar uma surra nele ! Falha do filme : Mickey é muito mais interessante. Não dá pra torcer pelo mala do Stark. O filme é chato pra cacete !!!! Nota 2 pelo Ac/Dc na trilha.
UM ANO DE CÃO de Daniel Von Akon com Jeff Bridges
Um escritor em crise se isola da familia com seu cão-problema. Para quem ama cães é um prato fino. Jeff faz o personagem com muita preguiça e mal-humor. Gran Torino versão canina. A Rolling Stone reconheceu que Jeff em O Grande Lebowski tem uma das maiores atuações da história. Demorou ! Jeff Bridges é o cara ! Nota 5.
ONDINE de Neil Jordan com Colin Farrel e Aljcia Bacheda
Atenção: Colin sabe ser ator. Mas só quando o filme fala de sua terra, Irlanda. Aqui ele é um pescador que ao encontrar moça em rede quer crer ser ela uma sereia. A moça, Aljcia, é lindissima, mas muito má atriz. É uma delicia o sotaque da ilha, mas o filme não tem nada dentro de si. Quando vem a verdade ele desaba de vez. Pobre de idéias, pobre de coragem. Neil Jordan fez este filme para que? Nota 4.
THE RUNAWAYS de Flora Sigismondi com Kristen Stewart, Dakotta Fanning e Michael Shannon
Para quem gosta de rock é obrigatório. Nada alegre, nada levinho. Um drama sério e muito bem interpretado ( mesmo pela crepuscular Kristen ). A música das Runaways era de uma pobreza óbvia, mas o filme é tão bom que faz com que elas pareçam melhor ( ou será porque hoje o som delas é cult ? ). Meninos creiam, o mundo em 1976 era daquele jeito, e era muuuito divertido ! Depois vem o bode das drogas, mas o filme consegue não ser moralista demais. Nota 7.
RISCO DUPLO de Bruce Beresford com Ashley Judd e Tommy Lee Jones
Em época de Angelina, Nicole, Scarlett e Charlize, ninguém é mais bonita que Ashley. Certos closes chegam a fazer doer de tão bonita. E melhor, ela parece de verdade, real. É uma mulher. Bem... misture isso com a presença carismática de Lee Jones e temos um belo passatempo. É verdade: o filme é uma delicia tola ! O enredo, que tenta ser Hitchcock, é cheio de furos, mas Beresford é bom diretor, sabe levar a coisa no ritmo certo. E tem New Orleans, muito bem fotografada. Profissionalismo pop, e saiba, isso é muito raro. Nota 7.
AMORES PERROS de Alejandro Iñarritu
Uma poderosa obra-prima. De um niilismo cruel, ele jamais apela para o melodramático. A primeira parte é suja, dura, dificil de assistir. É a parte "classe baixa" com seus bebês jogados ao léu, sua violência latente, a ausência de pais e de paz. Na segunda parte vem a asfixia classe-média. A tentativa de ter amor, a falência desse amor, o desespero e o vazio absoluto. A última parte é um quase western e é nela que finalmente surge o herói. Que é um assassino. Um filme que permanecerá cravado na história do cinema. Nota DEZ !!!!!!!!!!!
LONGE DELA de Sarah Polley com Julie Christie e Gordon Pinsent
Nesta história de mulher com alzheimer que passa a não conhecer mais o próprio marido, vemos uma das situações mais tristes imagináveis. O marido, profundamente apaixonado por ela, é obrigado a testemunhar a transformação de seu amor em coisa desconhecida. Ele é agora um novo amigo. A dor no rosto desse admirável Gordon Pinsent é jóia inesquecível. Ele sofre calado, e é constante. Julie venceu dúzias de prêmios, perdeu apenas o Oscar para Piaf e Cotillard. Ainda bela, ela consegue mostrar essa transformação sem jamais sair do tom. Polley é uma das melhores direções do cinema atual. Não canso de dizer : enquanto voces prestam atenção apenas em Fincher, Nolan, Van Sant e Croenemberg, há uma dúzia de bons diretores sendo ignorados. O futuro irá os redimir ( como sempre faz ). Nota 8.
JUMPER de Doug Liman
E o roteirista de Clube da Luta ( Jim Ulhs ) nos dá esta insuportável mixórdia. É um dos piores filmes da década. Nota Zero.
US MARSHALS de Stuart Baird com Tommy Lee Jones, Wesley Snipes, Robert Downey Jr
Não é grande coisa. Os atores estão excelentes ( e esqueci de escrever que ainda tem Irene Jacob, linda de doer demais ), mas o roteiro só esquenta na meia hora final ( que é bem legal ). É fácil adivinhar quem é o bandidão e isso estraga tudo pois Lee Jones fica parecendo tapado por não perceber. Nota 4.
A CÂMARA 36 DE SHAOLIN de Lau Kar Leung com Gordon Liu, Wong You, Loh Lieh
Um grande clássico do cinema de aventura chinês. É o filme que transformou Liu em mito ( o Cahiers du Cinéma o considera o maior ator de kung fu da história ). Ver Gordon lutar é testemunhar uma arte milenar em seu estado mais puro. Coloca Jet Li e Bruce Lee pra correr. O filme, imenso sucesso, conta a saga real do primeiro homem a tirar o kung fu do meio budista e levá-lo para os leigos. Com isso esse herói ( San Ta ) tentava livrar a China do dominio de Cantão. A forma como os chineses vêem o cinema é diferente da ocidental: para eles a arte está na ação, todo o resto é secundário. Gordon Liu foi homenageado por Tarantino em Kill Bill. É ele o mestre que ensina Uma Thurman. Eu me apaixonei pelo filme. Ele faz com que nos tornemos muito mais exigentes. Bonequinhos virtuais voando perdem toda a graça então. Nota DEZ.
CREPÚSCULO de Catherine Hardwicke com Kristen Stewart e um menino
Creiam, eu devo já ter visto uns 5000 filmes. E já vi muito lixo. De Mazzaropis a gozações de terror, de westerns italianos a ficções pobres, já vi muito filme brega. E de alguns eu gostei. Muito. Mas jamais vi nada tão ruim. Deve ser uma gozação, não é possivel ter sido feito a sério. Os atores fazem caretas o tempo todo. Ela parece estar com dor de barriga e ele tem expressão de quem perdeu sua caixa de maquiagem no metrô. Eles não param de mexer a sobrancelha, fazer bico, balançar a cabeça... o que é isso ? Amor ? Não me faça rir !!! Nada há de vampiresco aqui ( perto disto os filmes de Christopher Lee parecem eróticos ), nada há de emocionante. Provávelmente é a pior coisa que já assisti ( mas toda semana descubro algo pior ainda ). O que me faz não entender nada é : Isto foi mesmo um sucesso ? Década miserável.... Sem Nota.
O ESCAFANDRO/ A ORIGEM/ ANTHONY MANN/ TERRY GILLIAN
O PESCADOR DE ILUSÕES de Terry Gillian com Jeff Bridges e Robin Willians
O que Gillian continua tendo de melhor é sua carreira no Monty Python. Todos os seus filmes de cinema são "quase". Quase bons, quase ruins, quse insuportáveis, quase originais. Este é seu melhor. Os dois atores estão muito bem e as cenas de sonho são muito boas. Nota 6.
UM CONTO DE NATAL de Arnaud Desplechin com um monte de atores franceses atuais.
Uma chatice verborrágica sobre familia em crise. O pior aspecto do cinema frances: paroles e paroles. Câmera moderninha pacas.... Nota 1
OS HERÓIS DE TELEMARK de Anthony Mann com Kirk Douglas e Richard Harris
Na segunda guerra, Noruega, um bando de doidos faz sabotagem aos planos nazistas de produzir a primeira bomba nuclear. Mann foi um imensamente grande diretor. Apesar deste filme ser completamente banal, ele jamais deixa nossa atenção morrer. Bacana. Nota 6.
REGIÃO DO ÓDIO de Anthony Mann com James Stewart e Ruth Roman
Mann fez uma série de westerns com Stewart. Todos são hoje considerados clássicos. Em seu tempo eram tratados como rotineiros. Este começa devagar mas vai crescendo e ao final temos a sensação de ter visto algo realmente grande. É sobre homem que não quer se envolver. O filme fala de temas sérios como passividade, neutralidade, fuga de responsabilidade. James Stewart passa toda essa gama de sentimentos com calma e sem grandes esforços. O filme mostra que ação e profundidade podem conviver. Nota 8.
DAYLIGHT de Rob Cohen com Sylvester Stallone
Pornografia. Adoro filmes de ação, mas aqui há o exagero de sado=masoquismo puro. Vemos fogo, ambulancias, sangue e gente sofrendo. Não há personagens, inexiste a construção de clima. O que se dá é o horror da carnificina. O fundo do poço. Nota 1.
SANGUE POR SANGUE de Budd Boeticher com Glenn Ford
Um soldado é julgado por todos como covarde. Ele supostamente fugiu do Alamo e não ficou para ser massacrado com seus companheiros. Como provar sua dignidade? Um bom western do revalorizado Boeticher. Glenn Ford dá conta desse tipo de confuso herói. Nota 6.
MEN IN WAR de Anthony Mann com Robert Ryan e Aldo Ray
Adoro Robert Ryan. Ele, com aquele rosto, não precisaria ser bom ator. Mas ele é. Aqui vemos um punhado de soldados completamente perdidos na guerra da Coreia. Ryan é o tenente que deve os guiar. Aldo Ray é um sádico. Nada há de heróico neste filme, nada de patrioteiro. A fotografia de Ernest Haller é uma sinfonia de sol, sombras, uniformes e explosões. Trata-se de um corajoso filme anti-guerra. Mais um grande filme de Anthony Mann!!!! É ver para crer. Not 9
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA de Julian Schnabel
Mostra aquilo em que o cinema de arte se tornou. Hoje ver um filme deste tipo é a certeza de se ver um caso médico, um suicida, um drogado. Arte no cinema se tornou sinônimo de tristeza mórbida. Parece que os ditos artistas engoliram aquilo que todo não-artista sempre bradou: que todo artista é doente. Nesta absurda chatice vemos um cara que sofreu um derrame tentar se comunicar com as pessoas. Sim, e daí? Acabei de ler um livro sobre Marlene Dietrich e sua grande lição sempre foi : jamais permita que sintam pena de voce. Filmes como este, que aparentemente glorificam a coragem humana, na verdade apelam a pena e aos tais bons sentimentos. Então tá...... Tem Max Von Sydow como o pai. Ele dá um show. Nota 4
A ORIGEM de Christopher Nolan com Di Caprio
O Matrix do ano. Parece profundo, parece original, mas é apenas um policial bem feito. Nolan adora posar de filósofo. Mas sua filosofia é toda tirada do Surfista Prateado ou de Watchmen. Se voce tirar deste filme os deslumbrantes efeitos, o que sobra? Se voce, como eu fiz, prestar muita atenção aos diálogos, voce verá que ele é raso como Duro de Matar, só que sem o humor de Bruce Willis. É o típico filme que se chamava antes de "metido a besta". Concordo com a critica de Isabela Boscov na Veja: Morangos Silvestres com dois tostões mostra o inconsciente e a memória de uma forma muito mais rica e profunda. Digo mais: nosso cérebro não é aquele festival de ação e de câmeras multiplas. Só se for o de Nolan. Onde estão os simbolos, o sexo, o demonio, a familia? As imagens de Bunuel em 15 minutos mostram mais de nossa sombra que trezentas horas de Nolan. Adoro aventuras, mas quando o cara tem vergonha de fazer diversão e tenta posar de filósofo-artista....Affff..... nota 5.
O que Gillian continua tendo de melhor é sua carreira no Monty Python. Todos os seus filmes de cinema são "quase". Quase bons, quase ruins, quse insuportáveis, quase originais. Este é seu melhor. Os dois atores estão muito bem e as cenas de sonho são muito boas. Nota 6.
UM CONTO DE NATAL de Arnaud Desplechin com um monte de atores franceses atuais.
Uma chatice verborrágica sobre familia em crise. O pior aspecto do cinema frances: paroles e paroles. Câmera moderninha pacas.... Nota 1
OS HERÓIS DE TELEMARK de Anthony Mann com Kirk Douglas e Richard Harris
Na segunda guerra, Noruega, um bando de doidos faz sabotagem aos planos nazistas de produzir a primeira bomba nuclear. Mann foi um imensamente grande diretor. Apesar deste filme ser completamente banal, ele jamais deixa nossa atenção morrer. Bacana. Nota 6.
REGIÃO DO ÓDIO de Anthony Mann com James Stewart e Ruth Roman
Mann fez uma série de westerns com Stewart. Todos são hoje considerados clássicos. Em seu tempo eram tratados como rotineiros. Este começa devagar mas vai crescendo e ao final temos a sensação de ter visto algo realmente grande. É sobre homem que não quer se envolver. O filme fala de temas sérios como passividade, neutralidade, fuga de responsabilidade. James Stewart passa toda essa gama de sentimentos com calma e sem grandes esforços. O filme mostra que ação e profundidade podem conviver. Nota 8.
DAYLIGHT de Rob Cohen com Sylvester Stallone
Pornografia. Adoro filmes de ação, mas aqui há o exagero de sado=masoquismo puro. Vemos fogo, ambulancias, sangue e gente sofrendo. Não há personagens, inexiste a construção de clima. O que se dá é o horror da carnificina. O fundo do poço. Nota 1.
SANGUE POR SANGUE de Budd Boeticher com Glenn Ford
Um soldado é julgado por todos como covarde. Ele supostamente fugiu do Alamo e não ficou para ser massacrado com seus companheiros. Como provar sua dignidade? Um bom western do revalorizado Boeticher. Glenn Ford dá conta desse tipo de confuso herói. Nota 6.
MEN IN WAR de Anthony Mann com Robert Ryan e Aldo Ray
Adoro Robert Ryan. Ele, com aquele rosto, não precisaria ser bom ator. Mas ele é. Aqui vemos um punhado de soldados completamente perdidos na guerra da Coreia. Ryan é o tenente que deve os guiar. Aldo Ray é um sádico. Nada há de heróico neste filme, nada de patrioteiro. A fotografia de Ernest Haller é uma sinfonia de sol, sombras, uniformes e explosões. Trata-se de um corajoso filme anti-guerra. Mais um grande filme de Anthony Mann!!!! É ver para crer. Not 9
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA de Julian Schnabel
Mostra aquilo em que o cinema de arte se tornou. Hoje ver um filme deste tipo é a certeza de se ver um caso médico, um suicida, um drogado. Arte no cinema se tornou sinônimo de tristeza mórbida. Parece que os ditos artistas engoliram aquilo que todo não-artista sempre bradou: que todo artista é doente. Nesta absurda chatice vemos um cara que sofreu um derrame tentar se comunicar com as pessoas. Sim, e daí? Acabei de ler um livro sobre Marlene Dietrich e sua grande lição sempre foi : jamais permita que sintam pena de voce. Filmes como este, que aparentemente glorificam a coragem humana, na verdade apelam a pena e aos tais bons sentimentos. Então tá...... Tem Max Von Sydow como o pai. Ele dá um show. Nota 4
A ORIGEM de Christopher Nolan com Di Caprio
O Matrix do ano. Parece profundo, parece original, mas é apenas um policial bem feito. Nolan adora posar de filósofo. Mas sua filosofia é toda tirada do Surfista Prateado ou de Watchmen. Se voce tirar deste filme os deslumbrantes efeitos, o que sobra? Se voce, como eu fiz, prestar muita atenção aos diálogos, voce verá que ele é raso como Duro de Matar, só que sem o humor de Bruce Willis. É o típico filme que se chamava antes de "metido a besta". Concordo com a critica de Isabela Boscov na Veja: Morangos Silvestres com dois tostões mostra o inconsciente e a memória de uma forma muito mais rica e profunda. Digo mais: nosso cérebro não é aquele festival de ação e de câmeras multiplas. Só se for o de Nolan. Onde estão os simbolos, o sexo, o demonio, a familia? As imagens de Bunuel em 15 minutos mostram mais de nossa sombra que trezentas horas de Nolan. Adoro aventuras, mas quando o cara tem vergonha de fazer diversão e tenta posar de filósofo-artista....Affff..... nota 5.
CRAZY HEARTS/ VIRTUDE SELVAGEM/ HUSTON/ MASTROIANNI
PERGUNTE AO PÓ de Robert Towne com Colin Farrel, Salma Hayeck e Donald Sutherland
Muito fã de Fante sentiu vendo este filme o que senti vendo Alice de Tim Burton e o Sherlock. Espero que agora compreendam minha aversão. Se é pra ser tão infiel a obra original, porque não criar uma ficção completamente nova ? Muito simples : é mais fácil usar a griffe já estabelecida. Burton fazendo Alice causa um hype que não causaria Burton criando uma nova história. Towne, que foi grande roteirista ( Chinatown ) dirige sem qualquer tesão. O filme é banal. Mas ainda poderia se salvar se o ator fosse menos ruim. Bandini clama por um Montgomery Clift, um frágil/agressivo. O que temos é Farrel. Repare que ele interpreta como cartoon. Parece que sua fonte são as "ricas" expressões faciais do Spirit ou de Clark Kent. Existe algum filme com Hayek que valha a pena ? Acho que só os de Robert Rodriguez. Nota Zero.
CRIME EM PARIS de Henri Georges Clouzot com Bernard Blier e Suzy Delair
Que maravilha!!!! Totalmente restaurado, a fotografia em p/b cintila. É, óbvio, sobre um assassinato. Sabemos quem é o culpado, mas a polícia irá descobrir ? O policial é atuação soberba ! Aliás todo o elenco brilha. E é de surpreender o liberalismo do cinema frances da época. O policial tem filho negro adotado, há uma paixão lésbica e os tiras são todos sádicos. Isso num filme de 1947 !!!! Os críticos da nouvelle-vague odiavam Clouzot. Truffaut dizia ser ele o símbolo do cinema velho. Depois, quando passou a dirigir, François se arrependeu dessa opinião. Clouzot sabia tudo. Seus filmes, espécies de Hitchcocks mais falados, são sensacionais. O Salário do Medo é uma obra-prima e este não fica tão longe. Sujo, cheio de sombras, atemporal. Nota 8.
O MÉDICO E O CHARLATÃO de Mario Monicelli com Vittorio de Sica e Marcello Mastroianni
Jovem médico chega a aldeia do sul da Itália, lugar com 50 anos de atraso. Lá, ele sofre apuros para convencer o povo a largar o charlatão-curandeiro que os atende. Comédia de Monicelli. Alguém sabia fazer melhor ? Mastroianni faz o típico papel do começo de sua carreira : o bonitão tolo. Não fosse Fellini, que lhe deu outra estrada em Dolce Vita, ele seria desperdiçado para sempre nesse tipo de papel. Vittorio rouba o filme, o charlatão é criação de gênio, mentiroso, charmoso, frio, inteligente. "- Trouxeram sua fé ? Trouxeram sua crença ? Trouxeram seu amor à Deus ? Trouxeram 20 mil liras ? " O filme se passa na típica aldeia pobre dos filmes italianos da época, é um paraíso de gente cômica e mulheres bonitas. Um prazer. Nota 7.
CRAZY HEART de Scott Cooper com Jeff Bridges, Maggie Gyllenhall, Robert Duvall e Colin Farrel
O filme é apenas Bridges. Não é sua melhor atuação ( o Vendedor de Ilusões é seu grande papel ) mas lhe deu o oscar. Demorou. O filme não é nada parecido com o de Mickey Rourke, quem disse isso não viu este filme. As músicas são boas ( T Bone Burnette ) mas podiam não ter essa maldita mixagem anos 80, a bateria soando muito alta e tudo parecendo limpo e sem erro. Quanto ao filme, que fiz força para gostar, é uma banal história sobre alcoolismo e estrada. Com paisagens de western ele consegue ser chato. Fico pensando em como filmes como este e Up in the Air ou Guerra ao Terror conseguem tanto destaque. Não são ruins, são comuns. Nunca foi tão fácil conseguir chamar a atenção com tão poucas idéias. Desse jeito, Clint e Resnais vão filmar pra sempre.... Nota 3.
O SENHOR DA GUERRA de Franklyn Schaffner com Charlton Heston e Richard Boone
Muito reprisado na velha Record dos anos 80. A história, cheia de pseudo-exotismo, fala de nobre que toma posse de castelo miserável na Normandia em 1100. É sempre bom ver a idade média retratada sem muita produção, mas o filme se leva a sério demais. O texto, raso, tenta ser Shakespeare. Não dá ! Heston e Schaffner melhorariam muito dois anos depois com o excelente Planeta dos Macacos. Este é nota 4.
VIRTUDE SELVAGEM de Clarence Brown com Gregory Peck, Jane Wyman e Claude Jarman
Technicolor....eu cheguei a ver o technicolor no cinema. Minha mãe me levou para ver Cantando na Chuva ( uma reprise em 1975 ) e pirei com aqueles azuis e verdes. Mas um dia se criou outro sistema de cor, o Eastmancolor da Kodak, ( nos anos 60 ), sistema muito mais barato e o Technicolor deixou de ser utilizado. A diferença é que o Technicolor é muito mais brilhante, artificial, operístico. As cores gritam e ainda me lembro do assombro que era ver cores mais coloridas e vibrantes que as da vida "real". Estranho...com o technicolor a sensação era a mesma de se ter miopia e colocar óculos : voce olhava a tela e via a vida focada e colorida pela primeira vez. O eastman é como é, as cores da rua, mas o technicolor eram as cores do sonho...
Dito isto, este é um clássico do cinema technicolor. Foto de Charles Rosher premiada. É um filme museu. O mundo que ele exibe está completamente extinto. Acompanhamos a saga de um menino nas matas da Florida. O filme exibe sua transformação em adulto, seu rito de passagem. O filme é piegas, o menino ama tanto o pai que chega a dar enjôo, o bosque é belo ao excesso...e com tudo isso, o filme é maravilhoso. Se voce ainda tiver salvação, não for cínico terminal, irá penetrar naquele cotidiano de caça ao urso, refeições fartas, enchentes, colheitas e socos. Irá perceber que neste filme existe alguma coisa que perdemos, coisa que só se perde uma vez : inocência. Passe por cima do excesso de " hey pa " do garoto e mergulhe sem medo na emoção simplória deste filme sobre natureza, e principalmente, sobre a dor de se largar a infancia. O final, quando o menino "perdoa" os pais é perfeito. Ele é obrigado a ser homem, finge aceitar isso, mas na última tomada vemos que ele sonha com a infãncia, será sempre só.
O pai, aliás, repete isso várias vezes : crescer é ser só.
O filme tem ainda uma das mais belas cenas de infãncia do cinema : o garoto correndo pela floresta com bando de gamos. A simplicidade extrema falando tanto...
Foi imenso sucesso de público e crítica, premiado, e tem Peck, muito jovem, ensaiando seu mítico Attichus Finch, papel que lhe daria a eternidade no futuro.
Bem, é um filme piegas, simples e povão; mas macacos me mordam, como consegue ser tão bom ? Nota DEZ.
OS VIVOS E OS MORTOS de John Huston com Anjelica Huston e Donal MacCann
Em 1987, sabendo que ia morrer ( quem não vai ? ) Huston, usando máscara de oxigênio e em cadeira de rodas, dirigiu esta adaptação de um conto de James Joyce ( The Dead, talvez o melhor conto que já lí ). Fala de uma reunião de Natal em Dublin. Músicas, comidas, bebidas, danças e festa. E também inseguranças, dúvidas, ódios, dores e um segredo revelado. É só isso. A maestria de Joyce foi a de fazer com que uma sala e meia dúzia de pessoas comuns consigam nos fazer ver a transcendencia da vida. Huston quase chega lá. Seria impossível chegar.
Que belo caminho !!! Do Falcão Maltês até aqui.... O filme, que é só conversa e dois cenários, prende a atenção dos que conseguem ainda escutar palavras. Os atores estão ótimos e as cenas finais explodem em poesia triste. Huston se despede da vida falando de um amor que sobrevive a morte. De um falecido que continua a modificar a vida. Que belo Adeus......nota Dez.
Muito fã de Fante sentiu vendo este filme o que senti vendo Alice de Tim Burton e o Sherlock. Espero que agora compreendam minha aversão. Se é pra ser tão infiel a obra original, porque não criar uma ficção completamente nova ? Muito simples : é mais fácil usar a griffe já estabelecida. Burton fazendo Alice causa um hype que não causaria Burton criando uma nova história. Towne, que foi grande roteirista ( Chinatown ) dirige sem qualquer tesão. O filme é banal. Mas ainda poderia se salvar se o ator fosse menos ruim. Bandini clama por um Montgomery Clift, um frágil/agressivo. O que temos é Farrel. Repare que ele interpreta como cartoon. Parece que sua fonte são as "ricas" expressões faciais do Spirit ou de Clark Kent. Existe algum filme com Hayek que valha a pena ? Acho que só os de Robert Rodriguez. Nota Zero.
CRIME EM PARIS de Henri Georges Clouzot com Bernard Blier e Suzy Delair
Que maravilha!!!! Totalmente restaurado, a fotografia em p/b cintila. É, óbvio, sobre um assassinato. Sabemos quem é o culpado, mas a polícia irá descobrir ? O policial é atuação soberba ! Aliás todo o elenco brilha. E é de surpreender o liberalismo do cinema frances da época. O policial tem filho negro adotado, há uma paixão lésbica e os tiras são todos sádicos. Isso num filme de 1947 !!!! Os críticos da nouvelle-vague odiavam Clouzot. Truffaut dizia ser ele o símbolo do cinema velho. Depois, quando passou a dirigir, François se arrependeu dessa opinião. Clouzot sabia tudo. Seus filmes, espécies de Hitchcocks mais falados, são sensacionais. O Salário do Medo é uma obra-prima e este não fica tão longe. Sujo, cheio de sombras, atemporal. Nota 8.
O MÉDICO E O CHARLATÃO de Mario Monicelli com Vittorio de Sica e Marcello Mastroianni
Jovem médico chega a aldeia do sul da Itália, lugar com 50 anos de atraso. Lá, ele sofre apuros para convencer o povo a largar o charlatão-curandeiro que os atende. Comédia de Monicelli. Alguém sabia fazer melhor ? Mastroianni faz o típico papel do começo de sua carreira : o bonitão tolo. Não fosse Fellini, que lhe deu outra estrada em Dolce Vita, ele seria desperdiçado para sempre nesse tipo de papel. Vittorio rouba o filme, o charlatão é criação de gênio, mentiroso, charmoso, frio, inteligente. "- Trouxeram sua fé ? Trouxeram sua crença ? Trouxeram seu amor à Deus ? Trouxeram 20 mil liras ? " O filme se passa na típica aldeia pobre dos filmes italianos da época, é um paraíso de gente cômica e mulheres bonitas. Um prazer. Nota 7.
CRAZY HEART de Scott Cooper com Jeff Bridges, Maggie Gyllenhall, Robert Duvall e Colin Farrel
O filme é apenas Bridges. Não é sua melhor atuação ( o Vendedor de Ilusões é seu grande papel ) mas lhe deu o oscar. Demorou. O filme não é nada parecido com o de Mickey Rourke, quem disse isso não viu este filme. As músicas são boas ( T Bone Burnette ) mas podiam não ter essa maldita mixagem anos 80, a bateria soando muito alta e tudo parecendo limpo e sem erro. Quanto ao filme, que fiz força para gostar, é uma banal história sobre alcoolismo e estrada. Com paisagens de western ele consegue ser chato. Fico pensando em como filmes como este e Up in the Air ou Guerra ao Terror conseguem tanto destaque. Não são ruins, são comuns. Nunca foi tão fácil conseguir chamar a atenção com tão poucas idéias. Desse jeito, Clint e Resnais vão filmar pra sempre.... Nota 3.
O SENHOR DA GUERRA de Franklyn Schaffner com Charlton Heston e Richard Boone
Muito reprisado na velha Record dos anos 80. A história, cheia de pseudo-exotismo, fala de nobre que toma posse de castelo miserável na Normandia em 1100. É sempre bom ver a idade média retratada sem muita produção, mas o filme se leva a sério demais. O texto, raso, tenta ser Shakespeare. Não dá ! Heston e Schaffner melhorariam muito dois anos depois com o excelente Planeta dos Macacos. Este é nota 4.
VIRTUDE SELVAGEM de Clarence Brown com Gregory Peck, Jane Wyman e Claude Jarman
Technicolor....eu cheguei a ver o technicolor no cinema. Minha mãe me levou para ver Cantando na Chuva ( uma reprise em 1975 ) e pirei com aqueles azuis e verdes. Mas um dia se criou outro sistema de cor, o Eastmancolor da Kodak, ( nos anos 60 ), sistema muito mais barato e o Technicolor deixou de ser utilizado. A diferença é que o Technicolor é muito mais brilhante, artificial, operístico. As cores gritam e ainda me lembro do assombro que era ver cores mais coloridas e vibrantes que as da vida "real". Estranho...com o technicolor a sensação era a mesma de se ter miopia e colocar óculos : voce olhava a tela e via a vida focada e colorida pela primeira vez. O eastman é como é, as cores da rua, mas o technicolor eram as cores do sonho...
Dito isto, este é um clássico do cinema technicolor. Foto de Charles Rosher premiada. É um filme museu. O mundo que ele exibe está completamente extinto. Acompanhamos a saga de um menino nas matas da Florida. O filme exibe sua transformação em adulto, seu rito de passagem. O filme é piegas, o menino ama tanto o pai que chega a dar enjôo, o bosque é belo ao excesso...e com tudo isso, o filme é maravilhoso. Se voce ainda tiver salvação, não for cínico terminal, irá penetrar naquele cotidiano de caça ao urso, refeições fartas, enchentes, colheitas e socos. Irá perceber que neste filme existe alguma coisa que perdemos, coisa que só se perde uma vez : inocência. Passe por cima do excesso de " hey pa " do garoto e mergulhe sem medo na emoção simplória deste filme sobre natureza, e principalmente, sobre a dor de se largar a infancia. O final, quando o menino "perdoa" os pais é perfeito. Ele é obrigado a ser homem, finge aceitar isso, mas na última tomada vemos que ele sonha com a infãncia, será sempre só.
O pai, aliás, repete isso várias vezes : crescer é ser só.
O filme tem ainda uma das mais belas cenas de infãncia do cinema : o garoto correndo pela floresta com bando de gamos. A simplicidade extrema falando tanto...
Foi imenso sucesso de público e crítica, premiado, e tem Peck, muito jovem, ensaiando seu mítico Attichus Finch, papel que lhe daria a eternidade no futuro.
Bem, é um filme piegas, simples e povão; mas macacos me mordam, como consegue ser tão bom ? Nota DEZ.
OS VIVOS E OS MORTOS de John Huston com Anjelica Huston e Donal MacCann
Em 1987, sabendo que ia morrer ( quem não vai ? ) Huston, usando máscara de oxigênio e em cadeira de rodas, dirigiu esta adaptação de um conto de James Joyce ( The Dead, talvez o melhor conto que já lí ). Fala de uma reunião de Natal em Dublin. Músicas, comidas, bebidas, danças e festa. E também inseguranças, dúvidas, ódios, dores e um segredo revelado. É só isso. A maestria de Joyce foi a de fazer com que uma sala e meia dúzia de pessoas comuns consigam nos fazer ver a transcendencia da vida. Huston quase chega lá. Seria impossível chegar.
Que belo caminho !!! Do Falcão Maltês até aqui.... O filme, que é só conversa e dois cenários, prende a atenção dos que conseguem ainda escutar palavras. Os atores estão ótimos e as cenas finais explodem em poesia triste. Huston se despede da vida falando de um amor que sobrevive a morte. De um falecido que continua a modificar a vida. Que belo Adeus......nota Dez.
GLOBO DE OURO, SHERLOCK HOLMES E O FUTURO
Salvo surpresas o Oscar irá confirmar : AVATAR é o filme do ano e possivelmente dos anos 2010/2011 e por aí afora. A obra prima de Tarantino foi ignorada ( ele é o Sam Peckimpah da minha geração... ) e um filme bacaninha e com cheiro de prêmio como o do simpático e boa gente Jason Reitmann foi consolado com um premio de roteiro. Robert Downey Jr ganhou coadjuvante de comèdia e pagou um mico nos agradecimentos : tentou ser bem louco e foi apenas um chato.
A evolução do cinema é tecnológica. Não há mais como se iludir, isso vem desde os anos 80. Nisso ninguém bate James Cameron, ele é o Orson Welles atual. Deve estar despertando várias vocações de cineasta. A homenagem à Scorsese foi ok. Dois takes de MEAN STREETS ( se mostrou a cena no bilhar ) valem mais que SHERLOCK HOLMES inteiro.
Cecil b. de Mille venceu. Cinema é circo.
Legal foi ver Sandra Bullock ganhar. A atriz mais simpática de sua geração. Ela não é pior que Gwyneth, Julia ou Reese. Tava na hora de vencer. Melhor ainda foi ver Jeff Bridges levar o seu. O cara trabalhou com Huston ! E é o GRANDE LEBOWSKI ! Jeff sempre foi excelente, basta ver O PESCADOR DE ILUSÕES.
O GLOBO DE OURO sempre foi mais progressista que o Oscar, imagine o que vem por aí ! AVATAR leva tudo de barbada ! É capaz de Guy Ritchie ser indicado.
Tá rolando uma picaretagem que ninguém percebeu : se SHERLOCK HOLMES se chamasse as aventuras de Ian Hunter ou Pete Thomas teria o sucesso que está tendo ? O que quero dizer é que de Sherlock se pega apenas a marca conhecida, a grife Conan Doyle e se faz um filme que nada tem de Holmes. A marca Sherlock é apenas um seguro de bilheteria.
James Bond nada mais tem de Bond, Batman deixou de ser Batman... um dia se filmarão as aventuras de TOM SAWYER como um super herói do Mississipi.
Teria muito mais mérito criar um novo personagem, criar um herói. Como se fez com Indiana Jones ou Luke Skywalker. Eles não eram grifes, foram criados só pelo cinema. Mas hoje, neste cinema de banqueiros, é mais seguro investir na empresa Sherlock, mesmo que o filme nada tenha de Holmes ou Watson. Pra mim isso é paraguaísmo.
E tome filmes com nomes de HQ, games ou personagens históricos. Só na segurança, sempre.
A evolução do cinema é tecnológica. Não há mais como se iludir, isso vem desde os anos 80. Nisso ninguém bate James Cameron, ele é o Orson Welles atual. Deve estar despertando várias vocações de cineasta. A homenagem à Scorsese foi ok. Dois takes de MEAN STREETS ( se mostrou a cena no bilhar ) valem mais que SHERLOCK HOLMES inteiro.
Cecil b. de Mille venceu. Cinema é circo.
Legal foi ver Sandra Bullock ganhar. A atriz mais simpática de sua geração. Ela não é pior que Gwyneth, Julia ou Reese. Tava na hora de vencer. Melhor ainda foi ver Jeff Bridges levar o seu. O cara trabalhou com Huston ! E é o GRANDE LEBOWSKI ! Jeff sempre foi excelente, basta ver O PESCADOR DE ILUSÕES.
O GLOBO DE OURO sempre foi mais progressista que o Oscar, imagine o que vem por aí ! AVATAR leva tudo de barbada ! É capaz de Guy Ritchie ser indicado.
Tá rolando uma picaretagem que ninguém percebeu : se SHERLOCK HOLMES se chamasse as aventuras de Ian Hunter ou Pete Thomas teria o sucesso que está tendo ? O que quero dizer é que de Sherlock se pega apenas a marca conhecida, a grife Conan Doyle e se faz um filme que nada tem de Holmes. A marca Sherlock é apenas um seguro de bilheteria.
James Bond nada mais tem de Bond, Batman deixou de ser Batman... um dia se filmarão as aventuras de TOM SAWYER como um super herói do Mississipi.
Teria muito mais mérito criar um novo personagem, criar um herói. Como se fez com Indiana Jones ou Luke Skywalker. Eles não eram grifes, foram criados só pelo cinema. Mas hoje, neste cinema de banqueiros, é mais seguro investir na empresa Sherlock, mesmo que o filme nada tenha de Holmes ou Watson. Pra mim isso é paraguaísmo.
E tome filmes com nomes de HQ, games ou personagens históricos. Só na segurança, sempre.
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