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EU ME ENGANEI: ELE ERA UM GÊNIO. DESTINY, DOS JACKSONS. UM DISCO QUE É PURO PRAZER EM PODER OUVIR.

A Motown pra quem não sabe, era uma ditadura. Seus contratados gravavam o que Gordy queria e fim de papo. Em 1975 o Jackson Five saltou fora e foi para a Epic-CBS. O primeiro disco na nova casa foi um fracasso absoluto e a banda parecia, em 1976-1978 pura decadência. Michael who? ------ Então em janeiro de 1979 é lançado este album e o resto é lenda. Milhões em vendas e no fim do ano Michael lança, solo, Off The Wall. Vira o deus dos anos 80. ------------------------- Destiny não tem, ainda, a mão de Quincy Jones, e ouvindo este disco, entendo porque Quincy, que vinha do círculo Sinatra-Count Basie, concordou em produzir Michael. A produção de Destiny, feita por Michael alone, é brilhante. ------------- Sempre que escrevo sobre os melhores da música, deixo claro quando falo de músicos negros, brancos ou em geral. Os negros são melhores. Ponto. Mas não são exibidos como os brancos. Aqui Michael Jackson se cerca de dezenas de músicos brilhantes. Aquele povo que tocava em montes de discos por ano e que só são conhecidos por quem é do meio ou está atento a música. Ed Greene, Michael Sembello, James Jamierson..... gente nada superstar, mas ninguém é melhor que eles. Com esse povo Jackson fez um disco brilhante. Ele anuncia não só tudo de melhor que ele faria no futuro, anuncia todo o POP dos anos vindouros. Até Prince se anuncia aqui. ------------- Os arranjos são de Michael Jackson. E abusam, de forma feliz, daquele estilo que seria chamado de estilo Quincy Jones. Montes de percussão, ritmos quebrados, detalhes em abundancia, uma festa para quem gosta de ouvir com atenção. O POP ao máximo: se ouvido no carro ou na academia funciona, mas se escutado quieto e sozinho fica melhor ainda. All Night Dancin é um exemplo: a bateria faz evoluções sem parar, é uma execução complexa, mas sem nenhum exibicionismo, ela fica lá no fundo. Há um toque nos chimbals que ela repete várias vezes que é coisa de gênio puro. Sobre essa batera vem um baixo que só falta falar e mais guitarras, teclados, e o que mais se puder por. --------------- Meu teste para excelencia são meus olhos. Sempre que ouço algo especial meus olhos ficam molhados. Lágrimas de JÚBLIO. Isso acontece aqui. Tem até um solo de guitarra rock! ------------- Shake Your Body é uma das maiores e melhores músicas da história. Sem discussão. É uma aula magna de arranjo. Há tanta riqueza nessa produção que a gente nem sabe em que prestar atenção. Um milagre. Jackson era sim um gênio. ---------------------- Me enganei. Fui educado nos anos 80 a desprezar sua arte. Ele era POP demais, vulgar demais, bom era Prince. Não baby. Ele era um gênio insaciável. este disco o prova. Mea culpa. Sorry Michael. ---------------------- Qaunto a voz...ninguém vindo da Motown cantava menos que nota 10. A exigência era imensa. A voz dele era impossível. O moleque era foda. Destiny é genial.

BLACK MUSIC

Abaixo citei canções que nos educavam afetivamente nos anos 70. Músicas que nos preparavam para as dores do amor, as alegrias da vida adulta, as atribulações da existência. Todas que postei fazem parte do POP branco e agora falo da black music, aquilo que na época se chamava soul music ou funk music. Eu gostava menos, mas tinha de ouvir. Era Barry White enquanto eu esperava ouvir Stones na Difusora ou Brass Constrution no aguardo de Bowie e seu Rebel Rebel. Black Music era mais sexy, menos "encucada". Amor era mais adulto, no rock o romance sempre estava à beira da folia e da beberagem; enquanto no black music havia algo mais próximo ao amor entre pessoas de 30 anos. A ênfase era na dança, inclusive no dançar abraçados, falando coisas de amor no ouvido. O flerte passava pelo discurso. Vou postar Tower of Power e a milagrosa so very hard to go. Mas tem mais....enjoy it.