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JEAN-PIERRE MELVILLE ERA UM GÊNIO VIRIL* BELMONDO* DELON* DE PALMA* CARLYLE* CASSEL*

   DOCE VENENO de Jean-François Richet com Vincent Cassel, François Cluzet e Lola LeLann
Dois amigos levam as filhas para férias na Córsega. Daí pra frente não conto. Começa como comédia leve de depois vira drama. Começa muito bom e depois fica mais ou menos. Duas coisas legais: a beleza absurda de Lola LeLann e o não moralismo de um tema que no cinema americano acabaria em morte e vingança. Vale ver. Nota 6.
   A LENDA DE BARNEY THOMSON de Robert Carlyle com Robert Carlyle, Emma Thompson e Ray Winstone.
Um humor muito negro. Muito mesmo. Estamos na Escócia. Tem um barbeiro que não consegue ter vida, é um chato. Há uma série de crimes. E uma mãe hiper suja e perua. Mistura tudo isso e dá neste filme. Meio Tarantino ( antes dele se achar artista ), o filme é sanguinolento, colorido, esquisito e divertido. Surpreendente. Nota 7.
   EXÉRCITO DO PAI de Oliver Parker com Bill Nighy, Catherina Zeta-Jones, Toby Jones, Michael Gambon e Tom Courtney.
Em 1944, numa cidade costeira, um bando de velhos ingleses guarda o país contra um ataque alemão. Um antiquado filminho muito inglês com humor inofensivo e bobo. Não, não é um bom filme. Uma pena, os atores são ótimos. Nota 3.
   PICASSO E O ROUBO DA MONA LISA de Fernando Colomo
Filme ítalo espanhol que ao unir um monte de nomes da arte ( Picasso, Matisse, Appolinaire, Gertrude Stein etc ) pensa fazer algum tipo de coisa esperta e interessante. Não! O filme é uma besteirada. Um filme que fala de arte moderna e é totalmente previsível não pode ser grande coisa.
   TRÁGICA OBSESSÃO de Brian de Palma com Cliff Robertson e Genevieve Bujold.
Nos extras deste dvd um crítico francês diz que este filme de 1976, homenagem de De Palma à Vertigo, é melhor que o filme genial de Hitchcock. Melhor por levar mais a fundo aquilo que Hitch apenas aponta...Arre!!!! Este é um xaroposo e empetecado filme viagem hiper elaborado metido a grande arte. Um porre de uma chatice exemplar.
   O CÍRCULO VERMELHO de Jean-Pierre Melville com Alain Delon e Bourvil.
Uma obra-prima de 1970. Eis o grande tema de Melville: a honra entre ladrões. A amizade entre homens. Tudo aqui é perfeição. Vemos Delon, como um ladrão solitário. Ele ajuda um outro ladrão em fuga da policia. Tudo neste filme une extrema aridez, completa virilidade, com rigor e poesia não aparente. Imensa influência sobre os filmes de Hong Kong. Cada take é uma aula de cinema. Nota MIL.
   TÉCNICA DE UM DELATOR de Jean-Pierre Melville com Belmondo.
Uma complicada trama sobre um dedo duro, um assassinato, policiais e mulheres fatais. Belmondo dá um show como um alcagueta que anda pelo mundo do crime com nervos de aço. Tarantino sabe este filme de cor e não à toa este filme tem passagens que ecoam no episódio de Butch e Fabienne em Pulp Fiction. Muito jazz e muito ritmo e um suspense que explode em seu final sublime. Nota MIL.
   DOIS HOMENS EM MANHATTAN de Melville
Este é ruim. São dois jornalistas tentando encontrar em NY um diplomata sumido. Cenas noturnas de NY em 1959 não salvam este filme de roteiro fraco.

A DAMA DE OURO- LONGE DESTE INSENSATO MUNDO 2015- JASON SCHWARTZMAN- HUGH GRANT- HELEN MIRREN

   A DAMA DE OURO de Simon Curtis com Helen Mirren, Ryan Reynolds, Daniel Bruhl, Katie Holmes, Charles Dance e Johnathan Pryce.
Belíssimo! Contado com ritmo perfeito, temos a história, mais ou menos verídica, da herdeira do quadro de Klimt, Retrato de Miss Altmann. Morando em LA, ela parte com advogado novato, descendente de Schomberg, para Vienna, onde tentará reaver a obra e ajustar contas com sua história.
Nada neste filme é apelativo. Mesmo as cenas da perseguição aos judeus são suaves, exatas, e nunca exageradas, apelativas. Mas não pense que se suaviza para se evitar; antes a suavização é usada para avançar, para não se perder o foco. E ao final o efeito é glorioso: a cena da separação da família é antológica. Dói e dói muito. Vienna se apresenta como aquilo que ela é: uma detestável e velha viúva vaidosa. Seu pecado, irredimível, foi ter optado pelo pior. Era uma cidade que unia toda a Europa em suas ruas, judeus, eslavos, ciganos, alemães, católicos e latinos. Limpou essa mistura e se tornou múmia de uma pureza estéril. Vienna cheira a morte. Dizer que Helen está ótima é dizer o óbvio. Ela é brilhante. Mas todo o elenco tem sua parcela de brilho. Um belo filme que voa como pássaro e permanece como rocha. Nota 9.
   LONGE DESTE INSENSATO MUNDO de Thomas Vinterberg com Carey Mulligan, Mathias Schoenaerts. Michael Sheen e Tom Sturridge.
Adoro o filme de 1967, uma belíssima saga de John Schlesinger. E fico feliz em saber pela Net que tanta gente ama esse filme com Julie Christie. Bem, resolvi assistir esta refilmagem de 2015 porque o livro de Hardy pode comportar várias versões. Mas qual minha surpresa! O filme de 2015 é quase idêntico ao de 1967. Várias cenas são filmadas exatamente iguais! Mesmo angulo de câmera, mesma posição dos atores, tudo igual!!!! Com poucas e reveladoras diferenças. O final, que em 1967 é aberto, dúbio, quase triste, aqui é doce, redondo, certinho. O personagem do pastor de ovelhas em 1967 é frio, calado e nunca ri. Aqui ele é mais humano, fala mais e até mesmo sorri. A trilha sonora, que era uma releitura de folk inglês, aqui é apenas uma sinfonieta de temas românticos. E temos os atores....Carey Mulligan faz uma Bethsheba que nunca convence. Ela é pequena, fraca, bem vestida demais para ser uma camponesa. Michael Sheen é um vexame! Para azar dele, o soldado original era Terence Stamp, e Stamp era viril e delicado, ousado e louco, bonito e asqueroso. Sheen é apenas um rapazinho com roupas de soldado. Não há perigo nele. O capacete parece muito grande para sua minúscula cabeça. Quanto a Sturridge, que pegou o papel de Peter Finch....bem...ele super interpreta. Patético. Mathias se salva. Adoro Alan Bates, mas Mathias leva esse papel com dignidade. Quanto a fotografia é melhor não falar. Aqui ela é bonita. Muito bonita. Antes ela era grande, ampla, cheia de caráter. O dever da fotografia não é ser bonita, é criar o clima adequado ao filme. Em 1967 ela é dramática. Aqui temos verdes de cartão postal e azuis de edital de moda. Este filme é o exemplo daquilo que se chama mal caratismo. Um simples plágio empetecado. Um lixo.
   CALA A BOCA PHILIP de Alex Ross Perry com Jason Schwatzman e Johnathan Pryce.
Em certo momento, exausto de tédio, a gente olha o relógio e tem uma surpresa: passaram apenas 20 minutos de filme! E você tinha a certeza de que eram no mínimo 60. Imagine um filme feito por um fã da Nouvelle Vague. Um jovem de 2015 tentando reviver o tipo de filme que Rhomer e Godard faziam em 1968. Com personagens do século XXI, claro. É este filme. Fala de um escritor. Um agressivo,anti-social, chato, vaidoso, antipático e com cara de pedra. Vemos sua relação com um autor mais velho, editores, mulheres etc etc etc. Ou seja, são duas insuportáveis horas com um cara que seria melhor jamais ter nascido. Me pareceu que às vezes há uma tentativa de humor inteligente. Não é engraçado e muito menos inteligente. Mas no geral é aquilo mesmo: exibição de arte. Afetadíssimo! O filme mais chato do ano. E de vários anos. Nota Abaixo de Zero farenheit.
   VIRANDO A PÁGINA de Marc Lawrence com Hugh Grant, Marisa Tomei e J.K. Simmons
Gostei. Hugh Grant é sempre legal de se ver. Aqui ele é um escritor de um só sucesso ( sim, Hollywood adora fazer filmes sobre escritores. Parece cool.... ), que vai dar aulas para tentar ganhar algum dinheiro. Detesta o trabalho e dá péssimas aulas. Mas as coisas mudam...mas não muito. Marisa está ótima como uma aluna veterana que o atiça. E o roteiro sabe tirar o que pode de um plot simples. Bons atores, bons diálogos, um filme OK. Nota 6 quase 7.
   O ÚLTIMO ADEUS de Fred Schepisi com Michael Caine, Bob Hoskins, Helen Mirren, Tom Courtenay, David Hemmings
Amigos se reúnem num pub. Irão levar as cinzas de um amigo morto à praia. No trajeto eles discutem, recordam, brigam e bebem. Caine é o amigo que morreu. Um egoísta charmoso. Hoskins um apostador em cavalos. Hemmings um bêbado brigão. Mirren é a viúva que tem uma filha demente que Caine nunca aceitou. O roteiro é sobre um livro de Graham Swift. E, feito em 2001, ele é árduo, às vezes chato, triste, mas compensa. Os atores são mais que brilhantes e aquilo que se mostra é de uma verdade possível. Vida. Coisa tão rara no cinema deste século. Vida comum, pequena, estranha, vulgar. Um belo filme de um dos diretores da geração australiana de 1980. Sem nota.
  

KUROSAWA/ KEVIN KLINE/ STEVE MARTIN/ DORIS DAY/ TOM COURTNEY

A SOLIDÃO DE UMA CORRIDA SEM FIM de Tony Richardson com Tom Courtney e Michael Redgrave
Com seu lançamento em DVD, muito critico inglês passou a colocar este filme entre os dez mais da ilha. Feito em 1963, conta a saga de um teen pobre e desiludido. A mãe tem amantes, a casa é suja e cheia, as namoradas tolas. Ele rouba uma padaria e é preso. Na Febem inglesa ele se destaca como atleta. Mas as coisas nunca são fáceis. Richardson faria Tom Jones em seguida, e Redgrave faz o diretor da Febem. Tom Courtney tem um desempenho mágico. Sujo. O filme é magnifico. Nota 9.
UM FILME FALADO de Manoel de Oliveira
Uma enfadonha aula de historia. Melhora na interação final entre os atores. O sentido é óbvio, a Europa começou no mar de Portugal e termina na nova ordem atual. Bem...não deixa de ser bonito.
A ESPIÃ DAS CALCINHAS DE RENDA de Frank Tashlin com Doris Day e Rod Taylor.
O titulo ridículo não estraga o prazer de ver este tolo filme pop. Tashlin começou como cartunista do Pica Pau. Seus filmes têm sempre a leveza do humor visual. Doris é confundida com uma espiã. Ruy Castro, fã de Doris, não gosta do filme. Eu gosto.
MY BLUE HEAVEN de Herbert Ross com Steve Martin, Joan Fusão e Rick Moranis
Não gosto. Um dos piores filmes do grande Martin. Nem ele salva essa chatice sobre um delator de NY sendo protegido pelo tira do FBI Moranis. Fuja!
TEMPO DE RECOMECAR de Irwin Winkler com Kevin Kline, Hayden Christensen e Kristine Scott Thomas.
Um homem que fracassou como pai e marido descobre que vai morrer. E dá sentido a sua vida reformando sua casa. Kevin está excelente. Mas...em 1952 Kurosawa fez o mais triste dos filmes, Viver, onde Shimura faz uma praça antes de morrer. Impossível comparar.  O japonês é a obra de um deus.
SONHO DE AMOR de Charles Vidor Com Dirk Bogarde e CapucineHorrivel! É sobre Liszt… mas nada faz sentido.
AS AVENTURAS DO CAPITÃO GRANT de Robert Stevenson com Hayley Mills e Maurice Chevalier.
Bela adaptação de Verne. Ação na medida certa. Apesar dos efeitos ruins, tem boa direção, bom roteiro e produção Disney. Os atores são ótimos!
A MAIOR HISTORIA DE TODOS OS TEMPOS de George Stevens com Max Von Sydow
O diretor de Shane e de tantos grandes filmes faz a vida de Jesus sem emoção. O ator favorito de Bergman faz Jesus. Dura quatro horas e levou anos para ficar pronto.

SCHLESINGER/ POLLACK/ GILLIAN/ BOGEY/ TOM COURTNEY

   BILLY LIAR de John Schlesinger com Tom Courtney e Julie Christie
Assisti na Tv Cultura, talvez em 1978. Depois nunca mais. Lembrava apenas de Julie andando pelas ruas e de Tom mandando a avó calar a boca. Revi ontem. É um filme maravilhoso. Billy, feito de maneira absolutamente mágica pelo grande Tom Courtney, é um jovem sonhador. Mas não o tipo sonhador-poético. Ele é um sonhador covarde. Sonha acordado toda vez que surge alguma dificuldade. Sonha matar os pais, ser um grande general, um escritor, um duque de sangue azul... Sua vida é uma confusão. Faz um medíocre roubo em seu emprego, tem duas namoradas ridiculas, uma familia banal e vive em Newcastle. Sua única chance é Julie, em seu primeiro papel de estrela, uma garota livre, andarilha, que o convida para ir viver em Londres. Ele irá? O filme é de 1962 e vemos a Inglaterra prestes a pirar. Jovens entediados, reprimidos, doidos para viver em cidades demolidas, sujas. Penso no que seria de Billy dali a 5 anos. Doido de LSD? E a personagem de Julie? Morta? Schlesinger foi entre 1960 e 1976 um grande diretor. Depois se perdeu em projetos loucos e numa vida perdida em drugs. Ele filma livremente, criativamente, solto. É quase Nouvelle Vague, mas nunca perde o rumo do roteiro e jamais deixa de ser irônico. O filme é obrigatório. Consegue ser divertido e instigante. Billy é apaixonante. Nota DEZ!!!!
   A NOITE DOS DESESPERADOS de Sidney Pollack com Jane Fonda, Michael Sarrazin, Gig Young, Susannah York e Bruce Dern
Pauline Kael dizia que entre 1965/1977 os americanos iam ao cinema para serem deprimidos. Grandes hits terminavam sempre em dor, morte e falência total ( O Poderoso Chefão, Serpico, Butch Cassidy, Exorcista, Operação França e um etc sem fim ). Este filme, que muitos acham ser a obra prima de Pollack, é dos mais tristes. Miséria pra todo lado. Estamos em 1932, e acontece mais uma maratona de dança. Para quem não sabe, essa maratona era um tipo de Big Brother dos desesperados. Casais dançavam sem parar, por dias e dias, com intervalos de dez minutos a cada quatro horas. A coisa chegava a durar meses e era transmitida por rádio. Raras vezes o cinema mostrou gente sendo massacrada com tanta explicitude. Jane é uma suicida, Michael um ingênuo, York uma atriz falida e Dern um pai morto de fome. Gig Young ganhou o Oscar de ator coadjuvante fazendo o mestre de cerimônias, cínico, cruel e eficiente. O filme, como apontava Kael, não faz a menor concessão. É de uma melancolia tétrica. E é bom cinema. Tem ritmo, tem grandes atuações, tem interesse. E não envelheceu nada. Nota 7.
   AFTER THE THIN MAN de W.S.Van Dyke com William Powell, Myrna Loy e James Stewart
Em 1934 se lançou, baseado em Dashiel Hammett, The Thin Man. O sucesso fez com que dois anos depois se lançasse este filme. Mais cinco viriam. Mas em dois anos uma coisa mudou para pior, a censura. No primeiro Powell fazendo Nick Charles passava todo o filme bêbado e soltando piadas ácidas. Aqui ele quase não bebe e faz humor mais familiar. Mas o filme ainda é bom. O prazer em ver o casal Powell e Loy não tem fim. Como no outro filme, eles resolvem um caso de assassinato. Stewart antes de ser uma estrela está por perto. Asta, o cachorro rouba o show. Nota 6.
   COMBOIO PARA O LESTE de Lloyd Bacon com Humphrey Bogart e Raymond Massey
O tema é ótimo. Navios mercantes tentando cruzar o Atlântico rumo a Inglaterra na segunda-guerra. Bogey é o capitão de um navio. O filme é ok, mas nada especial. Nota 5.
   BRAZIL de Terry Gillian com Johathan Pryce, Bob Hoskins e Robert de Niro
Gillian fez parte do Monty Python. Ninguém pode lhe tirar esse mérito. Mas seus filmes são sempre decepcionantes. Nos anos 80 este filme foi chamado por críticos moderninhos de obra-prima kafkiana. Hoje tem o lugar que merece: esquecimento. Muito ruim. Nota ZERO.
   DAQUI A CEM ANOS de William Cameron Menzies
Baseado em HG Wells, este filme passou décadas esquecido e hoje, de volta em DVD, é reavaliado como obra-prima e considerado cult. Eu não gostei tanto. Fala de uma sociedade do futuro que vive em função da guerra. É frio, distante, não emociona. Nota 4

Billy Liar - UK Trailer



leia e escreva já!

BILLE AUGUST/ DIRK BOGARDE/ GUY RITCHIE/ BERTOLUCCI/ COLIN FIRTH/ SOPHIA LOREN

   TREM NOTURNO PARA LISBOA de Bille August com Jeremy Irons, Charlotte Rampling, Tom Courtenay, Melanie Laurent e Christopher Lee.
Em outro filme seria um elenco de tirar leite de pedra. Aqui, neste roteiro flácido, nada pode ser feito. É menos que pedra, é lama. Jeremy Irons foi um grande ator. Nunca me esqueço de sua melancolia em Brideshead Revisited. Nos anos 80 ele era considerado maior que Day-Lewis. Courtenay é mais velho e igualmente grande. Da geração genial de O'Toole, Finney, Hurt e Holm. Este filme é lixo. Parece novela das 9. Os atores, coitados, parecem quase fazer comédia. A gente não consegue crer em nada do que vê. E olhe que o tema é ótimo: a repressão salazarista em Portugal. Deve entrar em cartaz, afinal, um filme que vi a meses com Bill Murray que fala da visita do rei inglês a Roosevelt durante a guerra. Vejam! Eu já escrevi sobre ele e não vou escrever outra vez. Isto aqui, esqueçam. Nota zero.
   DUAS NOITES COM CLEÓPATRA de Mario Matolli com Sophia Loren e Alberto Sordi
Foram filmes como este, chanchada para o povão, que criaram o capital para que Fellini ou Pasolini pudessem filmar. O cinema funcionava assim. Hoje o dinheiro do cinema pop vai para o bolso dos acionistas. Evitem este dvd. A imagem está estragada. Não dá pra ver.
   JOGOS, TRAPAÇAS E DOIS CANOS FUMEGANTES de Guy Ritchie com Jason Statham, Vinnie Jones, Jason Flemyng e Sting
Ainda é o melhor filme de Guy Ritchie. E acho este filme melhor que Transpotting de Boyle, feito quase na mesma época. Puro Tarantino, menos cabeça ( Guy não tem nada de Leone ou de Godard ), muito menos violento. A trama, boa, fala de armas colecionáveis, dívida de jogo, roubo e vingança. O clima é quase de Monty Python. Ótima edição, ótima trilha sonora, os atores estão excelentes. Já dá pra ver o futuro, bom, de Statham. Um Steve McQueen de segunda. Quero mais filmes de Vinnie!!! Nota 8.
   BELEZA ROUBADA de Bernardo Bertolucci com Liv Tyler, Jeremy Irons, Rachel Weisz, Sinead Cusak e Jean Marais
Como é bom ver o grande Jean Marais! Pra quem não sabe, ele foi o muso de Cocteau, ator em seus filmes. E o vemos aqui, gloriosamente forte em 1996! Fora isso não há muito mais o que ver aqui. ( Talvez apenas a discreta nudez de Rachel Weisz ). Liv foi péssima escolha e o filme é arrastado, chato, sem porque. Não o via desde os anos 90. Continua o mesmo. Chato. Nota 2.
   ARTHUR NEWMAN de Dante Ariola com Colin Firth, Emily Blunt e Anne Heche.
Adoro Firth. É meu ator favorito de agora. Então consegui o filme, novo, pra ver. O tema prometia, um cara que abandona sua vida antiga, muda de nome, sai pelo mundo e encontra um mulher doida-down no caminho. Mas...o pretensioso diretor estraga tudo! Não há uma única cena que não grite em nossa cara: "Vejam! Isto é Arte!" O caramba de arte!!! É um lento, bobo, silencioso, vazio, sonolento filme. Blunt está bacana, mas fazer o que com um papel que já foi feito milhares de vezes só neste século? Firth fica sonolento em meio as falas ralas e vazias. Nota? Nada.
   A SOMBRA DO PECADO de Lewis Gilbert com Dirk Bogarde e Margaret Lockwood
Um pequeno filme inglês sobre um odiável malandro que mata sua esposa rica e muito mais velha. Se casa de novo e quer repetir a dose. Suspense e clima. Bogarde foi um ídolo do cinema inglês dos anos 50. Quando assumiu sua homossexualidade passou a filmar coisas como Morte em Veneza de Visconti. Gilbert iria dirgir alguns dos melhores James Bond. Nota 6.