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ASSUNTOS VARIADOS EM TEMPO DE PESTES
Se voce mantiver a sanidade em tempos como estes, parabéns. Ou talvez não. Sua sanidade será prova de que voce tem algum tipo de autismo. Tudo que posso falar é de mim mesmo, e não tem sido fácil ser eu mesmo. O instinto de manada ressurge forte em crises assim. A questão é: Como manter sua individualidade sem se tornar um egoísta irresponsável?
Escrevo para dois ou três amigos. Eles me conhecem. Sabem que meu eu inteiro reside neste blog. No facebook sou apenas a fatia que faz propaganda. No instagram exercito relações públicas.
Diálogo não há. Quem é, será mesmo contra toda evidência. Na verdade as pessoas pouco ligam pra verdade. O povo foi tomado pelo orgulho de estar certo. E esse certo será mantido. Mesmo que errado. Sempre soube que o Face faz o ego inflacionar. Voce se sente numa tribuna todo o tempo. Mas eu jamais pensei que seria tanto assim. Quanto ao instagram, ele é apenas um desfile de gente bacana. A questão lá não é estar certo. É se vender bem.
Mudando de assunto. Duro escrever sobre Henri Bergson. Ele meio que me estuprou mentalmente. Só hoje percebo que ele nega tudo que acredito. Bergson diz que o tempo é tudo que existe. É a própria realidade. Eu tendo a ver o tempo como uma invenção arbitrária. Na verdade ele é apenas um meio cômodo de medir a vida. Bergson crê na mudança eterna de tudo. Nada é o que foi. E nem será. Eu tendo a crer que nada muda. Que tudo é sempre aquilo que foi de fato. Voce é agora o que foi aos 10 anos. E será aos 90 o que é hoje. As aparências mudam e o mundo pode te fazer mudar hábitos. Mas voce permanece. No pensamento de Bergson me sinto hiper desconfortável. Minha intuição diz que não é assim. O universo está em expansão, a história anda, mas em sua base tudo é o que sempre foi. Nascemos e morremos. Queremos e perdemos. Comemos e sonhamos. Penso inclusive que meu pensamento é mais moderno. KKKKKKKKKK Que contradição minha né? Eu falando como se ser moderno fosse um mérito! Mas pensar que o tempo é apenas uma convenção está mais de acordo com 2020.
Reassisti dois filmes com Audrey Hepburn. Charada e Como Roubar Um Milhão de Dólares. O primeiro é um pequeno clássico. Ele é considerado um dos melhores filmes de Hitchcock não feito por Hitch. Foi um big sucesso de bilheteria. É de 1963. O que tenho a dizer? Que ainda fico impressionado com a elegância das pessoas nos anos imediatamente anteriores á explosão hippie. Que é um prazer ver Cary Grant em mais um dos seus sucessos ( ele é o único ator entre todos que jamais teve um fracasso de bilheteria ). Apesar que leio que Cary estava bastante desconfortável no papel. Ele não queria mais fazer par romântico com ninguém. Se sentia velho ( tinha na época 58 ). Mais um ano ele se aposentaria. O diretor do filme é Stanley Donen. Quem? Claro que voce não conhece, ele nunca foi um intelectual. Tinha "apenas" bom gosto. Fez filmes entre 1948- 1984. Viveu até este milênio e em 95 ganhou um Oscar especial. Foi linda a entrega, ele dançou pelo palco com a estátua. Dirigiu Cantando na Chuva. Sete Noivas Para Sete Irmãos. E mais uns 10 filmes que se vê hoje com imenso prazer. Charada é uma diversão que respeita sua idade. É adulto. É bobo e é fútil. E também esperto e chique. 1963 era um tempo em que adultos ainda iam ao cinema. E por isso se faziam filmes para eles. Creia, havia filmes no topo da bilheteria que não eram endereçados aos teenagers. Como Roubar Um Milhão foi feito 3 anos depois e tem Peter O'Toole como par de Audrey. O diretor é William Wyler. Quem? Wyler, o veterano que venceu 3 Oscars. Dá um google. Ele tem mais de 20 grandes grandes grandes filmes. Este não é um deles. Eu adoro porque adoro a dupla central. Mas faltou roteiro. E o sucesso de bilheteria foi bem mediano. De qualquer modo a gente fica lá, sentados vendo aqueles lugares lindos com aquelas pessoas glamorosas.
Mais um assunto? RocknRoll, disco de 1975 de John Lennon. É o único dele que ainda ouço. Covers de rocks dos anos 50. Phil Spector produziu mais da metade das faixas. Bom modo de voce conhecer Spector. Em 1975 ele já estava louco. Mas tá lá o estilo dele. Conto...em 1962 não tinha essa coisa de produtor como a gente conheceu mais tarde. Em 1972 por exemplo, a gente percebe quando um LP é produzido por Bob Ezrin. Ou por Jimmy Miller. O som é outro. A escolha dos instrumentos. A mixagem. Em 1962 Spector criou isso sozinho. Ele era a estrela dos discos que produzia. Sacou primeiro que a mesa de mixagem era talvez o instrumento mais importante de um disco. E começou a criar. Aumentar o baixo aqui. Enfiar cinco guitarras ali. Uma orquestra de sopros no refrão. Esconder esse piano. Maga egocêntrico, ele enchia tudo de som. É o homem que odeia o silêncio. No disco RocknRoll preste atenção em 3 faixas: You Can't Catch Me é uma massa de som que te engole. São cinco guitarras. Três bateras. Três teclados. E mais um monte de sopros e percussão. 25 instrumentos. Todos tocando como se fossem um só. É aquilo que ficou famoso como Wall of Sound. Uma parede que esmaga o cantor e marcha direto aos eu ouvido. Ouça também Bonny Moronie. Tem gente solando a música inteira. Mas tá lá no meio da confusão ordenada. Tem gente fazendo backing vocals. Mas sumiu. Ouça Peggy Sue. Vale muito à pena. E preste atenção. PS: Bom aparelho é obrigatório.
Escrevo para dois ou três amigos. Eles me conhecem. Sabem que meu eu inteiro reside neste blog. No facebook sou apenas a fatia que faz propaganda. No instagram exercito relações públicas.
Diálogo não há. Quem é, será mesmo contra toda evidência. Na verdade as pessoas pouco ligam pra verdade. O povo foi tomado pelo orgulho de estar certo. E esse certo será mantido. Mesmo que errado. Sempre soube que o Face faz o ego inflacionar. Voce se sente numa tribuna todo o tempo. Mas eu jamais pensei que seria tanto assim. Quanto ao instagram, ele é apenas um desfile de gente bacana. A questão lá não é estar certo. É se vender bem.
Mudando de assunto. Duro escrever sobre Henri Bergson. Ele meio que me estuprou mentalmente. Só hoje percebo que ele nega tudo que acredito. Bergson diz que o tempo é tudo que existe. É a própria realidade. Eu tendo a ver o tempo como uma invenção arbitrária. Na verdade ele é apenas um meio cômodo de medir a vida. Bergson crê na mudança eterna de tudo. Nada é o que foi. E nem será. Eu tendo a crer que nada muda. Que tudo é sempre aquilo que foi de fato. Voce é agora o que foi aos 10 anos. E será aos 90 o que é hoje. As aparências mudam e o mundo pode te fazer mudar hábitos. Mas voce permanece. No pensamento de Bergson me sinto hiper desconfortável. Minha intuição diz que não é assim. O universo está em expansão, a história anda, mas em sua base tudo é o que sempre foi. Nascemos e morremos. Queremos e perdemos. Comemos e sonhamos. Penso inclusive que meu pensamento é mais moderno. KKKKKKKKKK Que contradição minha né? Eu falando como se ser moderno fosse um mérito! Mas pensar que o tempo é apenas uma convenção está mais de acordo com 2020.
Reassisti dois filmes com Audrey Hepburn. Charada e Como Roubar Um Milhão de Dólares. O primeiro é um pequeno clássico. Ele é considerado um dos melhores filmes de Hitchcock não feito por Hitch. Foi um big sucesso de bilheteria. É de 1963. O que tenho a dizer? Que ainda fico impressionado com a elegância das pessoas nos anos imediatamente anteriores á explosão hippie. Que é um prazer ver Cary Grant em mais um dos seus sucessos ( ele é o único ator entre todos que jamais teve um fracasso de bilheteria ). Apesar que leio que Cary estava bastante desconfortável no papel. Ele não queria mais fazer par romântico com ninguém. Se sentia velho ( tinha na época 58 ). Mais um ano ele se aposentaria. O diretor do filme é Stanley Donen. Quem? Claro que voce não conhece, ele nunca foi um intelectual. Tinha "apenas" bom gosto. Fez filmes entre 1948- 1984. Viveu até este milênio e em 95 ganhou um Oscar especial. Foi linda a entrega, ele dançou pelo palco com a estátua. Dirigiu Cantando na Chuva. Sete Noivas Para Sete Irmãos. E mais uns 10 filmes que se vê hoje com imenso prazer. Charada é uma diversão que respeita sua idade. É adulto. É bobo e é fútil. E também esperto e chique. 1963 era um tempo em que adultos ainda iam ao cinema. E por isso se faziam filmes para eles. Creia, havia filmes no topo da bilheteria que não eram endereçados aos teenagers. Como Roubar Um Milhão foi feito 3 anos depois e tem Peter O'Toole como par de Audrey. O diretor é William Wyler. Quem? Wyler, o veterano que venceu 3 Oscars. Dá um google. Ele tem mais de 20 grandes grandes grandes filmes. Este não é um deles. Eu adoro porque adoro a dupla central. Mas faltou roteiro. E o sucesso de bilheteria foi bem mediano. De qualquer modo a gente fica lá, sentados vendo aqueles lugares lindos com aquelas pessoas glamorosas.
Mais um assunto? RocknRoll, disco de 1975 de John Lennon. É o único dele que ainda ouço. Covers de rocks dos anos 50. Phil Spector produziu mais da metade das faixas. Bom modo de voce conhecer Spector. Em 1975 ele já estava louco. Mas tá lá o estilo dele. Conto...em 1962 não tinha essa coisa de produtor como a gente conheceu mais tarde. Em 1972 por exemplo, a gente percebe quando um LP é produzido por Bob Ezrin. Ou por Jimmy Miller. O som é outro. A escolha dos instrumentos. A mixagem. Em 1962 Spector criou isso sozinho. Ele era a estrela dos discos que produzia. Sacou primeiro que a mesa de mixagem era talvez o instrumento mais importante de um disco. E começou a criar. Aumentar o baixo aqui. Enfiar cinco guitarras ali. Uma orquestra de sopros no refrão. Esconder esse piano. Maga egocêntrico, ele enchia tudo de som. É o homem que odeia o silêncio. No disco RocknRoll preste atenção em 3 faixas: You Can't Catch Me é uma massa de som que te engole. São cinco guitarras. Três bateras. Três teclados. E mais um monte de sopros e percussão. 25 instrumentos. Todos tocando como se fossem um só. É aquilo que ficou famoso como Wall of Sound. Uma parede que esmaga o cantor e marcha direto aos eu ouvido. Ouça também Bonny Moronie. Tem gente solando a música inteira. Mas tá lá no meio da confusão ordenada. Tem gente fazendo backing vocals. Mas sumiu. Ouça Peggy Sue. Vale muito à pena. E preste atenção. PS: Bom aparelho é obrigatório.
DEBBIE, STANLEY, GENE, DONALD E A GENTE
A alegria não cabe mais em nosso mundo. O que nos consola é um tipo de histeria sorridente que nada tem a ver com a alegria. No cinema o máximo que podemos almejar é a comédia cínica ou a fantasia abstrata. Há pudor em ser alegre no mundo da arte. Ou pior, há maldade no mundo artístico.
Debbie Reynolds encarnava a inocência. Stanley Donen a elegância. Gene Kelly a destreza e Donald O'Connor o humor. Todo se uniram para fazer CANTANDO NA CHUVA, o filme que todo amante da vida tem a obrigação de ver. É a prova dos nove de seu grau de sanidade.
Debbie partiu. Ou melhor, nosso mundo não mais pode a aceitar. Ela e seu universo são tão distantes de nós que se tornaram incompatíveis.
Debbie viveu os dois mais temidos pesadelos da alma feminina: Ela perdeu o marido para a melhor amiga e ao fim da vida viu sua filha morrer. Por piedade ela morreu. Justo.
Meu mundo é este de agora, pós 1968, o mundo em que Deus é o desejo e todo desejo é poder. O desejo é Dionísio e as pessoas se esqueceram que Dionísio é um deus cruel, violento, egoísta. Ele exige sacrifícios em sua honra, sangue e vinho. O mundo de Debbie era o de Apolo, elegante, belo, ordenado ( mesmo que fosse apenas aparência, aparências são o mundo ). Ela sorria, cantava, chorava, sorria de novo e sabia dançar. Era a vizinha que todo mundo quer ter, a namoradinha da sexta série, a melhor amiga que vira esposa. Nunca foi sexy, ela era amável.
Partiu.
E o que nos resta, enquanto alguns ainda sabem, é cantar na chuva e ser um palhaço.
Debbie Reynolds encarnava a inocência. Stanley Donen a elegância. Gene Kelly a destreza e Donald O'Connor o humor. Todo se uniram para fazer CANTANDO NA CHUVA, o filme que todo amante da vida tem a obrigação de ver. É a prova dos nove de seu grau de sanidade.
Debbie partiu. Ou melhor, nosso mundo não mais pode a aceitar. Ela e seu universo são tão distantes de nós que se tornaram incompatíveis.
Debbie viveu os dois mais temidos pesadelos da alma feminina: Ela perdeu o marido para a melhor amiga e ao fim da vida viu sua filha morrer. Por piedade ela morreu. Justo.
Meu mundo é este de agora, pós 1968, o mundo em que Deus é o desejo e todo desejo é poder. O desejo é Dionísio e as pessoas se esqueceram que Dionísio é um deus cruel, violento, egoísta. Ele exige sacrifícios em sua honra, sangue e vinho. O mundo de Debbie era o de Apolo, elegante, belo, ordenado ( mesmo que fosse apenas aparência, aparências são o mundo ). Ela sorria, cantava, chorava, sorria de novo e sabia dançar. Era a vizinha que todo mundo quer ter, a namoradinha da sexta série, a melhor amiga que vira esposa. Nunca foi sexy, ela era amável.
Partiu.
E o que nos resta, enquanto alguns ainda sabem, é cantar na chuva e ser um palhaço.
FRED ASTAIRE- TOM CRUISE- GEORGE CUKOR- DORIS DAY- PETER CUSHING
DUAS SEMANAS DE PRAZER ( HOLIDAY INN ) de Mark Sandrich com Bing Crosby, Fred Astaire e Marjorie Reynolds.
Um triângulo amoroso entre um cantor, um dançarino e uma novata. O cantor larga a vida na cidade e monta uma pousada no campo. Essa pousada vira um hotel-show. E o amigo vai se apresentar lá e disputar sua garota. O filme é uma delicia. Todas as canções são de Irving Berlin e cada uma fala de um feriado. Fred Astaire está ótimo como um dançarino meio safo. Tem três números espetaculares. Mas o filme se sustenta graças a direção do mestre Sandrich, diretor dos melhores filmes da dupla Astaire-Rogers e que morreria nesse mesmo ano. Bing Crosby transpira calma. Um paizão. Poucos anos depois este filme seria refeito com pequenas mudanças...e com resultado bem mais pálido. Nota 8.
ROMANCE INACABADO de Stuart Heisler com Bing Crosby e Fred Astaire.
Usando as mesmas canções de Irving Berlin, os produtores refazem Holiday Inn. As mudanças são poucas: o ambiente é todo de cidade e Bing é um cara que vive mudando de endereço. Fred disputa uma mulher com ele... Há o Puttin on The Ritz de Fred, e isso sempre nos faz sorrir de satisfação. Mas é um filme de segunda. Nota 5.
UM PIJAMA PARA DOIS ( THE PAJAMA GAME ) de Stanley Donen com Doris Day, John Raitt e Carol Haney.
Um sucesso na Broadway, este musical trata de um tema incomum: uma greve. O ambiente é todo de fábrica e de gente "comum". O filme foi um fracasso em 1959. Já se sentia o fim do mundo dos musicais. É um filme estranho...as músicas são excelentes, algumas danças são boas ( duas são ótimas ), mas ele não funciona. Simplesmente desistimos dele. A coreografia é de Bob Fosse, o gênio, e em duas cenas percebemos o futuro monstro que ele seria. Os corpos voam, as mãos falam, é o modo único de Bob Fosse fazer dança. Mas o filme...Donen, um dos meus diretores favoritos, dirige sem paixão. Pena...Nota 3.
A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN de Terence Fisher com Peter Cushing e Christopher Lee.
O primeiro filme da Hammer. Uma produtora inglesa, barata, que em 1957 resolveu fazer filmes de terror de bom nível. Pegou o ciclo dos anos 30 da Universal e os refilmou de outro jeito. Mais explícitos e coloridos. Este foi o primeiro e como vendeu bem, abriu o caminho para o filão que duraria quase vinte anos. Os atores estão maravilhosos e confesso que senti um certo incômodo vendo o filme. É doentio. Nota 5.
MISSÃO IMPOSSÍVEL de Christopher McQuarrie com Tom Cruise, Jeremy Renner, Simon Pegg e Rebecca Ferguson.
Apesar da história ser completamente inverossímil, é um filme de ação muito bom. Todas as cenas têm o ponto certo, nunca parecem longas, nunca são velozes demais. Você consegue ver gente em meio ao fogo e às explosões. Tom nasceu para esse filme, está perfeito. O vilão é terrível no ponto exato e a heroína é bonita e convence. Tipo de diversão que vale cada centavo gasto. Nota 7.
O CAVALO CAMPEÃO de Anthony Pelissier com John Mills, John Howard Davies e Valerie Hobson
Um filme muuuuuito estranho. Numa família de classe média, o pai gasta muito dinheiro no jogo, a mãe é consumista ao extremo e o único filho desmorona vendo o desastre que se aproxima. Mas eles têm um jardineiro que lhe apresenta o jockey club e o menino aposta e começa a ganhar... Poucos filmes demonstram com mais distanciamento o desastre de uma criança. Pais que dão ao filho toda a tensão do lar. O filme é esquisito, árido, simples e muito duro. Hoje é considerado uma pequena jóia do cinema inglês.
NASCE UMA ESTRELA de George Cukor com James Mason e Judy Garland.
Um filme maldito. Cukor fez um filme de 4 horas. A Warner cortou para duas e meia. E, apesar das indicações ao Oscar, foi um fracasso. Aqui temos ele refeito em 3 horas e pouco. Visualmente é um primor. O colorido brilha em tons de azul e preto, ângulos de câmera ousados e movimentos súbitos. Mas a história é difícil de acompanhar. Talvez por sabermos toda a história do ator bêbado que descobre cantora genial e a lança ao estrelato. O filme é pesado, triste, mórbido até. Judy perdeu o Oscar para Grace Kelly e jamais se recuperou. James Mason está bem, mas nunca emociona. Um grande erro. Dos poucos de Cukor.
PAPAI PERNILONGO de Jean Negulesco com Fred Astaire e Leslie Caron.
Sempre que Astaire se afasta do tipo continental, o cara da cidade, meio safo, esperto e vaporoso, o filme parece se ressentir disso. Aqui nada convence. Ele é um ricaço que adota uma francesa pobre de 18 anos....Aff...Ela não pode saber e depois de anos ele se aproxima dela sem que ela saiba que ele é o benfeitor que pagou tudo para ela. Sim, é uma bobagem xaroposa. Fuja!
Um triângulo amoroso entre um cantor, um dançarino e uma novata. O cantor larga a vida na cidade e monta uma pousada no campo. Essa pousada vira um hotel-show. E o amigo vai se apresentar lá e disputar sua garota. O filme é uma delicia. Todas as canções são de Irving Berlin e cada uma fala de um feriado. Fred Astaire está ótimo como um dançarino meio safo. Tem três números espetaculares. Mas o filme se sustenta graças a direção do mestre Sandrich, diretor dos melhores filmes da dupla Astaire-Rogers e que morreria nesse mesmo ano. Bing Crosby transpira calma. Um paizão. Poucos anos depois este filme seria refeito com pequenas mudanças...e com resultado bem mais pálido. Nota 8.
ROMANCE INACABADO de Stuart Heisler com Bing Crosby e Fred Astaire.
Usando as mesmas canções de Irving Berlin, os produtores refazem Holiday Inn. As mudanças são poucas: o ambiente é todo de cidade e Bing é um cara que vive mudando de endereço. Fred disputa uma mulher com ele... Há o Puttin on The Ritz de Fred, e isso sempre nos faz sorrir de satisfação. Mas é um filme de segunda. Nota 5.
UM PIJAMA PARA DOIS ( THE PAJAMA GAME ) de Stanley Donen com Doris Day, John Raitt e Carol Haney.
Um sucesso na Broadway, este musical trata de um tema incomum: uma greve. O ambiente é todo de fábrica e de gente "comum". O filme foi um fracasso em 1959. Já se sentia o fim do mundo dos musicais. É um filme estranho...as músicas são excelentes, algumas danças são boas ( duas são ótimas ), mas ele não funciona. Simplesmente desistimos dele. A coreografia é de Bob Fosse, o gênio, e em duas cenas percebemos o futuro monstro que ele seria. Os corpos voam, as mãos falam, é o modo único de Bob Fosse fazer dança. Mas o filme...Donen, um dos meus diretores favoritos, dirige sem paixão. Pena...Nota 3.
A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN de Terence Fisher com Peter Cushing e Christopher Lee.
O primeiro filme da Hammer. Uma produtora inglesa, barata, que em 1957 resolveu fazer filmes de terror de bom nível. Pegou o ciclo dos anos 30 da Universal e os refilmou de outro jeito. Mais explícitos e coloridos. Este foi o primeiro e como vendeu bem, abriu o caminho para o filão que duraria quase vinte anos. Os atores estão maravilhosos e confesso que senti um certo incômodo vendo o filme. É doentio. Nota 5.
MISSÃO IMPOSSÍVEL de Christopher McQuarrie com Tom Cruise, Jeremy Renner, Simon Pegg e Rebecca Ferguson.
Apesar da história ser completamente inverossímil, é um filme de ação muito bom. Todas as cenas têm o ponto certo, nunca parecem longas, nunca são velozes demais. Você consegue ver gente em meio ao fogo e às explosões. Tom nasceu para esse filme, está perfeito. O vilão é terrível no ponto exato e a heroína é bonita e convence. Tipo de diversão que vale cada centavo gasto. Nota 7.
O CAVALO CAMPEÃO de Anthony Pelissier com John Mills, John Howard Davies e Valerie Hobson
Um filme muuuuuito estranho. Numa família de classe média, o pai gasta muito dinheiro no jogo, a mãe é consumista ao extremo e o único filho desmorona vendo o desastre que se aproxima. Mas eles têm um jardineiro que lhe apresenta o jockey club e o menino aposta e começa a ganhar... Poucos filmes demonstram com mais distanciamento o desastre de uma criança. Pais que dão ao filho toda a tensão do lar. O filme é esquisito, árido, simples e muito duro. Hoje é considerado uma pequena jóia do cinema inglês.
NASCE UMA ESTRELA de George Cukor com James Mason e Judy Garland.
Um filme maldito. Cukor fez um filme de 4 horas. A Warner cortou para duas e meia. E, apesar das indicações ao Oscar, foi um fracasso. Aqui temos ele refeito em 3 horas e pouco. Visualmente é um primor. O colorido brilha em tons de azul e preto, ângulos de câmera ousados e movimentos súbitos. Mas a história é difícil de acompanhar. Talvez por sabermos toda a história do ator bêbado que descobre cantora genial e a lança ao estrelato. O filme é pesado, triste, mórbido até. Judy perdeu o Oscar para Grace Kelly e jamais se recuperou. James Mason está bem, mas nunca emociona. Um grande erro. Dos poucos de Cukor.
PAPAI PERNILONGO de Jean Negulesco com Fred Astaire e Leslie Caron.
Sempre que Astaire se afasta do tipo continental, o cara da cidade, meio safo, esperto e vaporoso, o filme parece se ressentir disso. Aqui nada convence. Ele é um ricaço que adota uma francesa pobre de 18 anos....Aff...Ela não pode saber e depois de anos ele se aproxima dela sem que ela saiba que ele é o benfeitor que pagou tudo para ela. Sim, é uma bobagem xaroposa. Fuja!
BLUE JASMINE/ WOLVERINE/ UM DIA EM NY/ CANTANDO NA CHUVA/ JOSH
BLUE JASMINE de Woody Allen com Cate Blanchett, Sally Hawkins, Alec Baldwin
Dizer que todo o elenco está ótimo é chover no molhado, todo filme de Woody tem grandes atuações. Cate Blanchett chega ao milagroso, sua Jasmine tem uma tensão bergmaniana. Penso ser o melhor desempenho feminino desde Helen Mirren fazendo a rainha Elizabeth. A história é uma adaptação de Um Bonde Chamado Desejo para os dias de hoje, ou seja, Blanche seria mais consumista e Stanley menos viril. ( Aliás o filme me deu uma vontade doida de rever o filme de Kazan com Brando e Vivien Leigh fazendo misérias ). Para quem não viu e não aguenta mais as repetições de Woody um toque: o filme nada se parece com um tipico Woody Allen. É drama duro, forte, trágico, Allen não tem pena da pobre Jasmine. Esqueça o humor, esqueça a doce vida dos ricos neuróticos, é um drama pungente. Pobre Jasmine!!! Não há lugar para ela num mundo que ela sempre ignorou. Nota 7.
LIGADOS PELO AMOR de Josh Boone com Greg Kinnear, Jennifer Connely, Lily Collins
Como um dia foi Jack ou Ted, Josh é hoje o nome da moda nos EUA. Cool... Então o diretor, Josh, ganha o troféu de Josh de uma ano cheio de Joshs. O filme, uma bobeirinha delicada sobre uma aluninho de escola cool tãaaaaao sensível e apaixonado!, é de uma imbecilidade joshiana. Nota ZERO.
UM DIA EM NOVA YORK de Stanley Donen e Gene Kelly com Gene Kelly, Frank Sinatra e Ann Miller
Exuberante! A primeira direção da dupla é baseada num show histórico de Leonard Bernstein e Jerome Robbins. Filmado nas ruas de NY, com uma energia viril contagiante, mostra 24 horas na vida de 3 marujos em licença. Uma obra-prima. Nota DEZ!
CANTANDO NA CHUVA de Stanley Donen e Gene Kelly com Gene Kelly, Debbie Reynolds, Donald O`Connor, Jean Hagen
Dizer o que? Tem alguns dos melhores e mais famosos momentos de toda a história do cinema. Impressionante ele não ter ganho o Oscar de melhor tudo. NOTA MIL !!!!!!!
SR E SRA SMITH de Alfred Hitchcock com Robert Montgomery e Carole Lombard
Hitch estava na companhia de Selznick e resolveu fazer um filme com sua amiga, a grande Carole Lombard. Um veículo para essa brilahnte comediante ( que morreria em desastre de avião na sequencia ), é o menos tipico dos filmes americanos de Hitch. Marido e esposa descobrem que na verdade seu casamento foi ilegal, estão solteiros de novo...Nada de especial. Alguns movimentos de câmera são puro Hitch. Nota 5.
WOLVERINE IMORTAL de James Mangold com Hugh Jackman
Mangold é o bom diretor de N filmes dos mais variados estilos. Ou seja, é um profissional a moda antiga, se exercitando em tudo quanto é gênero. Fez um bom western, uma ótima bio, bons policiais...e esta filme cartoon. Sério, sério até demais. É um bom filme, mas falta um bocado de ação. Nota 6.
Dizer que todo o elenco está ótimo é chover no molhado, todo filme de Woody tem grandes atuações. Cate Blanchett chega ao milagroso, sua Jasmine tem uma tensão bergmaniana. Penso ser o melhor desempenho feminino desde Helen Mirren fazendo a rainha Elizabeth. A história é uma adaptação de Um Bonde Chamado Desejo para os dias de hoje, ou seja, Blanche seria mais consumista e Stanley menos viril. ( Aliás o filme me deu uma vontade doida de rever o filme de Kazan com Brando e Vivien Leigh fazendo misérias ). Para quem não viu e não aguenta mais as repetições de Woody um toque: o filme nada se parece com um tipico Woody Allen. É drama duro, forte, trágico, Allen não tem pena da pobre Jasmine. Esqueça o humor, esqueça a doce vida dos ricos neuróticos, é um drama pungente. Pobre Jasmine!!! Não há lugar para ela num mundo que ela sempre ignorou. Nota 7.
LIGADOS PELO AMOR de Josh Boone com Greg Kinnear, Jennifer Connely, Lily Collins
Como um dia foi Jack ou Ted, Josh é hoje o nome da moda nos EUA. Cool... Então o diretor, Josh, ganha o troféu de Josh de uma ano cheio de Joshs. O filme, uma bobeirinha delicada sobre uma aluninho de escola cool tãaaaaao sensível e apaixonado!, é de uma imbecilidade joshiana. Nota ZERO.
UM DIA EM NOVA YORK de Stanley Donen e Gene Kelly com Gene Kelly, Frank Sinatra e Ann Miller
Exuberante! A primeira direção da dupla é baseada num show histórico de Leonard Bernstein e Jerome Robbins. Filmado nas ruas de NY, com uma energia viril contagiante, mostra 24 horas na vida de 3 marujos em licença. Uma obra-prima. Nota DEZ!
CANTANDO NA CHUVA de Stanley Donen e Gene Kelly com Gene Kelly, Debbie Reynolds, Donald O`Connor, Jean Hagen
Dizer o que? Tem alguns dos melhores e mais famosos momentos de toda a história do cinema. Impressionante ele não ter ganho o Oscar de melhor tudo. NOTA MIL !!!!!!!
SR E SRA SMITH de Alfred Hitchcock com Robert Montgomery e Carole Lombard
Hitch estava na companhia de Selznick e resolveu fazer um filme com sua amiga, a grande Carole Lombard. Um veículo para essa brilahnte comediante ( que morreria em desastre de avião na sequencia ), é o menos tipico dos filmes americanos de Hitch. Marido e esposa descobrem que na verdade seu casamento foi ilegal, estão solteiros de novo...Nada de especial. Alguns movimentos de câmera são puro Hitch. Nota 5.
WOLVERINE IMORTAL de James Mangold com Hugh Jackman
Mangold é o bom diretor de N filmes dos mais variados estilos. Ou seja, é um profissional a moda antiga, se exercitando em tudo quanto é gênero. Fez um bom western, uma ótima bio, bons policiais...e esta filme cartoon. Sério, sério até demais. É um bom filme, mas falta um bocado de ação. Nota 6.
A FELICIDADE EM FILME, OS MAIS FELIZES DOS FILMES
Pegaram FANCY FREE, uma obra genial de Bernstein e Jerome Robbins e transformaram neste filme impactante. Criticos snobs da época torceram o nariz, afinal não respeitaram toda a obra-prima, mas caramba, que filme bom!
A primeira cena, com a música de Lennie Bernstein, já conquista qualquer cara de gosto refinado. Um trabalhador se lamenta por ser segunda-feira. De um navio descem marinheiros em férias de 24 horas. Um luminoso marca o tempo:: segunda, 7 horas...
New York, os 3 marinheiros andam pela cidade e cantam. É excitante, é feliz, é wonderful ! Gene Kelly é um entusiasmado rapaz que se apaixona pela Miss Metrô. Jules Munshin é um grandão que só pensa em garotas e Frank Sinatra faz o tipo de papel que ele fazia nos anos 40, um ingênuo desprotegido. A cidade, gloriosa, é percorrida pelos amigos e pelas mulheres que eles vão conquistando pelo caminho, uma taxista e uma antropóloga. Nesse frenesi alegre e atlético, o espectador acompanha o espírito do filme: alegria sem ironia. É o mais feliz filme já feito.
Sucesso em seu tempo, curto e direto, sem muita pieguice, e com um final perfeito, UM DIA EM NEW YORK é uma obra-prima de Gene Kelly e Stanley Donen. A primeira direção dos dois.
Fariam alguns poucos anos mais tarde SINGIN IN THE RAIN.
O cinema tem duas cenas que são seus emblemas: A cena no chuveiro de Psycho e Kelly dançando na chuva. Quem foi feliz sabe, quem é feliz sabe, aquela dança simboliza tudo o que sentimos aos nos descobrir felizes. Kelly canta, pula, chuta a água e em toque de sublime delicadeza termina a cena dando seu guarda-chuva para um senhor molhado que o agradece. A felicidade ignora a chuva, ignora o guarda, ignora a elegância ( é uma dança deslegante ), e se dá a um anônimo. Como Kelly e Donen conseguiram fazer algo de tamanha perfeição? É uma prova palpável de que milagres existem.
Mas há mais! Bem mais!
Make em Laugh, com Donald O`Connor é absurdamente alegre. Dança que faz rir, um artista dando o máximo e chegando ao pós-limite. Há Debbie Reynolds no simples e leve All I Wanna Do, lindo momento como noite de natal. Linda, ela, leve, brilha. Fadas existem?
Uma subtrama séria ronda o filme: O quanto somos esmagados pelo star system. Nossos padrões são altos e irreais demais! Queremos ser charmosos como Fred Astaire, elegantes como Cary Grant, bonitos como Gary Cooper, másculos como Bogart e dispostos como Erroll Flynn. Esses os moldes, voce pode substituir pelo astro de seu tempo, Clooney, Pitt, Depp, Butler, MacConaughey... O padrão é muito alto, e ficamos frustrados.
Mas nada impede que cantemos Good Morning! Tenho amigos que piram com essa cena! Como não pirar?
No Oscar de 94 Stanley Donen finalmente ganhou seu Oscar. E dançou com ele! Se Kelly era o perfeccionista ( e são dois filmes absolutamente perfeitos ), Donen foi chique e feliz.
Um musical precisa de pelo menos três momentos tipo "Arrasa Quarteirão", aqueles apogeus em que o público se levanta e aplaude. Em que o show explode. Pois estes dois filmes têm mais de 6 desses momentos.
A primeira cena, com a música de Lennie Bernstein, já conquista qualquer cara de gosto refinado. Um trabalhador se lamenta por ser segunda-feira. De um navio descem marinheiros em férias de 24 horas. Um luminoso marca o tempo:: segunda, 7 horas...
New York, os 3 marinheiros andam pela cidade e cantam. É excitante, é feliz, é wonderful ! Gene Kelly é um entusiasmado rapaz que se apaixona pela Miss Metrô. Jules Munshin é um grandão que só pensa em garotas e Frank Sinatra faz o tipo de papel que ele fazia nos anos 40, um ingênuo desprotegido. A cidade, gloriosa, é percorrida pelos amigos e pelas mulheres que eles vão conquistando pelo caminho, uma taxista e uma antropóloga. Nesse frenesi alegre e atlético, o espectador acompanha o espírito do filme: alegria sem ironia. É o mais feliz filme já feito.
Sucesso em seu tempo, curto e direto, sem muita pieguice, e com um final perfeito, UM DIA EM NEW YORK é uma obra-prima de Gene Kelly e Stanley Donen. A primeira direção dos dois.
Fariam alguns poucos anos mais tarde SINGIN IN THE RAIN.
O cinema tem duas cenas que são seus emblemas: A cena no chuveiro de Psycho e Kelly dançando na chuva. Quem foi feliz sabe, quem é feliz sabe, aquela dança simboliza tudo o que sentimos aos nos descobrir felizes. Kelly canta, pula, chuta a água e em toque de sublime delicadeza termina a cena dando seu guarda-chuva para um senhor molhado que o agradece. A felicidade ignora a chuva, ignora o guarda, ignora a elegância ( é uma dança deslegante ), e se dá a um anônimo. Como Kelly e Donen conseguiram fazer algo de tamanha perfeição? É uma prova palpável de que milagres existem.
Mas há mais! Bem mais!
Make em Laugh, com Donald O`Connor é absurdamente alegre. Dança que faz rir, um artista dando o máximo e chegando ao pós-limite. Há Debbie Reynolds no simples e leve All I Wanna Do, lindo momento como noite de natal. Linda, ela, leve, brilha. Fadas existem?
Uma subtrama séria ronda o filme: O quanto somos esmagados pelo star system. Nossos padrões são altos e irreais demais! Queremos ser charmosos como Fred Astaire, elegantes como Cary Grant, bonitos como Gary Cooper, másculos como Bogart e dispostos como Erroll Flynn. Esses os moldes, voce pode substituir pelo astro de seu tempo, Clooney, Pitt, Depp, Butler, MacConaughey... O padrão é muito alto, e ficamos frustrados.
Mas nada impede que cantemos Good Morning! Tenho amigos que piram com essa cena! Como não pirar?
No Oscar de 94 Stanley Donen finalmente ganhou seu Oscar. E dançou com ele! Se Kelly era o perfeccionista ( e são dois filmes absolutamente perfeitos ), Donen foi chique e feliz.
Um musical precisa de pelo menos três momentos tipo "Arrasa Quarteirão", aqueles apogeus em que o público se levanta e aplaude. Em que o show explode. Pois estes dois filmes têm mais de 6 desses momentos.
CYD CHARISSE
Cyd Charisse foi deslumbrante.
Dizer mais pra que? Veja a cena de The Band Wagon que postei. É sexy, é cinema.
Dizer mais pra que? Veja a cena de The Band Wagon que postei. É sexy, é cinema.
ALBERTO SORDI/ JEAN DUJARDIM/ JOHN LE CARRÉ/ PI/ RICHARD BURTON/ CLAIRE BLOOM
AS AVENTURAS DE PI de Ang Lee
Resiste muito bem a uma segunda olhada. É um vencedor de Oscar que vai sobreviver. Tem aventura, humor e imagens de sonho. Mais, instiga interpretações. Na verdade ele fala do valor da narrativa como alma da vida. Nesta minha segunda visita meu prazer foi maior. Esse é o sinal do bom filme, na segunda assistida ele cresce. Nota 9.
O ARTISTA de Michel Hazanavicius com Jean Dujardim, Berenice Béjo, John Goodman, Malcolm McDowell
Minha mãe tentou ver este filme e eu o revi com ela. Ela adormeceu, eu gostei mais que na primeira visita. Agora vejo algo mais que apenas sua coragem. Aqui se usa toda a linguagem que o amante de filmes conhece e guarda no peito. Citações da história da arte usadas modernamente. Sim, a forma é a de 1928, mas a mensagem, a narrativa é a de 2012. Dujardim tem uma atuação histórica. Ele seduz, varia, cresce, faz rir, hipnotiza. É uma estrela, um grande ator! Que belo filme!!! Nota 9.
VIAGEM FANTÁSTICA de Richard Fleischer com Stephen Boyd, Donald Pleasence, Raquel Welch
Uma equipe é diminuída e colocada dentro do corpo humano. O objetivo é destruir um coágulo no cérebro. Os efeitos especiais são pueris, mas até que o filme sobrevive. Foi malhado quando de seu lançamento. Houve um tempo em que temas ridiculos eram ridicularizados a priori. Lembro de assisti-lo na TV com 11 anos de idade e passar mal. Agora me diverti. Nota 5.
MEU PÉ DE LARANJA LIMA de Marcos Bernstein
Até tú José Mauro? Botaram um monte de tiques de arte nesta história simples e transformaram isto num trambolho frio e sem porque. Apagaram a poesia, limaram as lágrimas e deixaram um filme ruim. Nota Zero.
DEEP IN MY HEART de Stanley Donen com José Ferrer e Merle Oberon
Conta a vida do austríaco Romberg, que apesar de suas pretensões eruditas se tornou uma estrela da Broadway. O filme tem um problema central, a vida dele é desinteressante. Nada acontece. Donen dirige sem capricho e até sua leveza mágica está ausente. Tem números com Gene Kelly e seu irmão, Fred. Além de Howard Keel. Nem eles salvam o filme da banalidade. José Ferrer, queridinho da critica na época, transpira antipatia. Nota 4.
TO THE WONDER de Terrence Malick com Ben Affleck, Olga Kurilenko, Rachel McAdams
Um erro sério de Malick. O tema é sublime, o amor como dom da alma, como condição de vida, como alma do mundo. Mas o modo como isso nos é passado é desastroso. O filme tenta nos levar ao sonho hipnótico com o uso de cortes ritmados e movimentos de câmera dançados. Os atores rodopiam e o ângulo mais usado é do alto e de costas. Isso cansa, produz tédio. O filme é muuuuito chato! Nota 1.
42, A HISTÓRIA DE UMA LENDA de Brian Helgeland com Chadwick Boseman e Harrison Ford
Em 1947, o dono dos Brooklyn Dodgers contrata o primeiro jogador negro da história, Jack Robinson. O filme é quadrado, básico, mas é impossível não se deixar levar pelo tema. Robinson, que era briguento, suporta as provocações com frieza e vence. Hoje ficamos revoltados com aquilo que ele viveu. Xingamentos no campo de jogo, ameaças das arquibancadas, preconceito do próprio time. Ford está maravilhoso como o dono do time. Digno e muito real. Um bom filme que acho que não será exibido aqui. Procurem em dvd. Vale a pena. Nota 7.
O ESPIÃO QUE SAIU DO FRIO de Martin Ritt com Richard Burton, Claire Bloom, Oskar Werner
Meu Deus, que mundo era esse! Todos tinham de se posicionar, esquerda ou direita. Um mundo rigidamente dividido. Este magnífico filme fala disso. Burton é um agente inglês. Ultra desiludido. É usado numa tortuosa trama para salvar um colaborador na Alemanha Oriental. Num preto e branco frio e fascinante, obra do genial Oswald Morris, o diretor americano Ritt, grande nome da esquerda de então, faz um filme inesquecível. Não espere aventura e galmour. O livro de John Le Carré desmistificou a vida de James Bond. A espionagem é trabalho de entediados, de homens sem alma. Burton tem uma atuação de mestre. Um monstro de ressentimento, de dor fria e sob controle. O filme é brilhante. Nota DEZ.
UM AMERICANO EM ROMA de Steno com Alberto Sordi
Sordi cria uma personagem hilária: um italiano que pensa ser americano. Vive falando frases em inglês macarrônico, canta como Gene Kelly e dança sapateado. Pensa ser cowboy, gangster, playboy. Alguns momentos de sua atuação beiram o sublime. Mas há um problema: o roteiro se perde ao final. Parece que não se sabe o que fazer com personagem tão louco. Uma pena... Nota 5.
CATHERINE KEENER/ HUGH LAURIE/ JANE FONDA/ MICHAEL CAINE/ BOB FOSSE/ BRANCA!!!!
A FILHA DO MEU MELHOR AMIGO de Julian Farino com Hugh Laurie, Catherine Keener, Oliver Pratt e Leighton Meester
Tinha tudo pra dar muito errado. A história de duas familias amigas. Os pais fazem corrida juntos, as mães se visitam, tudo normal. Então a filha de uma dessas familias volta pra casa. E o pai de meia-idade da familia "amiga" começa a namorar com a garota. Vem a separação, o ostracismo, a pressão social. O filme começa mal, parece ser mais um filme gracinha e jovenzinho tipo Miss Sunshine. Mas não é. A forma como os dois ficam é muito simples e muito real. O casal funciona, parecem de verdade. O namoro dos dois faz com que tudo mude na vida de todos os envolvidos. A rotina das familias muda, eles têm de acordar. E me peguei torcendo para que o filme não brochasse, que fosse nessa linha, a mudança nascendo do inesperado. Mas não. No final, e vou contar, a menina sai perdendo. Ela não suporta a pressão e vai embora. Todos voltam ao normal, todos se dão bem, ela perde. O filme acaba sendo uma grande defesa do maior dos valores da América ( não, jamais foi a familia ), a amizade entre os homens. Os dois pais voltam a ser amigos, a camaradagem masculina vence. O filme tem atenuantes. A menina tem 24 anos, ou seja, longe da pedofilia. E o estilo é todo de "comédia familiar", apesar do tema é um filme doce. A atriz que faz a menina, Leighton Meester é apaixonante. Natural, linda, alegre. O elenco é todo ok, e o filme é bem melhor do que parece ( apesar dos defeitos aqui apontados ). Se o final fosse menos óbvio seria um filme bastante invulgar. Mas vale muito ver. Nota 7.
PAZ, AMOR E MUITO MAIS de Bruce Beresford com Jane Fonda e Catherine Keener
Beresford não muda. Todos os seus filmes são assim: mais ou menos, legaizinhos, do bem, esquecíveis. Este é bem assim. O fim de um casamento. A mulher leva o casal de filhos para a casa da avó, para dar um tempo. Essa avó mora em Woodstock e é uma lenda lá. Hippie radical, ela vende maconha, pinta homens nús e namorou Leonard Cohen entre muitos outros. A filha odeia essa mãe doidona. Os netos são logo conquistados. Fumam, bebem, festejam. O filme tem de bom Jane Fonda, a beleza do lugar e o fato de nada ser tipo "hippie chic". A casa tem galinhas nos quartos e é de uma bagunça exemplar. Mas o roteiro é hiper-pobre. Nada acontece de errado. Não há atrito, não há erro. A gente sabe todo o tempo tudo o que vai ocorrer. Jane brinca de ser Jane Fonda. Alguém ainda lembra que em 1973 ela era uma Angelina Jolie perseguida pela CIA ? Famosíssima e muito politizada, ela era odiada pela direita americana. Depois se casou, largou o cinema e passou a viver em função do marido ( que sonhava em ser presidente ). Toda uma geração a desconhece. Este filme serve apenas para quem já a conhece. Woodstock é uma cidade linda!!! PS: que bela atriz é Catherine Keener! Nota 4.
O PARCEIRO DE SATANÁS de Stanley Donen com Gwen Verdon, Tab Hunter e Ray Walston
O diabo vem a Terra e tenta um fã de beisebol. Se ele lhe vender a alma será rejuvenescido e se tornará o maior jogador da história do esporte. Ele aceita. O filme não é bom. Porque? Tab Hunter é um péssimo ator e o roteiro, baseado em show da Broadway, se perde. Fica chato até. Mas, quase ao final, um milagre acontece. Bob Fosse entra em cena e faz um número com Gwen Verdon. São três minutos da mais absoluta genialidade. É alegre, é sexy, é criativo, é esperto. Dá vontade de ver pra sempre. Grande Bob Fosse, um gênio! Fora isso, todo o resto é absolutamente falho. Bola fora do grande Stanley Donen. Nota 3.
UM GOLPE PERFEITO de Michael Hoffman com Colin Firth, Cameron Diaz, Alan Rickman, Tom Courtney, Stanley Tucci.
Nos anos 60 era moda um tipo de filme que era chamado de "filme sofisticado pop". Falava de gente malandra, de gente bem vestida, mentirosa, cheia de tramóias e planos de roubos ou golpes mentirosos. Tinham trilha sonora chiquérrima, cenários vastos e atores bacanas e extra cool. Pois bem, todos esses filmes foram refilmados nos últimos quinze anos. Desde Charada até Get Carter, todos foram destruídos em refilmagens terrivelmente ruins. A única excessão foi Oceans Eleven, cuja versão de Soderbergh é muito superior a original. Michael Caine fez vários desses filmes "espertos" originais. Que eu me recorde, seis foram refilmados nos últimos dez anos. Michael Caine já foi reinterpretado por Jude Law, Matt Damon, Mathew McConaughey e agora por Colin Firth. O original deste filme é uma maravilhosa sacanagem. Cheio de humor, de malicia e muito chique. Tem ritmo, tem savoir faire, tem estilo. E faz rir. Esta versão, escrita pelos irmãos Coen, que devem adorar o original, foi malhada pela Folha. Esqueça a Folha! Apesar de estar a milhas do original, este filme faz rir, dá prazer e é uma gostosura. Firth está ótimo como um bobo que se acha infalível, Alan Rickman rouba o filme como a vítima e Courtney é um grande mito do palco inglês. Cameron está bem ( mas as mulheres realmente piraram....que corpo hiper malhado é esse??? ). O filme tem 3 ótimas cenas. E um final fraco. Vale ver. Nota 6.
FOGO CONTRA FOGO de David Barrett com Josh Duhamel, Bruce Willis e Rosario Dawson
Sobre testemunha de crime que resolve matar o bandidão. Eis o tipo de aventura que odeio. Porque o estilo é "metido a arte". Tudo é escuro, sombrio, trêmulo, cheio de sons esquisitos. A gente nada vê, e acaba por nada mais querer ver. O filme é muito, muito ruim. Bruce Willis participa como um policial veterano. Nada faz no filme. ZERO!
O EXPRESSO DE VON RYAN de Mark Robson com Frank Sinatra e Trevor Howard
Na Itália dominada pelos alemães, prisioneiros ingleses escapam de um trem que os levava para a Alemanha. O filme começa devagar, mas então ele acelera e não perde mais o rumo. É uma bela aventura de guerra, cheia de suspense e com boa produção. O final é amargo e pode desagradar. Eu gostei. Inclusive do final. A trilha sonora de Jerry Goldsmith é uma obra-prima. Feito em 1965, segundo a dupla francesa pop Air, este é o grande ano das trilhas de cinema. Ouça esta e entenda porque. Nota 7.
BRANCALEONE NAS CRUZADAS de Mario Monicelli com Vittorio Gassman e Stefania Sandrelli
O primeiro Brancaleone é talvez a melhor das comédias de cinema. Este, feito cinco anos depois, não chega nem perto. Mas é um prazer rever Gassman nesse papel. Ele nunca teme o exagero, vai fundo na doidice inocente de Branca e exercita seu talento infinito. Amamos Brancaleone, mas agora não amamos o filme. A soberba criatividade do primeiro não se repete aqui. PS: a estrela Stefania Sandrelli... chega a doer de tão bela !!! Nota 5.
Tinha tudo pra dar muito errado. A história de duas familias amigas. Os pais fazem corrida juntos, as mães se visitam, tudo normal. Então a filha de uma dessas familias volta pra casa. E o pai de meia-idade da familia "amiga" começa a namorar com a garota. Vem a separação, o ostracismo, a pressão social. O filme começa mal, parece ser mais um filme gracinha e jovenzinho tipo Miss Sunshine. Mas não é. A forma como os dois ficam é muito simples e muito real. O casal funciona, parecem de verdade. O namoro dos dois faz com que tudo mude na vida de todos os envolvidos. A rotina das familias muda, eles têm de acordar. E me peguei torcendo para que o filme não brochasse, que fosse nessa linha, a mudança nascendo do inesperado. Mas não. No final, e vou contar, a menina sai perdendo. Ela não suporta a pressão e vai embora. Todos voltam ao normal, todos se dão bem, ela perde. O filme acaba sendo uma grande defesa do maior dos valores da América ( não, jamais foi a familia ), a amizade entre os homens. Os dois pais voltam a ser amigos, a camaradagem masculina vence. O filme tem atenuantes. A menina tem 24 anos, ou seja, longe da pedofilia. E o estilo é todo de "comédia familiar", apesar do tema é um filme doce. A atriz que faz a menina, Leighton Meester é apaixonante. Natural, linda, alegre. O elenco é todo ok, e o filme é bem melhor do que parece ( apesar dos defeitos aqui apontados ). Se o final fosse menos óbvio seria um filme bastante invulgar. Mas vale muito ver. Nota 7.
PAZ, AMOR E MUITO MAIS de Bruce Beresford com Jane Fonda e Catherine Keener
Beresford não muda. Todos os seus filmes são assim: mais ou menos, legaizinhos, do bem, esquecíveis. Este é bem assim. O fim de um casamento. A mulher leva o casal de filhos para a casa da avó, para dar um tempo. Essa avó mora em Woodstock e é uma lenda lá. Hippie radical, ela vende maconha, pinta homens nús e namorou Leonard Cohen entre muitos outros. A filha odeia essa mãe doidona. Os netos são logo conquistados. Fumam, bebem, festejam. O filme tem de bom Jane Fonda, a beleza do lugar e o fato de nada ser tipo "hippie chic". A casa tem galinhas nos quartos e é de uma bagunça exemplar. Mas o roteiro é hiper-pobre. Nada acontece de errado. Não há atrito, não há erro. A gente sabe todo o tempo tudo o que vai ocorrer. Jane brinca de ser Jane Fonda. Alguém ainda lembra que em 1973 ela era uma Angelina Jolie perseguida pela CIA ? Famosíssima e muito politizada, ela era odiada pela direita americana. Depois se casou, largou o cinema e passou a viver em função do marido ( que sonhava em ser presidente ). Toda uma geração a desconhece. Este filme serve apenas para quem já a conhece. Woodstock é uma cidade linda!!! PS: que bela atriz é Catherine Keener! Nota 4.
O PARCEIRO DE SATANÁS de Stanley Donen com Gwen Verdon, Tab Hunter e Ray Walston
O diabo vem a Terra e tenta um fã de beisebol. Se ele lhe vender a alma será rejuvenescido e se tornará o maior jogador da história do esporte. Ele aceita. O filme não é bom. Porque? Tab Hunter é um péssimo ator e o roteiro, baseado em show da Broadway, se perde. Fica chato até. Mas, quase ao final, um milagre acontece. Bob Fosse entra em cena e faz um número com Gwen Verdon. São três minutos da mais absoluta genialidade. É alegre, é sexy, é criativo, é esperto. Dá vontade de ver pra sempre. Grande Bob Fosse, um gênio! Fora isso, todo o resto é absolutamente falho. Bola fora do grande Stanley Donen. Nota 3.
UM GOLPE PERFEITO de Michael Hoffman com Colin Firth, Cameron Diaz, Alan Rickman, Tom Courtney, Stanley Tucci.
Nos anos 60 era moda um tipo de filme que era chamado de "filme sofisticado pop". Falava de gente malandra, de gente bem vestida, mentirosa, cheia de tramóias e planos de roubos ou golpes mentirosos. Tinham trilha sonora chiquérrima, cenários vastos e atores bacanas e extra cool. Pois bem, todos esses filmes foram refilmados nos últimos quinze anos. Desde Charada até Get Carter, todos foram destruídos em refilmagens terrivelmente ruins. A única excessão foi Oceans Eleven, cuja versão de Soderbergh é muito superior a original. Michael Caine fez vários desses filmes "espertos" originais. Que eu me recorde, seis foram refilmados nos últimos dez anos. Michael Caine já foi reinterpretado por Jude Law, Matt Damon, Mathew McConaughey e agora por Colin Firth. O original deste filme é uma maravilhosa sacanagem. Cheio de humor, de malicia e muito chique. Tem ritmo, tem savoir faire, tem estilo. E faz rir. Esta versão, escrita pelos irmãos Coen, que devem adorar o original, foi malhada pela Folha. Esqueça a Folha! Apesar de estar a milhas do original, este filme faz rir, dá prazer e é uma gostosura. Firth está ótimo como um bobo que se acha infalível, Alan Rickman rouba o filme como a vítima e Courtney é um grande mito do palco inglês. Cameron está bem ( mas as mulheres realmente piraram....que corpo hiper malhado é esse??? ). O filme tem 3 ótimas cenas. E um final fraco. Vale ver. Nota 6.
FOGO CONTRA FOGO de David Barrett com Josh Duhamel, Bruce Willis e Rosario Dawson
Sobre testemunha de crime que resolve matar o bandidão. Eis o tipo de aventura que odeio. Porque o estilo é "metido a arte". Tudo é escuro, sombrio, trêmulo, cheio de sons esquisitos. A gente nada vê, e acaba por nada mais querer ver. O filme é muito, muito ruim. Bruce Willis participa como um policial veterano. Nada faz no filme. ZERO!
O EXPRESSO DE VON RYAN de Mark Robson com Frank Sinatra e Trevor Howard
Na Itália dominada pelos alemães, prisioneiros ingleses escapam de um trem que os levava para a Alemanha. O filme começa devagar, mas então ele acelera e não perde mais o rumo. É uma bela aventura de guerra, cheia de suspense e com boa produção. O final é amargo e pode desagradar. Eu gostei. Inclusive do final. A trilha sonora de Jerry Goldsmith é uma obra-prima. Feito em 1965, segundo a dupla francesa pop Air, este é o grande ano das trilhas de cinema. Ouça esta e entenda porque. Nota 7.
BRANCALEONE NAS CRUZADAS de Mario Monicelli com Vittorio Gassman e Stefania Sandrelli
O primeiro Brancaleone é talvez a melhor das comédias de cinema. Este, feito cinco anos depois, não chega nem perto. Mas é um prazer rever Gassman nesse papel. Ele nunca teme o exagero, vai fundo na doidice inocente de Branca e exercita seu talento infinito. Amamos Brancaleone, mas agora não amamos o filme. A soberba criatividade do primeiro não se repete aqui. PS: a estrela Stefania Sandrelli... chega a doer de tão bela !!! Nota 5.
CARY GRANT/ AUDREY/ MUPPETS/ DOUGLAS SIRK/ GEORGE CLOONEY/ NICHOLAS RAY/ JOHN WAYNE/ GINA, ELKE, VIRNA, MONICA VITTI
SANGUE DE REBELDE de Douglas Sirk com Rock Hudson
O alemão Sirk ( ídolo de Fassbinder e Almodovar ), tornou-se cult graças a série de dramas que fez nos anos 50 na Universal. São filmes exagerados, barrocos, que não temem a emoção e os fatos esquisitos da vida. Mas ao mesmo tempo, Sirk fez outros tipos de filmes, inclusive western. Este é uma aventura que fala da Irlanda revolucionária. Hudson, que sempre foi bom ator com Sirk, é um impulsivo irlandês procurado pela lei. O filme, todo feito em locações reais é muito bom. Tem suspense, tem ação, e tem muito clima. Fica a certeza de que Sirk foi um belo diretor em mais de um tipo de filme. Nota 7.
A VIDA ÍNTIMA DE UMA MULHER de Nicholas Ray com Maureen O'Hara, Gloria Grahame e Melvyn Douglas
Ray, chamado de gênio por Godard e Truffaut, é dos mais irregulares dos diretores. Se é capaz de fazer filmes belos como Rebel Without a Cause ou Johnny Guitar, é capaz de coisas mal realizadas e capengas como este muito desagradável drama policial. Maureen tenta matar Gloria e assume a culpa. Porque, se tudo leva a crer que não foi ela? Gloria Grahame, que não era bonita, foi uma das mais sexys atrizes da América. Há algo nela de perverso, de doido, de proibido. Na vida real ela foi casada com Ray, que era homossexual, e se envolveu em escândalos sexuais na época. Este filme é quase salvo da vulgaridade por sua presença magnética. Mas na verdade é mais um irritante e mal feito filme do superestimado Ray. 3.
TUDO PELO PODER de George Clooney com Paul Giamati
Clooney surgiu no meio dos anos 90 como a promessa de um novo Cary Grant. Ele tinha o dom de ser engraçado e de misturar esse humor a um charme raro. Mas a partir do século XXI ele começou a querer ser "mais", e se embrenhou na senda dos filmes "relevantes e úteis". Bem, um filme como este pode ser útil, e é bem dirigido. Mas não consigo me envolver com personagens que não me interessam e situações que nunca me comovem. Recordo de "Bom dia Boa Sorte" ( era esse o nome? ), uma das coisas mais insuportáveis que já vi. Há um tipo de filme feito hoje que bebe tudo no estilo que Lumet e Pakula faziam nos anos 70 ( década em que Clooney foi teen ), filmes tipo "Todos Os Homens do Presidente" ou " Network". Não consigo gostar. ( Apesar de Network ser uma obra-prima ). Nota 4.
CHARADA de Stanley Donen com Audrey Hepburn, Cary Grant, Walter Mathau, James Coburn
Da primeira a última cena, este é um filme delicioso. A música de Henry Mancini começa nos coloridos letreiros de abertura, vem uma cena nos Alpes nevados e Audrey recebe um close em seu Givenchy. Cary entra em cena, rabugento e então... pronto! O filme te leva numa trama hitchcockiana sobre marido morto e montes de bandidos atrás da viúva. Todo mundo mente neste filme, e as cenas sempre misturam policial com humor, romance e suspense. Donen começou dirigindo musicais ( Cantando na Chuva, Sete Noivas Para Sete Irmãos ), e depois se tornou um grande diretor de filmes sofisticados. Ele faz com que as cenas dancem. Cary se achava velho demais para o papel ( era 25 anos mais velho que Audrey ) e isso acabou por dar um charme extra ao filme, acompanhamos Audrey tentando o seduzir e ele sempre a lembrando de sua idade e resistindo. Com a excessão de My Fair Lady, é este o filme onde ela está mais bonita e há ainda uma galeria de vilões espetaculares, todos originais e muito bem feitos por atores que se tornariam estrelas em seguida. Neste século ele foi refilmado por Johnathan Demme com Mark Wahlberg fazendo Cary e Thandie Newton em lugar de Audrey.... preciso dizer no que deu? Com suas cenas de uma Paris noturna, seus improvisos entre Audrey e Cary, seu clima chic, é um dos meus mais queridos filmes. Desde que o descobri, na verdade foi meu irmão que o viu antes e me deu a dica, é um caso de amor eterno e bem resolvido que tenho: entre eu e um filme chamado Charada. Nota Dez, claro.
WONDER BAR de Lloyd Bacon com Al Jolson e Dolores del Rio
Ah....os anos 30....eis aqui um tipico produto pop da época: tolo, futil, vazio....e tingido de ouro. Esquecemos que a década de 30 é a década da grande depressão, então Hollywood fazia filmes para tentar curar essa deprê. E valia tudo. Aqui temos piadas, dança, sexo, música, romance e uma exagerada e encantadora breguice. Busby Bekerley coreografou dois números que são uma viagem de LSD cafona. No primeiro moças desfilam em formações geométricas, tudo com muito prata e plumas; no outro ( bastante racista ), um negro pobre morre e vai pro céu. Mas é um céu de negros, onde eles comem costelas de porco, jogam dados e dançam. Bem...nos EUA de hoje essa cena é censurada, mas não vi nada que Mussum ou Macalé não fizessem. Se a gente deixar isso pra lá, é um filme doido, ebuliente, mal interpretado, picareta e absolutamente delicioso!!!! Todo passado numa boate francesa, tem gigolôs, dançarinas, maridos em férias e etc etc etc. Dolores del Rio foi uma das piores atrizes do mundo, e ao mesmo tempo é uma das mais bonitas e sensuais já filmadas. Suas cenas com Ricardo Cortez ( adoro esses nomes ) são aulas de sexy camp. Relaxe e se divirta!!!! Nota.... sem nota.
IWO JIMA de Allan Dwan com John Wayne
É o filme que deu a primeira indicação de ator para Wayne ( ele só teve duas. A segunda só em 1969, que foi quando venceu. O fato de não ter sido indicado por Rastros de Ódio e Red River demonstra o preconceito de Hollywood com o western ). Aqui ele é um sargento durão, do tipo odioso, que treina jovens soldados para a guerra no Pacifico. Em seu gênero ele é OK. As cenas de guerra são muito boas, cheias de imagens da guerra real ( documentários misturados a cenas de ficção ). É sempre bom ver John Wayne nesse tipo de papel, o durão seco que tem um lado humano escondido. É neste filme que se filma a lenda: os soldados erguendo a bandeira em Iwo Jima, tema de filme de Clint. Nota 6.
MAN OF THE WORLD de Richard Wallace com William Powell e Carole Lombard
Os filmes sonoros em seu começo foram combatidos por causa de filmes como este. Enquanto os filmes silenciosos tinham uma fluidez mágica ( como demonstra Aurora ), os falados, em seu primeiro ano, eram parados, sem movimento, congelados. Isso se devia ao problema de captar o som e ao equipamento pesado. Peter Bogdanovich diz que o som veio no pior momento, pois em 1929 o filme silencioso atingia seu auge. Powell é aqui um golpista que se apaixona por vitima de seu golpe. O filme é amargo, de final nada feliz. Mas está longe de ser bom, vale só como curiosidade. Nota 2.
AS BONECAS de Dino Risi, Luigi Comencini, Franco Rossi e Mauro Bolginini com Virna Lisi, Elke Sommer, Monica Vitti e Gina Lollobrigida
No auge de seu cinema ( anos 40/70 ), a Itália, além de seus mestres tinha uma segunda divisão de diretores muito famosos. Gente como Lattuada, Campanille, Zampa, Petri e Indovina. E principalmente esses quatro citados acima. Essa segunda divisão está hoje esquecida, então se tem a impressão de que o cinema da época era só Fellini, Antonioni, Monicelli, De Sica, Pasolini, Visconti, Zurlini e Rosselini. Moda na época era a de fazer filme em episódios. Voce contava quatro histórias, totalmente independentes, com direção e elenco diferentes. Neste tipico exemplo do estilo, temos quatro histórias cujo tema seria o sexo. E quatro simbolos sexuais são escalados. O filme é, visto hoje, ingênuo. Pior, pouco engraçado. Na época já era um filme tolo, e o tempo o piorou. Virna Lisi foi das primeiras atrizes que idolatrei. Eu a achava a coisa mais linda do mundo. Vista agora mantenho a opinião, ela era belíssima! Elke Sommer, que era outra que eu adorava, já nem tanto. E Gina, a mais famosa dentre elas, continua o que sempre foi, bella!!! Mas é Monica Vitti que surpreende. Seu segmento é o melhor ( tem um ator que imita Brando que é impagável ) e ela é a mais bonita. Antonioni, que foi casado com ela, sempre conseguiu a deixar mais feia em seus filmes. Aqui, longe de seu marido, vemos o rosto de Monica como eu o recordava: magnificamente belo, uma perfeição de cabelos, olhos e boca. O rosto dela é o melhor desse filme tão chato. Nota 2.
MUPPETS, O FILME de James Frawley
Atenção!!!! Não é o novo filme! Este é o primeiro, de 1979. Tem participações de Steve Martin, Orson Welles, Bob Hope, James Coburn, Telly Savallas, Mel Brooks e Richard Pryor. Caco é achado no pântano por um caçador de talentos. Vai para Hollywood, e no caminho vai se unindo a todo o grupo Muppet. As canções, excelentes e emocionantes, são de Paul Willians, uma delas ganhou o Oscar. Jim Henson criou a coisa toda e Frank Oz, hoje um grande diretor de comédias, o ajudou. O filme é deliciosamente on the road, Caco indo estrada afora até Hollywood.
Jim Henson foi um gênio. Revi o filme ontem. Ele pegava um pedaço de pano verde, enfiava a mão dentro, e só com isso conseguia nos fazer crer que aquilo era vivo, tinha personalidade e pensava. Na simplicidade em que ele trabalhava, os olhos dos bonecos não se movem, uma das mãos é paralisada, e mesmo desse jeito a gente embarca naquilo. Isso é genialidade! É o cara que pega um pedaço de madeira e um pincel e cria vida. Um cara que pega papel e pena e faz um universo. E é Henson, que pegava alguns metros de tecido e fazia um ser vivo. Cresci vendo Vila Sésamo. Recordo em detalhes a estréia no Brasil. Eu voltei correndo da escola pra não perder e quando terminou fiquei contando as horas pra ver o próximo. Quando Muppet Show estreiou aqui, cinco anos depois, eu já me achava grande demais para Henson ( tinha 13 ). Minha paixão por ele é via Vila Sésamo. Os Muppets vim a descobrir já adulto, em vhs e em reprises na TV. Jim Henson sabia tudo sobre crianças, sobre o que elas pensam, querem e sentem. Sua morte fez com que o mundo ficasse muito mais pobre.
Todos aparecem aqui. Gonzo é meu favorito e até os dois velhos estão presentes. Emocione-se!
O alemão Sirk ( ídolo de Fassbinder e Almodovar ), tornou-se cult graças a série de dramas que fez nos anos 50 na Universal. São filmes exagerados, barrocos, que não temem a emoção e os fatos esquisitos da vida. Mas ao mesmo tempo, Sirk fez outros tipos de filmes, inclusive western. Este é uma aventura que fala da Irlanda revolucionária. Hudson, que sempre foi bom ator com Sirk, é um impulsivo irlandês procurado pela lei. O filme, todo feito em locações reais é muito bom. Tem suspense, tem ação, e tem muito clima. Fica a certeza de que Sirk foi um belo diretor em mais de um tipo de filme. Nota 7.
A VIDA ÍNTIMA DE UMA MULHER de Nicholas Ray com Maureen O'Hara, Gloria Grahame e Melvyn Douglas
Ray, chamado de gênio por Godard e Truffaut, é dos mais irregulares dos diretores. Se é capaz de fazer filmes belos como Rebel Without a Cause ou Johnny Guitar, é capaz de coisas mal realizadas e capengas como este muito desagradável drama policial. Maureen tenta matar Gloria e assume a culpa. Porque, se tudo leva a crer que não foi ela? Gloria Grahame, que não era bonita, foi uma das mais sexys atrizes da América. Há algo nela de perverso, de doido, de proibido. Na vida real ela foi casada com Ray, que era homossexual, e se envolveu em escândalos sexuais na época. Este filme é quase salvo da vulgaridade por sua presença magnética. Mas na verdade é mais um irritante e mal feito filme do superestimado Ray. 3.
TUDO PELO PODER de George Clooney com Paul Giamati
Clooney surgiu no meio dos anos 90 como a promessa de um novo Cary Grant. Ele tinha o dom de ser engraçado e de misturar esse humor a um charme raro. Mas a partir do século XXI ele começou a querer ser "mais", e se embrenhou na senda dos filmes "relevantes e úteis". Bem, um filme como este pode ser útil, e é bem dirigido. Mas não consigo me envolver com personagens que não me interessam e situações que nunca me comovem. Recordo de "Bom dia Boa Sorte" ( era esse o nome? ), uma das coisas mais insuportáveis que já vi. Há um tipo de filme feito hoje que bebe tudo no estilo que Lumet e Pakula faziam nos anos 70 ( década em que Clooney foi teen ), filmes tipo "Todos Os Homens do Presidente" ou " Network". Não consigo gostar. ( Apesar de Network ser uma obra-prima ). Nota 4.
CHARADA de Stanley Donen com Audrey Hepburn, Cary Grant, Walter Mathau, James Coburn
Da primeira a última cena, este é um filme delicioso. A música de Henry Mancini começa nos coloridos letreiros de abertura, vem uma cena nos Alpes nevados e Audrey recebe um close em seu Givenchy. Cary entra em cena, rabugento e então... pronto! O filme te leva numa trama hitchcockiana sobre marido morto e montes de bandidos atrás da viúva. Todo mundo mente neste filme, e as cenas sempre misturam policial com humor, romance e suspense. Donen começou dirigindo musicais ( Cantando na Chuva, Sete Noivas Para Sete Irmãos ), e depois se tornou um grande diretor de filmes sofisticados. Ele faz com que as cenas dancem. Cary se achava velho demais para o papel ( era 25 anos mais velho que Audrey ) e isso acabou por dar um charme extra ao filme, acompanhamos Audrey tentando o seduzir e ele sempre a lembrando de sua idade e resistindo. Com a excessão de My Fair Lady, é este o filme onde ela está mais bonita e há ainda uma galeria de vilões espetaculares, todos originais e muito bem feitos por atores que se tornariam estrelas em seguida. Neste século ele foi refilmado por Johnathan Demme com Mark Wahlberg fazendo Cary e Thandie Newton em lugar de Audrey.... preciso dizer no que deu? Com suas cenas de uma Paris noturna, seus improvisos entre Audrey e Cary, seu clima chic, é um dos meus mais queridos filmes. Desde que o descobri, na verdade foi meu irmão que o viu antes e me deu a dica, é um caso de amor eterno e bem resolvido que tenho: entre eu e um filme chamado Charada. Nota Dez, claro.
WONDER BAR de Lloyd Bacon com Al Jolson e Dolores del Rio
Ah....os anos 30....eis aqui um tipico produto pop da época: tolo, futil, vazio....e tingido de ouro. Esquecemos que a década de 30 é a década da grande depressão, então Hollywood fazia filmes para tentar curar essa deprê. E valia tudo. Aqui temos piadas, dança, sexo, música, romance e uma exagerada e encantadora breguice. Busby Bekerley coreografou dois números que são uma viagem de LSD cafona. No primeiro moças desfilam em formações geométricas, tudo com muito prata e plumas; no outro ( bastante racista ), um negro pobre morre e vai pro céu. Mas é um céu de negros, onde eles comem costelas de porco, jogam dados e dançam. Bem...nos EUA de hoje essa cena é censurada, mas não vi nada que Mussum ou Macalé não fizessem. Se a gente deixar isso pra lá, é um filme doido, ebuliente, mal interpretado, picareta e absolutamente delicioso!!!! Todo passado numa boate francesa, tem gigolôs, dançarinas, maridos em férias e etc etc etc. Dolores del Rio foi uma das piores atrizes do mundo, e ao mesmo tempo é uma das mais bonitas e sensuais já filmadas. Suas cenas com Ricardo Cortez ( adoro esses nomes ) são aulas de sexy camp. Relaxe e se divirta!!!! Nota.... sem nota.
IWO JIMA de Allan Dwan com John Wayne
É o filme que deu a primeira indicação de ator para Wayne ( ele só teve duas. A segunda só em 1969, que foi quando venceu. O fato de não ter sido indicado por Rastros de Ódio e Red River demonstra o preconceito de Hollywood com o western ). Aqui ele é um sargento durão, do tipo odioso, que treina jovens soldados para a guerra no Pacifico. Em seu gênero ele é OK. As cenas de guerra são muito boas, cheias de imagens da guerra real ( documentários misturados a cenas de ficção ). É sempre bom ver John Wayne nesse tipo de papel, o durão seco que tem um lado humano escondido. É neste filme que se filma a lenda: os soldados erguendo a bandeira em Iwo Jima, tema de filme de Clint. Nota 6.
MAN OF THE WORLD de Richard Wallace com William Powell e Carole Lombard
Os filmes sonoros em seu começo foram combatidos por causa de filmes como este. Enquanto os filmes silenciosos tinham uma fluidez mágica ( como demonstra Aurora ), os falados, em seu primeiro ano, eram parados, sem movimento, congelados. Isso se devia ao problema de captar o som e ao equipamento pesado. Peter Bogdanovich diz que o som veio no pior momento, pois em 1929 o filme silencioso atingia seu auge. Powell é aqui um golpista que se apaixona por vitima de seu golpe. O filme é amargo, de final nada feliz. Mas está longe de ser bom, vale só como curiosidade. Nota 2.
AS BONECAS de Dino Risi, Luigi Comencini, Franco Rossi e Mauro Bolginini com Virna Lisi, Elke Sommer, Monica Vitti e Gina Lollobrigida
No auge de seu cinema ( anos 40/70 ), a Itália, além de seus mestres tinha uma segunda divisão de diretores muito famosos. Gente como Lattuada, Campanille, Zampa, Petri e Indovina. E principalmente esses quatro citados acima. Essa segunda divisão está hoje esquecida, então se tem a impressão de que o cinema da época era só Fellini, Antonioni, Monicelli, De Sica, Pasolini, Visconti, Zurlini e Rosselini. Moda na época era a de fazer filme em episódios. Voce contava quatro histórias, totalmente independentes, com direção e elenco diferentes. Neste tipico exemplo do estilo, temos quatro histórias cujo tema seria o sexo. E quatro simbolos sexuais são escalados. O filme é, visto hoje, ingênuo. Pior, pouco engraçado. Na época já era um filme tolo, e o tempo o piorou. Virna Lisi foi das primeiras atrizes que idolatrei. Eu a achava a coisa mais linda do mundo. Vista agora mantenho a opinião, ela era belíssima! Elke Sommer, que era outra que eu adorava, já nem tanto. E Gina, a mais famosa dentre elas, continua o que sempre foi, bella!!! Mas é Monica Vitti que surpreende. Seu segmento é o melhor ( tem um ator que imita Brando que é impagável ) e ela é a mais bonita. Antonioni, que foi casado com ela, sempre conseguiu a deixar mais feia em seus filmes. Aqui, longe de seu marido, vemos o rosto de Monica como eu o recordava: magnificamente belo, uma perfeição de cabelos, olhos e boca. O rosto dela é o melhor desse filme tão chato. Nota 2.
MUPPETS, O FILME de James Frawley
Atenção!!!! Não é o novo filme! Este é o primeiro, de 1979. Tem participações de Steve Martin, Orson Welles, Bob Hope, James Coburn, Telly Savallas, Mel Brooks e Richard Pryor. Caco é achado no pântano por um caçador de talentos. Vai para Hollywood, e no caminho vai se unindo a todo o grupo Muppet. As canções, excelentes e emocionantes, são de Paul Willians, uma delas ganhou o Oscar. Jim Henson criou a coisa toda e Frank Oz, hoje um grande diretor de comédias, o ajudou. O filme é deliciosamente on the road, Caco indo estrada afora até Hollywood.
Jim Henson foi um gênio. Revi o filme ontem. Ele pegava um pedaço de pano verde, enfiava a mão dentro, e só com isso conseguia nos fazer crer que aquilo era vivo, tinha personalidade e pensava. Na simplicidade em que ele trabalhava, os olhos dos bonecos não se movem, uma das mãos é paralisada, e mesmo desse jeito a gente embarca naquilo. Isso é genialidade! É o cara que pega um pedaço de madeira e um pincel e cria vida. Um cara que pega papel e pena e faz um universo. E é Henson, que pegava alguns metros de tecido e fazia um ser vivo. Cresci vendo Vila Sésamo. Recordo em detalhes a estréia no Brasil. Eu voltei correndo da escola pra não perder e quando terminou fiquei contando as horas pra ver o próximo. Quando Muppet Show estreiou aqui, cinco anos depois, eu já me achava grande demais para Henson ( tinha 13 ). Minha paixão por ele é via Vila Sésamo. Os Muppets vim a descobrir já adulto, em vhs e em reprises na TV. Jim Henson sabia tudo sobre crianças, sobre o que elas pensam, querem e sentem. Sua morte fez com que o mundo ficasse muito mais pobre.
Todos aparecem aqui. Gonzo é meu favorito e até os dois velhos estão presentes. Emocione-se!
TARANTINO/ GRACE KELLY/ COEN/ DONEN/ DE MILLE/ CUKOR
DUAS SEMANAS DE PRAZER de Mark Sandrich com Bing Crosby e Fred Astaire
Dois partners de shows se separam, por causa de uma mulher. Crosby que é o bonachão, vai viver no campo, e lá monta um hotel-teatro, onde apresenta shows só nos feriados. Astaire acaba indo parar lá, e eles disputam outra garota. O filme, muito alto astral, tem White Christmas, o single fenômeno de Irving Berlin. E tem muito mais, tem diversão, boas canções e atores simpaticos. Sandrich dirige tudo com finesse. Exemplo do filme standard da velha Hollywood. Nota 7.
FUNNY FACE de Stanley Donen com Audrey Hepburn, Fred Astaire e Kay Thompson
Crítica longa postada abaixo. Que mais dizer? É lindo. Audrey convence como a intelectual que se torna modelo e Fred faz o fotógrafo que a descobre. Vão à Paris e a cidade nunca foi tão bonita. A verdadeira cidade sempre sonhou em ser esta Paris da Paramount. O filme tem um visual brilhante, as cores parecem respirar. Em termos visuais é uma obra-prima. Relaxe e aproveite! Nota DEZ.
KILL BILL VOLUME I de Quentin Tarantino com Uma Thurman
Um absoluto prazer! Rever este filme agora é tão bom como em seu tempo de lançamento. Tarantino, talento superlativo, um cara que sabe tudo de cinema, esbanja talento. A ação é incessante e nunca cansa. Música e cor, corpos que se lançam no vazio, olhares coreográficos. Com os Shaw Bros, Tarantino aprendeu tudo e uniu essa arte às referências dos anos 70 que ele tanto adora. Uma festa para os olhos, para os nervos, para o coração. Esse diretor dá dignidade ao cinema atual, mostra que a grande tradição da ação, do cinema tipicamente americano, é viva. Bato palmas para todos os seus filmes. DEZ!!!!!
KING KONG de John Guillermin com Jeff Bridges e Jessica Lange
Quem esperaria que Jessica se tornaria uma atriz com dois Oscars? Ela, modelo de sucesso, estréia aqui, e brilha em sua sensualidade e beleza inebriante. Mas o filme é tolo, sem porque. O Grande Lebowski é um tipo de cientista-explorador meio hippie. O macaco é cômico. Jessica é a melhor vítima do Kong que já houve. Um tipo de nova Grace Kelly em tempos sem realezas. Nota 2.
MATADORES DE VELHINHAS de Irmãos Coen com Tom Hanks
Pra que refilmar um filme perfeito? O original é inglês, de MacKendrick e tem Peter Sellers. Este é ridiculo. Não tem graça nenhuma, é irritante, mal escrito, sem sentido. Talvez o pior filme dos muito talentosos irmãos. Tom Hanks está constrangedor. Nota ZERO.
MEIAS DE SEDA de Rouben Mamoulian com Fred Astaire, Cyd Charisse e Peter Lorre
Não gosto muito deste filme. E deveria gostar, afinal todos os seus ingredientes são excelentes. Mas algo desandou, as canções funcionam mal, as danças são comuns e o diálogo não tem graça. Fala de agentes russos que se deixam seduzir por Paris. Cyd é a super-russa que vai até lá, ver o que aconteceu. É refilmagem de Ninotchka. Não deu certo. É dos últimos musicais de Astaire, ele merecia coisa melhor. É um filme "de luxo", há quem o adore, não é meu caso. Nota 3.
MESTRE DOS MARES de Peter Weir com Russell Crowe
Foi uma das grandes decepções que tive nos cinemas na época. Revisto agora é ainda mais insuportável. Um monte de cenas escuras, tédio constante, o filme não se decide entre a ação e a tal arte. Acaba por não fazer nem uma coisa e nem outra. Quem procurar aventura ficará frustrado, quem quiser reflexão nada encontrará. Crowe parece com sono. Nota 1.
LEGIÃO DE HERÓIS de Cecil B. de Mille com Gary Cooper, Madeleine Carroll, Paulette Godard, Robert Preston e Preston Foster
O filme fala da rebelião no Canadá. A população mestiça se rebela contra a coroa inglesa e a policia montada é enviada para cessar a briga. Cooper é um texano que está por lá com uma missão. É um filme exemplar. Após uma apresentação precisa, a ação se desenrola sempre no tempo certo. O diretor dá tempo para que conheçamos os personagens e logo em seguida cria mais uma reviravolta e mais uma cena de movimento preciso. De Mille era um cozinheiro-mestre, sabia sempre o que adiconar, a dose certa, a temperatura exata. Gary Cooper, já foi dito, era o americano perfeito, aquilo que todos eles gostariam de ser. Pouca gente lembra, mas era ele a grande estrela do cinema da época ( ele estava acima de Gable, Grant, Bogart e Fonda ). Já vi vários filmes de Cecil B. de Mille, este é aquele que mais me satisfez. Diversão pop de primeira. Nota 9.
LES GIRLS de George Cukor com Gene Kelly, Kay Kendall e Mitzi Gaynor
Uma ex-corista lança uma biografia. Ela é processada por difamação. Quando o filme começa já estamos no tribunal. Três depoimentos serão dados, os três conflitantes, qual a verdade? O filme tem um problema sério, a primeira parte tem Taina Elg como centro, e ela não consegue segurar o interesse. O filme melhora muito nas outras duas partes. Kay Kendall, comediante inglesa de primeira, na época esposa de Rex Harriosn, dá um show como uma atriz beberrona; e Gaynor está ótima como uma bailarina americana virgem. Gene Kelly é o sedutor-diretor das três mocinhas. Não há nenhum grande número para ele brilhar, mas o filme é elegante, colorido e dirigido naquele estilo vistoso de George Cukor. Cukor foi um dos grandes de Hollywood, seus filmes sempre brilham. Nota 7.
HIGH SOCIETY de Charles Walters com Grace Kelly, Bing Crosby e Frank Sinatra
Sempre me lembro de um reveillon em que voltei bêbado pra casa ( e insone ). Lembrei então que ia passar este filme na TV, e que no jornal saíra uma página sobre ele. O chamavam de o "filme mais chic" já feito. Liguei a TV, deitei no tapete e o assisti. Me senti tão chic, que no dia seguinte comprei uma cigarreira de prata. E procurei a trilha sonora em disco até achar. Depois desse dia já o revi por duas vezes. Ontem foi a terceira. Ele é sobre nada. O que vemos é Grace ficar bêbada, dançar, flertar e afinal se casar com seu ex-marido. Crosby é esse marido. Paciente, tranquilo, cool. E Sinatra é um jornalista pobre. Louis Armstrong faz Louis Armstrong, ele toca alguns números no filme, todos ótimos. Os outros números musicais são todos maravilhosos ( Cole Porter ). Destaque para True Love, uma das mais belas canções de amor já feitas, e tem ainda Did You Evah?, em que Crosby e Sinatra se preparam para ir à uma festa. O filme é uma bobagem, uma tolice leve e ebuliente...assim como é também um doce delicioso, um souflé, uma calda de chocolate. Vicia e delicia. Grace Kelly está muito bem. Sua personagem, nada fácil, é frágil, arrogante e sedutora. Falam de Audrey, de Liz Taylor, de Sofia Loren. Mas para mim ninguém foi mais bonita que Grace Kelly. Ela era perfeita, sexy, tinha uma voz educada e elevada, um olhar de promessa. Mesmo ao lado de dois mitos ( Sinatra e Crosby ), o filme é todo dela. Maravilhosa!!! Nota 9.
Dois partners de shows se separam, por causa de uma mulher. Crosby que é o bonachão, vai viver no campo, e lá monta um hotel-teatro, onde apresenta shows só nos feriados. Astaire acaba indo parar lá, e eles disputam outra garota. O filme, muito alto astral, tem White Christmas, o single fenômeno de Irving Berlin. E tem muito mais, tem diversão, boas canções e atores simpaticos. Sandrich dirige tudo com finesse. Exemplo do filme standard da velha Hollywood. Nota 7.
FUNNY FACE de Stanley Donen com Audrey Hepburn, Fred Astaire e Kay Thompson
Crítica longa postada abaixo. Que mais dizer? É lindo. Audrey convence como a intelectual que se torna modelo e Fred faz o fotógrafo que a descobre. Vão à Paris e a cidade nunca foi tão bonita. A verdadeira cidade sempre sonhou em ser esta Paris da Paramount. O filme tem um visual brilhante, as cores parecem respirar. Em termos visuais é uma obra-prima. Relaxe e aproveite! Nota DEZ.
KILL BILL VOLUME I de Quentin Tarantino com Uma Thurman
Um absoluto prazer! Rever este filme agora é tão bom como em seu tempo de lançamento. Tarantino, talento superlativo, um cara que sabe tudo de cinema, esbanja talento. A ação é incessante e nunca cansa. Música e cor, corpos que se lançam no vazio, olhares coreográficos. Com os Shaw Bros, Tarantino aprendeu tudo e uniu essa arte às referências dos anos 70 que ele tanto adora. Uma festa para os olhos, para os nervos, para o coração. Esse diretor dá dignidade ao cinema atual, mostra que a grande tradição da ação, do cinema tipicamente americano, é viva. Bato palmas para todos os seus filmes. DEZ!!!!!
KING KONG de John Guillermin com Jeff Bridges e Jessica Lange
Quem esperaria que Jessica se tornaria uma atriz com dois Oscars? Ela, modelo de sucesso, estréia aqui, e brilha em sua sensualidade e beleza inebriante. Mas o filme é tolo, sem porque. O Grande Lebowski é um tipo de cientista-explorador meio hippie. O macaco é cômico. Jessica é a melhor vítima do Kong que já houve. Um tipo de nova Grace Kelly em tempos sem realezas. Nota 2.
MATADORES DE VELHINHAS de Irmãos Coen com Tom Hanks
Pra que refilmar um filme perfeito? O original é inglês, de MacKendrick e tem Peter Sellers. Este é ridiculo. Não tem graça nenhuma, é irritante, mal escrito, sem sentido. Talvez o pior filme dos muito talentosos irmãos. Tom Hanks está constrangedor. Nota ZERO.
MEIAS DE SEDA de Rouben Mamoulian com Fred Astaire, Cyd Charisse e Peter Lorre
Não gosto muito deste filme. E deveria gostar, afinal todos os seus ingredientes são excelentes. Mas algo desandou, as canções funcionam mal, as danças são comuns e o diálogo não tem graça. Fala de agentes russos que se deixam seduzir por Paris. Cyd é a super-russa que vai até lá, ver o que aconteceu. É refilmagem de Ninotchka. Não deu certo. É dos últimos musicais de Astaire, ele merecia coisa melhor. É um filme "de luxo", há quem o adore, não é meu caso. Nota 3.
MESTRE DOS MARES de Peter Weir com Russell Crowe
Foi uma das grandes decepções que tive nos cinemas na época. Revisto agora é ainda mais insuportável. Um monte de cenas escuras, tédio constante, o filme não se decide entre a ação e a tal arte. Acaba por não fazer nem uma coisa e nem outra. Quem procurar aventura ficará frustrado, quem quiser reflexão nada encontrará. Crowe parece com sono. Nota 1.
LEGIÃO DE HERÓIS de Cecil B. de Mille com Gary Cooper, Madeleine Carroll, Paulette Godard, Robert Preston e Preston Foster
O filme fala da rebelião no Canadá. A população mestiça se rebela contra a coroa inglesa e a policia montada é enviada para cessar a briga. Cooper é um texano que está por lá com uma missão. É um filme exemplar. Após uma apresentação precisa, a ação se desenrola sempre no tempo certo. O diretor dá tempo para que conheçamos os personagens e logo em seguida cria mais uma reviravolta e mais uma cena de movimento preciso. De Mille era um cozinheiro-mestre, sabia sempre o que adiconar, a dose certa, a temperatura exata. Gary Cooper, já foi dito, era o americano perfeito, aquilo que todos eles gostariam de ser. Pouca gente lembra, mas era ele a grande estrela do cinema da época ( ele estava acima de Gable, Grant, Bogart e Fonda ). Já vi vários filmes de Cecil B. de Mille, este é aquele que mais me satisfez. Diversão pop de primeira. Nota 9.
LES GIRLS de George Cukor com Gene Kelly, Kay Kendall e Mitzi Gaynor
Uma ex-corista lança uma biografia. Ela é processada por difamação. Quando o filme começa já estamos no tribunal. Três depoimentos serão dados, os três conflitantes, qual a verdade? O filme tem um problema sério, a primeira parte tem Taina Elg como centro, e ela não consegue segurar o interesse. O filme melhora muito nas outras duas partes. Kay Kendall, comediante inglesa de primeira, na época esposa de Rex Harriosn, dá um show como uma atriz beberrona; e Gaynor está ótima como uma bailarina americana virgem. Gene Kelly é o sedutor-diretor das três mocinhas. Não há nenhum grande número para ele brilhar, mas o filme é elegante, colorido e dirigido naquele estilo vistoso de George Cukor. Cukor foi um dos grandes de Hollywood, seus filmes sempre brilham. Nota 7.
HIGH SOCIETY de Charles Walters com Grace Kelly, Bing Crosby e Frank Sinatra
Sempre me lembro de um reveillon em que voltei bêbado pra casa ( e insone ). Lembrei então que ia passar este filme na TV, e que no jornal saíra uma página sobre ele. O chamavam de o "filme mais chic" já feito. Liguei a TV, deitei no tapete e o assisti. Me senti tão chic, que no dia seguinte comprei uma cigarreira de prata. E procurei a trilha sonora em disco até achar. Depois desse dia já o revi por duas vezes. Ontem foi a terceira. Ele é sobre nada. O que vemos é Grace ficar bêbada, dançar, flertar e afinal se casar com seu ex-marido. Crosby é esse marido. Paciente, tranquilo, cool. E Sinatra é um jornalista pobre. Louis Armstrong faz Louis Armstrong, ele toca alguns números no filme, todos ótimos. Os outros números musicais são todos maravilhosos ( Cole Porter ). Destaque para True Love, uma das mais belas canções de amor já feitas, e tem ainda Did You Evah?, em que Crosby e Sinatra se preparam para ir à uma festa. O filme é uma bobagem, uma tolice leve e ebuliente...assim como é também um doce delicioso, um souflé, uma calda de chocolate. Vicia e delicia. Grace Kelly está muito bem. Sua personagem, nada fácil, é frágil, arrogante e sedutora. Falam de Audrey, de Liz Taylor, de Sofia Loren. Mas para mim ninguém foi mais bonita que Grace Kelly. Ela era perfeita, sexy, tinha uma voz educada e elevada, um olhar de promessa. Mesmo ao lado de dois mitos ( Sinatra e Crosby ), o filme é todo dela. Maravilhosa!!! Nota 9.
CINDERELA EM PARIS ( FUNNY FACE ), UM FILME QUE É UMA AULA DE ESTÉTICA ( E UMA FESTA DE PRAZER )
Ruy Castro em seu texto sobre Fred Astaire, dizia que na saída dos cinemas que exibiam seus filmes, era cômico ver as pessoas, ao voltar para casa, arriscarem passos de dança na rua. Infelizmente jamais terei a chance de ver isso, mas ao reassistir pela nona vez este filme, sinto aquilo que todos os filme de Astaire me dão: euforia. O número de horas de prazer que Fred Astaire me deu em toda minha vida, são incontáveis. FUNNY FACE é um dos seus ápices. ( Saudades da página inteira que a Folha ainda podia publicar quando de sua exibição na Globo, em 1989 ).
Existem filmes que reverenciamos, amamos como se ama um fenômeno da natureza. Mas exsitem aqueles que amamos como a uma mulher. Amamos com carinho, amamos pelo prazer que nos dá, amamos e aprendemos a o conhecer, a lhe desvendar. Filmes que são festas de prazer inesgotáveis. E eles são infalíveis, basta que eu comece a vê-los para me sentir de novo nessa festa. CHARADA, UM TIRO NO ESCURO, HATARI, A CEIA DOS ACUSADOS, A RODA DA FORTUNA...e este filme.
Mas ele não é só Astaire. Aliás o filme é mais de Audrey Hepburn que dele. E aí salta a vista o carinho que a Paramount sempre teve por ela. A carreira de Audrey no estúdio é irretocável. Eles souberam o que oferecer para ela, tiveram gosto, percepção. Assim como a RKO teve com Cary Grant ou a MGM com Clark Gable. Penso na tragédia que são as carreiras de gente como Halle Berry, Helen Hunt ou Jim Carrey, totalmente sem rumo, desperdiçados. Weeeellll...
Este filme trata do mundo da moda. A fantástica Kay Thompson faz uma editora/dona de revista tipo Vogue ( na verdade o personagem é baseado em Diana Vreeland, O Diabo que Vestia Prada ). Pois bem, essa editora resolve lançar uma nova modelo, uma modelo com cara inteligente. Astaire é o fotógrafo Dick Ayers ( que é baseado no MAIOR fotógrafo de moda da história, Richard Avedon, que fez na verdade todas as fotos que aparecem no filme ). Num sebo de livros, eles irão topar com a intelectual Audrey, e o resto é música.
Muitos críticos vestiram a carapuça, e se irritaram com a gozação que o filme faz em cima dos filósofos em moda na época. Audrey vai para Paris, pois seu sonho é conhecer um rei da filosofia, um tipo de Sartre. O que esses críticos não perceberam é que o filme também ri do mundo histérico da moda. A única coisa que Stanley Donen e seu roteirista defendem é nosso prazer. E nisso eles são de rara competência.
O filme abre com letreiros, fotos de Avedon, que já são geniais. Poses de modelos, letras tipo Vogue, cores fortes. O filme inteiro é considerado uma aula no uso da cor. Repare na sequencia dentro da sala de revelação, ou na cena com os balões, o contraste do fundo cinza com as cores dos balões. E toda a magnífica sequencia em que Astaire fotografa Audrey nas ruas de Paris. Aliás, jamais Paris foi tão bonita. Todo o mito da cidade brilha no filme como em nenhum outro.
As músicas são de George e Ira Gershwin. Uma coleção de hits e de hábil genialidade. Eu jamais vou me decidir sobre quem era melhor, se Cole Porter ou se Gershwin. Aqui temos S'Wonderful, uma das mais belas canções sobre o amor feliz, Funny Face, que grudou em mim fazem duas décadas e nunca mais saiu, Let's Kiss and Make Up! e talvez no melhor momento cantado do filme, a divina How Long Has This Been Going On ?... cantada com a voz pequena de Audrey. Apaixonante.
Fred não dança muito aqui. Mas o pouco que faz dá ao filme o velho charme de seu estilo cool. Ele canta, e é impressionante como seu canto é moderno, elegante, atemporal. O filme tem ainda uma cena em clube exsitencialista francês, Audrey dança com dois bailarinos modernos. É uma cena para guardar: jazzy, cool, sensual.
Stanley Donen era um mestre em nos dar prazer. CANTANDO NA CHUVA, SETE NOIVAS PARA SETE IRMÃOS e CHARADA são alguns de seus filmes. Ele tinha ritmo, gosto, humor fino e principalmente elegãncia. Seus filmes são compêndios de savoir faire.
Se eu tivesse de ir para a tal ilha deserta, com apenas cinco filmes, eu escolheria filmes que me consolassem da solidão. Que fossem fontes de prazer, de leveza e de gosto. FUNNY FACE seria um deles.
Existem filmes que reverenciamos, amamos como se ama um fenômeno da natureza. Mas exsitem aqueles que amamos como a uma mulher. Amamos com carinho, amamos pelo prazer que nos dá, amamos e aprendemos a o conhecer, a lhe desvendar. Filmes que são festas de prazer inesgotáveis. E eles são infalíveis, basta que eu comece a vê-los para me sentir de novo nessa festa. CHARADA, UM TIRO NO ESCURO, HATARI, A CEIA DOS ACUSADOS, A RODA DA FORTUNA...e este filme.
Mas ele não é só Astaire. Aliás o filme é mais de Audrey Hepburn que dele. E aí salta a vista o carinho que a Paramount sempre teve por ela. A carreira de Audrey no estúdio é irretocável. Eles souberam o que oferecer para ela, tiveram gosto, percepção. Assim como a RKO teve com Cary Grant ou a MGM com Clark Gable. Penso na tragédia que são as carreiras de gente como Halle Berry, Helen Hunt ou Jim Carrey, totalmente sem rumo, desperdiçados. Weeeellll...
Este filme trata do mundo da moda. A fantástica Kay Thompson faz uma editora/dona de revista tipo Vogue ( na verdade o personagem é baseado em Diana Vreeland, O Diabo que Vestia Prada ). Pois bem, essa editora resolve lançar uma nova modelo, uma modelo com cara inteligente. Astaire é o fotógrafo Dick Ayers ( que é baseado no MAIOR fotógrafo de moda da história, Richard Avedon, que fez na verdade todas as fotos que aparecem no filme ). Num sebo de livros, eles irão topar com a intelectual Audrey, e o resto é música.
Muitos críticos vestiram a carapuça, e se irritaram com a gozação que o filme faz em cima dos filósofos em moda na época. Audrey vai para Paris, pois seu sonho é conhecer um rei da filosofia, um tipo de Sartre. O que esses críticos não perceberam é que o filme também ri do mundo histérico da moda. A única coisa que Stanley Donen e seu roteirista defendem é nosso prazer. E nisso eles são de rara competência.
O filme abre com letreiros, fotos de Avedon, que já são geniais. Poses de modelos, letras tipo Vogue, cores fortes. O filme inteiro é considerado uma aula no uso da cor. Repare na sequencia dentro da sala de revelação, ou na cena com os balões, o contraste do fundo cinza com as cores dos balões. E toda a magnífica sequencia em que Astaire fotografa Audrey nas ruas de Paris. Aliás, jamais Paris foi tão bonita. Todo o mito da cidade brilha no filme como em nenhum outro.
As músicas são de George e Ira Gershwin. Uma coleção de hits e de hábil genialidade. Eu jamais vou me decidir sobre quem era melhor, se Cole Porter ou se Gershwin. Aqui temos S'Wonderful, uma das mais belas canções sobre o amor feliz, Funny Face, que grudou em mim fazem duas décadas e nunca mais saiu, Let's Kiss and Make Up! e talvez no melhor momento cantado do filme, a divina How Long Has This Been Going On ?... cantada com a voz pequena de Audrey. Apaixonante.
Fred não dança muito aqui. Mas o pouco que faz dá ao filme o velho charme de seu estilo cool. Ele canta, e é impressionante como seu canto é moderno, elegante, atemporal. O filme tem ainda uma cena em clube exsitencialista francês, Audrey dança com dois bailarinos modernos. É uma cena para guardar: jazzy, cool, sensual.
Stanley Donen era um mestre em nos dar prazer. CANTANDO NA CHUVA, SETE NOIVAS PARA SETE IRMÃOS e CHARADA são alguns de seus filmes. Ele tinha ritmo, gosto, humor fino e principalmente elegãncia. Seus filmes são compêndios de savoir faire.
Se eu tivesse de ir para a tal ilha deserta, com apenas cinco filmes, eu escolheria filmes que me consolassem da solidão. Que fossem fontes de prazer, de leveza e de gosto. FUNNY FACE seria um deles.
BRANDO/ DONEN/ DELON/ MALICK/ WALSH/ ZURLINI/ MASTROIANNI/ HUSTON
CANDY de Christian Marquand com Marlon Brando, Richard Burton, John Huston, Charles Aznavour, James Coburn, Walter Mathau, Ringo Starr, Anita Pallemberg e Ewa Aulin
Um dos mais famosos dos filmes "bem louco" dos anos 60. Não há uma cena de drogas, mas o filme é uma viagem. Do que fala? De uma menina meia ingênua, meia idealista, que zanza pela vida sendo perseguida por homens que desejam levá-la pra cama. Ewa Aulin é muito bonita, mas como atriz é um desastre. De qualquer modo, o filme é surpreendentemente bem feito, e tem alguns momentos divertidos. Burton faz um professor super-star, é uma das boas cenas. Brando aparece no fim, como um guru charlatão. Magro, e de peruca longa, é hilário ver o mito Brando tirando uma do movimento hippie. Ele finge levitar, diz bobagens new age e transa com a menina até se esgotar. É a melhor coisa do filme. Há ainda Aznavour em cena ruim, Coburn como cirurgião superstar ( o filme é cheio de críticas aos superstars ), Mathau faz um militar tarado ( é a pior cena do filme ), e Ringo é um jardineiro mexicano virgem. Como disse, é um filme doidão. Nota 4.
O DIABO É MEU SÓCIO de Stanley Donen com Dudley Moore e Peter Cook
Cook e Moore se tornaram famosos na tv inglesa fazendo um tipo de humor à Monty Python antes dos Python. Cook escreveu este roteiro que fala de rapaz tímido que é ajudado pelo diabo em sua tentativa de conquistar o amor. O filme nunca teme o politicamente incorreto, Deus é objeto de humor crítico e tudo aquilo que o diabo diz tem a marca de alguém que sabe falar. Peter Cook é um filósofo. Mas trata-se de uma comédia, e é triste dizer, nada aqui tem graça. Os cenários são tristes, o ritmo é lento, e Dudley é péssimo!!! Stanley Donen começa aqui a rumar a sua aposentadoria. De bom, o estilo "dandy do rock psicodélico" de Cook. E a cena em que Dudley se torna um astro do pop. É pouco. Nota 2.
BORSALINO de Jacques Deray com Jean-Paul Belmondo e Alain Delon
Um grande sucesso de bilheteria do cinema francês em 1970. Fala de dois pequenos malandros que se tornam amigos e passam a dividir suas tramóias. Bem.... os atores se divertem muito com seus socos, tapas, caretas e mulheres bonitas. As roupas anos 30 são charmosas, a trilha sonora de jazz é perfeita, os cenários são lindos, mas falta alguma coisa.... Talvez falte Paul Newman.... Delon é excelente para fazer tipos angustiados e frios, ou seja, tipos que são o oposto do humor; e Belmondo, bom ator em comédias, está aqui totalmente descontrolado. Vê-se o filme com indiferença. Nota 4.
A ÁRVORE DA VIDA de Terrence Malick com Brad Pitt, Jessica Chastain
Crítica abaixo. Malick tenta ser Kubrick e se torna um sub-Tarkovski. O tema que ele escolhe é sublime, mas boas intenções não fazem um grande filme. Se tirarmos a soberba trilha sonora de Alexandre Desplat e a fotografia de Emmanuel Lubeski, o que sobra? Um diretor com boas ideias perdido em sua pretensão absurda. Me emocionou porque toca na minha vida, mas que efeito ele causaria em alguém diferente de mim? Esquecendo o que ele tenta falar, como cinema puro, o que ele é? Uma coleção de cenas que não se resolvem e um amálgama de conceitos que jamais se desenvolvem. Falho, mas jamais vulgar. Nota 6.
BLITZ de Elliot Lester com Jason Statham e Paddy Considini
Ah! Maravilhoso cinema.... indústria que vai da arte de Loach e Frears ( para falar dos caras de agora ) à pretensão fru-fru de Malick e Boyle. Da eficiência nobre de Eastwood e Scorsese á arrogância tipo novo-rico de Jackson e Bay.... Se o cinema fosse culinária, diria que o filme de Malick seria um souflé que murchou, excelentes ingredientes, excelente intenção, porém desandado. Aqui temos um belo pão com manteiga e média escura. Pão quente e café fresco, manteiga gordurosa, como deve ser. Gosto muito de Statham, como adorei em seu tempo Bruce Willis e Mel Gibson. Atores de ação com carisma são como dádivas das telas, nos dão prazer, prazer em estar, prazer em os reencontrar. O suflê é melhor, mas no dia a dia é a média que nos sustenta. Dá-lhe!!!!! Nota 6.
GIGANTES EM LUTA de Raoul Walsh com Yvonne de Carlo e Rock Hudson
Walsh era um desses diretores-padeiros. Faziam a toda hora, por toda a vida, aqueles filmes pão-quente, filmes deliciosos, simples, leves, inesquecíveis. Ação, humor, romance e bons diálogos: isso é cinema puro. Este fala de espionagem em tempos de Napoleão. Rock Hudson era desses atores-prazer ( como eram Erroll Flynn, John Wayne, Steve McQueen, e agora Brad Pitt ou George Clooney ), atores que a gente sabe não serem tão bons assim, mas são rostos e vozes que adoramos reencontrar sempre. Nota 6.
DOIS DESTINOS de Valerio Zurlini com Marcello Mastroianni e Jacques Perrin
Aqui a coisa pega. Um tristíssimo filme do delicado Zurlini, um dos melhores diretores da Itália. Fala de dois irmãos. O mais velho foi criado pela própria familia, o outro foi adotado por um tipo de nobre decadente inglês. Mas esse nobre se vai e o mais velho, que agora é um jornalista comunista muito pobre, vai ter de ajudar o mais novo a viver. Esse irmão, delicado, bom, indefeso, é feito com talento poético por Perrin, mas o amargo e contido comunista, feito por Mastroianni, é uma das maiores atuações da história. O jornalista procura se livrar do peso de ter de ajudar e proteger um irmão que lhe é estranho, mas acaba por se render quando esse irmão adoece e morre. É um dos mais trágicos filmes já feitos e nada nele nos alivia a dor. O filme nada tem de "belo", são os dois atores, quase sempre sós, falando e sofrendo sem parar. Sentimos a fome deles, vivemos em sua sujeira, ansiamos pelo que eles ansiam. As cenas no hospital se tornam quase insuportáveis. Voce nunca irá esquecer o rosto de Perrin. Marcello foi o maior ator da história do cinema como querem alguns? Porque não? Veja isto e tire suas conclusões. Nota 8.
A GLÓRIA DE UM COVARDE de John Huston
Este é o filme fracasso de Huston. Ele não pode terminá-lo e o que ficou completo tem apenas uma hora de duração. Mas que filme!!!! Baseado no livro de Stephen Crane, fala de soldados na guerra de secessão americana. Há quem diga que nosso tempo nasceu nessa guerra, o filme pensa que sim. O absurdo impera. Poucos filmes têm uma fotografia tão bonita, rostos imensos em closes profundos, fumaça e gestos duros, olhos gigantes. Harold Rosson se superou. Huston, em seu estilo seco, acompanha um soldado covarde, que abandona a batalha, mas depois é tido como um tipo de herói. Ironia hustoniana pura. Não há uma cena menos que ótima, o filme é todo superlativo. É um prazer voltar a ver um filme de John Huston. Nota 8.
Um dos mais famosos dos filmes "bem louco" dos anos 60. Não há uma cena de drogas, mas o filme é uma viagem. Do que fala? De uma menina meia ingênua, meia idealista, que zanza pela vida sendo perseguida por homens que desejam levá-la pra cama. Ewa Aulin é muito bonita, mas como atriz é um desastre. De qualquer modo, o filme é surpreendentemente bem feito, e tem alguns momentos divertidos. Burton faz um professor super-star, é uma das boas cenas. Brando aparece no fim, como um guru charlatão. Magro, e de peruca longa, é hilário ver o mito Brando tirando uma do movimento hippie. Ele finge levitar, diz bobagens new age e transa com a menina até se esgotar. É a melhor coisa do filme. Há ainda Aznavour em cena ruim, Coburn como cirurgião superstar ( o filme é cheio de críticas aos superstars ), Mathau faz um militar tarado ( é a pior cena do filme ), e Ringo é um jardineiro mexicano virgem. Como disse, é um filme doidão. Nota 4.
O DIABO É MEU SÓCIO de Stanley Donen com Dudley Moore e Peter Cook
Cook e Moore se tornaram famosos na tv inglesa fazendo um tipo de humor à Monty Python antes dos Python. Cook escreveu este roteiro que fala de rapaz tímido que é ajudado pelo diabo em sua tentativa de conquistar o amor. O filme nunca teme o politicamente incorreto, Deus é objeto de humor crítico e tudo aquilo que o diabo diz tem a marca de alguém que sabe falar. Peter Cook é um filósofo. Mas trata-se de uma comédia, e é triste dizer, nada aqui tem graça. Os cenários são tristes, o ritmo é lento, e Dudley é péssimo!!! Stanley Donen começa aqui a rumar a sua aposentadoria. De bom, o estilo "dandy do rock psicodélico" de Cook. E a cena em que Dudley se torna um astro do pop. É pouco. Nota 2.
BORSALINO de Jacques Deray com Jean-Paul Belmondo e Alain Delon
Um grande sucesso de bilheteria do cinema francês em 1970. Fala de dois pequenos malandros que se tornam amigos e passam a dividir suas tramóias. Bem.... os atores se divertem muito com seus socos, tapas, caretas e mulheres bonitas. As roupas anos 30 são charmosas, a trilha sonora de jazz é perfeita, os cenários são lindos, mas falta alguma coisa.... Talvez falte Paul Newman.... Delon é excelente para fazer tipos angustiados e frios, ou seja, tipos que são o oposto do humor; e Belmondo, bom ator em comédias, está aqui totalmente descontrolado. Vê-se o filme com indiferença. Nota 4.
A ÁRVORE DA VIDA de Terrence Malick com Brad Pitt, Jessica Chastain
Crítica abaixo. Malick tenta ser Kubrick e se torna um sub-Tarkovski. O tema que ele escolhe é sublime, mas boas intenções não fazem um grande filme. Se tirarmos a soberba trilha sonora de Alexandre Desplat e a fotografia de Emmanuel Lubeski, o que sobra? Um diretor com boas ideias perdido em sua pretensão absurda. Me emocionou porque toca na minha vida, mas que efeito ele causaria em alguém diferente de mim? Esquecendo o que ele tenta falar, como cinema puro, o que ele é? Uma coleção de cenas que não se resolvem e um amálgama de conceitos que jamais se desenvolvem. Falho, mas jamais vulgar. Nota 6.
BLITZ de Elliot Lester com Jason Statham e Paddy Considini
Ah! Maravilhoso cinema.... indústria que vai da arte de Loach e Frears ( para falar dos caras de agora ) à pretensão fru-fru de Malick e Boyle. Da eficiência nobre de Eastwood e Scorsese á arrogância tipo novo-rico de Jackson e Bay.... Se o cinema fosse culinária, diria que o filme de Malick seria um souflé que murchou, excelentes ingredientes, excelente intenção, porém desandado. Aqui temos um belo pão com manteiga e média escura. Pão quente e café fresco, manteiga gordurosa, como deve ser. Gosto muito de Statham, como adorei em seu tempo Bruce Willis e Mel Gibson. Atores de ação com carisma são como dádivas das telas, nos dão prazer, prazer em estar, prazer em os reencontrar. O suflê é melhor, mas no dia a dia é a média que nos sustenta. Dá-lhe!!!!! Nota 6.
GIGANTES EM LUTA de Raoul Walsh com Yvonne de Carlo e Rock Hudson
Walsh era um desses diretores-padeiros. Faziam a toda hora, por toda a vida, aqueles filmes pão-quente, filmes deliciosos, simples, leves, inesquecíveis. Ação, humor, romance e bons diálogos: isso é cinema puro. Este fala de espionagem em tempos de Napoleão. Rock Hudson era desses atores-prazer ( como eram Erroll Flynn, John Wayne, Steve McQueen, e agora Brad Pitt ou George Clooney ), atores que a gente sabe não serem tão bons assim, mas são rostos e vozes que adoramos reencontrar sempre. Nota 6.
DOIS DESTINOS de Valerio Zurlini com Marcello Mastroianni e Jacques Perrin
Aqui a coisa pega. Um tristíssimo filme do delicado Zurlini, um dos melhores diretores da Itália. Fala de dois irmãos. O mais velho foi criado pela própria familia, o outro foi adotado por um tipo de nobre decadente inglês. Mas esse nobre se vai e o mais velho, que agora é um jornalista comunista muito pobre, vai ter de ajudar o mais novo a viver. Esse irmão, delicado, bom, indefeso, é feito com talento poético por Perrin, mas o amargo e contido comunista, feito por Mastroianni, é uma das maiores atuações da história. O jornalista procura se livrar do peso de ter de ajudar e proteger um irmão que lhe é estranho, mas acaba por se render quando esse irmão adoece e morre. É um dos mais trágicos filmes já feitos e nada nele nos alivia a dor. O filme nada tem de "belo", são os dois atores, quase sempre sós, falando e sofrendo sem parar. Sentimos a fome deles, vivemos em sua sujeira, ansiamos pelo que eles ansiam. As cenas no hospital se tornam quase insuportáveis. Voce nunca irá esquecer o rosto de Perrin. Marcello foi o maior ator da história do cinema como querem alguns? Porque não? Veja isto e tire suas conclusões. Nota 8.
A GLÓRIA DE UM COVARDE de John Huston
Este é o filme fracasso de Huston. Ele não pode terminá-lo e o que ficou completo tem apenas uma hora de duração. Mas que filme!!!! Baseado no livro de Stephen Crane, fala de soldados na guerra de secessão americana. Há quem diga que nosso tempo nasceu nessa guerra, o filme pensa que sim. O absurdo impera. Poucos filmes têm uma fotografia tão bonita, rostos imensos em closes profundos, fumaça e gestos duros, olhos gigantes. Harold Rosson se superou. Huston, em seu estilo seco, acompanha um soldado covarde, que abandona a batalha, mas depois é tido como um tipo de herói. Ironia hustoniana pura. Não há uma cena menos que ótima, o filme é todo superlativo. É um prazer voltar a ver um filme de John Huston. Nota 8.
ALDRICH/ MILESTONE/ DONEN/ AUDREY/ OLIVIER/ OZON/ THOR
A MORTE NUM BEIJO de Robert Aldrich
Superestimado. Há quem o considere genial, histórico, moderno etc. Pra mim ele é um noir confuso, maneiroso, fake. Os atores parecem não levar a sério a história sobre material suspeito roubado. O detetive é Mickey Spillane, mas tudo parece muito forçado e até mesmo tolo. Nota 1. ( tem boa foto ).
ANJOS DA BROADWAY de Ben Hecht com Douglas Fairbanks Jr e Rita Hayworth
É vendido como noir, mas é um drama orignal, cruel, pessimista, dirigido pelo bom escritor e grande roteirista Hecht. A chuva pontua a história sobre um malandro de terceira que tenta dar um golpe em jogo de poker. Um homem tolo e falido e uma prostituta se juntam a ele. O filme é cheio de erros, não tem ritmo, mas é corajoso e original. Parece feito muito depois de seu tempo, tem ar de filme dos anos 70. Nota 5.
SEM NOVIDADE NO FRONT de Lewis Milestone
Só vi dois filmes que mostram realmente o absurdo da guerra: este e Glória Feita de Sangue, de Kubrick. Existem outros grandes filmes de guerra, mas todos eles têm heróis, ou usam humor, ou enfeitam estéticamente o que é apenas horror. Aqui há o inferno. As cenas de batalha são como documentário, os homens parecem realmente com medo, parece que morrem de verdade. É um clássico que nada perdeu com o tempo. Talvez hoje até pareça melhor. Nota DEZ.
MÉDICA, BONITA E SOLTEIRA de Richard Quine com Natalie Wood, Tony Curtis, Henry Fonda, Lauren Bacall
Com esse elenco o filme consegue ser vazio. Fala maliciosamente sobre revista masculina que tenta desmoralizar psicóloga que escreve sobre sexo. Curtis é o repórter que tenta a seduzir, Natalie a tal autora. Fonda faz um vizinho casado e Bacall é sua esposa. O humor era "apimentado", hoje parece apenas bobo. Tipo de filme irremediavelmente velho. Nota 3.
UM CAMINHO PARA DOIS de Stanley Donen com Albert Finney e Audrey Hepburn
Com roteiro de Frederic Raphael, este é realmente um filme ambicioso. Mostra a vida de um casal em vários momentos. Todos são intercalados, sem aviso nenhum vamos do inicio ao fim, do meio ao inicio, do meio ao fim de novo. O que une esses episódios é o fato de todos se passarem em estradas da Europa. Ela o conhece como mochileiro na França, e o filme mostra suas outras viagens, no final já ricos e entediados. Há algo de muito doloroso no filme, apesar do toque leve de Donen. Finney está agressivo demais, e Audrey muito passiva, o casal tinha de naufragar. Donen usa técnicas de flash-back à nouvelle vague, não parece o mesmo diretor de Cantando na Chuva. O filme é bastante insatisfatório, mas longe de ser ruim. Nota 5.
REI LEAR de Michael Elliott com Laurence Olivier, John Hurt, Diana Rigg e Colin Blakely
Como filme ( na verdade é tele-teatro ) é ok. Os cenários são pequenos e a imagem de tv, pobre. Mas o texto de Shakespeare é não só respeitado como bem interpretado. É um filme-peça que nos arrasa. A dor se acumula, os erros se atropelam. A maldade perde, mas o bem nada ganha. Um apocalipse! Olivier dá majestade a seu Lear, ele é tolo, egoísta, cego, mas é também um Rei. Qualquer humano interessado em linguagem, texto e sentido deve assistir. Nota DEZ.
POTICHE de François Ozon com Catherine Deneuve e Gerard Depardieu
Esposa, em 1977, tem de assumir o controle dos negócios da familia quando o marido é afastado. Depois ele volta. Depardieu é um deputado de esquerda. O filme deveria ser engraçado. Não é. Ozon faz um festival de cenas flácidas, bobas, vazias, até mesmo desagradáveis em sua inabilidade. Roteiro sem porque, seria apenas uma brincadeira? Um modo de Ozon poder usar cenários e roupas de 1977? Nota Zero.
A COR DA ROMÃ de Sergei Paradjanov
Um dos mais estranhos filmes que já vi. Não há diálogo ou ação. A câmera mostra quadros, cenas, em que os atores posam com os objetos. Letreiros se intercalam com as cenas. Fala sobre a vida de um poeta armênio. Por exemplo, quando se fala da adolescência do poeta, o que vemos é um quadro onde o poeta posa com flores, bules e uma moça. As cenas do mosteiro são perturbadoras, em meio a todo esse hermetismo colorido, Paradjnov consegue algo próximo do hipnotismo. Se voce não dormir, pode ter uma experiência próxima do êxtase. Aliás, um critico inglês diz que ver o filme é como tomar ecstasy. O diretor foi preso na antiga URSS, acusado de homossexualismo, o filme, maldito, era raro. Hoje mora em qualquer locadora. Vale a pena? Vale. PS: porque o cinema russo é tão diferente??? Nota 7.
THOR de Kenneth Branagh
Dá pra imaginar os executivos da Paramount/Marvel falando: "è sobre Thor, sabe como é, deuses do norte...", "Ah... tipo Shakespeare?"....., "Tive uma ideia! Chama aquele cara que fala de Shakespeare!", 'OK! Chama o Laurence Olivier pra dirigir!"....."Chefe....ele já morreu...." E então meteram Branagh no projeto. Mas retiraram de Thor tudo o que ele tinha de 'mistico". Os gibis antigos, de Lee e Kirby parecem mais adultos que este filme. Nosso tempo, que tem medo de tudo que pareça simbólico, reduziu Thor a um tipo de estudante da UCLA mimado, e Odin a um dono de fábrica confuso. Asgaard se parece com Metrópolis, um tipo de cenário dos Jetsons mais metido a besta. Fizeram de Troia uma guerra sem deuses, agora Thor é um deus sem espirito!!!! Natalie Portman está no filme fazendo suas caras e bocas de sempre, e Anthony Hopkins é Odin. Porque? Shakespeare, chefe!!!!! Nota 1. O martelo é cool.
Superestimado. Há quem o considere genial, histórico, moderno etc. Pra mim ele é um noir confuso, maneiroso, fake. Os atores parecem não levar a sério a história sobre material suspeito roubado. O detetive é Mickey Spillane, mas tudo parece muito forçado e até mesmo tolo. Nota 1. ( tem boa foto ).
ANJOS DA BROADWAY de Ben Hecht com Douglas Fairbanks Jr e Rita Hayworth
É vendido como noir, mas é um drama orignal, cruel, pessimista, dirigido pelo bom escritor e grande roteirista Hecht. A chuva pontua a história sobre um malandro de terceira que tenta dar um golpe em jogo de poker. Um homem tolo e falido e uma prostituta se juntam a ele. O filme é cheio de erros, não tem ritmo, mas é corajoso e original. Parece feito muito depois de seu tempo, tem ar de filme dos anos 70. Nota 5.
SEM NOVIDADE NO FRONT de Lewis Milestone
Só vi dois filmes que mostram realmente o absurdo da guerra: este e Glória Feita de Sangue, de Kubrick. Existem outros grandes filmes de guerra, mas todos eles têm heróis, ou usam humor, ou enfeitam estéticamente o que é apenas horror. Aqui há o inferno. As cenas de batalha são como documentário, os homens parecem realmente com medo, parece que morrem de verdade. É um clássico que nada perdeu com o tempo. Talvez hoje até pareça melhor. Nota DEZ.
MÉDICA, BONITA E SOLTEIRA de Richard Quine com Natalie Wood, Tony Curtis, Henry Fonda, Lauren Bacall
Com esse elenco o filme consegue ser vazio. Fala maliciosamente sobre revista masculina que tenta desmoralizar psicóloga que escreve sobre sexo. Curtis é o repórter que tenta a seduzir, Natalie a tal autora. Fonda faz um vizinho casado e Bacall é sua esposa. O humor era "apimentado", hoje parece apenas bobo. Tipo de filme irremediavelmente velho. Nota 3.
UM CAMINHO PARA DOIS de Stanley Donen com Albert Finney e Audrey Hepburn
Com roteiro de Frederic Raphael, este é realmente um filme ambicioso. Mostra a vida de um casal em vários momentos. Todos são intercalados, sem aviso nenhum vamos do inicio ao fim, do meio ao inicio, do meio ao fim de novo. O que une esses episódios é o fato de todos se passarem em estradas da Europa. Ela o conhece como mochileiro na França, e o filme mostra suas outras viagens, no final já ricos e entediados. Há algo de muito doloroso no filme, apesar do toque leve de Donen. Finney está agressivo demais, e Audrey muito passiva, o casal tinha de naufragar. Donen usa técnicas de flash-back à nouvelle vague, não parece o mesmo diretor de Cantando na Chuva. O filme é bastante insatisfatório, mas longe de ser ruim. Nota 5.
REI LEAR de Michael Elliott com Laurence Olivier, John Hurt, Diana Rigg e Colin Blakely
Como filme ( na verdade é tele-teatro ) é ok. Os cenários são pequenos e a imagem de tv, pobre. Mas o texto de Shakespeare é não só respeitado como bem interpretado. É um filme-peça que nos arrasa. A dor se acumula, os erros se atropelam. A maldade perde, mas o bem nada ganha. Um apocalipse! Olivier dá majestade a seu Lear, ele é tolo, egoísta, cego, mas é também um Rei. Qualquer humano interessado em linguagem, texto e sentido deve assistir. Nota DEZ.
POTICHE de François Ozon com Catherine Deneuve e Gerard Depardieu
Esposa, em 1977, tem de assumir o controle dos negócios da familia quando o marido é afastado. Depois ele volta. Depardieu é um deputado de esquerda. O filme deveria ser engraçado. Não é. Ozon faz um festival de cenas flácidas, bobas, vazias, até mesmo desagradáveis em sua inabilidade. Roteiro sem porque, seria apenas uma brincadeira? Um modo de Ozon poder usar cenários e roupas de 1977? Nota Zero.
A COR DA ROMÃ de Sergei Paradjanov
Um dos mais estranhos filmes que já vi. Não há diálogo ou ação. A câmera mostra quadros, cenas, em que os atores posam com os objetos. Letreiros se intercalam com as cenas. Fala sobre a vida de um poeta armênio. Por exemplo, quando se fala da adolescência do poeta, o que vemos é um quadro onde o poeta posa com flores, bules e uma moça. As cenas do mosteiro são perturbadoras, em meio a todo esse hermetismo colorido, Paradjnov consegue algo próximo do hipnotismo. Se voce não dormir, pode ter uma experiência próxima do êxtase. Aliás, um critico inglês diz que ver o filme é como tomar ecstasy. O diretor foi preso na antiga URSS, acusado de homossexualismo, o filme, maldito, era raro. Hoje mora em qualquer locadora. Vale a pena? Vale. PS: porque o cinema russo é tão diferente??? Nota 7.
THOR de Kenneth Branagh
Dá pra imaginar os executivos da Paramount/Marvel falando: "è sobre Thor, sabe como é, deuses do norte...", "Ah... tipo Shakespeare?"....., "Tive uma ideia! Chama aquele cara que fala de Shakespeare!", 'OK! Chama o Laurence Olivier pra dirigir!"....."Chefe....ele já morreu...." E então meteram Branagh no projeto. Mas retiraram de Thor tudo o que ele tinha de 'mistico". Os gibis antigos, de Lee e Kirby parecem mais adultos que este filme. Nosso tempo, que tem medo de tudo que pareça simbólico, reduziu Thor a um tipo de estudante da UCLA mimado, e Odin a um dono de fábrica confuso. Asgaard se parece com Metrópolis, um tipo de cenário dos Jetsons mais metido a besta. Fizeram de Troia uma guerra sem deuses, agora Thor é um deus sem espirito!!!! Natalie Portman está no filme fazendo suas caras e bocas de sempre, e Anthony Hopkins é Odin. Porque? Shakespeare, chefe!!!!! Nota 1. O martelo é cool.
DONEN/ CARY GRANT/ BURT LANCASTER/ AL PACINO/ POWELL/ CAPRA
ARABESQUE de Stanley Donen com Gregory Peck e Sophia Loren
No inicio dos anos 60 foi moda fazer filmes do tipo "mistério-policial-chic". Donen fez em 63 o melhor deles: Charada. Aqui ele tenta fazer um filme tão bom quanto aquele. Infelizmente não consegue ( Pudera! ninguém mais conseguiu fazer outro Charada.) Mas este Arabesque não é ruim. Diverte e é bonito de se ver. Sophia nunca esteve tão perfeita e Peck é sempre ok ( Embora não sirva pra comédia. Suas cenas de humor naufragam ). Stanley Donen é o soberbo diretor que ajudou Gene Kelly a fazer Cantando na Chuva e que depois provou sua maestria com Sete Noivas para Sete Irmãos. Donen sabia dar a seus filmes um toque sublime de leveza, brilho, chique, humor e muita inteligencia. Em 1994 foi homenageado no Oscar e sua dança com seu prêmio é dos melhores momentos da academia. Nota 6.
NIGHTFALL de Jacques Tourneur com Aldo Ray, Brian Keith e Anne Bancroft
Ótimo policial noir. Tourneur foi um daqueles caras que sabia fazer qualquer tipo de filme. O que ele dava a todos os seus trabalhos era senso de ação, clima, e boas interpetações. Este filme tem tudo isso, e mais um enorme fatalismo pessimista. Tudo dá errado para seus personagens vulgares. Uma excelente diversão. Nota 8.
O LADRÃO DE BAGDÁ de Michael Powell com Sabu, June Duprez
Em que pese a maravilha de foto ( Georges Perinal ), o filme é muito irregular. Na verdade Powell dirigiu apenas um quarto do filme. Korda e Whelan dirigiram o resto. Isso lhe dá uma alternancia de ritmos, climas que não evoluem. Mas funciona como fantasia solta e tem seus momentos. Mas não espere demais. Nota 5.
ESTE MUNDO É UM HOSPICIO de Frank Capra com Cary Grant, Peter Lorre, Raymond Massey
Um filme que é todo falho. É a versão nas telas de peça de imenso sucesso. Fala de duas velhinhas que aliviam a vida de velhos solitários: elas matam esses infelizes. Mas a comédia não funciona. O motivo? Todos os personagens são irritantemente histéricos. Mesmo o maravilhoso Cary Grant está fora do tom. Dá para se perceber seu desconforto. Nota 4.
O HOMEM DE ALCATRAZ de John Frankenheimer com Burt Lancaster e Telly Savallas
Baseado em fatos reais. Um homem anti-social, ruim, é preso. Ele odeia as pessoas e idolatra sua mãe ( uma assustadora/edipiana Thelma Ritter ). Na prisão, um diretor passa a persegui-lo ( um odiável Karl Malden ), porque ele não se encaixa em seu plano de prisões ultra-racionais. Por acidente, esse preso cria um canário na cela, e passa, com o tempo, a ser uma das maiores autoridades do mundo em ornitologia. Sem jamais sair da prisão. O filme é muito dificil. Todo filmado dentro das celas, sem sol, sem alegria, nada apelativo. Lancaster está contido, seco, bastante viril e o resto do elenco está a sua altura. Frankenheimer, um dos grandes da época, sabe filmar esse tipo de tema. A câmera testemunha, não julga, mostra e jamais escancara. Não é fácil acompanhar vida tão árdua, mas caraca! Vale muito a pena. Nota 7.
O IMPÉRIO DAS ARANHAS de John Bud Cardos com William Shatner É um thrash fuleiro sobre aranhas que matam e aprontam. É versão pobre de Os Pássaros. Voce se senta e se deixa ver, e de repente se pega gostando. Nota 5.
ANNA CHRISTIE de Clarence Brown com Greta Garbo
Peça de Eugene O'Neill, ou seja, pessimismo ao extremo. Garbo prova mais uma vez ser grande atriz. Faz um papel sem nenhum glamour. Mas o filme, feito no inico do cinema falado tem um enorme problema: seu peso. No começo do falado, os aparelhos de gravação de som eram imensos, isso fazia com que câmera e atores não pudessem se mover. O que temos são longas cenas sem movimento ( isso seria resolvido no ano seguinte ). Chato pacas! Nota Zero.
JUSTIÇA PARA TODOS de Norman Jewison com Al Pacino, Jack Warden e Christine Lahti
No tempo em que o cinema americano era adulto, se fez este filme. É sobre um advogado que tem de defender de processo por estupro, o juiz que ele mais detesta. O roteiro de Barry Levinson mistura drama pesado e comédia louca, funciona e muito. Jewison, diretor engajado, mostra a vida de travestis, pequenos ladrões, julgamentos falhos e escritórios cheios de processos infindáveis. Pacino vai enlouquecendo e sua atuação é das melhores coisas que ele já fez. A explosão que ele sofre no final é das cenas mais citadas pelos jovens atores. Mas há mais: o filme é maravilhosamente rico. Um juiz que tenta se enforcar, um outro fascista, um advogado que enlouquece, um travesti sensível, todos são meio loucos neste filme que parece faiscar em mil direções, mas que jamais se perde. Posso dizer que se voce é daqueles meninos que ainda não descobriram o cinema adulto dos 70, que ainda pensa que Rede Social e Cisne Negro são o máximo...bem, veja este filme e depois a gente conversa. Há aqui uma complexidade fílmica não afetada maravilhosa. E há Pacino. Nota 9.
NESTE MUNDO E NO OUTRO de Michael Powell com David Niven e Kim Hunter
Uma obra-prima. Fantasia pura e poesia soberba em filme que trata de espíritos e anjos sem jamais ser fofo ou lacrimoso. Sério e socialmente nobre, Powell era um gênio. Este filme, diferente de tudo o que voce já viu, é testemunho de alma sem igual. Ver e crer. Nota DEZ!!!!!!
PARALELO 49 de Michael Powell com Laurence Olivier, Raymond Massey e Leslie Howard
Um grupo de nazis, perdidos no Canadá, tentam escapar. Coragem de Powell, o filme, feito durante a segunda guerra, tem nazis como personagens centrais e mostra os alemães como não-vilões. O filme, claro, ataca o nazismo, mas exibe o fato de que os alemães não são todos ruins e mais, que há soldados alemães inocentes. Fora isso, é uma aventura de primeira com deslumbrantes paisagens canadenses. Mais um show de Powell. Nota 7.
No inicio dos anos 60 foi moda fazer filmes do tipo "mistério-policial-chic". Donen fez em 63 o melhor deles: Charada. Aqui ele tenta fazer um filme tão bom quanto aquele. Infelizmente não consegue ( Pudera! ninguém mais conseguiu fazer outro Charada.) Mas este Arabesque não é ruim. Diverte e é bonito de se ver. Sophia nunca esteve tão perfeita e Peck é sempre ok ( Embora não sirva pra comédia. Suas cenas de humor naufragam ). Stanley Donen é o soberbo diretor que ajudou Gene Kelly a fazer Cantando na Chuva e que depois provou sua maestria com Sete Noivas para Sete Irmãos. Donen sabia dar a seus filmes um toque sublime de leveza, brilho, chique, humor e muita inteligencia. Em 1994 foi homenageado no Oscar e sua dança com seu prêmio é dos melhores momentos da academia. Nota 6.
NIGHTFALL de Jacques Tourneur com Aldo Ray, Brian Keith e Anne Bancroft
Ótimo policial noir. Tourneur foi um daqueles caras que sabia fazer qualquer tipo de filme. O que ele dava a todos os seus trabalhos era senso de ação, clima, e boas interpetações. Este filme tem tudo isso, e mais um enorme fatalismo pessimista. Tudo dá errado para seus personagens vulgares. Uma excelente diversão. Nota 8.
O LADRÃO DE BAGDÁ de Michael Powell com Sabu, June Duprez
Em que pese a maravilha de foto ( Georges Perinal ), o filme é muito irregular. Na verdade Powell dirigiu apenas um quarto do filme. Korda e Whelan dirigiram o resto. Isso lhe dá uma alternancia de ritmos, climas que não evoluem. Mas funciona como fantasia solta e tem seus momentos. Mas não espere demais. Nota 5.
ESTE MUNDO É UM HOSPICIO de Frank Capra com Cary Grant, Peter Lorre, Raymond Massey
Um filme que é todo falho. É a versão nas telas de peça de imenso sucesso. Fala de duas velhinhas que aliviam a vida de velhos solitários: elas matam esses infelizes. Mas a comédia não funciona. O motivo? Todos os personagens são irritantemente histéricos. Mesmo o maravilhoso Cary Grant está fora do tom. Dá para se perceber seu desconforto. Nota 4.
O HOMEM DE ALCATRAZ de John Frankenheimer com Burt Lancaster e Telly Savallas
Baseado em fatos reais. Um homem anti-social, ruim, é preso. Ele odeia as pessoas e idolatra sua mãe ( uma assustadora/edipiana Thelma Ritter ). Na prisão, um diretor passa a persegui-lo ( um odiável Karl Malden ), porque ele não se encaixa em seu plano de prisões ultra-racionais. Por acidente, esse preso cria um canário na cela, e passa, com o tempo, a ser uma das maiores autoridades do mundo em ornitologia. Sem jamais sair da prisão. O filme é muito dificil. Todo filmado dentro das celas, sem sol, sem alegria, nada apelativo. Lancaster está contido, seco, bastante viril e o resto do elenco está a sua altura. Frankenheimer, um dos grandes da época, sabe filmar esse tipo de tema. A câmera testemunha, não julga, mostra e jamais escancara. Não é fácil acompanhar vida tão árdua, mas caraca! Vale muito a pena. Nota 7.
O IMPÉRIO DAS ARANHAS de John Bud Cardos com William Shatner É um thrash fuleiro sobre aranhas que matam e aprontam. É versão pobre de Os Pássaros. Voce se senta e se deixa ver, e de repente se pega gostando. Nota 5.
ANNA CHRISTIE de Clarence Brown com Greta Garbo
Peça de Eugene O'Neill, ou seja, pessimismo ao extremo. Garbo prova mais uma vez ser grande atriz. Faz um papel sem nenhum glamour. Mas o filme, feito no inico do cinema falado tem um enorme problema: seu peso. No começo do falado, os aparelhos de gravação de som eram imensos, isso fazia com que câmera e atores não pudessem se mover. O que temos são longas cenas sem movimento ( isso seria resolvido no ano seguinte ). Chato pacas! Nota Zero.
JUSTIÇA PARA TODOS de Norman Jewison com Al Pacino, Jack Warden e Christine Lahti
No tempo em que o cinema americano era adulto, se fez este filme. É sobre um advogado que tem de defender de processo por estupro, o juiz que ele mais detesta. O roteiro de Barry Levinson mistura drama pesado e comédia louca, funciona e muito. Jewison, diretor engajado, mostra a vida de travestis, pequenos ladrões, julgamentos falhos e escritórios cheios de processos infindáveis. Pacino vai enlouquecendo e sua atuação é das melhores coisas que ele já fez. A explosão que ele sofre no final é das cenas mais citadas pelos jovens atores. Mas há mais: o filme é maravilhosamente rico. Um juiz que tenta se enforcar, um outro fascista, um advogado que enlouquece, um travesti sensível, todos são meio loucos neste filme que parece faiscar em mil direções, mas que jamais se perde. Posso dizer que se voce é daqueles meninos que ainda não descobriram o cinema adulto dos 70, que ainda pensa que Rede Social e Cisne Negro são o máximo...bem, veja este filme e depois a gente conversa. Há aqui uma complexidade fílmica não afetada maravilhosa. E há Pacino. Nota 9.
NESTE MUNDO E NO OUTRO de Michael Powell com David Niven e Kim Hunter
Uma obra-prima. Fantasia pura e poesia soberba em filme que trata de espíritos e anjos sem jamais ser fofo ou lacrimoso. Sério e socialmente nobre, Powell era um gênio. Este filme, diferente de tudo o que voce já viu, é testemunho de alma sem igual. Ver e crer. Nota DEZ!!!!!!
PARALELO 49 de Michael Powell com Laurence Olivier, Raymond Massey e Leslie Howard
Um grupo de nazis, perdidos no Canadá, tentam escapar. Coragem de Powell, o filme, feito durante a segunda guerra, tem nazis como personagens centrais e mostra os alemães como não-vilões. O filme, claro, ataca o nazismo, mas exibe o fato de que os alemães não são todos ruins e mais, que há soldados alemães inocentes. Fora isso, é uma aventura de primeira com deslumbrantes paisagens canadenses. Mais um show de Powell. Nota 7.
depois da vida, la jetèe, pic nic...
DEPOIS DA VIDA de hirokazu kore-eda
lutei bravamente com este chatíssimo filme japonês. Algo sobre lembranças e vida após a morte. Longos planos que jamais terminam, câmera tremida ou não. Confesso que não entendo se é para ser levado a sério, se é uma homenagem ao cinema, não entendí nada ! Levei 3 dias para o assistir inteiro e não valeu a pena. 2.
OS DUELISTAS de ridley scott. com harvey keitel e keith carradine.
em termos de fotografia, raros filmes são mais bonitos. é a estréia de scott como diretor e talvez seja seu filme mais simples. trata da obsessão de um soldado em limpar sua honra. tudo filmado ao estilo "inglês" de longas tomadas de neblinas, chuvas, campos verdes e amanhecer radioso. 7.
UM ESPÍRITO BAIXOU EM MIM de carl reiner com steve martin e lily tomlin.
se a comédia não fosse o gênero de cinema ( e de teatro também ) mais subestimado, o maravilhoso steve martin teria já seus dois oscars e lily os teria ganhado também ( assim como william powell, cary grant, rosalind russel, jim carrey, gene wilder, carole lombard e tantos outros ). neste delicioso filme, steve abriga a alma de lily. passa não só a abrigar duas almas rivais, como se apaixona por seu lado mulher. façamos justiça a esse ator: quanto prazer ele nos deu! nota 7.
ASAS de william wellman com gary cooper e clara bow.
eis aqui o primeiro ganhador do oscar de melhor filme! as cenas aéreas são muito bonitas. 6.
ANNA CHRISTIE de rouben mamoulian com greta garbo
peça de eugene o'neil. e parece teatro. arrastado, chato, inconvincente. 3.
BLOOM de sean walsh com stephen rea.
creia, este filme é a adaptação para cinema de ulysses de james joyce!!!!! e erra em tudo. ulysses transforma nossa vida banal em epopéia. descreve a vida medíocre de um comum irlandês num mito universal. mostra o eterno no cotidiano, o mágico no real. o filme faz o inverso: mostra o casal do filme como pequenos seres, homenzinhos com seus probleminhas pequeninos. mesmo assim seus monólogos são tão fortes, seus atores tão competentes e tudo é levado com tanta paixão que o filme nos pega. nada a ver com joyce, mas funciona. nota 7.
DAQUI A CEM ANOS de william cameron menzies
este filme criou blade runner. todo filme que mostra o futuro como um lugar de destruição e sujeira, bebeu nesta fonte. é um dos mais desagradáveis filmes que assisti. 6.
FÉ DEMAIS NÃO CHEIRA BEM de richard pearce com steve martin, debra winger, liam neeson e philip seymour hoffman.
chaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaatoooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!! zero!
GET CARTER de mike hodges com michael caine.
se voce quer saber onde nasceu o filme inglês de sub-mundo, tipo "dois canos" ou "snatch", nasceu aqui, com carter. stallone o refilmou e quebrou a cara. este filme é sórdido!!!!! duro, cruel, espertíssimo e tem uma trilha sonora idêntica a dos filmes do soderbergh. e michael...sublime! foi o cara que mostrou ao mundo que nem todo britânico parecia saído de uma peça de noel coward. assiste correndo. 8.
O CÉU MANDOU ALGUÉM de john ford com john wayne.
desertos, cavalos, o sol se pondo...eis meu paraíso. quando wayne entra em cena eu penso : viva! um ford médio, tranquilo, calmo. dá pena quando termina... nota 8.
MR.SKEFFINGTON de vincent sherman com bette davis e claude rain.
novelona braba. o tipo de filme feito pra mulher dos anos 40 e que é molde para qualquer best-seller banal de hoje. bette está fantástica, mas quando ela não esteve? 4.
DAVID COPPERFIELD de george cukor com wc.fields e um enorme etc incluindo a lindíssima maureen o'sullivan.
transpor o clássico de dickens não é fácil. o livro tem milhares de personagens e centenas de fatos acontecendo todo o tempo. porém... surpresa...o filme se sai maravilhosamente bem! uma delícia de diversão boba, cheia de ação, romance, bons diálogos, atores carismáticos, bela fotografia e um cenário sublime. 8.
PIC NIC de joshua logan com william holden, kim novak, rosalind russell, arthur o'connel e susan strasberg.
um caroneiro-vagabundo chega a pequena cidade e com sua virilidade exuberante desestabiliza todas as relações estabelecidas. peça de imenso sucesso de william inge nesta linda versão ( fotografia do genial james wong-howe ) o elenco dá um show ( menos holden que é muito velho para o papel ). belo filme que tem em ruy castro um fã radical. 7.
O DIABO VESTE PRADA de david frankel com meryl streep e anne hathaway.
como anne é uma atriz muito querida pelos críticos americanos, resolvi finalmente ver este filme. bem...não se trata exatamente de cinema, é um video-clip. a música está sempre em mais evidência que os diálogos, a câmera não pára de girar e correr, os atores não têm nenhum tempo de desenvolver qualquer profundidade em suas atuações e toda cena é feita para agradar e parecer fofinha. quando ela abre mão de miranda pelo namorado insosso- só podemos pensar: vai plantar batatas!- o filme é tolo. nota 3. ( frankel dirigiu agora Marley e eu- dá pra adivinhar os executivo-aqueles caras que são contadores, jamais produtores- pensando: hey! este cara dirigiu um best seller! vamos chamar ele! )
KUNG FU PANDA
que belos cenários! e que saco de desenho irritante! o que faz de uma animação algo memorável é a simpatia de seu personagem central. esse panda é um gordinho-mala! 1.
O DELATOR de john ford com victor mclaglen
este foi o filme que deu o primeiro dos 4 oscars que ford tem. ( record que pensaram que spielberg iria quebrar ). um filme cruel sobre a revolução irlandesa. um show de mclaglen que levou o oscar de ator. escuro, dark até, bastante poético e forte. 7.
INDISCRETA de stanley donen com ingrid bergman e cary grant
olhar para cary e ingrid é sempre um prazer. mas o filme é só isso. os dois namorando numa londres mágica e em apartamentos belíssimos. 4.
lutei bravamente com este chatíssimo filme japonês. Algo sobre lembranças e vida após a morte. Longos planos que jamais terminam, câmera tremida ou não. Confesso que não entendo se é para ser levado a sério, se é uma homenagem ao cinema, não entendí nada ! Levei 3 dias para o assistir inteiro e não valeu a pena. 2.
OS DUELISTAS de ridley scott. com harvey keitel e keith carradine.
em termos de fotografia, raros filmes são mais bonitos. é a estréia de scott como diretor e talvez seja seu filme mais simples. trata da obsessão de um soldado em limpar sua honra. tudo filmado ao estilo "inglês" de longas tomadas de neblinas, chuvas, campos verdes e amanhecer radioso. 7.
UM ESPÍRITO BAIXOU EM MIM de carl reiner com steve martin e lily tomlin.
se a comédia não fosse o gênero de cinema ( e de teatro também ) mais subestimado, o maravilhoso steve martin teria já seus dois oscars e lily os teria ganhado também ( assim como william powell, cary grant, rosalind russel, jim carrey, gene wilder, carole lombard e tantos outros ). neste delicioso filme, steve abriga a alma de lily. passa não só a abrigar duas almas rivais, como se apaixona por seu lado mulher. façamos justiça a esse ator: quanto prazer ele nos deu! nota 7.
ASAS de william wellman com gary cooper e clara bow.
eis aqui o primeiro ganhador do oscar de melhor filme! as cenas aéreas são muito bonitas. 6.
ANNA CHRISTIE de rouben mamoulian com greta garbo
peça de eugene o'neil. e parece teatro. arrastado, chato, inconvincente. 3.
BLOOM de sean walsh com stephen rea.
creia, este filme é a adaptação para cinema de ulysses de james joyce!!!!! e erra em tudo. ulysses transforma nossa vida banal em epopéia. descreve a vida medíocre de um comum irlandês num mito universal. mostra o eterno no cotidiano, o mágico no real. o filme faz o inverso: mostra o casal do filme como pequenos seres, homenzinhos com seus probleminhas pequeninos. mesmo assim seus monólogos são tão fortes, seus atores tão competentes e tudo é levado com tanta paixão que o filme nos pega. nada a ver com joyce, mas funciona. nota 7.
DAQUI A CEM ANOS de william cameron menzies
este filme criou blade runner. todo filme que mostra o futuro como um lugar de destruição e sujeira, bebeu nesta fonte. é um dos mais desagradáveis filmes que assisti. 6.
FÉ DEMAIS NÃO CHEIRA BEM de richard pearce com steve martin, debra winger, liam neeson e philip seymour hoffman.
chaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaatoooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!! zero!
GET CARTER de mike hodges com michael caine.
se voce quer saber onde nasceu o filme inglês de sub-mundo, tipo "dois canos" ou "snatch", nasceu aqui, com carter. stallone o refilmou e quebrou a cara. este filme é sórdido!!!!! duro, cruel, espertíssimo e tem uma trilha sonora idêntica a dos filmes do soderbergh. e michael...sublime! foi o cara que mostrou ao mundo que nem todo britânico parecia saído de uma peça de noel coward. assiste correndo. 8.
O CÉU MANDOU ALGUÉM de john ford com john wayne.
desertos, cavalos, o sol se pondo...eis meu paraíso. quando wayne entra em cena eu penso : viva! um ford médio, tranquilo, calmo. dá pena quando termina... nota 8.
MR.SKEFFINGTON de vincent sherman com bette davis e claude rain.
novelona braba. o tipo de filme feito pra mulher dos anos 40 e que é molde para qualquer best-seller banal de hoje. bette está fantástica, mas quando ela não esteve? 4.
DAVID COPPERFIELD de george cukor com wc.fields e um enorme etc incluindo a lindíssima maureen o'sullivan.
transpor o clássico de dickens não é fácil. o livro tem milhares de personagens e centenas de fatos acontecendo todo o tempo. porém... surpresa...o filme se sai maravilhosamente bem! uma delícia de diversão boba, cheia de ação, romance, bons diálogos, atores carismáticos, bela fotografia e um cenário sublime. 8.
PIC NIC de joshua logan com william holden, kim novak, rosalind russell, arthur o'connel e susan strasberg.
um caroneiro-vagabundo chega a pequena cidade e com sua virilidade exuberante desestabiliza todas as relações estabelecidas. peça de imenso sucesso de william inge nesta linda versão ( fotografia do genial james wong-howe ) o elenco dá um show ( menos holden que é muito velho para o papel ). belo filme que tem em ruy castro um fã radical. 7.
O DIABO VESTE PRADA de david frankel com meryl streep e anne hathaway.
como anne é uma atriz muito querida pelos críticos americanos, resolvi finalmente ver este filme. bem...não se trata exatamente de cinema, é um video-clip. a música está sempre em mais evidência que os diálogos, a câmera não pára de girar e correr, os atores não têm nenhum tempo de desenvolver qualquer profundidade em suas atuações e toda cena é feita para agradar e parecer fofinha. quando ela abre mão de miranda pelo namorado insosso- só podemos pensar: vai plantar batatas!- o filme é tolo. nota 3. ( frankel dirigiu agora Marley e eu- dá pra adivinhar os executivo-aqueles caras que são contadores, jamais produtores- pensando: hey! este cara dirigiu um best seller! vamos chamar ele! )
KUNG FU PANDA
que belos cenários! e que saco de desenho irritante! o que faz de uma animação algo memorável é a simpatia de seu personagem central. esse panda é um gordinho-mala! 1.
O DELATOR de john ford com victor mclaglen
este foi o filme que deu o primeiro dos 4 oscars que ford tem. ( record que pensaram que spielberg iria quebrar ). um filme cruel sobre a revolução irlandesa. um show de mclaglen que levou o oscar de ator. escuro, dark até, bastante poético e forte. 7.
INDISCRETA de stanley donen com ingrid bergman e cary grant
olhar para cary e ingrid é sempre um prazer. mas o filme é só isso. os dois namorando numa londres mágica e em apartamentos belíssimos. 4.
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