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CAT POWER & TANITA TIKARAN

   No final dos anos 80 eu conhecia o grande disco de Tanita Tikaran. Como se feito fosse dentro de uma catedral, ele remete diretamente à Van Morrison. Mas também à Rickie Lee Jones. Cheio de sombras, úmido, a voz dela vem como de cavernas. Ela é quente. 
  O tempo passou e o mundo preferiu virar seus olhos para Bjork, a grande chata. Tanita sumiu do mainstream. ( Existe um mainstream alternativo hiper ativo e duro como aço ). 
  Cat Power tem o mesmo timbre de voz e surge dez anos após Tanita. No fim do século XX. Cat é ainda mais espartana e franciscana. O som é feito de pequenas notas e as canções são feitas só de refrões em busca de um arranjo. Van Morrison outra vez. Só que em clave feminina. Como o irlandês, ela joga uma melodia e discorre sobre ela. São hinos. Cantilenas. Remetem às celebrações de domingos. 
  Uma amiga me presenteou com 3 cds de Cat Power. Ela achou que eu gostaria. Os cds são como ela: melodias em busca de redenção. Delicadezas que insistem em ficar. Sombras impossíveis de iluminar. Bonitas como as maiores mágoas. Longas pernas pálidas e longos olhares despidos.
  Tanita é melhor. Mas Cat me assobia. E anda pela esquina.