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SOBRE O DUENDE EM MÚSICA
Feche o quarto e deixe tudo absolutamente escuro. Ligue a música em máximo volume, e de pé, no centro do espaço, ouça-a sem dançar. Fique parado e se voce sentir que vai começar a executar passos de dança, não os execute e não imite nenhum performer que voce viu um dia no palco. Fique quieto, solto, calmo, ouvindo o som.
Quando os americanos começaram a ouvir som de preto ( blues e rocknroll ) lá por 1955, a sociedade entrou em parafuso porque ? Não foi devido ao fato deles falarem errado, não foi pela pelvis de Elvis ( também foi ), ou puramente pelo racismo ( também foi ). O que havia por detrás de tudo isso era o medo, um inconsciente medo. Do que ? Do duende, é claro.
Toda a nossa civilização nos oferece sempre um único modelo de pensamento. O politico/militar, o politico/religioso ou o politico/técnico. Cada sociedade tem o seu. E para se interromper a força destruidora da anarquia, o duende primitivo dessa massa de ex- bárbaros tem de ser asfixiado. Enquadrado. Ele se esconde em nosso inconsciente mais profundo e lá fica, tentando voltar a tona. Drogas, sexo e música, como fazê-lo respirar ?
John Lee Hooker cantando Big Legs Tight.
É macumba. Duende é macumba. Foi isso que apavorou o branco da América de 55. A cerimônia de invocação de Dionisius, a macumba baby. O preto véio.
No centro do quarto eu começo a tremer interiormente. Meu corpo ainda não se move. Mas o grito e a possessão já se fizeram. Balanço e não caio, entro em doideira sexualizada. Não danço, movo meu corpo que é levado por alguma coisa descontrolada dentro de mim. Viagem sem droga. Me jogo ao fogo. Giro, e vou......
Quando a música termina estou esgotado. E solto, livre, inteiro. Isso é o duende.
Brancos também fazem essa macumba. Mas lhes é mais distante, mais dificil de atingir. São séculos demais de romanismos e ciência. Os negros estão mais próximos disso. Para eles o xamanismo foi de seus bisavôs.
Exile on Main Street é todo feito como incessante busca do duende. Foi o escutando, no escuro, que travei meu primeiro contato com ele. E hoje, anos sem experimentar sua presença, sinto-o sem querer ao ouvir John Lee Hooker.
Cuidado com Hooker ! Muito cuidado ! Um duende como Howlin Wolff, Robert Johnson, Miles Davis ou Thelonious Monk. Macumbeiro. Preto vèio com voodoo.
Encontre seu duende. Pela poesia, pela música, pela religião. Iggy achou o seu. Jagger trouxe-o a tona na branquérrima Londres de 63. Hoje ele tem sido vulgarizado em pílulas e performances que são ataques de nervos, jamais manifestações de Dionisio ( a diferença entre um cara tendo um ataque convulsivo no palco e um autêntico duende é o sexo. O duende é sempre sexualizado, bissexual, provocante e sedutor, satanicamente feliz ).
Tente trazer o seu a tona. Sem medo. O universo agradece.
Quando os americanos começaram a ouvir som de preto ( blues e rocknroll ) lá por 1955, a sociedade entrou em parafuso porque ? Não foi devido ao fato deles falarem errado, não foi pela pelvis de Elvis ( também foi ), ou puramente pelo racismo ( também foi ). O que havia por detrás de tudo isso era o medo, um inconsciente medo. Do que ? Do duende, é claro.
Toda a nossa civilização nos oferece sempre um único modelo de pensamento. O politico/militar, o politico/religioso ou o politico/técnico. Cada sociedade tem o seu. E para se interromper a força destruidora da anarquia, o duende primitivo dessa massa de ex- bárbaros tem de ser asfixiado. Enquadrado. Ele se esconde em nosso inconsciente mais profundo e lá fica, tentando voltar a tona. Drogas, sexo e música, como fazê-lo respirar ?
John Lee Hooker cantando Big Legs Tight.
É macumba. Duende é macumba. Foi isso que apavorou o branco da América de 55. A cerimônia de invocação de Dionisius, a macumba baby. O preto véio.
No centro do quarto eu começo a tremer interiormente. Meu corpo ainda não se move. Mas o grito e a possessão já se fizeram. Balanço e não caio, entro em doideira sexualizada. Não danço, movo meu corpo que é levado por alguma coisa descontrolada dentro de mim. Viagem sem droga. Me jogo ao fogo. Giro, e vou......
Quando a música termina estou esgotado. E solto, livre, inteiro. Isso é o duende.
Brancos também fazem essa macumba. Mas lhes é mais distante, mais dificil de atingir. São séculos demais de romanismos e ciência. Os negros estão mais próximos disso. Para eles o xamanismo foi de seus bisavôs.
Exile on Main Street é todo feito como incessante busca do duende. Foi o escutando, no escuro, que travei meu primeiro contato com ele. E hoje, anos sem experimentar sua presença, sinto-o sem querer ao ouvir John Lee Hooker.
Cuidado com Hooker ! Muito cuidado ! Um duende como Howlin Wolff, Robert Johnson, Miles Davis ou Thelonious Monk. Macumbeiro. Preto vèio com voodoo.
Encontre seu duende. Pela poesia, pela música, pela religião. Iggy achou o seu. Jagger trouxe-o a tona na branquérrima Londres de 63. Hoje ele tem sido vulgarizado em pílulas e performances que são ataques de nervos, jamais manifestações de Dionisio ( a diferença entre um cara tendo um ataque convulsivo no palco e um autêntico duende é o sexo. O duende é sempre sexualizado, bissexual, provocante e sedutor, satanicamente feliz ).
Tente trazer o seu a tona. Sem medo. O universo agradece.
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