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RAINER MARIA RILKE - RODIN

A escrita de Rilke é sedutora porque ela vive na borda, na fronteira entre o pesadelo e a beleza. Ele faz do estado doentio, sim, ele era um doente, uma condição de privilégio. Simbolistas e decadentes do fim do século XIX e do começo do XX, traziam ao estado doentio sedução. A febre, a vertigem, a mania, tudo isso dava ao artista a possibilidade de ir além. Ler Rilke, como acontece com Proust, é habitar o mundo da mais perfeita beleza, mas é também ser testemunha da mais cava neurose. E, assim como todo neurótico sente conforto na sua dor, nós somos seduzidos pela doença que é beleza. Por isso eu adoro Rilke como adoro Proust. Em prosa, o poeta alemão nascido em Praga, é poeta como sempre o é. Neste volume ele tece loas à Rodin, o escultor que por volta de 1900 era o artista mais famoso do planeta. Na nossa herança cultural, obras como O Pensador ou O Beijo são tão icônicas e populares que pensamos que elas sempre existiram, como se fossem uma montanha ou um rio. Imagine o efeito sobre uma sensibilidade como a de Rilke, testemunhando a gênese de todas essas obras. Ele nos explica o porque da genialidade de Rodin, o movimento que habita suas esculturas, a força de cada gesto, a brutalidade que alça voo. O volume deveria ser uma biografia do artista francês, mas ele se faz uma obra de impressões. O poeta vasculha, sente, observa, vê. ----------------- Ler prosa tão poética é um prazer sem fim.