Mostrando postagens com marcador bruce chatwin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador bruce chatwin. Mostrar todas as postagens
O TESTAMENTO DO TROVADOR - JAMES COWAN ( CÁTAROS )
O livro deveria ser maravilhoso, mas não é. O tema é um dos mais fascinantes, um inglês vai à Aquitânia, França, em 1998, para tomar posse de um velho pergaminho. Esse pergaminho tem o texto final de um poeta càtaro do século XII. Andando pela região francesa, o inglês vai desvendando a vida do poeta antigo e de sua Musa. --------------- Eis os ingredientes para um romance que me seduziria completamente. O tema, o gnosticismo da época, a dualidade entre carne e alma, o amor cortesão como modo de encontrar o Divino, me encanta faz décadas. Mas o livro não alça voo. Por que? Falta um personagem mais sedutor, falta vida, falta detalhe, falta arte. ----------------- Pesquiso e descubro que James Cowan, o autor do livro, viveu na Libia, no Egito, na Espanha, entre os aborígenes da Australia e na Argentina. Morto já neste século, Cowan, australiano, fez sucesso em seu país e em nações de língua inglesa. Irriquieto, suas histórias se passam em lugares que representam encruzilhadas. Um Bruce Chatwin menos complexo. Não me emocionou. PORÉM....tive uma epifania no meio da leitura e falo dela em post acima.
O VICE REI DE UIDÁ- BRUCE CHATWIN
Curto e objetivo. O estilo de Chatwin é assim, incisivo. Foi uma das maiores promessas dos anos 80, mas, que pena, morreu cedo. Ele corria mundo escrevendo. Seus livros são ambientados na Patagônia, no deserto da Austrália, na África...
Ele veio ao Brasil para pesquisar a vida de um traficante de escravos de 1815. O livro começa por volta de 1940, enterro de um antepassado, povo africano que se acha brasileiro ( ser brasileiro é chic ). Se vêm como uma estirpe nobre, "quase branca". Herdeiros do grande vendedor de escravos.
Então Chatwin narra a saga do tal "herói". Caboclo do sertão nordestino, duro, cruel, miserável, que acaba indo à "Ouida" ( Uidá ), na África, reino entre Nigéria e Costa do Marfim. Lá ele vende gente, mata, enriquece muito e morre de solidão. É acima de tudo um pária. Útil, mas sempre negado por portugueses, brasileiros e africanos.
O livro revela em cenas cruas a crueldade mais abjeta. Todos são grandes tiranos, todos são assassinos sujos. O livro é feito de ironia, sangue e sexo. E morte, morte doentia.
Lançado em 1980, abriu a melhor fase do jovem Bruce Chatwin. Sua obra-prima é no Rastro dos Cantos, mais ambicioso. Este chega perto em seu estilo rude e viril. Um belo livro.
Ele veio ao Brasil para pesquisar a vida de um traficante de escravos de 1815. O livro começa por volta de 1940, enterro de um antepassado, povo africano que se acha brasileiro ( ser brasileiro é chic ). Se vêm como uma estirpe nobre, "quase branca". Herdeiros do grande vendedor de escravos.
Então Chatwin narra a saga do tal "herói". Caboclo do sertão nordestino, duro, cruel, miserável, que acaba indo à "Ouida" ( Uidá ), na África, reino entre Nigéria e Costa do Marfim. Lá ele vende gente, mata, enriquece muito e morre de solidão. É acima de tudo um pária. Útil, mas sempre negado por portugueses, brasileiros e africanos.
O livro revela em cenas cruas a crueldade mais abjeta. Todos são grandes tiranos, todos são assassinos sujos. O livro é feito de ironia, sangue e sexo. E morte, morte doentia.
Lançado em 1980, abriu a melhor fase do jovem Bruce Chatwin. Sua obra-prima é no Rastro dos Cantos, mais ambicioso. Este chega perto em seu estilo rude e viril. Um belo livro.
Assinar:
Postagens (Atom)