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Moody Blues: Evening: The SunSet - Twilight Time

PRIMAL SCREAM E THE MOODY BLUES, O PROBLEMA DA CRÍTICA INGLESA

GIVE OUT BUT DON'T GIVE UP, disco do Primal Scream lançado após Screamadelica, comete o maior dos pecados, na visão de um crítico inglês: ele lembra os Rolling Stones. Talvez, para esses ditadores do gosto, só o Led Zeppelin pode ser mais pecaminoso que os Stones. Todo e qualquer disco que tiver um cheiro de Jagger e Richards será escutado com imensa má vontade. Na verdade eu imagino que eles nem escutam. Dão uma opinião a priori após dois minutos de riffs. ------------------ Screamadelica foi produzido por Jimmy Miller, produtor dos Stones entre 68-73. Só uma besta não percebia que Bobby Gillespie ama Jagger e etc. Tudo em Screamadelica recorda Beggars Banquet. Só que um bando de mixers deu um banho de beats e bytes na coisa e os críticos, tolinhos, amaram essa homenagem rave aos associados de Jimmy Miller. ----------------- Se voce quiser os favores da crítica inglesa, imite Kinks e Small Faces. Ou então mergulhe numa deprê pós Joy Division. Tudo que escapar desse canone será atacado. -------------- Give Out foi feito nos EUA, pior, no sul dos EUA e Bobby não é o primeiro inglês que ao ir aos EUA fica maluco com o que vê. U2 e Stones Roses são outro exemplo. A não ser que voce seja muito tapado, a América vai mudar sua vida. Até os Kinks sentiram a coisa e os Small Faces, após os EUA, viraram The Faces e Humble Pie. Bobby se juntou ao povo de Memphis-Tennessee, e fez um disco de rock que só não é ótimo porque ele não tem voz. Esse som, uma mistura de rock-gospel e soul exige grande voz. Van Morrison vem à cabeça ( Van é mais um que mudou nos EUA. Them era uma banda british, nos EUA ele virou quase um folk american singer ). ------------------- Se voce cresceu amando a música dos USA não tem como não desbundar ao ver Chicago, New Orleans e a casa do Elvis. Se o cara alugar um Cadillac e pegar a highway 61, bem, Cream era bem inglesa, Layla era puro USA. John Lennon foi morar em NY. Do you know what i mean? -------------------- DAYS OF FUTURE PASSED dos Moody Blues fez o caminho inverso. A banda até 1967 era um tipo de cover dos EUA, em 67 virou o molde do som made in England. É um poço de pretensão. Dizem que é o disco que inventou o prog rock. Observe, bandas prog, por mais que viagem aos EUA, nunca sofrem influência da América. Isso porque eles se acham artistas. Nesse sentido os Moody são avôs do prog. --------------------- Eles se trancaram no estúdio da Decca, e com uma orquestra gravaram esta coisa. É música erudita com banda de pop rock. Mas entenda, não é erudito tipo vanguarda, é orquestra tocando algo tipo trilha sonora de Spielberg ou desenho Disney. Xarope. Dá um choque porque é muito bobo. Em 1967 parecia estranho, hoje parece tolo. Então, depois da orquestra e até de um narrador, sotaque mega BBC, vem o melotorm. Um melotrom!!!!! O melotrom é o avô do synth. Uma coisa que usava fita para armazenar sons. Sempre que eu ouço um melotrom imagino um cara de gola rulê e óculos roxo. É um timbre doentio. ADORO!!!! Space Oddity tem melotrom. O album Satanic dos Stones é todo melotrom. Parece som de inferno em technicolor. --------------- As faixas POP sem orquestra são boas. Ótimas até. Mas pra chegar nelas voce tem de aguentar 15 minutos de xaropada. Ah sim, a crítica inglesa falou na época: Oh!!!!! Influência dos Beatles!!!! Nada disso! O disco é filho do Pet Sounds. Mais um.

OUVINDO MOODY BLUES E PENSANDO NO TEMPO

Eu ouvi um CD dos Moody Blues gravado ao vivo no show da Ilha de Wight em 1970. Os caras estavam no auge e faziam um som psicodélico cheio de melotrom e uma bateria muito boa. Venderam muito. Gostei do disco, tem uns momentos que nos fazem recordar a emoção de ouvir Satanic Majesties Request pela primeira vez. Ou Traffic. Mas o assunto aqui nem é esse. Durante a audição eu pensei: o rock em 1970 era jovem. Não havia gente com mais de 30 no meio. Os nomes dos anos 50, que em 1970 tinham uns 35 anos, eram olhados como vovôs. Porém, mais que isso, ouvindo os Moody Blues, eu percebo que o estilo de som, as letras, eram como se feitos por e para gente com 16 anos. Mesmo os Velvet Underground, Dylan ou Zappa faziam coisas de jovens de 16 anos. No caso deles, jovens muito dotados, mas com aquela ingenuidade, alegria, desespero, deslumbre típicos da adolescência. Quando vem os anos 70 a coisa muda e o espírito passa a ser o do universitário. Mais sério, mais vaidoso, mais pretensioso. E incrivelmente imaturo. Podemos ir adiante e falar que os anos 80 têm a cara de trintões materialistas e começando a ter medo de envelhecer. Há na década de 1980 a obsessão pela saúde, moda, sucesso, relevância, típica de um adulto jovem. E também seu cinismo e sua falta de paixão. -------------- Se eu for adiante terei de dizer que os anos 90 tiveram o espírito quarentão. E eis um fato: Foi a primeira década realmente saudosista. Melancólica. Reciclada. Misturada. Bombada. Aditivada. Foi, pela primeira vez, um momento em que o rock começou a parecer velho. Coisa de tio. Se eu falar do século XXI a coisa vai se tornar chata então melhor parar aqui. A partir de 2000 o rock deixa de ser coisa de jovem e passa a ser estilo de quem é meio saudosista, meio fora de moda, meio nerd, meio mal humorado. Ou seja, nada jovem. Terei irritado voce? Não ligue não. Continuo ouvindo rock. O estilo representa 80% do que ouço e consumo. Mas que não é mais "símbolo da juventude" ou "tendência atual", isso não é desde pelo menos 1994. Desde quando virou quarentão.