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TIMBRES E AMBIENTES SONOROS
Como Brian Eno diz, o que há de melhor no Pop, no Rock ou nas vertentes black, é o timbre, o tom original que se pode tirar de cada instrumento. A riqueza possível em cada gravação, no trabalho de produtor, engenheiro de som e músicos. Aponto mais quatro exemplos que marcaram muito meu gosto musical.
Baby, I Love You - Andy Kim.
Produção de Phil Spector com todas as marcas do louco produtor: A união de montes de instrumentos tocando juntos como se fossem um só. Aqui estão guitarras, flautas, trombones, órgãos, pianos, baterias, xilofones, chocalhos, e mais um coro de vinte vozes. A canção começa com uma batida na caixa que logo abre espaço para a massa sonora que desaba como um trem em andamento. O som avança, grosso, forte, impetuoso, e a grande surpresa é: ela consegue ser intimista mesmo com tanto som. É um trabalho de time: Spector, Jeff Barry e Jack Nitzsche. Histórico.
SOS - Abba.
As lições de Spector e de Brian Wilson renascem nos anos 70 neste grupo sueco de imenso sucesso. O estilo é o mesmo: massa sonora unida em acordes grudentos que se espalham como toques de tinta em tela pequena. Curto, grosso e absolutamente perfeito. Tenha calma e repare: as linhas de piano e de synth são sinuosas, simples, claras e irresistíveis. E as guitarras e bateria surgem como percussão, marcam ritmo e marcam evolução musical. Por cima de tudo, os vocais. A menina triste em solo, o coro dando apoio à dor e erguendo a canção. Agnetha é uma voz como nenhum outra, sua tristeza é sempre a nossa. 3 minutos que mudam uma vida.
Breaking the glass - David Bowie
Tudo já foi dito sobre as gravações de Low. Desde o som da caixa, gravada à parte por Conny Plank, até os sons alienados dos teclados de Eno ( tive a honra de ver a maleta-teclado, o synth usado nas gravações de Low em exposição no BR em 2015 ). O baixo de George Murray parece feito de chicotes de aço. E há o timbre da voz de David: uivos de um coiote perdido em Berlin.
Stray Cat Blues - Rolling Stones.
Durante décadas foi meu timbre fetiche. Como se conseguiu um som tão metálico neste disco absurdo? Ouça os primeiros acordes: A guitarra de Keith é de lata, uma lata amassada e enferrujada que corta nossos ouvidos. A voz de Mick é afogada em ruído ácido e a bateria tem o timbre de latões de lixo. E no refrão: um kaos de magnífico ruído, a guitarra como vidro caindo sobre rochas. No final, swing, sexo, sangue. Jimmy Miller produziu.
Baby, I Love You - Andy Kim.
Produção de Phil Spector com todas as marcas do louco produtor: A união de montes de instrumentos tocando juntos como se fossem um só. Aqui estão guitarras, flautas, trombones, órgãos, pianos, baterias, xilofones, chocalhos, e mais um coro de vinte vozes. A canção começa com uma batida na caixa que logo abre espaço para a massa sonora que desaba como um trem em andamento. O som avança, grosso, forte, impetuoso, e a grande surpresa é: ela consegue ser intimista mesmo com tanto som. É um trabalho de time: Spector, Jeff Barry e Jack Nitzsche. Histórico.
SOS - Abba.
As lições de Spector e de Brian Wilson renascem nos anos 70 neste grupo sueco de imenso sucesso. O estilo é o mesmo: massa sonora unida em acordes grudentos que se espalham como toques de tinta em tela pequena. Curto, grosso e absolutamente perfeito. Tenha calma e repare: as linhas de piano e de synth são sinuosas, simples, claras e irresistíveis. E as guitarras e bateria surgem como percussão, marcam ritmo e marcam evolução musical. Por cima de tudo, os vocais. A menina triste em solo, o coro dando apoio à dor e erguendo a canção. Agnetha é uma voz como nenhum outra, sua tristeza é sempre a nossa. 3 minutos que mudam uma vida.
Breaking the glass - David Bowie
Tudo já foi dito sobre as gravações de Low. Desde o som da caixa, gravada à parte por Conny Plank, até os sons alienados dos teclados de Eno ( tive a honra de ver a maleta-teclado, o synth usado nas gravações de Low em exposição no BR em 2015 ). O baixo de George Murray parece feito de chicotes de aço. E há o timbre da voz de David: uivos de um coiote perdido em Berlin.
Stray Cat Blues - Rolling Stones.
Durante décadas foi meu timbre fetiche. Como se conseguiu um som tão metálico neste disco absurdo? Ouça os primeiros acordes: A guitarra de Keith é de lata, uma lata amassada e enferrujada que corta nossos ouvidos. A voz de Mick é afogada em ruído ácido e a bateria tem o timbre de latões de lixo. E no refrão: um kaos de magnífico ruído, a guitarra como vidro caindo sobre rochas. No final, swing, sexo, sangue. Jimmy Miller produziu.
GORDON, ELTON, NILSSON E A DOCE AGNETHA.
Harry Nilsson era o melhor amigo de John Lennon. Entre 1971 e 1975 eles foram inseparáveis. Gravavam juntos, um participando do disco do outro. Seja dito, Nilsson fez sucesso por seu mérito. Era já famoso antes de topar com Lennon em NY. É dele o hit Everybodys Talkin, tema do grande filme Midnight Cowboy. Depois repetiu a dose com Without You, aquele sucesso choroso. Aliás Nilsson era um deprimido. Mesmo nesse clip que postei, a alegrinha Daybreak, a cara dele é de velório.
Gordon Lightfoot é do Canadá. Terra de The Band, Joni Mitchell e Neil Young. E o Canadá é assim, mais americano que a América. Gordon fez sucesso nos idos de 69/76. Sempre folk. Sempre on the road.
Preciso falar de Elton? Entre 70/77 ele fez um sucesso digno de beatlemania. É dos raros artistas que pode fazer um show de duas horas só com super hits. Aquelas canções que todos conhecem, dos 8 aos 88 anos, da faxineira ao mestre de filosofia. Como Paul. Me causa surpresa hoje ter causado surpresa em 1976 quando ele disse ser bissexual. Mais bandeira que ele só Barry Manilow. Um gênio. Sempre foi. O Cole Porter de minha geração.
Eu ainda sou apaixonado por Agnetha. É a lourinha do ABBA. A saga dessa banda é muito fascinante. Em seu auge, entre 1973/1980, o povo do rock os ignorava. Abba não era rock. Esse foi o lado sujo dos anos 70, a segmentação ( nos EUA e Inglaterra. Aqui e no resto do mundo, incluindo Europa continental, tudo era uma bela mistura geral ). Sem solos de guitarra e sem cabelos rebeldes não havia chance de ser levado a sério. Até Elton era olhado com reservas. Assim como o Kraftwerk. Claro que os suecos não eram rock. Eles eram Pop, um maravilhoso pop ao estilo wall of sound de Phil Spector. A praia deles era a mesma dos Beach Boys. Das Supremes. The Miracles. As harmonias vocais, doces, são sublimes como cotton candy e a instrumentação tem aquele estilo "" todos juntos agora"" vigoroso que remete a Motown. E há Agnetha, a triste e doce Agnetha, a do sorriso triste....Uma fada nórdica em meio a banda que embalava bailes bregas e felizes de nossos pais. Doces suecos.
Enjoy it.
Gordon Lightfoot é do Canadá. Terra de The Band, Joni Mitchell e Neil Young. E o Canadá é assim, mais americano que a América. Gordon fez sucesso nos idos de 69/76. Sempre folk. Sempre on the road.
Preciso falar de Elton? Entre 70/77 ele fez um sucesso digno de beatlemania. É dos raros artistas que pode fazer um show de duas horas só com super hits. Aquelas canções que todos conhecem, dos 8 aos 88 anos, da faxineira ao mestre de filosofia. Como Paul. Me causa surpresa hoje ter causado surpresa em 1976 quando ele disse ser bissexual. Mais bandeira que ele só Barry Manilow. Um gênio. Sempre foi. O Cole Porter de minha geração.
Eu ainda sou apaixonado por Agnetha. É a lourinha do ABBA. A saga dessa banda é muito fascinante. Em seu auge, entre 1973/1980, o povo do rock os ignorava. Abba não era rock. Esse foi o lado sujo dos anos 70, a segmentação ( nos EUA e Inglaterra. Aqui e no resto do mundo, incluindo Europa continental, tudo era uma bela mistura geral ). Sem solos de guitarra e sem cabelos rebeldes não havia chance de ser levado a sério. Até Elton era olhado com reservas. Assim como o Kraftwerk. Claro que os suecos não eram rock. Eles eram Pop, um maravilhoso pop ao estilo wall of sound de Phil Spector. A praia deles era a mesma dos Beach Boys. Das Supremes. The Miracles. As harmonias vocais, doces, são sublimes como cotton candy e a instrumentação tem aquele estilo "" todos juntos agora"" vigoroso que remete a Motown. E há Agnetha, a triste e doce Agnetha, a do sorriso triste....Uma fada nórdica em meio a banda que embalava bailes bregas e felizes de nossos pais. Doces suecos.
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