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UM MOMENTO PARTICULAR
Segundo Raymond Aron, quando um intelectual não se sente mais ligado a comunidade de onde veio e nem mais a sua religião, ele roga a que a ideologia ocupe o vazio que há em sua alma. Russell Kirk diz que a ideologia, seja fascista, seja a comunista, tenta dar às pessoas uma espécie de fé no futuro, e só no futuro, onde o passado, sempre visto como um erro, deve ser destruído. Há assim um esvaziamente da alma, pois ela passa a ser apenas um instrumento de mudança e não mais UM ELO DENTRO DA ETERNIDADE. Como consequência, inescapável, o homem mergulha no tédio vazio dos homens ocos. Essa a condição do meu país neste exato momento. Tenta-se, por meios violentos, fazer da família-religião-costumes-hábitos coisa morta, e deseja-se transformar a alma de todos em instrumento a serviço da reforma estatal, de cima para baixo. Educação, igreja e arte só são incentivadas se forem parte dessa ideologia transformista. Figuras históricas são jogadas à lata de lixo e acontecimentos centrais perdem seu registro. É como se uma imensa esponja apagasse tudo que somos e seremos e nada mais fosse possível a não ser aquilo que a ideologia ordena. Eliot diz que é assim que se destroi a imaginação moral, conceito que significa O DOM DE SE IMAGINAR EM OUTRAS ERAS, OUTRAS SITUAÇÕES SOCIAIS, OUTROS CONTEXTOS. É essa imaginação que possibilita a continuidade da tradição, a comunhão das almas, a sobrevivência das comunidades. Com a extrema ideologização, esse dom natural não é possível, pois o passado é visto como um erro e nada que venha de lá deve ser reverenciado. Eliot avisa que a alma do homem não tem como se manifestar nessa situação, ela se torna ausente, perde seu poder de manifestação.
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