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THE FIRST DAY - DAVID SYLVIAN E ROBERT FRIPP
Quando surgiu, em 1979, ninguém poderia esperar que o cantor do grupo Japan, David Sylvian, iria se tornar uma figura tão interessante. Mais ainda, que um dia ele trabalhasse com Robert Fripp. E na verdade seriam vários os albuns feitos em duo. Este é o primeiro, de 1993. ------------------ Japan era um dos vários grupos new romantic a surgir na Inglaterra glam do fim dos anos 70. E era um grupo instigante. Bebia forte na fonte do Roxy Music. O baixo de Mick Karn era sublime e Sylvian tinha o visual e a voz para ser uma estrela. Não foi. O Duran Duran roubou seu lugar fazendo um som bem mais pop. Impressiona como a voz de LeBon e de Sylvian se parecem. ---------------- David partiu para a pretensão. Sua carreira solo abusa do romantismo real, aquele de Lautreamont. É belo, muito belo. É como se Bowie tivesse ficado em Berlin para sempre. ------------- Este é seu disco mais acessível. A guitarra de Fripp, sempre instigante, dá ao seu som algo de freak. É pop music com maquiagem de art rock. Logo, é Roxy Music. As faixas são longas porque eles fazem algo que me agradou muito, no final de cada canção há um loop que repete por minutos o beat e o riff da música. Funciona muito, faz dançar sem parecer dance music. --------------- Não vou falar aqui da carreira de Fripp, um dia escreverei sobre o King Crimson.
RIO DURAN DURAN, OU NADA COMO O TEMPO
Leio que recentemente este disco foi considerado um dos 50 melhores discos ingleses de todos os tempos. Lembrei então que eu já o considerei um dos 10 melhores dos anos 80. Ouvi RIO por anos com prazer visceral. Era um disco de verão, solar, pra cima. E lindo. Ouço-o hoje, após tanto tempo. Sim, ele se mantém. Ao contrário de coisas como Echo and The Bunnymen, que são bons, porém datados, Rio não tem época. É de 1982, e é de qualquer tempo. ------- Recordo então do contra-baixo de John Taylor, sempre digno da escola Bernard Edwards de groove. Me surpreendo com a guitarra pesada de Andy Taylor, na verdade ele era o diferencial no som da banda, e os teclados discretos e ao mesmo tempo dominantes de Nick Rhodes. A banda era profissional. Tocavam bem, muito bem, e tinham algo a transmitir. ---------------------- No verão europeu de 1982 eu estava lá, eu vi. A Europa começava a respirar pós crise dos anos 70. Roupas muito coloridas, carros pequenos laranja ou amarelo limão, e uma infinidade de shows. Numa feira de rua nos cafundós de Portugal, comprei Rio do Duran Duran. ( Nessa barraca de rua havia também Talking Heads, Classix Nouveau, Adam Ant, XTC e Stranglers. Comprei tudo isso. Essas coisas não existiam no Brasil de então ). Para quem não sabe esse foi o verão New Romantic e a ordem era ser bonito. Mas esse "bonito" era aquele de brincadeira, um visual que misturava Lord Byron-Oscar Wilde e sci fi dos anos 50. O Duran Duran foi o primeiro a largar esse visual. Passou a seguir o estilo Roxy Music do disco Manifesto. Mas Simon Le Bon e sua gangue não largaram o modo de estar e de ser. Festa. ------------------- Lonely in your Nightmare seria alegremente assinada por Bryan Ferry. Hold Back The Rain é esfuziante. E os hits são aquilo que hits deveriam ser sempre: sublimes. Todo o POP inglês dos anos 80 beberia nessa fonte. Luxo dançante. ------------ Quando voltei ao Brasil, setembro de 82, o Duran Duran começava a tocar no rádio. Mas só se tornaria famoso por aqui em 1984. Me surpreendi ao saber que a Blitz era uma febre no país. Era uma banda que tentava trazer o clima que eu vira na Europa para esta taba. Gostei. Eu achava que era o fim do bode Gonzaguinha-Simone-Maria Bethânia. Não era. --------------------- O tempo fez justiça a este disco. Ele é muito bom.
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