Mostrando postagens com marcador judas priest. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador judas priest. Mostrar todas as postagens

MACHINE GUN E O FIM DO ROCK EM 2022 ( E A MELHOR COISA DE 1980 )

Na lista dos maiores vendedores de discos em 2022, entre os 200 primeiros, só há um nome do rock. Um tal de Machine Gun Kelly. Mais nada. É a primeira vez que acontece isso. Rock virou jazz. Um dos estilos clássicos do POP americano. Apreciado por pessoas com mais de 30 anos. Insignificante para adolescentes. Música de perdedores. Eu amo. Mas eu sou um homem do século XX. Apesar de amar rock, eu DESTESTO bandas dos anos 80 que insistem em viver. Não há nada pior que a geração dos anos 80 do rock brasileiro. Titãs, Paralamas, Barão, me dão vontade de vomitar. Eram ruins em 1985. São patéticas em 2022. ------------------- Alguns sabem envelhecer. São pessoas que simplesmente esquecem a merda toda de 1985 e tocam o barco pra frente. Os anos 80 tiveram um grande tempo: 1980-1983. Depois foi ladeira abaixo. A partir de 1988 começaram a inventar o que seria os anos 90. Prince foi legal. Mas eu não preciso ficar aqui falando sobre isso né? ---------------- 1980 foi ótimo. Eu lembro, eu tava lá. No mainstream tinha o Steely Dan com Gaucho, Bowie com Scary Monsters, um bom Stones-Emotional Rescue, e na black music o começo do RAP com Sugarhill e o delicioso Kurtis Blow. Dire Straits e o atemporal Making Movies. Back in Black do ACDC, Killers do Iron Maiden e a obra prima do metal: British Steel do Judas Priest. Motorhead e Ace of Spades. Queen com The Game. Eu disse que foi um grande ano! ------------- Na música que na época era chamada cool, hoje nem tão cool, mas ainda super legal, 1980 tinha o Joy Division e o movimento do ska: Madness, The Beat e Specials. Clash com London Calling e The Jam com Setting Sons. Meu disco favorito, desde a época até hoje é Pretenders I, uma obra prima irretocável. 1980 tinha Elvis Costello, Cure, Gary Numan, Ultravox, Stranglers, Warren Zevon, The Cars, Talking Heads, B'52s, Devo, Japan, todos lançando discos bons, ou muito bons, ou ótimos. Roxy Music lançou Flesh and Blood. --------------- Na época críticos diziam que era um grande momento do rock. Que tudo que viera antes se tornava irrelevante. O rock morrera em 1977 e renascera muito melhor. A banda que eles mais elogiavam era The Clash e eu até gostava do Clash mas preferia muitas outras. London Calling era chamado de maior disco da história do rock. Eu gostava de 50% dele. Hoje eu sei, e não soa hoje tão excêntrico como parecia em 1980, que a melhor banda do mundo em 1979-1983 se chamava The Police. -------------- Outlandos D'Amour ( os nomes dos discos são maravilhosos ), foi o primeiro, em 1978. É ótimo, mas ainda tem resquícios punk. O som, único, do grupo, ainda não está afirmado. Em 1979, Reggatta de Blanc, uma obra prima, talvez seu ápice, já traz o estilo solidificado. A bateria, perfeita, dançante, hipnótica, de Stewart Copeland, domina o som. Não há bateria como a dele. Stewart é complexo, anguloso, metálico, cheio de beat. A guitarra de Andy Summers, tomada por reverb, um estilo copiado à exaustão por guitarristas de todo o mundo, faz o papel da bateria. Esse o segredo: uma inversão: os riffs são da bateria, quem pontua o som é a guitarra. Andy Summers era já velho em 1980, tinha 32. Tocara com The Animals e com Kevin Ayers. E havia Sting, um contra baixo jazzy, uma voz afinada, bonito e foi por causa de sua beleza que a banda sempre foi vista com má vontade. Roqueiros bonitos, principalmente em 1980, tinham de provar ter cérebro. Todo o tempo. ------------- Eles se odiavam. Brigavam sem parar. Era esperado, o som do Police é uma disputa entre baixo-guitarra e bateria por protagonismo. Zenyatta Mondatta é seu disco de 1980. Eu ouvi muito. Muuuuuuuito! Ainda é delicioso. A faixa final é uma das maiores execuções de bateria da história. Depois, em 1981 veio Ghost in The Machine e Sting começou a encher o saco. Passou a querer provar sua inteligência. Fez letras políticas. O disco é muito bom, ótimo, mas não é mais The Police. Veio então Synchronicity, em 1983, e a banda acabou. É um disco sobre Jung. JUNG! Stewart e Andy não aguentaram mais tanta pretensão. Acabou. Synchronicity é um dos maiores discos da história. Mas Reggatta de Blanc e Zenyatta Mondatta são muito melhores. --------------- Posto duas músicas da banda. Repare na sonoridade. No ritmo. Nos detalhes de eco, de reverb, na produção. É coisa de quem sabe TUDO de música. Enjoy it!

Judas Priest - Rapid Fire (Live)

Judas Priest - Steeler (Live At The Seminole Hard Rock Arena)

UM DISCO ABSOLUTAMENTE PERFEITO: BRITISH STEEL, JUDAS PRIEST

Uma pesquisa feita pela revista Kerrang! apontou este disco como o segundo mais importante-influente na história do heavy metal. O primeiro sendo Paranoid, óbvio, e o terceiro Rising, do grupo Rainbow ( adoro ). Mas espere!!!! Diz agora meu leitor, voce, que se dizia ROXY, falando de metal? O que houve? Well....agora respondo: Não penso no que houve, apenas sinto. Passei minha vida adulta lendo críticos vomitando que eu NÃO PODERIA E NÃO DEVERIA ouvir este tipo de disco. Então, como sempre quis ser inteligente, obedeci. Mas agora, com a podre falência da crítica, graças a Deus, ousei ouvir heavy metal com a cabeça limpa, como se eu jamais houvesse lido nada sobre o tema. E o que senti? Prazer. Um instintivo e sublime prazer. Depois, pensando, percebi aqui uma maestria em execução e em vocalização. Após meu ano mergulhado nos clássicos era lógico que meus ouvidos se acostumassem a perceber sutilezas. E ao contrário do que os críticos queriam me fazer crer, há aqui sutileza e riqueza musical. Como me disse uma amiga, músicos de metal ouvem música erudita. Todos sabem ler partitura. -------------- British Steel foi lançado em 1980 e catapultou o Judas Priest à condição de sucesso, o que ele não era até então. O disco é influente porque foi aquele que misturou metal com new wave. Ele é veloz, é urgente, não se alonga. Breaking The Law abre o disco e não parece heavy metal. É pop. Bateria e baixo têm a batida da new wave, o vocal é metaleiro e as guitarras são quase punk. Eis estilo novo. Em 1980, ano crucial para o estilo, ano de Iron e Motorhead, o Judas dava sua enorme contribuição. Rapid Fire, a faixa seguinte é uma obra prima. É um punk rock perfeito. Estou viciado nessa música, mas não só nessa. Toda banda de metal dos anos 80 ouviu e estudou muito isto aqui. É um dos mais instigantes riffs já imaginados. A seguir vem Metal Gods. Mais uma perfeição. O refrão é 100% new wave, e todo o resto é metal. Incrível que funciona. A banda, execrada pela crítica, está fazendo a mistura mais improvável de então. Grinder é maravilhosa. Incrível como o disco não cai. O nível continua lá em cima. Grinder tem um refrão chiclete, voce canta o dia inteiro: Grindeeeeer.... United é um hino para o futebol. Inicia como quase um funk infernal e tem um coro à la Queen. É a mais POP. Living after Midnight antecipa Motley Crue e todo metal MTV da década. De Bon Jovi à WASP tudo está aqui. É a faixa menos interessante, mas sua importância é gigantesca. You dont have to be Old to be Wise volta ao metal puro. Um dos pontos chave do disco. Outro refrão inesquecível. Levanta estádio infalível. The Rage é, surpresa, um reggae! Ou melhor, um metal infernal com toques de reggae no baixo. Não é forçado, creia, funciona naturalmente. Steeler, a última faixa, é a melhor. Uma obra prima irretocável. O riff, maravilhoso, corre como um super carro, o vocal nos faz pular sem parar, os solos são curtos e brilhantes, e no final há uma repetição, um looping que é hipnótico. Não dá pra ser melhor que isso. ------------------ Um disco maravilhoso e que eu lamento muito não tê-lo escutado aos 20 anos. Mas...ouço-o repetidamente desde o ano passado. -------------- O looping final está tocando aqui agora. Paro de escrever para poder pular. Delicioso.