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BUDDY RICH E A BATERIA NO JAZZ
Se voce for um cara acostumado a só ouvir rock, não precisa mentir, bateristas de jazz não te impressionam em nada. Isso porque a escola de rock de bateristas dá valor aquilo que jazzistas não dão. Explico citando 4 bateristas de rock. ------------------ Jimi Page, esperto ao extremos, construiu todo som do Led Zeppelin ao redor da bateria de John Bonham. Se voce ouve bandas de 1970 e depois ouve o Led irá notar que a grande diferença está na mixagem da bateria. O Led Zeppelin é a primeira banda a dar protagonismo absoluto à bateria. Isso lhe deu modernidade eterna. Todo rock moderno é um rock de percussão. Então temos aqui a primeira característica do rock que não existe no jazz: volume de bateria. Não esqueça, o jazz nasce e cresce como um som acústico, sem amplificação. Bateristas não podiam tocar alto, se o fizessem engoliriam baixo, piano, metais, vocais. Chegavam a colocar cobertores e travesseiros nos tambores para diminuir o som da percussão. Portanto, se voce acha que um bom baterista é aquele que toca alto, esqueça o jazz. -------------------- Keith Moon é outro grande batera do rock, famoso por variar o tempo e se jogar a improvisações que jamais terminam. Keith era fã de Gene Krupa, o primeiro batera do jazz que virou estrela. Realmente os dois se parecem mas Krupa fazia algo que Moon nunca fazia: mantinha o tempo. A lei central do batera de jazz é jamais sair do ritmo. Se é 4 por 4 ele será 4 por 4. Isso porque piano e metais irão solar e se a batera e o baixo não segurarem o ritmo tudo vira bagunça sem sentido. Moon não ligava pra isso, ele deixava o tempo para Entwistle e até mesmo Townshend, por isso a guitarra no The Who sola quase nunca. Pete tinha de segurar aquilo que Moon não segurava. ---------------- Quem ouve apenas rock valoriza essa doideira barulhenta tipo Moon. No jazz isso não existe. Outro batera que cito, e este é fã assumido de Buddy Rich: Neil Peart. Grande batera, ele faz viradas impossíveis, usa todos os duzentos pratos, tambores, caixas de seu kit e parece nunca se perder. Mas, ao contrário de Buddy Rich, Neil Peart não tem swingue e não há melhor maneira de ver isso que assistindo sua homenagem à Buddy Rich. Ele toca igual à Rich, mas é completamente diferente. Ouça. --------------------- Ginger Baker e Mitch Mitchell se achavam bateristas de jazz. E quase eram isso. Mas Mitchell tocava um pouco alto demais e Baker se perdia ás vezes em tempos errados. --------------- Entenda: eu adoro Bonham, Moon, Neil etc, mas eles são do rock, quando os ouço eu quero ataque, fúria, caixa no talo, velocidade. Então pergunto: ao ouvir Buddy Rich, considerado o maior batera que já existiu, o que procuro? Fluidez, ritmo, swingue, beat, tempo exato, sutileza, viradas sem perder o beat. Bateristas de jazz dão duzentas batidas na caixa por minuto e nós mal percebemos isso. Bateristas de jazz movem o pulso e não o braço. Os pratos são usados para manter o tempo e não como ataque. Os pedais são como relógios e não marcação marcial. Principalmente, um bom baterista de jazz ajuda os solistas, dá um rumo à eles, jamais os deixa sós. Buddy Rich fazia tudo isso e solava com hipnótica precisão. Veja.
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