O DONO DO JOGO de Edward Zwick com Tobey Maguire, Peter Sargaard e Liev Schreiber
Lembro de 1972. O mundo parou para assistir, em suspense, a série de jogos entre o campeão do mundo, Boris Spassky, e o fenômeno americano, Bobby Fischer. Eu era bem criança e ainda lembro. Manchetes no Jornal Nacional da Globo. Manchetes dia a dia. Fischer venceu. O xadrez virou mania mundial. Mequinho surge aqui como mestre prematuro. E eu ganho um tabuleiro de xadrez do meu pai ( tenho-o até hoje ). Aprendo a jogar sozinho, na Barsa. Creia, no mundo louco de 72, xadrez era pop. Tinha coluna diária nos jornais, e o mais legal, é que com os códigos de grandes partidas impressos, a gente podia as repetir em casa. O jogo 6 entre os dois foi repetido em minha casa por meu irmão ( ele tinha 7 anos de idade então ). Este filme recria bem a paranoia daquele tempo e a loucura de Fischer ( sim, ele era louco ). Não é um grande filme mas é um grande tema. Adaptado ao gosto de 2016, é um filme sobre xadrez que não mostra nada de uma partida ou de um movimento. Se concentra, óbvio, na doença de Bobby. Cansamos dos seus sintomas e cansamos dele. Mas o tema é sensacional. Fosse mais ousado seria uma forte crítica à loucura daquele mundo e a mediocrização deste nosso tempo. Hoje não temos mais loucos célebres, temos apenas celebridades doentes. Nota 5.
AVE CÉSAR! dos irmãos Coen com Josh Brolin, George Clooney e um monte de stars.
Um fracasso. Os irmãos Coen, que eu adoro, erram feio aqui. Exageram em seu veneno e se envenenam. Querem falar tanto, abranger tanto, que perdem o foco. O filme acaba no vazio, um monte de som e imagem que nada significam. A intenção era excelente: mostrar que no cinema americano é o produtor que mantém alguma sanidade em meio a atores idiotas e diretores narcisistas. Eddie Mannix existiu na vida real, foi produtor da MGM, já no começo do fim da era do glamour. Ele realmente "dava um jeito" em filmes de produção complicada, atrizes promíscuas e atores gays. Lidava com prazos, dinheiro, gente, doenças, artistas e roteiristas "comunistas". Mas...que ironia, faltou um Eddie Mannix para este filme. Nota 4.
DANÇA COMIGO de Masaiuki Suo com Koji Yakusho
Este filme de 1996 foi sucesso no Japão e refilmado em 2006 nos EUA com Gere, Sarandon e J.Lopez. A refilmagem vulgarizou a extrema delicadeza desta pequena joia. Fala de um homem de 40 anos que resolve aprender dança de salão, escondido da esposa e da filha. Pois no Japão de hoje dança de salão é coisa vergonhosa, coisa de gente que se toca. O filme, triste, engraçado, real, lindo, acompanha a lenta caminhada desse homem bom, tímido, travado. Todos deveriam assistir esta obra e ter uma bela surpresa. Nota 9.
100 HOMENS E UMA GAROTA de Henry Koster com Deanna Durbin
Uma menina ajuda seu pai desempregado a conseguir trabalho com um grande maestro. Um exemplar belo do cinema da "grande depressão" americana dos anos 30. Deanna era um anjo e o filme nunca fica piegas, è bonito. Nota 7.
Lembro de 1972. O mundo parou para assistir, em suspense, a série de jogos entre o campeão do mundo, Boris Spassky, e o fenômeno americano, Bobby Fischer. Eu era bem criança e ainda lembro. Manchetes no Jornal Nacional da Globo. Manchetes dia a dia. Fischer venceu. O xadrez virou mania mundial. Mequinho surge aqui como mestre prematuro. E eu ganho um tabuleiro de xadrez do meu pai ( tenho-o até hoje ). Aprendo a jogar sozinho, na Barsa. Creia, no mundo louco de 72, xadrez era pop. Tinha coluna diária nos jornais, e o mais legal, é que com os códigos de grandes partidas impressos, a gente podia as repetir em casa. O jogo 6 entre os dois foi repetido em minha casa por meu irmão ( ele tinha 7 anos de idade então ). Este filme recria bem a paranoia daquele tempo e a loucura de Fischer ( sim, ele era louco ). Não é um grande filme mas é um grande tema. Adaptado ao gosto de 2016, é um filme sobre xadrez que não mostra nada de uma partida ou de um movimento. Se concentra, óbvio, na doença de Bobby. Cansamos dos seus sintomas e cansamos dele. Mas o tema é sensacional. Fosse mais ousado seria uma forte crítica à loucura daquele mundo e a mediocrização deste nosso tempo. Hoje não temos mais loucos célebres, temos apenas celebridades doentes. Nota 5.
AVE CÉSAR! dos irmãos Coen com Josh Brolin, George Clooney e um monte de stars.
Um fracasso. Os irmãos Coen, que eu adoro, erram feio aqui. Exageram em seu veneno e se envenenam. Querem falar tanto, abranger tanto, que perdem o foco. O filme acaba no vazio, um monte de som e imagem que nada significam. A intenção era excelente: mostrar que no cinema americano é o produtor que mantém alguma sanidade em meio a atores idiotas e diretores narcisistas. Eddie Mannix existiu na vida real, foi produtor da MGM, já no começo do fim da era do glamour. Ele realmente "dava um jeito" em filmes de produção complicada, atrizes promíscuas e atores gays. Lidava com prazos, dinheiro, gente, doenças, artistas e roteiristas "comunistas". Mas...que ironia, faltou um Eddie Mannix para este filme. Nota 4.
DANÇA COMIGO de Masaiuki Suo com Koji Yakusho
Este filme de 1996 foi sucesso no Japão e refilmado em 2006 nos EUA com Gere, Sarandon e J.Lopez. A refilmagem vulgarizou a extrema delicadeza desta pequena joia. Fala de um homem de 40 anos que resolve aprender dança de salão, escondido da esposa e da filha. Pois no Japão de hoje dança de salão é coisa vergonhosa, coisa de gente que se toca. O filme, triste, engraçado, real, lindo, acompanha a lenta caminhada desse homem bom, tímido, travado. Todos deveriam assistir esta obra e ter uma bela surpresa. Nota 9.
100 HOMENS E UMA GAROTA de Henry Koster com Deanna Durbin
Uma menina ajuda seu pai desempregado a conseguir trabalho com um grande maestro. Um exemplar belo do cinema da "grande depressão" americana dos anos 30. Deanna era um anjo e o filme nunca fica piegas, è bonito. Nota 7.