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BLACK BLOC

   Demétrio Magnoli escreveu um texto no Estadão sobre os Black Bloc. Ele fala que os BB lembram em tudo os grupos terroristas surgidos na Europa por volta de 68/70. Grupos que pregavam a destruição de propriedades bancárias, de tudo que fosse símbolo do capital. Grupos que logo passaram a matar, "por acidente",e pior, tiveram intelectuais a justificar seus atos.
   Pois causa repulsa, e também hilariedade, ler que certos velhos intelectuais, saudosistas de um tempo em que o mundo os escutava, escrevem textos que justificam atos de vandalismo como "estéticamente e politicamente BELOS". Isso mesmo, belos. Percebo aí um romantismo senil muito mal disfarçado. Um ato de vandalismo pode ser válido, eu adoro imaginar o congresso nacional em chamas, mas nada há de belo ou de filsófico nisso. São atos ralos, sem discurso, e eu digo: who cares?
   Vivemos um tempo sem discurso. Escritores pouco têm a dizer, diretores de cinema nada falam e filósofos atuais repetem falas faladas nos anos de 1930. O Black Bloc pixa bancos e carros e nisso existe apenas um sentido: o de incomodar aqueles que amam a ordem ou os que temem o sujo. Só isso.
   Os boçais dos anos 70 ( Baader Meinhoff, Brigadas Vermelhas ) tinham todo um discurso muito bem ensaiado. Um monte de justificativas, de slogans, de sonhos que na verdade eram pesadelos. Foi um tempo de excesso de discurso. Todos se metiam a falar. Escritores, cineastas, pop stars, todos achavam que tinham algo a dizer. E como falavam!!!
   Hoje, os velhos saudosistas, incapazes de tirar o time de campo, tentam dar tintas sociológicas à "anos 60", a algo que é puro impulso. Se jogarem muito confete e começarem a teorizar sobre o vazio, tecer sentidos sobre o sem senso, os Black Bloc irão secar.
   Acho que ficou claro o que penso sobre eles.