Mostrando postagens com marcador jazz. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador jazz. Mostrar todas as postagens

MILES DAVIS AO VIVO NO BLACKHAWK

O quinteto toca no começo dos anos 60 em um restaurante, sim, tem gente que viu Miles tocar a dois metros de si, e entrega uma atuação de gala. O clima é intimista e o trompete de Miles soa como a coisa mais cool do universo. Ele toca suave mas nunca fraco. Seu som é noturno, frio, elegante ao extremo. É o Miles Davis ainda puro jazz. O auge de seu trompete. Hank Mobley é o sax. Tortuoso, ele mostra o que é a tal blue note, o que diferencia o toque do jazz do toque erudito europeu. O acorde é sempre torto, idefinido, floreado, áspero, sem a reta perfeição do classicismo. Wynton Kelly tem o piano cristalino e Paul Chambers é um dos meus top contra baixistas. Observe seu ritmo. Fica fácil se soltar, solar à vontade quando se tem esse ritmo seguro a te apoiar. A bateria é de Jimmy Cobb, um mestre irrepreensível. É um disco perfeito. Solam com naturalidade, nunca demais, sempre o certo. All Of Me é o cume dessa cordilheira de picos. Tem de ouvir pra crer.

BIRD OF FIRE - THE MAHAVISHNU ORCHESTRA

Segundo disco do grupo. Tão bom quanto Inner, seu primeiro album? Não. Seria muito difícil alcançar tanto valor. Mas é um grande disco. Jan Hammer, o tecladista, tem mais destaque aqui. E há uma faixa, linda, que homenageia Miles Davis. Billy Cobham prova mais uma vez ser o maior batera de todos. E John McLaughlin comanda tudo com sua guitarra inacreditável. Muita gente virou músico ao ouvir este grupo e Jeff Beck mudou seu estilo por causa deste disco. Voce deveria se deixar levar pela força, mágica e surreal, desta música que não é jazz nem rock, é atemporal. Depois Jan e Rick Laird sairiam da banda por desejarem mais espaço. Jerry Goodman já participa pouco aqui. Uma pena ter durado tão pouco! John voltaria em 1975 com uma nova Mahavishnu, mas não seria mais a mesma coisa. Foi um momento único, e que agora vemos, não poderia durar. Ouça.

Count Basie Orchestra Live in Milan 1960 - Part 2

Lester Young - Mean To Me (1958)

LESTER YOUNG 'Pennies from Heaven' 1950

LESTER YOUNG, O REI DO COOL

Lester Young tocava sax. E tinha um chapéu tipo "porky pie". Foi da orquestra de Count Basie, e Basie é meu pianista favorito. O piano de Basie tem poucas notas, apenas as necessárias. Ele não floreia como Oscar Peterson ou Teddy Wilson ou Art Tatum. Basie toca uma nota e isso é exatamente o que faz a diferença. Pouco. E o bastante. Thelonious Monk, meu outro pianista favorito tem o mesmo modo de deixar silêncios nos solos. Eu não gosto de música que não usa o silêncio. Quem enche o espaço de sons tem de saber tudo sobre o silêncio. Repare em Basie, há espaços vazios que dizem tudo. Ele faz um milagre: o silêncio tem ritmo!!!!! -------------------- Lester Young faz o mesmo no sax. E o saxofone é às vezes uma voz que fala demais. Dizem que o sax moderno foi inventado por dois caras: Lester Young e Coleman Hawkins. Hawkins abriu o caminho para o sax que fala muito, que floreia, que vai até o limite; Lester criou o sax que fala menos e fala suave. É a versão em sopro do piano de Basie. -------------------- Quando ele começa a tocar voce logo sabe, é Lester Young, Pres para os amigos. O toque é mínimo, o volume é suave, ele volteia sem ferir, e o principal: Lester toca fácil, nada parece requerer esforço físico. Ele não transpira, ele não ameaça perder o fôlego. Ele toca como quem joga gelo no copo. É simples, é discreto e é absolutamente perfeito. O saxofone na boca de Pres parece um instrumento que só existe para ele mesmo. Há o sax e há o sax de Lester Young. ---------------- Ele define o cool. Fazer muito fazendo quase nada. Chamar a atenção não querendo chamar nada. Intrigar sem querer ser notado. O cool em música passa sempre por Lester. É a voz contida, que nunca se esforça, que faz o mínimo, que mantém a frieza discreta, nunca afetada, simples e sem igual. Depois de Lester veio Ben Webster, Miles, e então o cool virou moda. -------------- Hoje nada é cool porque nada é discreto. Tudo vira hype ou desaparece. ----------------- Lester era amigo de Billie Holiday. E tocou muito com ela. Depois fez alguns discos com grupos pequenos. Ele é, como Bud Powell ou Eric Dolphy, heroi de quem conhece jazz. Escute.

O SATANISMO EM MÚSICA, ON THE CORNER- MILES DAVIS

Teo Macero, junto com Miles, pegava as fitas de gravação e as editava à vontade. Cortes, colgagens, loopings. On The Corner antecipa o som moderno dos anos de 1990. Gravado em 1972, foi desprezado em seu tempo, é o disco de Miles mais odiado por seus fãs dos anos acústicos. Jack deJohnete, o batera, preste atenção, o que ele toca é a batida drum and bass de 1995. Jungle, rap, eletro, DnB, tá tudo antecipado aqui. Este disco, simples, sem solos mirabolantes, é um feitiço. O que Miles quis? Uma obra que é só ritmo. Mais nada. Onde cada instrumento é um ritmo. Michael Henderson é o coração da coisa, seu baixo leva tudo. É um disco de baixista. O resto, e esse resto tem McLaughlin, Corea, Hancock, vai na onda do baixista. E há o trompete wah wah de Miles, e que diz esse trompete? ------------------- Eu vi um túnel vermelho que leva ao fundo do planeta. É um som dos infernos. Repare: o som parece MAU. Nunca escutei nada que soasse tão mau. Miles Davis compõe música para as esquinas negras de NY e o que sai é voodoo. Ele aproveita riffs de James Brown, de Sly Stone, mas eles são transformados em Miles e em Satanismo sonoro. Os críticos tinham razão, isto não é jazz. --------------- É o disco de Miles que menos vendeu e agora, hoje, é considerado um marco sonoro. ----------------- Eu não consigo parar de o reescutar. Hipnotizado e siderado por aquele som de percussão que surge como fosse um sorriso sacana. Pelos teclados sem sentido que harmonizam com nada. Os sopros que tentam se sobressair e que saem incógnitos. E a bateria, que bate e bate e bate e bate...... ------------------- Miles aqui não fez música. Produziu uma cerimônia negra e rubra. Quente como brasa e pra sempre como uma onda. Impossível saber qual o melhor disco de Miles em sua fase madita, aquela entre 1969-1975. On The Corner é sem par, sem paralelo e sem precedente. É uma das maiores coisas que ouvi. E sim, é uma coisa.

THE INNER MOUNTING FLAME - THE MAHAVISHNU ORCHESTRA

Após deixar Miles Davis de queixo caído, em gravações feitas em 1969-1970, o inglês John McLaughlin parte para sua carreira solo. Primeiro um disco acústico, Goal Beyond, e então sua banda, a Mahavishnu Orchestra. Primeiro, por que esse nome indiano? Ao contrário de tantos pop stars, a conversão de John ao hindusimo foi séria, profunda, cuidadosa. McLauglin nunca mais voltou a ser apenas John. Passou a usar branco, ser vegetariano e sua música mudou. Os shows que a Mahavishnu fazia, entre 1971-1974, eram, sempre lotados, uma experiência mística. Mas atenção! Se voce espera longos mantras indianos está enganado. É jazz rock agressivo. Poderoso, e com uma das mais perfeitas bandas da história. ----------------------- Viraram super grupo e foram o grupo no imenso mundo do jazz elétrico a conseguir sucesso vasto. Isso porque de todas vertentes do jazz elétrico de então, é a Mahavishnu a mais rock e a menos jazz. O Weather Report foi seu grande rival pelo sucesso, mas o Report é infinitamente mais jazz. ---------------- Isso não significa crítica à John, a Mahavishnu é maravilhosa! Veja este disco, seu primeiro. Já de cara você fica surpreso. É tanta energia bruta que sua mente se perde. Billy Cobham, talvez o maior baterista da história, ataca com um furor inesquecível. É um John Bonham do jazz. Só que muito mais veloz, ágil, jazz em excência. Mas há mais. Há o violino de Jerry Goodman, o baixo de Rick Laird e o teclado de Jan Hammer. Todos afiados, desafiadores. E, claro, a guitarra de McLaughlin, a maior da história do intstrumento. John toca rápido, toca urgente, aqui muito menos lírico do que seria mais tarde. É cerebral, é filosófico, e é, sim, rock. ------------------ Nas 8 faixas eles provam sua maestria. Noonward Race é minha favorita, mas o disco todo não perde punch. Nao há como não ficar tocado pela técnica deles, mas é técnica com emoção, com fogo e trovão. -------------------- Em 1971 foi uma enorme porrada. Encheram auditórios, venderam bem, se tornaram estrelas. Bons tempos em que música tão complexa era um hit.

MAN WITH A HORN - MILES DAVIS

Miles estava quieto desde 1976. Sem shows, sem discos, sumido. Em 1981 ele volta com este disco. A crítica, claro, odiou. Eu? Amei. É o disco mais balançado de Miles. Funky. Mas, ao contrário de discos como TUTU, aliás eu adoro TUTU, este disco não tem tanto teclado, a sonoridade não é tão anos 80. O destaque vai todo pro baixo, Marcus Miller, e bateria, Al Foster. O sopro de Miles está solto, esperto, renovado. Fat Man, a faixa que abre este grande disco, tem solo de guitarra de Mike Stern, arrasador. A faixa 2 tem introdução heavy metal, sim, metal, e então se transforma em jazz funk. E ainda há uma faixa cantada, uma canção de amor, veja só...---------------- Não há como não dançar com o que rola aqui e fiquei bem surpreso. Este é o melhor disco da fase final de Davis. E isso não é pouca coisa. O cara era cool, o cara era gênio. Ouça.

JACK JOHNSON - MILES DAVIS

Uma faixa de cada lado do vinil. A primeira agitada, a segunda introspectiva. Quando a coisa começa o que ouvimos é John McLaughlin tocar com uma fúria como nunca visto. Ele é o destaque dos primeiros minutos e de certo modo do disco todo. Miles adorava John e o deixava livre. Após este disco, feito em 1970, John partiria para o caminho solo e a Mahavishnu Orchestra. Jeff Beck considerava-o o melhor guitar do planeta. Talvez Jeff esteja certo. ------------ Michael Henderson tem uma missão ardua aqui, manter o ritmo do baixo incessante. Um looping que dura vinte minutos. O batera é Billy Cobhan, talvez o melhor batera de jazz pós 1970. Funk, tudo é funk, mas a guitarra é semi punk e então vem Miles. -------------- Ele entra com raiva, com punch, com ferocidade. Poucas vezes ele tocou tão bem. Seu piston emite acordes longos, arpejos sem fim, o fôlego no limite. É um timbre metálico, quase desagradável. Miles está inteiro neste disco. ---------------- Iggy Pop disse numa entrevista que sua vida foi marcada por este disco. Quando ele gravou Funhouse e depois Raw Power era este o disco que ele ouvia. Se voce não percebeu o que liga o som jazz funk daqui com o pré punk de Iggy eu explico. Substitua o piston pela voz de Iggy e voce vai começar a entender. -------------- Jack Johnson era um boxeador do começo do século XX e este disco é a trilha sonora de um doc sobre o boxeur. -------------- O lado dois é languido, relaxado e muito amargo. Quase uma sinfonia íntima à decadência. Miles Davis atinge uma maestria que nenhum outro jazz man atingiu. Eu disse em outro post que Agharta era o melhor disco do século XX. Ele é. Jack Johnson é um digno contendor. GENIAL.

Eric ̲D̲o̲l̲p̲h̲y̲ – O̲u̲t̲ T̲o̲ L̲u̲n̲c̲h̲! (̲1̲9̲6̲4̲)̲

OUT TO LUNCH - ERIC DOLPHY

Lançado em 1964, estamos aqui na terra do free jazz. Deus, eu adoro Eric Dolphy! Demorou muito para eu o conhecer, descobri só agora em 2023, mas caramba, ele era genial. Seu sopro, seja no sax alto, no clarinete baixo ou na flauta, é sempre feroz. Ele ataca o som, arremete nossos ouvidos e assim nos libera os sentidos. Acompanhado pelo trompete de Freddie Hubbard, a batera de Tony Willians, o vibrafone de Bobby Hutcherson e o baixo de Richard Davis, o som aqui produzido é como um tsunami sonoro. --------------- Tony Willians tocava nessa época com Hancock e Miles, Bobby enfrenta de frante o sopro de Eric, sem medo e Hubbard Vai fundo na coisa free. Quanto a Richard, ele faz acordes cheios no baixo, é uma das melhores gravações desse instrumento. Mas é Dolphy, no tempo em que ainda tocava com Mingus e logo viria a morrer, sua vida foi uma brisa, é Dolphy quem assombra. De Hat and Beard, tema feito em honra de Monk, até Straight up down, não há um só minuto menos que sublime. O disco, um dos grandes discos de uma época de gigantes, mantém sua tensão sem jamais esmorecer. O jazz de Dolphy é difícil porque ele exige tudo do executante e do ouvinte, ele vai direto aos nervos, é um jazz que parte da excitação física e almeja a espiritualidade pura. ---------------- Quem já viu Eric tocas sabe disso: ele era um xamã. Seu esforço, sempre no limite, como Coltrane, busca a superação da matéria e o encontro com a alma via som, via música. Para isso ele quebra tudo: ritmo, harmonia e melodia. O ritmo muda sem parar, a harmonia se desfaz e se cria, a melodia se mistura a tantos fragmentos melódicos que ela faz com que nos percamos. É uma beleza fluida. Voce precisa ser ativo, ir atrás e participar enquanto escuta. Há muito o que ouvir aqui. Procure.

THE CASE OF THE 3 SIDED DREAM IN AUDIO COLOR - RAHSAAN ROLAND KIRK

Pesquise na net e fique impressionado. Roland Kirk tem entre seus fãs Paul Weller ( The Jam ), Ian Anderson ( Jethro Tull ), Bjork, Zappa, Jimi Hendrix, Tricky e uma infinidade de gente de bandas indie. Este disco que agora ouço foi gravado em 1975. Infelizmente, alguns anos depois, ele sofreria um derrame que acabaria com sua carreira. --------------------- Kirk começou como saxofonista nos anos 50 e atingiu o sucesso na década de 60. Ele tocava até quatro instrumentos de sopro, AO MESMO TEMPO. Excêntrico, sua música, soul jazz, é acessiva e ao mesmo tempo de vanguarda. este disco, que na origem foi um vinil duplo com um lado sem som, tem vinhetas que separam as faixas, e é, de todos os discos com vinhetas, o único em que elas fazem sentido. É um disco brilhante a absolutamente atemporal. -------------- Ouça por exemplo Freaks for the festival. É funk, é jazz e é deliciosa. Todos os grooves te colocam pra dançar. High Heal Sneakers tem uma das melhores e mais simples linhas de baixo que já ouvi e a vinheta chamada Dream é fascinante. Portrait of Beautiful ladies é de uma beleza arrebatadora. Neste Kirk toca flauta. Ian Anderson diz que roubou dele seu modo de tocar flauta. ----------------- Há muito do espírito mais safado do jazz aqui. Kirk não é cerebral, ele é sexual. O cerebralismo matou o jazz. Embora seja às vezes genial, a frieza cerebral destruiu aquilo que mantinha o jazz vivo: o sexo, a sacanagem, a alegria. Kirk mantém tudo isso e é moderno ao mesmo tempo. Um belo disco de um músico, que descubro só agora, fantástico. Ouça meu querido.

The Pianist That Influenced A Generation

Bud Powell- I Want To Be Happy (1961) Paris

Bud Powell - Anthropology (1962)

BUD POWELL

Bud Powell foi o maior pianista do jazz. Thelonious Monk e Duke Ellington foram os mais geniais, mas Bud Powell foi tecnicamente o mais perfeito, Sua velocidade, nunca exibicionista, era impressionante, seu bom gosto, sem mácula, e sua criatividade ao solar, nunca forçada. -------------------------- No meio dos anos 80 foram feitos dois filmes sobre jazz, Bird, de Clint Eastwood e Round About Midnight de Bertrand Tavernier, com o saxofonista Dexter Gordon no papel central. Não gosto do filme de Clint, o francês é melhor. Os pseudo cool da época, aqueles que fingem ouvir jazz, logo disseram que o filme de Tavernier era sobre Charlie Parker. Nunca!!!! É uma bio fictícia que usa 80% da vida de Bud Powell como fonte. Ele viveu uma vida de vício e pirou. Seu fim foi trancado numa cela. ---------------- No mundo do jazz em piano, Dave Brubeck, Horace Silver, John Lewis, Count Basie são meus favoritos. Horace Silver em termos de ritmo é imbatível, John Lewis é absurdamente chique. Mas Bud Powell une um pouco de cada um desses citados e acrescenta a técnica sem limites de Oscar Peterson. Ouço um cd onde ele toca com George Duvivier e Art Taylor, um primor de prazer para os ouvidos e para a alma. Conheça-o. Voce vai agradecer.

CHARLES MINGUS E ERIC DOLPHY TOCANDO DUKE ELLINGTON

O jazz tem seus pilares. Louis Armstrong, Duke, Count Basie, Charlie Parker, Thelonious, Miles Davis, Coltrane, Mingus. Esses são aqueles que são chamados de gênios. Ainda se pode incluir Dizzy Gillespie e talvez Ornette Coleman. Meus favoritos são Miles, Thelonious, Lester Young, Jelly Roll Morton, John Lewis. Jazz é um mundo infinito, quando voce acha que conhece tudo que importa voce descobre mais coisas que importam. ----------------- Eric Dolphy eu conheci agora e o video que postei abaixo é um dos pontos mais altos que já vi em música. Qualquer tipo de música. No começo dos anos de 1960, Charles Mingus une um grupo de músicos é toca, na TV, take the A train, de Duke Ellington. Danny Richmond, seu batera habitual, toca de uma maneira extremamente wild e quase rouba o show. Se voce ainda não sabe como um grande batera toca seus couros eis sua chance. O ritmo é frenético e ele improvisa o tempo todo. Mas eu quero falar de Dolphy. ------------------ Quando ele entra, tocando o pouco usado clarinete baixo, instrumento que requer muito fôlego, a coisa vira outra coisa. É pura arte. E é swing. Há um momento do solo dele em que os músicos riem e Mingus vai dar uma volta pelo palco. Tá tudo ali: é cool, é petulante, é quente também. Dolphy morreria meses, poucos, depois dessa gravação e sua obra ficaria na promessa. Mas apenas com esta gravação a gente já sabe: o cara era foda!!!!!!