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NWA- SPIELBERG- HERZOG- TOM HANKS

   STRAIGHT OUTTA COMPTON, A HISTÓRIA DO NWA
Escrevi sobre esse bom filme abaixo. O assunto é muito interessante e o roteiro não se prende a draminhas chorosos, coisa tão comum em biografias na tela. O elenco está afiado e o filme flui. Melhor que os dois vencedores do Oscar. Nota 8.
   SNOOPY E CHARLIE BROWN, PEANUTS O FILME
Eu adoro as tiras de Schulz. Estou lendo sua bio nestes dias, ele foi um grande homem. Mas este longa é muito estranho. Tempos caretas estes em que Charlie Brown acaba se dando bem e sendo feliz...Mais estranho ainda são os traços do desenho....com detalhes e belos cenários a impressão fica fake. É como se os personagens estivessem disfarçados, vestidos com roupas erradas. Well...o melhor é Snoopy, ele é um personagem tão forte que se mostra indestrutível. Charlie Brown perde aqui seu amargor e Linus quase desaparece. Entendam, é uma linda homenagem, mas não parece Schulz.
   PONTE DOS ESPIÕES de Steven Spielberg com Tom Hanks, Mark Rylance e Amy Ryan.
Um belo filme!!!! Nos EUA dos anos 50 um espião é pego. Hanks é o advogado que o defende. Depois acontece uma troca de espiões. Spielberg faz um de seus melhores filmes. A primeira parte é drama sóbrio e depois temos suspense e clima fatalista. Hanks é o Spencer Tracy de sua geração, faz tudo parecer fácil. O filme tem classe, é uma aula de elegância e discrição. Nota 9.
   RAINHA DO DESERTO de Werner Herzog com Nicole Kidman, James Franco e Robert Pattinson.
Deus! Herzog!!!! O filme fala de uma aventureira que trabalha como um tipo de Lawrence da Arábia. Nada funciona aqui. O filme é desinteressante, chato, tolo, mal interpretado, vazio, e o pior de tudo: tenta ser um épico estilo David Lean....Inacreditavelmente ruim....

JIM CARREY/ HERZOG/ DENNIS QUAID/DUSTIN HOFFMAN/ TOM COURTNEY/ BRUCE WILLIS

   GRANDES ESPERANÇAS de Mike Newell com Ralph Fiennes e Helena Bonham-Carter
Pra que mais uma versão da obra de Dickens? Houve uma péssima em 1999 de Alfonso Arau com Ethan Hawke, e a versão genial de David Lean num preto e branco maravilhoso. Esta, feita em 2012, nada moderniza, ao contrário da medíocre obra de Arau. Mas é um filme frio, sem nenhum interesse. Nota 2.
   DURO DE MATAR I de John McTiernan com Bruce Willis e Alan Rickman
Caso dificil de ocorrer: um filme em que tudo está no lugar certo. Bruce nasceu para esse papel. John McLane, um tira fora de lugar e que não procura a ação, ela tomba sobre ele. Mais importante, ele se machuca, se cansa, sente dor. A ação não cessa, mas ao mesmo tempo temos bons diálogos e bons atores. É um filme que diverte e até empolga. Detalhe: é a sétima vez que o vejo. Sempre me pego envolvido. Nota? DEZ!
   DURO DE MATAR II de Renny Harlin com Bruce Willis e Franco Nero.
É aquele do aeroporto. Quase tão bom quanto o primeiro, não leva um dez porque não mais se trata de uma surpresa. Mas caramba, quanta diversão! E para quem o vê pela primeira vez ( te invejo ), há uma bela reviravolta. Relaxe e goze. Nota 8.
   VIAGEM INSÓLITA de Joe Dante com Dennis Quaid, Martin Short e Meg Ryan
Envelheceu bastante. Numa produção Spielberg, vemos a saga de um homem que é minituarizado e injetado dentro do corpo de um bobalhão. O jovem Dennis Quaid tinha uma alegria que contagia. É legal também ver a jovem Meg Ryan. Short, que vinha do SNL tem o filme para si. Nota 5.
    O INCRÍVEL BURT WONDERSTONE de Don Scandino com Steve Carell, Steve Buscemi, Olivia Wilde, Alan Arkin e Jim Carrey
Este filme sobre uma dupla de mágicos de Las Vegas é muito muito muito ruim. Odiável, ele pode ser considerado um dos piores filmes que já vi. Uma comédia podre, sem graça, chata. Jim Carrey está perdido, dá pena. Nota ZERAÇO.
   O ESPIÃO QUE ME AMAVA de Lewis Gilbert com Roger Moore, Barbara Bach e Curt Jurgens
Grande sucesso, música famosa com Carly Simon, resultado flácido. Barbara Bach, senhora Ringo Starr é a mais bela das Bond Girls. Mas o filme se ressente de um vilão melhor. Richard Kiel com seus dentes de aço tem várias cenas de humor. Moore está a vontade, é um Bond engraçado. Nota 6.
   O QUARTETO de Dustin Hoffman com Tom Courtney, Maggie Smith, Billy Connolly, Pauline Collins e Michael Gambon
Um filme belíssimo dirigido pelo grande Dustin Hoffman. Em tom leve e amargo, colorido e triste, se conta a vida de um bando de ex-estrelas da ópera que vivem num asilo de luxo. Eles montam um show e ao mesmo tempo vemos o reencontro de dois ex-amantes. O filme, com bela sensibilidade, mostra as dores, as fragilidades e a, porque não?, coragem da terceira idade. Os atores são todos brilhantes. E é emocionante ver Tom Courtney, ator dos mais emocionantes da velha tradição britãnica, compondo um músico melancólico e mesmo assim idealista. Uma aula de olhares, de gestual e de pequenos sentimentos. Dustin teve a sabedoria de deixar seus atores à vontade. Lindo filme! As fotos nos créditos finais chegam a provocar lágrimas. Nota 9.
   O ENIGMA DE KASPAR HAUSER de Werner Herzog
É uma obra-prima. Um bebê é abandonado em porão e lá mora por toda a vida. Sem conhecer gente ou aprender a falar, é resgatado já adulto. Herzog mostra a educação desse homem-besta e aproveita para criticar a sociedade, a ciência e a razão. Mas, sem ingenuidade, ele sabe que a saída não é a volta a natureza. O filme, cheio de cenas complexas, belas, ricas em símbolos, é marcante. Nota DEZ.

COMO SE NASCE PARA A VIDA ( IMPRESSÕES SOBRE AULAS BASEADAS EM KASPAR HAUSER )

   Iluminismo? Não me faça rir voce e seu iluminismo! A razão ao fim pode tudo, é nisso que crê a razão, essa a crença iluminista. Maravilhosa razão! O que ela nos deu? Onde nos levou?
   Nesta aula não me contenho e digo minha "loucura": Eis: A escola nos destrói. Ela nos castra, nos amordaça, mata tudo aquilo a que fomos destinados. Esquizo condição deste que vos fala: Trabalhar para algo que é condenável. Mas não há volta: A Escola nos destrói mas não existe alternativa a ela e é pior sem ela. Porque o homem natural está morto. Sem a escola não haverá a volta a pureza-verdade-natural.
   A natureza foi morta. Animais viraram máquinas ou palhaços. Não podemos ver uma árvore como ela é. O que vemos é a ideia do que seja uma árvore. Eis a maldição da escola e da razão: Não podemos ver o que é. Vemos aquilo que fomos ensinados a ver. Não amamos. Sentimos uma coisa que aprendemos a chamar de amor. Enquadrados, domesticados, vivemos racionalmente. Razão que não existe. Cremos no inexistente. O que chamamos de razão é costume, domesticidade, castração.
   Uma criança brinca. E para ela uma maçã é viva. Como viva é a pedra e a floresta que grita. Se a razão nos fala que uma pedra não pode ser viva, uma criança nos recorda que acreditar na vida pressupõe vê-la em tudo. Porque quem está vivo vê a vida ao ver-viver. E vê sem ler. Olha.
   Mas nós matamos essa vida e a enquadramos em linhas retas na página de papel. E tudo o que aquela criança via-antes morre nessa linha-agora. E toda a vida que ela brincava cessa ao aprender que a vida é uma coisa.
   Quanta coisa no mundo não tem nome!
   Quanta vida na vida sem razão!
   E o iluminista, vomitando regras e ditando verdades, tudo em nome da razão que ele confunde com liberdade ( que asneira! ), morre seco  em suas aspirações ao bom e ao belo.  Kant matou todos eles! A razão nada pode saber. Ela só entende aquilo que ela própria constrói. Coisas da razão. Brinquedos de adultos.
   O sublime aterroriza a razão e o iluminista. O infinito, o vasto, o desmedido. A morte.
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   Foram aulas sobre esse filme sublime. Onde aprendi a raiz romântica de Herzog. E de Wenders e de Schlondorff.
   O ódio, sim, o ódio que eles têm da ordem, da regra, do comum, do burguês.
   Anões, anjos, bestas, doentes, velhos, macacos, o fora de lugar, o inutil, a criança. Isso que eles amaram.
   Kaspar nasce ao sair do porão. E indaga, brinca, incomoda, não aceita. Parte.
   Queres saber do sublime? Eis o filme.