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O MANDARIM MIRACULOSO - BÉLA BARTOK
O clip está abaixo. Foi composta na década de 30 e foi o grande fracasso de Bartok. Isso porque a obra foi pensada para ballet, e o tal ballet foi acusado de obscenidade. Pornográfico. Então Bartok pegou a música e fez uma suite, que é o que hoje se escuta. Mas o mal já estava feito. O Mandarim nunca foi ouvido até recentemente. É Bartok em estado puro, ou seja, uma experiência mental. Som do inconsciente? Talvez quase isso. Um leitor comenta: Como Bartok conseguia juntar tantas ideia musicais numa coisa só? Eu respondo: Genialidade. O que nas mãos de outro seria apenas uma colagem aleatória, com Bartok faz sentido e soa inevitável. Tá tudo lá. Ouça.
BÉLA BARTOK
Nascido na Hungria, emigrado para os EUA, Bela Bartok foi, de todos os compositores do século XX, falo dos mais famosos, o menos afortunado. Morreu pobre, mas não na miséria, razoavelmente desconhecido, e com várias obras completamente não compreendidas. A partir de sua morte, nos anos de 1940, seu nome começou a subir. Hoje Bartok é chamado de o mais completo e genial compositor de seu tempo. Se Stravinski, Schoenberg e até Webern eram mais famosos enquanto ele era vivo, em 2021 Bela Bartok é o nome mais incontestável do século XX. -------- Sua música é húngara até o osso. E a Hungria é um país como nenhum outro. Uma encruzilhada: meio cigana, meio oriente, muito européia, eslava. Bartok pegou toda essa raiz e a enriqueceu com Debussy, Ravel, Moussorgski, Chopin, o que viesse de melhor. Eu nunca o escutei, ou melhor, quando eu tinha uns 15 anos tentei ouvir uma vez. A audição foi tão traumática que nunca mais o encarei. Nesta minha fase musical, era claro que seu nome seria inevitável. Arrumo um cd com seu concerto para orquestra, sua obra mais acessível. Me apaixono. Ele é muito melhor que eu esperava. -------------- A música dita moderna da Europa, nasce no momento em que os ouvidos europeus se voltam para os países "periféricos". Polonia, Hungria, Tchecos, Finlandeses e principalmente russos. Já no século XX, a música moderna é a de Debussy, Mahler, Stravinski, Prokofiev, Rimski-Korsakof, Cesar Franck, Hindemith, Schoenberg, Berg, De Falla, Ravel, Webern, e ele, Bela Bartok ( há muito mais ). Khatchaturian, Honneger, Messiaen, Elgar, Dukas, Shostakovich....----------- Bartok nunca parece gratuito. Há modernistas que às vezes se rendem ao exagero. Ouvimos Ravel fazendo barulho ou Stravinski mudando de tom sem nenhum motivo a não ser "seguir sendo moderno". Já em Bartok tudo é coerente. Sua música, sempre surpreendente, é uma espécie de aventura. Mergulho no inesperado. Irei agora encarar seu lado mais dificil. Depois te conto.
RITMO, CRIATIVIDADE E EXUBERÂNCIA: O MAIOR COMPOSITOR DOS ÚLTIMOS CEM ANOS
Sons quase inaudíveis. Então uma flauta discreta. Cordas que são como fim de madrugada. Flauta de novo: um pássaro? Ritmo. Bartok domina o ritmo como quer. Metais dão o tom agora. Suspense! Eis as cordas...orientais? Não. Bartokianas= húngaras! Luta entre homens à cavalo. Ou não. Ritmo. Até agora foram apenas quatro minutos e já foram dúzias de ritmos que mudam sem cessar e dezenas de melodias que se completam em desarmonia harmônica. Óboe agora. E harpa. Paisagens. -------------- Depois.......... Eis um tambor em ritmo que se parte. Metais sinuosos dialogam. O tambor dá sua crítica. Cordas em pizzicato. Suspense bufo. Sucessão ininterrupta de motivos. Flautas em fogo fátuo. A melodia anda. Avança atrevida. Olha todo buraco, investiga. Bartok brinca. Uníssono de metais como jamais ouvidos. O tambor é tamborilar de gotas de chuva? Talvez sejam os Cárpatos. ---------------------- Elegia. As cordas nascem no absurdo de um mundo sem leis de física. Os sopros insistem em sua existência pré temporal, de onde o andar regredia. Nas bordas do universo há o que? Esta música talvez? Grave momento: as cordas dramatizam o momento, alguém ousa não querer morrer. Cordas que acusam. ................... depois ........................ Dança. Orvalho em comunhão com o ferro. Vida de metal e vida de água. Melodia enlevante. Até aqui foram criadas quantas melodias? Cem? Esta se vai também. Desvanece. Outra melodia: cômica. Outra melodia: andante. Corte!!!!! Milagre!!!1 Eis a melodia mais alegre possível!!!! Mas.............. ela também se desvanece. Outra melodia: romântica. Foi-se o romance. Outra agora.....Pesto! Metais heroicos. Cordas....que cordas são essas? Absurdo e impossível. Bumbos. Bumbos. Corre a música. Correeeeeeeeeee. Violinos em furacão. Metais. Deus amado, o homem era um gênio! Eis o maior compositor do século, Bela Bartok é seu nome. -------- Mais música ainda. Há tanta música nesta obra que desejamos que ela jamais termine. Óboe dialogando com fagote. Flauta diáfana. Sexo agora. E um fagote roncando. Mas agora...................................... Mas agora.................. Acelerando................ Ace.............le............ran............doooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo . Ouça o fundo, os violinos....os violinos....timbres orientais, passou, não mais, agora são militares, não mais, passou, agora são o que? Contra baixos e cellos? Que timbre é esse? Sempre lindo. Eis um fato!
CONCERTO PARA ORQUESTRA de Béla Bartok.
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