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O MANDARIM MIRACULOSO - BÉLA BARTOK

O clip está abaixo. Foi composta na década de 30 e foi o grande fracasso de Bartok. Isso porque a obra foi pensada para ballet, e o tal ballet foi acusado de obscenidade. Pornográfico. Então Bartok pegou a música e fez uma suite, que é o que hoje se escuta. Mas o mal já estava feito. O Mandarim nunca foi ouvido até recentemente. É Bartok em estado puro, ou seja, uma experiência mental. Som do inconsciente? Talvez quase isso. Um leitor comenta: Como Bartok conseguia juntar tantas ideia musicais numa coisa só? Eu respondo: Genialidade. O que nas mãos de outro seria apenas uma colagem aleatória, com Bartok faz sentido e soa inevitável. Tá tudo lá. Ouça.

Bartók - The Miraculous Mandarin Suite - Gardner

Bartók - Concerto for orchestra BB 123 (Bernard Haitink, 2013)

BÉLA BARTOK

Nascido na Hungria, emigrado para os EUA, Bela Bartok foi, de todos os compositores do século XX, falo dos mais famosos, o menos afortunado. Morreu pobre, mas não na miséria, razoavelmente desconhecido, e com várias obras completamente não compreendidas. A partir de sua morte, nos anos de 1940, seu nome começou a subir. Hoje Bartok é chamado de o mais completo e genial compositor de seu tempo. Se Stravinski, Schoenberg e até Webern eram mais famosos enquanto ele era vivo, em 2021 Bela Bartok é o nome mais incontestável do século XX. -------- Sua música é húngara até o osso. E a Hungria é um país como nenhum outro. Uma encruzilhada: meio cigana, meio oriente, muito européia, eslava. Bartok pegou toda essa raiz e a enriqueceu com Debussy, Ravel, Moussorgski, Chopin, o que viesse de melhor. Eu nunca o escutei, ou melhor, quando eu tinha uns 15 anos tentei ouvir uma vez. A audição foi tão traumática que nunca mais o encarei. Nesta minha fase musical, era claro que seu nome seria inevitável. Arrumo um cd com seu concerto para orquestra, sua obra mais acessível. Me apaixono. Ele é muito melhor que eu esperava. -------------- A música dita moderna da Europa, nasce no momento em que os ouvidos europeus se voltam para os países "periféricos". Polonia, Hungria, Tchecos, Finlandeses e principalmente russos. Já no século XX, a música moderna é a de Debussy, Mahler, Stravinski, Prokofiev, Rimski-Korsakof, Cesar Franck, Hindemith, Schoenberg, Berg, De Falla, Ravel, Webern, e ele, Bela Bartok ( há muito mais ). Khatchaturian, Honneger, Messiaen, Elgar, Dukas, Shostakovich....----------- Bartok nunca parece gratuito. Há modernistas que às vezes se rendem ao exagero. Ouvimos Ravel fazendo barulho ou Stravinski mudando de tom sem nenhum motivo a não ser "seguir sendo moderno". Já em Bartok tudo é coerente. Sua música, sempre surpreendente, é uma espécie de aventura. Mergulho no inesperado. Irei agora encarar seu lado mais dificil. Depois te conto.

RITMO, CRIATIVIDADE E EXUBERÂNCIA: O MAIOR COMPOSITOR DOS ÚLTIMOS CEM ANOS

Sons quase inaudíveis. Então uma flauta discreta. Cordas que são como fim de madrugada. Flauta de novo: um pássaro? Ritmo. Bartok domina o ritmo como quer. Metais dão o tom agora. Suspense! Eis as cordas...orientais? Não. Bartokianas= húngaras! Luta entre homens à cavalo. Ou não. Ritmo. Até agora foram apenas quatro minutos e já foram dúzias de ritmos que mudam sem cessar e dezenas de melodias que se completam em desarmonia harmônica. Óboe agora. E harpa. Paisagens. -------------- Depois.......... Eis um tambor em ritmo que se parte. Metais sinuosos dialogam. O tambor dá sua crítica. Cordas em pizzicato. Suspense bufo. Sucessão ininterrupta de motivos. Flautas em fogo fátuo. A melodia anda. Avança atrevida. Olha todo buraco, investiga. Bartok brinca. Uníssono de metais como jamais ouvidos. O tambor é tamborilar de gotas de chuva? Talvez sejam os Cárpatos. ---------------------- Elegia. As cordas nascem no absurdo de um mundo sem leis de física. Os sopros insistem em sua existência pré temporal, de onde o andar regredia. Nas bordas do universo há o que? Esta música talvez? Grave momento: as cordas dramatizam o momento, alguém ousa não querer morrer. Cordas que acusam. ................... depois ........................ Dança. Orvalho em comunhão com o ferro. Vida de metal e vida de água. Melodia enlevante. Até aqui foram criadas quantas melodias? Cem? Esta se vai também. Desvanece. Outra melodia: cômica. Outra melodia: andante. Corte!!!!! Milagre!!!1 Eis a melodia mais alegre possível!!!! Mas.............. ela também se desvanece. Outra melodia: romântica. Foi-se o romance. Outra agora.....Pesto! Metais heroicos. Cordas....que cordas são essas? Absurdo e impossível. Bumbos. Bumbos. Corre a música. Correeeeeeeeeee. Violinos em furacão. Metais. Deus amado, o homem era um gênio! Eis o maior compositor do século, Bela Bartok é seu nome. -------- Mais música ainda. Há tanta música nesta obra que desejamos que ela jamais termine. Óboe dialogando com fagote. Flauta diáfana. Sexo agora. E um fagote roncando. Mas agora...................................... Mas agora.................. Acelerando................ Ace.............le............ran............doooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo . Ouça o fundo, os violinos....os violinos....timbres orientais, passou, não mais, agora são militares, não mais, passou, agora são o que? Contra baixos e cellos? Que timbre é esse? Sempre lindo. Eis um fato! CONCERTO PARA ORQUESTRA de Béla Bartok.