Torturas. Mais torturas. Guerras. Espanha contra Roma. Roma contra Firenze. Milano contra França. Firenze contra todos. Traições. O duque trai o Papa que trai o rei que trai o cardeal que trai o rei que é traído pelo Papa. Assassinatos. Pai envenenado pela esposa que é esfaqueada´pelo amante que é queimado pelo namorado. Sexo. Muito sexo. Homens velhos amam meninos. E nesse caldo de sangue, doenças, fedor, gozo, medo e fúria vive o gênio.
Michelangelo não ligava para efeitos de luz. Nem para a natureza, a paisagem. Não pintava retratos. Ele só se interessava por homens nus. Religioso, quase puritano, ele via Deus na beleza. O corpo humano como a mais alta criação divina. E o corpo masculino como o reino da força, da nobreza, do caráter e da transcendência.
Poeta. Michelangelo além de escultor, pintor e arquiteto foi poeta. Dos bons. E em seu trabalho se percebe que seu mundo não teve mulheres. Apenas Vittoria Colonna. Uma paixão intelectual. Ele amava com intensidade a jovens rapazes bonitos. Mas há a possibilidade de que tudo fosse platônico. Isso porque o gênio era além de católico temeroso, um platônico convicto. Para ele tudo aqui é imperfeição. Lembretes de um universo perfeito e divino que vive além.
Ele era terrível. Amava a solidão, dado a fúrias, irredutível, perfeccionista, desconfiado, chorão radical, paranoico, descumpridor de custos e de prazos, mas jamais mentiroso. Tempo terrível esse em que ele viveu. De corpos dilacerados em praça pública. Religiosos belicosos, luxuriosos, ambiciosos. Tempo de bancos, de acordos secretos, de vaidade ao extremo.
Nenhum artista foi tão rico, tão famoso, tão adulado, tão preocupado. Puritano que amava a nudez, amoroso e violento, dava fortunas a amigos e ao mesmo tempo, trilionário, vivia como pobre em mansão vazia de luxo. Esse foi Michelangelo, fascinante ser humano que Gayford descreve muito bem.
Meu livro do verão.
Michelangelo não ligava para efeitos de luz. Nem para a natureza, a paisagem. Não pintava retratos. Ele só se interessava por homens nus. Religioso, quase puritano, ele via Deus na beleza. O corpo humano como a mais alta criação divina. E o corpo masculino como o reino da força, da nobreza, do caráter e da transcendência.
Poeta. Michelangelo além de escultor, pintor e arquiteto foi poeta. Dos bons. E em seu trabalho se percebe que seu mundo não teve mulheres. Apenas Vittoria Colonna. Uma paixão intelectual. Ele amava com intensidade a jovens rapazes bonitos. Mas há a possibilidade de que tudo fosse platônico. Isso porque o gênio era além de católico temeroso, um platônico convicto. Para ele tudo aqui é imperfeição. Lembretes de um universo perfeito e divino que vive além.
Ele era terrível. Amava a solidão, dado a fúrias, irredutível, perfeccionista, desconfiado, chorão radical, paranoico, descumpridor de custos e de prazos, mas jamais mentiroso. Tempo terrível esse em que ele viveu. De corpos dilacerados em praça pública. Religiosos belicosos, luxuriosos, ambiciosos. Tempo de bancos, de acordos secretos, de vaidade ao extremo.
Nenhum artista foi tão rico, tão famoso, tão adulado, tão preocupado. Puritano que amava a nudez, amoroso e violento, dava fortunas a amigos e ao mesmo tempo, trilionário, vivia como pobre em mansão vazia de luxo. Esse foi Michelangelo, fascinante ser humano que Gayford descreve muito bem.
Meu livro do verão.