LOSEY/ PINTER/ DISNEY/ EMMA THOMPSON/ STEPHEN FREARS

   UMA VIDA DIFICIL de Dino Risi com Alberto Sordi e Lea Massari
Risi, um dos diretores mais populares da Itália dos anos 50/60/70, faz aqui um de seus mais ambiciosos filmes. Sordi é um idealista, um panfleteiro da segunda-guerra que se adapta mal a vida do pós-guerra. Ele é um socialista anti-americano, e o filme não tem pudor em mostrar que ele é na verdade um preguiçoso. Massari é a jovem que ele abandona. O filme não satisfaz. Risi não faz humor e nem drama, fica num meio termo amorfo. Nota 3.
   LINHA DE FRENTE de Gary Fleder com Jason Statham, James Franco, Winona Ryder
Stallone escreveu este roteiro desagradável. Jason é um ex agente federal. No sul dos EUA ele tenta criar a filha longe de problemas. Mas ela começa a ser ameaçada por mãe de aluno com que ela brigou. Logo um traficante se envolve e a coisa esquenta. O roteiro é absurdo, como um pai tão amoroso deixaria a filha correr tantos riscos? Não faz sentido. O filme tem pouca ação, nenhuma leveza e se faz muito sufocante. Todo caipira é uma besta ou um idiota. Ah vá... Nota 3.
   THOR O MUNDO SOMBRIO de Alan Taylor com Chris Hemsworth, Natalie Portman e Anthony Hopkins
O primeiro foi legal. Era leve, despretensioso. Este sofre por se levar a sério. Chris é ok, mas eu abomino Natalie Portman. Um porre.
Nota 1.
   WALT NOS BASTIDORES DE MARY POPPINS de John Lee Hancock com Emma Thompson, Tom Hanks, Colin Farrell, Paul Giamatti e Jason Schwartzman
O filme corre atrás das lágrimas e consegue algumas ao final apelativo. Alguns caras reclamaram que o retrato de Disney é superficial. Ora, o filme é sobre PL Travers, não sobre Walt, ele é mero coadjuvante. O tolo título em português cria uma expectativa falsa. O original é Saving Mr. Banks, título que revela o tema do filme, o resgate do pai de Travers. Emma está ótima, faz uma neurótica muito chata sem jamais parecer um cartoon. Hanks está ok e Colin exagera. Ele é o pai de Emma, um alcoólatra na Austrália. Giamatti dá um show como o motorista. O filme exagera, Travers parece ser a mulher mais infeliz do mundo. Mary Poppins é uma obra-prima em música, beleza e poesia, isto aqui é um troço esquisito, torto, sem razão ou porque. Ah sim, a gente chora no final. Nota 4.
   PHILOMENA de Stephen Frears com Judi Dench, Steve Coogan, 
Um horror acontece: freiras iralndesas, nos anos 50, vendem crianças de mães solteiras. No tempo atual, Judi procura seu filho. Um jornalista que está em baixa a ajuda. O filme se concentra na relação entre os dois. Ela manteve sua fé. É otimista, alegre e simpática. Ele é ateu. Amargo e cheio de rancor. Frears consegue equilibrar isso. Mostra o crime das freiras e não faz uma tese contra a igreja. O ateu também não é mostrado como um materialista raivoso. O elenco brilha. Steve exala simpatia e calor, Judi, em papel dificil, consegue passar a confiança da senhora teimosa. O final é exato. Frears é um dos grandes. Sua carreira é exemplar. Nota 7.
   ESTRANHO ACIDENTE de Joseph Losey com Dirk Bogarde, Stanley Baker, Michael York
O roteiro de Harold Pinter é assombroso. E o cd tem extras com entrevista com Pinter e Losey juntos. É uma obra-prima. Seco, silencioso e cruel. Árido. Dirk, estupendo em seu papel de tolo enganado, faz um professor casado que se apaixona por jovem aluna. Tímido, atrapalhado, ele é tutor de um jovem rico que flerta com ela. Mas Dirk logo descobre que a moça é diferente do que ele pensava. O filme não tem ação nenhuma, não tem um só personagem agradável e não tenta jamais parecer bonito. E mesmo assim nos fascina. Poucos diretores foram melhores que Losey, esse americano que se fez o mais inglês dos diretores. Original, é o tipo de obra que voce quer ver de novo e de novo. Nota DEZ.