BILL MURRAY/ CLOONEY/ BOGART/ GRIFFITH/ LUBISTCH/ TYRONE POWER

TARDE DEMAIS de William Wyler com Olivia de Havilland, Montgomery Clift, Ralph Richardson e Miriam Hopkins
Perfeito. Atores de gênio, roteiro com diálogos soberbos e a direção sempre impecável de Wyler. Um exemplo de que é possível transformar um livro genial ( de Henry James ) em filme memorável. Mais cometários abaixo. Nota DEZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
DESEJOS PROIBIDOS de Max Ophuls com Charles Boyer, Danielle Darrieux e Vittorio de Sica
Talvez em termos visuais seja o filme mais refinado que já assisti. Um aula de estética e de gosto. A história exemplifica a perfeição a diferença em amor entre homens e mulheres. Elas têm mais coragem. Ophuls foi um dos grandes. Este é seu melhor filme. Nota DEZ!!!!!!!!!!!!!!!!!
UM DIA ESPECIAL de Michael Hoffmann com George Clooney e Michelle Pfeiffer
Um filme todo centrado no charme de dois atores. Para nossa alegria eles são realmente bons de se olhar. George Clooney ainda em seus tempos de ator leve e Michelle bela como sempre. O filme, sobre casal que se odeia e que passa a se amar, se deixa ver. É Sessão da Tarde clássica. 6.
RECRUTAS DA PESADA de Ivan Reitmann com Bill Murray, John Candy e Harold Ramis
Segundo filme de Murray e primeiro de Candy. Sobre dois caras que se alistam pensando ser a vida no quartel fácil. As comédias nos anos 80 viveram grande momento. É a época de Steve Martin, Eddie Murphy, Dan Ackroyd, Lily Tomlin, Martin Short, Leslie Nielsen, John Candy e ainda de Mel Brooks e Woody Allen. Mas, que surpresa, este filme não tem graça nenhuma!!!! Murray está especialmente ruim, exagerando seu tipo de malandro sonolento. Candy está ok mas aparece pouco. O diretor é o pai de Jason Reitmann e ficamos sabendo nos extras que este roteiro era para Cheech and Chong e que acabou com Bill e Harold. Tiraram as piadas sobre marijuana e a graça se foi. Uma chatice. Nota 3.
O FALCÃO MALTÊS de John Huston com Humphrey Bogart, Mary Astor, Peter Lorre
É o mais importante filme noir mas não é o melhor. Vemos aqui todo o nascimento de um gênero : música nervosa, imagens com sombras, mulher falsa, herói individualista e durão. O roteiro de Huston melhora o livro e Bogey está totalmente à vontade, ele nasceu para ser durão. Uma diversão de primeira e uma delicia para madrugadas frias e de chuva. Nota 9.
O FAVORITO DOS BÓRGIA de Henry King com Tyrone Power e Orson Welles
Filmado em palácios italianos, podemos ver a absurda beleza da renascença. O filme fala de tirania e de Tyrone como vassalo que muda de lado. King dirigia de tudo na Fox. Nunca foi genial, mas sabia fazer as coisas andarem. Tyrone era herói humano. O filme é ok. Nota 6.
INTOLERÂNCIA de David W. Griffith
Os Lumiere inventaram a imagem em movimento, Griffith inventou o cinema. Tudo o que pensamos ser "o cinema" foi idéia de Griffith : ação paralela, melodrama, correrias, cenários suntuosos ( aqui são gigantescos ), atores de carisma, movimento. Neste imenso filme ele conta várias histórias em várias épocas distintas, todas entrelaçadas. O filme ainda impressiona por sua inacreditável grandiosidade. Hoje ele seria impossívelmente caro. O cara era provávelmente louco. Ou não, seria o típico americano empreendedor do século XIX, o self-made man. Diversão que noventa e dois anos depois ainda se sustenta. Nota 7.
ENCONTROS E DESENCONTROS de Sofia Coppolla com Bill Murray e Scarlet Johansson
Revisto hoje após o burburinho da época o filme se mantém como modesto romance puritano. Nota-se algo de muito pudico em todo seu romantismo travado. É tristinho, engraçadinho, bobinho e bonitinho. Um belo raio x de uma geração toda "inha". Bill Murray faz bem Bill Murray no Japão. Scarlet está bonita e ruim. O filme é bacaninha. Nota 6.
MEU MELHOR COMPANHEIRO de Robert Stevenson com Dorothy McGuire e Fess Parker
Cachorro e família em fazenda texana do século XIX. Filme de cachorro de grande sucesso em seu tempo. Um dos clássicos da Disney. A diferença dos filmes de cachorro de hoje é que este cão é mais cachorro. Ele nada tem de criança, de humano, de tolinho. Briga com animais, foge, apronta e é absolutamente animalesco. Um bom filme. Nota 7.
EU NÃO QUERO SER UM HOMEM de Ernst Lubistch com Onny Oswalda
O instituto Goethe lança uma série de filmes mudos de Lubistch. Primeiro: é delicioso ver uma Alemanha em nada parecida com Lang ou Murnau. É um país muito alegre e de bem com a vida. O que pensamos da alegre Berlin dos anos 20 está aqui mostrado. A história, muito amoral, fala de moça que se veste de homem para poder sair a noite, e de dandy que se apaixona por esse "rapaz". O filme é hoje considerado um clássico gay. Lubistch faz tudo se parecer com champagne. O filme espuma e alegra. Nota 7.
GATINHA SELVAGEM de Ernst Lubistch com Pola Negri
Este vai mais longe. Soldados alegres, comandante bobão, batalhas de folia, rebeldes atrapalhados e muita malicia. Negri é a cara de Helena Bonham- Carter. Um detalhe histórico. Gente que é anti-americana gosta de dizer que foram os imigrantes do eixo Berlin-Vienna que fizeram Hollywood. Gente como Wyler, Wilder, Dieterle, Sirk, Lang, Murnau, Zinnemann, Preminger, e uma infinidade de roteiristas e fotógrafos. Dizem isso como se Ford, Buster Keaton, Vidor, Milestone, Fleming, Griffith, Wellman não estivessem lá desde sempre. O que se pode dizer é que os imigrantes trouxeram um tipo de filme mais urbano, mais ácido, mais sexy. Lubistch, que foi o imigrante de maior sucesso, se tornando um tipo de "dono" da Paramount, trouxe a comédia maliciosa, manhosa, vienense. Este filme, com sua leveza bem-humorada e seus cenários de bolo de noiva exemplifica todo seu glorioso talento. Nota 8.