ZAZIE/STAR TREK/JULIA ROBERTS/KILLSHOT

SERESTEIRO DE ACAPULCO de Richard Thorpe com Elvis Presley e Ursula Andress
O mais famoso filme de Elvis. Uma chatice. Nunca tinha notado como Elvis tem caras e bocas idênticas as que fariam a glória de Bowie e Ferry. Glamour. Mas o filme é tão chato! nota 1.
O AMERICANO TRANQUILO de Joseph L. Mankiewicz com Michael Redgrave e Audie Murphy. Eis um grande desastre. Mankiewicz, excelente diretor e roteirista, erra totalmente neste filme baseado num soberbo livro de Graham Greene. Passa-se no Vietnã pré-americano, o Vietnã-francês. Trata de ciúmes, americanismo e europeísmo. No filme se perde tudo: não há politica, não há humor negro. Há uma versão de John Boorman, com Pierce Brosnam e Brendan Fraser que é igualmente ruim. O genial Redgrave está perdido aqui. nota 1.
KILLSHOT de John Madden com Mickey Rorke e Diane Lane.
Miss Lane continua absurdamente bonita. Rourke continua escolhendo mal seus filmes. E agora chega: filmes de FBI, petrodólares, ex-agentes...cansou!!!!! nota zero.
STAR TREK de JJ Abrams com uns caras.
Vamos falar a real ? Vamos parar de bobagem ? Uma diversão como esta não pode ser criticada por alguém que fala sobre cinema. Seu objetivo é o mesmo da TV ou do Hopi Hari : o máximo de emoção com o minimo de risco. Deve ser analisado não em termos de roteiro, atuações ou direção. Deve ser julgado como investimento e retorno. Voce gasta uma grana para ter bom acompanhamento para pipocas e Coca, para ter emoção fácil, saudável e limpa. Voce recebe o que pediu. Como num grande parque, num circo ou na Disney. Analisado como cinema, cinema pop, ele é previsível, idêntico a dúzias de filmes anteriores. Apenas um fato : pra que atores ? Desenhos animados fariam tudo o que eles fazem e melhor. nota... qualquer uma. Não faz a menor diferença. O que conta é que a sala estava cheia.
O EXTERMINADOR DO FUTURO de McG com Bale, Sam e Moon
Tudo que foi dito acima vale para este. Com um agravante : o diretor tenta fazer cinema, não consegue, irrita. Bale se tornou uma caricatura. Diverte pouco. Dou nota : zero.
DUPLICIDADE de Tony Gilroy com Julia Roberts e Clive Owen
Adorei o inicio. Promete muito. Parece que será aquilo que o filme ridiculo de Brad e Jolie deveria ter sido. Tem classe, agilidade e algum bom humor. O diálogo parece ser acima do nível rasteiro de hoje... mas então... o diretor se deslumbra e se perde. Começa a destruir tudo o que "parecia" e vemos o que o filme é : veículo para a volta de Julia, única real estrela de sua geração. Ela não compromete, já Owen começa a saturar : ele tem duas únicas expressões, usa-as com constância de relógio. Uma bela fotografia. nota 4.
BANDEIRANTES DO NORTE de King Vidor com Spencer Tracy
De Bogart à Brando, de Sean Penn à De Niro, todos dizem que Tracy é o maior. Eu não gosto de Tracy. Este filme, do muito importante Vidor, é aborrecido, racista, ultrapassado. nota 1.
ZAZIE NO METRÔ de Louis Malle com Catherine Demongeot e Philippe Noiret
Após tantos filmes ruins, algum alivio vem da França. Deste mítico filme de Louis. Faça-se justiça à Malle, ele foi o melhor cineasta da época da nouvelle vague. Tinha o anarquismo de Goddard com o apuro de Resnais. E uma poesia que remete a Clair e Cocteau. Que filme é este ? Impossível dizer!!!! É uma versão de Alice de Lewis Carrol passada na Paris de 1960? É uma homenagem à Keaton, Chaplin e aos irmãos Marx? É o pai dos melhores video-clips? E dos filmes dos Beatles? É um filme sem sentido nenhum ? É tudo isso junto! É o mundo visto pelos olhos de uma criança feliz. É a única tentativa na história do cinema de se fazer aquilo que seria um filme dirigido por uma criança. Por Zazie. Malle consegue. Viva!!!! nota 8.
VIRTUDE FÁCIL de Stephen Elliot com Jessica Biel e Colin Firth
Eu adorei este filme bobo. Ainda não passou em nossas telas e duvido muito que passe. É uma adaptação de um texto de Noel Coward pelo diretor de Priscilla, rainha do deserto. Jessica não compromete ( não gosto dela, acho-a esquisita, bocuda ) e Colin ( de quem sempre gosto ) está excelente. Trata de uma tradicional familia inglesa, que recebe o retorno de seu filho, casado com uma "moderna" americana. O conflito, em tom de ironia, se dá. A mãe não aceita a moça e ela não aceita a vida na mansão campestre. Coward obteve imenso sucesso com esta peça. Ela era tudo o que ingleses e americanos queriam assistir : cinica, leve e cheia de inteligencia. E hoje? Existe público para um filme onde tudo de melhor que acontece está vinculado àquilo que é dito e não àquilo que é feito ? Onde tudo é refinado, sutil, sub-entendido? Gostaria muito que sim, e é sintomático uma entrevista de Jessica em que ela diz ter sido "um prazer dizer aquele texto tão inteligente. Pena hoje não falarmos assim!" O público entendirá ou se entediará ? Músicas de Coward abrilhantam o filme ( e algumas de Porter também ) e todo o resto do elenco está delicioso ( com excessão do filho, um fraco e bobinho menino ). No fim, o filme vai se acinzentando e se torna um bom drama de final risonho ( mas não feliz ). Adorei. É um prazer, uma raridade e com certeza será um lindo fracasso. nota 8.