TOMMY, NA VERSÃO PARA ORQUESTRA DE 1972

2021, o ano que passei ouvindo música erudita mudou meu modo de escutar os sons. Entenda, eu ouço Liszt ou Mozart desde os 15 anos, mas em 2021, a coisa chegou mais ao fundo. Tanto que após esse ano citado eu tenho imensa dificuldade em escutar música muito simples ou mal tocada. Bem...então vamos à Tommy. --------------- Voce conhece a versão original, de 1969, maravilhosamente semi acústica e com ataques de bateria vibrantes. Talvez conheça a trilha do cinema, no geral bem pior que a original, apesar de Sally Simpson e Sparks estarem melhoradas em 1975. Mas provavelmente voce desconheça a versão luxuosa, lançada em caixa com libreto de 1972. Saiba que ela atingiu o segundo posto nas paradas inglesas e a versão de I'M Free exitente aqui chegou a tocar no rádio do Brasil. ---------------------- Em 1972 o mega produtor Lou Reizner pegou a partitura de Tommy e convenceu Pete Townshend a autorizar a versão sinfônica da obra. LP e CDs são dificeis de achar, mas ontem o comprei e logo escutei. Eu esperava uma coisa divertida e brega e me deparo com uma obra divertida e maravilhosamente linda. ----------------- Primeiro o som. Logo de cara voce tem um choque. O disco foi gravado em quadrifonico e isso lhe deixou um ataque que mesmo em cd se mateve algum vestígio. A orquestra soa límpida, poderosa, imensa. Sim, quem conhece música erudita percebe a extrema simplicidade que a música POP tem. Numa peça clássica, qualquer uma, notamos que a orquestra é usada em sua totalidade, o ilimitado poder de seus sons é explorado. Não aqui. Como acontece com trilhas de cinema, a melodia é simples e a orquestra faz seu trabalho sem qualquer esforço. But....simples sim, porém belíssimo!!!!! Amazing Journey, Sparks, Welcome, têm aqui suas melhores versões. elas crescem e atingem uma riqueza magnífica. O elenco tem Ringo Starr fazendo o jogador, um John Entwistle assustador cantando uma versão de terror assustador de Fiddle About. Stevie Winwood, do Traffic, faz o padastro, e Rod Stewart, no auge da fama, canta Pinball Wizzard. Aliás, era para Rod fazer Tommy, mas Roger Daltrey, que não punha fé no projeto, voltou atrás e pegou Tommy, graças a Deus, Rod é ótimo mas Tommy é de Roger forever. --------------- Qual Wizzard é melhor? Elton no filme ou Rod com sinfônica? Empate. São tão diferentes uma da outra que é impossível comparar. ---------------- Maggie Bell, grande cantora da época faz a mãe e Marry Clayton, a cantora negra que em Let It Bleed cantou Gimme Shelter com Jagger, humilha Tina Turner. Acid Queen com Clayton é uma das coisas mais belas já gravadas. -------------- Eu tinha certeza que o desastre viria com a faixa Sally Simpson, minha música favorita na versão em filme 1975. Cantada por Pete e com guitarra de Clapton, ela é imbatível. Como transpor açgo tão rock para uma sinfônica? Seria ridículo!!!!! Mas...funciona!!!!!! Como? Pete canta a melodia exatamente como no original de 1969, mas o acompanhamento se faz uma outra coisa. A orquestra não tenta imitar uma banda de rock, ela teve um novo arranjo a seu dispor e o que ouvimos é soberbamente lindo. Eu postei a versão de 1975 e a orquestral. As duas são perfeitas. ---------------- Após ouvir este Tommy minha admiração por Pete é ainda maior. Quanto prazer em escutar isto!!!!!