Alvíssaras! Comemorem! Dêem vivas! Noel Coward está tendo uma peça exibida em SP !!!!! Eu bem que senti que o ar de SP está um pouco mais wit. Noel Coward em cartaz é um privilégio tão sublime como ter disco novo de Bryan Ferry para ouvir. Noel é do tempo em que ser educado era objetivo de uma vida. A peça é Blythe Spirit e está no teatro que fica no Shopp Eldorado. Lugar horroroso que deve ter de súbito se tornado very classy. Essa peça, que foi filme de David Lean, trata de espirito que volta à Terra para atazanar ex-marido. Rex Harrison fazia o marido no filme. Nas telas o que eu recordo foi do colorido e das frases de Noel, uma profusão de linhas inteligentes. Humor britânico.
O que me deixa assim assim é saber se há público na cidade para prato tão fino. Afinal, mesmo no teatro as pessoas regrediram e desaprenderam a escutar. E depois, a Inglaterra, como vimos em O DISCURSO DO REI, ainda tenta fazer peças e filmes com alguma elegância. O filme com Colin Firth, cá na selva, jamais foi apreciado como deveria. As massas preferiram o grand-guinol de segunda categoria de CISNE NEGRO e outras estultices. Bem...há quem evite o glamuroso O ARTISTA por achá-lo "dificil".... Glamour é hoje um tipo de sânscrito para o frequentador de cinema.
Como estamos abaixo do Equador e nada aqui pode ser perfeito, Noel Coward tem em seu elenco Adriane Galisteu. Galisteu recitando Coward é como colocar Elba Ramalho para cantar Cole Porter. O encontro da buxada de bode com Dom Perignon.
A soberba Barbara Gancia criticou Pondé na Folha. Mas Barbara é moça fina e sua critica foi apenas uma chamada à razão. Pondé se tornou um tipo de araponga de jornal. Ele grita e incomoda, mas ninguém entende o que ele fala. Eu já sabia que para a Páscoa ele mandaria algo cheio de sangue, crueldade e canibalismo. Afinal, o que ele queria dizer? Que o mundo pós-cristão é muito mais civilizado? Ora, isso qualquer intelectualzinho de barba e blusa vermelha sabe. Barbara fala que quem escreve em jornal não deveria ter uma atitude tão suicida. Pondé ataca o leitor e se coloca acima de quem o lê. Bem....Paulo Francis se colocava muito acima de quem o lia e era adorado por isso. O que me parece ser o erro de Pondé é que ele baba naquilo que redige.
Roberto da Matta escreveu que existem obras que tomam o artista. Que quando um regente comanda uma orquestra que toca Mozart não é ele que rege Mozart mas sim Mozart que toma o maestro. Depois ele diz que até um cantor banal como Rod Stewart se torna maravilhoso quando grava Cole Porter ou Gershwin. Ora...eu tenho os cds em que Rod canta Cole e não há nada de maravilhoso lá. Como também já vi Mozart ser regido como se fora Berlioz. A grande arte só assume o comando de um artista quando ele previamente habita o mesmo endereço do autor. Rod é genial cantando folk e blues, isso porque ele vive nesse mundo. No universo do pop ninguém gravou a canção americana dos anos 20/40 decentemente. E olhe que vários tentaram, de MacCartney à Bowie e Ferry.
Há uma expo de Bob Gruen na Oca. Bob é do tempo em que rock stars eram big stars. Suas fotos pegam a era em que o rock tinha a relevância que hoje é dada ao esporte. Se Bob fosse começar hoje e fotografasse os atuais rock stars todas as fotos teriam de ter legenda. E o visitante ganharia um Who1s Who na entrada. Bem...se começasse hoje Bob Gruen fotografaria apenas Lady Gaga. Ela em uma pose tenta imitar tudo o que Bob clicou por toda a vida.
- Esta coluna é uma homenagem ao rei das colunas: Telmo Martino.
O que me deixa assim assim é saber se há público na cidade para prato tão fino. Afinal, mesmo no teatro as pessoas regrediram e desaprenderam a escutar. E depois, a Inglaterra, como vimos em O DISCURSO DO REI, ainda tenta fazer peças e filmes com alguma elegância. O filme com Colin Firth, cá na selva, jamais foi apreciado como deveria. As massas preferiram o grand-guinol de segunda categoria de CISNE NEGRO e outras estultices. Bem...há quem evite o glamuroso O ARTISTA por achá-lo "dificil".... Glamour é hoje um tipo de sânscrito para o frequentador de cinema.
Como estamos abaixo do Equador e nada aqui pode ser perfeito, Noel Coward tem em seu elenco Adriane Galisteu. Galisteu recitando Coward é como colocar Elba Ramalho para cantar Cole Porter. O encontro da buxada de bode com Dom Perignon.
A soberba Barbara Gancia criticou Pondé na Folha. Mas Barbara é moça fina e sua critica foi apenas uma chamada à razão. Pondé se tornou um tipo de araponga de jornal. Ele grita e incomoda, mas ninguém entende o que ele fala. Eu já sabia que para a Páscoa ele mandaria algo cheio de sangue, crueldade e canibalismo. Afinal, o que ele queria dizer? Que o mundo pós-cristão é muito mais civilizado? Ora, isso qualquer intelectualzinho de barba e blusa vermelha sabe. Barbara fala que quem escreve em jornal não deveria ter uma atitude tão suicida. Pondé ataca o leitor e se coloca acima de quem o lê. Bem....Paulo Francis se colocava muito acima de quem o lia e era adorado por isso. O que me parece ser o erro de Pondé é que ele baba naquilo que redige.
Roberto da Matta escreveu que existem obras que tomam o artista. Que quando um regente comanda uma orquestra que toca Mozart não é ele que rege Mozart mas sim Mozart que toma o maestro. Depois ele diz que até um cantor banal como Rod Stewart se torna maravilhoso quando grava Cole Porter ou Gershwin. Ora...eu tenho os cds em que Rod canta Cole e não há nada de maravilhoso lá. Como também já vi Mozart ser regido como se fora Berlioz. A grande arte só assume o comando de um artista quando ele previamente habita o mesmo endereço do autor. Rod é genial cantando folk e blues, isso porque ele vive nesse mundo. No universo do pop ninguém gravou a canção americana dos anos 20/40 decentemente. E olhe que vários tentaram, de MacCartney à Bowie e Ferry.
Há uma expo de Bob Gruen na Oca. Bob é do tempo em que rock stars eram big stars. Suas fotos pegam a era em que o rock tinha a relevância que hoje é dada ao esporte. Se Bob fosse começar hoje e fotografasse os atuais rock stars todas as fotos teriam de ter legenda. E o visitante ganharia um Who1s Who na entrada. Bem...se começasse hoje Bob Gruen fotografaria apenas Lady Gaga. Ela em uma pose tenta imitar tudo o que Bob clicou por toda a vida.
- Esta coluna é uma homenagem ao rei das colunas: Telmo Martino.