Os filmes sobre os quais escrevo aqui, caso voce não saiba, são aqueles que assisti na semana. Tenho sempre uma pilha de dvds que nunca vi e às vezes revejo o que me dá vontade. Nunca escrevo sobre filmes que vi muito tempo atrás, é sempre o que é assistido na hora.
Escrevo isso porque lamento não ter tido blog em 2006/2008 que foi a época em que montei minha coleção de filmes. Foi o período em que descobri aquilo que o cinema pode ser. Primeiro contato com o cinema dos anos 30, os clássicos silenciosos e tudo de Bergman, Dreyer, Bresson, Godard, Melville e que tais. Foi um tempo bom demais! As comédias dos anos 30, os noir dos 40, Carné e Clair.
Ainda existe um monte de clássicos que não vi, mas o tempo do descabaçamento já se foi. Até 2005 eu achava que conhecia cinema, não sabia nada! ( E sei que ainda sei pouco ).
Escrevo isto porque os filmes que vi esta semana são de nivel bem baixo.... talvez seja a mais fraca semana que já tive. Aí vai :
ERA UMA VEZ NO MÉXICO de Robert Rodriguez com Antonio Banderas, Johnny Depp, Salma Hayek, William Dafoe e Mickey Rourke
Rodriguez homenageia Leone e seu The Good, The Bad and The Ugly ( talvez seja o filme mais homenageado dos anos 90/2000 ). Mas se perde. As 3 histórias não mantèm seu interesse. Depp seria o mau, Antonio o bom e Dafoe o feio. A fotografia e a música são ótimas, mas os personagens não sustentam o filme. Apenas um curioso filme pop. Nota 6.
VELOZES E FURIOSOS 4 de Justin Lin com Vin Diesel, Paul Walker, Michelle Rodriguez
Quer saber ? As cenas de ação são muito boas. É o melhor dos 4 filmes. Tem alguma história e os carros são demais! Lógico que é um filme bobo, mas dá uma certa adrenalina ( se voce desligar o senso crítico ). Nota 6.
CARGA EXPLOSIVA 3 de Olivier Megaton com Jason Statham e Natalya Rudakova
Um excelente filme de ação ( do tipo atual ). Ou seja: é completamente inverossimel. Esqueça os diálogos, esqueça a construção de personagens. É movimento todo o tempo. Filme feito para criar sensações, nunca emoções. Jason nasceu para esse tipo de durão com voz rouca ( à Clint ) e Natalya é linda de doer. A trama não faz o menor sentido. Nota 7.
O GRANDE MESTRE de Yip Wai-Shun
É a história de grande mestre de artes marciais da China dos anos 30. O filme começa maravilhosamente bem. Acompanhamos o cotidiano do mestre, seus desafios, a vida entre valentões. Mas vem a guerra. O Japão invade a China, o mestre conhece a fome e o filme se torna tão patrioteiro que chega a irritar. Para quem pensa que americanos fazem filmes patriotas, bem... veja este. Os americanos são neutros perto disto. Os japoneses são mostrados como bestas sanguinárias, agentes de maldade infinita, sádicos e sub-humanos. E no fim ainda é dito que o Japão foi derrotado " graças a valentia do povo chinês ". E Hiroshima ???? Mas mesmo com essa baboseirada o filme é legal. As lutas, coreografadas por Sammo Hung, são de tirar o fôlego e os atores são muito bons. Belo filme. Nota 7.
O GRANDE TRUQUE de Christopher Nolan com Hugh Jackman, Christian Bale e David Bowie
O estilo Nolan de cinema: ele pega uma coisa banal e a complica ao máximo. Tome flash-back, tome divagações vazias, tome um monte de frases ruins. É um enganador. Fake até o osso. Nada de novo tem a dizer, mas como se acha muito intelectual para fazer filmes simples, enche tudo com truques que enganam aqueles que pensam que o cinema nasceu em 1998 com Matrix. Hugh é legal, Bale é outro chato. O filme fala de mágicos e truques. Uma chatice. Nota 1.
PAIXÃO SEM LIMITE de Alan Shapiro com Cary Elwes e Alicia Silverstone
Lolita para tvmaníacos. Tiraram todo o humor de Nabokov e toda a malícia. O que restou? Uma tolice sobre ninfeta fatal. E ainda termina tudo em loucura e crime ( claro! Ela tinha de ser louca! Afinal, ela gosta de sexo! ). Desprezível. Nota Zeríssimo!
DIA DE OUTONO de Ozu
Em se tratando do hiper-original Ozu, eis aqui um de seus filmes mais fracos. O que, em seus melhores filmes, é humanismo nobre e refinado, aqui se torna preguiçosa contemplação. O mestre não conseguiu criar personagens marcantes e o filme fica a deriva. Mas as composições de cena são lindas e sempre é bacana ver a forma como Ozu filma. Ninguém se parece com ele. Cinquenta anos após sua morte ele é ainda original. Nota 6.
SANGUE EM SONORA de Sidney J. Furie com Marlon Brando e John Saxon
Western passado na fronteira sul. Pó e mexicanos. Marlon tem seu cavalo roubado. Vai o recuperar. O filme é simples, as imagens são ótimas, mas ele consegue não emocionar. Porque? Falta um motivo mais forte para a vingança. O bandido não é mal o bastante e o herói parece flácido. Dá pra ver, mas é um western que anuncia a decadência do gênero. Nota 6.
KELLY'S HEROES de Brian G. Hutton com Clint Eastwood, Telly Savallas e Donald Sutherland
É um dos primeiros filmes de Clint como estrela ( 1968 ). Mas é principalmente um show do muit jovem Donald Sutherland. Do que trata o filme? Na segunda guerra, um bando de soldados americanos tenta roubar ouro nazista. O filme é uma comedia ácida: vê a guerra como farsa sem sentido. Nesse gênero, MASH dá de mil a zero. A loucura aqui é tanta que chega a enjoar. Clint é um muito cool comandante que só quer se dar bem, Savallas é um brutamontes histérico e Sutherland cria um tipo genial : um hippie perdido em 1943 ! Seu cabelo, sua roupa, seu modo de falar é de alguém que acabou de tomar um ácido em show do Grateful Dead. A guerra pra ele é uma viagem e tudo deve ser feito com good vibrations. Criação de gênio, a gente sente um imenso prazer em vê-lo atuar. Tipo de ensaio para o que ele faria em MASH dois anos mais tarde. Os Black Grapes têm uma música ( ótima ) que cita este filme cult. Mas é histérico demais!!!! Nota 6.
Escrevo isso porque lamento não ter tido blog em 2006/2008 que foi a época em que montei minha coleção de filmes. Foi o período em que descobri aquilo que o cinema pode ser. Primeiro contato com o cinema dos anos 30, os clássicos silenciosos e tudo de Bergman, Dreyer, Bresson, Godard, Melville e que tais. Foi um tempo bom demais! As comédias dos anos 30, os noir dos 40, Carné e Clair.
Ainda existe um monte de clássicos que não vi, mas o tempo do descabaçamento já se foi. Até 2005 eu achava que conhecia cinema, não sabia nada! ( E sei que ainda sei pouco ).
Escrevo isto porque os filmes que vi esta semana são de nivel bem baixo.... talvez seja a mais fraca semana que já tive. Aí vai :
ERA UMA VEZ NO MÉXICO de Robert Rodriguez com Antonio Banderas, Johnny Depp, Salma Hayek, William Dafoe e Mickey Rourke
Rodriguez homenageia Leone e seu The Good, The Bad and The Ugly ( talvez seja o filme mais homenageado dos anos 90/2000 ). Mas se perde. As 3 histórias não mantèm seu interesse. Depp seria o mau, Antonio o bom e Dafoe o feio. A fotografia e a música são ótimas, mas os personagens não sustentam o filme. Apenas um curioso filme pop. Nota 6.
VELOZES E FURIOSOS 4 de Justin Lin com Vin Diesel, Paul Walker, Michelle Rodriguez
Quer saber ? As cenas de ação são muito boas. É o melhor dos 4 filmes. Tem alguma história e os carros são demais! Lógico que é um filme bobo, mas dá uma certa adrenalina ( se voce desligar o senso crítico ). Nota 6.
CARGA EXPLOSIVA 3 de Olivier Megaton com Jason Statham e Natalya Rudakova
Um excelente filme de ação ( do tipo atual ). Ou seja: é completamente inverossimel. Esqueça os diálogos, esqueça a construção de personagens. É movimento todo o tempo. Filme feito para criar sensações, nunca emoções. Jason nasceu para esse tipo de durão com voz rouca ( à Clint ) e Natalya é linda de doer. A trama não faz o menor sentido. Nota 7.
O GRANDE MESTRE de Yip Wai-Shun
É a história de grande mestre de artes marciais da China dos anos 30. O filme começa maravilhosamente bem. Acompanhamos o cotidiano do mestre, seus desafios, a vida entre valentões. Mas vem a guerra. O Japão invade a China, o mestre conhece a fome e o filme se torna tão patrioteiro que chega a irritar. Para quem pensa que americanos fazem filmes patriotas, bem... veja este. Os americanos são neutros perto disto. Os japoneses são mostrados como bestas sanguinárias, agentes de maldade infinita, sádicos e sub-humanos. E no fim ainda é dito que o Japão foi derrotado " graças a valentia do povo chinês ". E Hiroshima ???? Mas mesmo com essa baboseirada o filme é legal. As lutas, coreografadas por Sammo Hung, são de tirar o fôlego e os atores são muito bons. Belo filme. Nota 7.
O GRANDE TRUQUE de Christopher Nolan com Hugh Jackman, Christian Bale e David Bowie
O estilo Nolan de cinema: ele pega uma coisa banal e a complica ao máximo. Tome flash-back, tome divagações vazias, tome um monte de frases ruins. É um enganador. Fake até o osso. Nada de novo tem a dizer, mas como se acha muito intelectual para fazer filmes simples, enche tudo com truques que enganam aqueles que pensam que o cinema nasceu em 1998 com Matrix. Hugh é legal, Bale é outro chato. O filme fala de mágicos e truques. Uma chatice. Nota 1.
PAIXÃO SEM LIMITE de Alan Shapiro com Cary Elwes e Alicia Silverstone
Lolita para tvmaníacos. Tiraram todo o humor de Nabokov e toda a malícia. O que restou? Uma tolice sobre ninfeta fatal. E ainda termina tudo em loucura e crime ( claro! Ela tinha de ser louca! Afinal, ela gosta de sexo! ). Desprezível. Nota Zeríssimo!
DIA DE OUTONO de Ozu
Em se tratando do hiper-original Ozu, eis aqui um de seus filmes mais fracos. O que, em seus melhores filmes, é humanismo nobre e refinado, aqui se torna preguiçosa contemplação. O mestre não conseguiu criar personagens marcantes e o filme fica a deriva. Mas as composições de cena são lindas e sempre é bacana ver a forma como Ozu filma. Ninguém se parece com ele. Cinquenta anos após sua morte ele é ainda original. Nota 6.
SANGUE EM SONORA de Sidney J. Furie com Marlon Brando e John Saxon
Western passado na fronteira sul. Pó e mexicanos. Marlon tem seu cavalo roubado. Vai o recuperar. O filme é simples, as imagens são ótimas, mas ele consegue não emocionar. Porque? Falta um motivo mais forte para a vingança. O bandido não é mal o bastante e o herói parece flácido. Dá pra ver, mas é um western que anuncia a decadência do gênero. Nota 6.
KELLY'S HEROES de Brian G. Hutton com Clint Eastwood, Telly Savallas e Donald Sutherland
É um dos primeiros filmes de Clint como estrela ( 1968 ). Mas é principalmente um show do muit jovem Donald Sutherland. Do que trata o filme? Na segunda guerra, um bando de soldados americanos tenta roubar ouro nazista. O filme é uma comedia ácida: vê a guerra como farsa sem sentido. Nesse gênero, MASH dá de mil a zero. A loucura aqui é tanta que chega a enjoar. Clint é um muito cool comandante que só quer se dar bem, Savallas é um brutamontes histérico e Sutherland cria um tipo genial : um hippie perdido em 1943 ! Seu cabelo, sua roupa, seu modo de falar é de alguém que acabou de tomar um ácido em show do Grateful Dead. A guerra pra ele é uma viagem e tudo deve ser feito com good vibrations. Criação de gênio, a gente sente um imenso prazer em vê-lo atuar. Tipo de ensaio para o que ele faria em MASH dois anos mais tarde. Os Black Grapes têm uma música ( ótima ) que cita este filme cult. Mas é histérico demais!!!! Nota 6.