CONVERSANDO COM ROGER SCRUTON - ROGER SCRUTON E MARK DOOLEY. ELE NÃO É NADA DO QUE PENSEI.
Mark Dooley encontra Scruton em sua fazenda na Inglaterra e conversa alguns dias com ele no seu escritório. Essa conversa se torna este livro e este livro vale como uma biografia de Scruton. ---------------- Roger Scruton, homem que mudou minha vida, não é aquilo que voce pensa. Seus pais eram opostos. A mãe, um tipo de ex aristocrata oprimida. Ele a adorava. O pai, um raivoso representante da velha classe trabalhadora de Manchester. Uma esquerda patriota, saudosista, irada, um tipo de esquerda que não existe mais. Scruton, sempre bom aluno, nunca pensou em ser filósofo. Ele queria ser poeta e romancista. E estudou ciências. Em Cambridge, ele entrou por mérito, descobriu um ambiente filosófico. Ao contrário dos outros, ele começou pela filosofia do século XX. Se apaixonou por Wittgeinstein. Depois Aristóteles, para ele o maior de todos e por fim, se deixou tomar por Kant e Hegel. ------------------ Eu disse que ele não é como voce pensa? Não, não é. Scruton morou na França nos anos 60 e principalmente em Roma. Leu Sartre, que ele admira, acha O Ser e O Nada uma obra prima, e foi boêmio. Em Roma ele descobriu ser um conservador, isso aos 25 anos. Até então ele pouco pensava em política, seu amor era a estética, a arte, a escrita. Lia muito Nietzsche. Mas em Roma ele conviveu com os radicais comunistas italianos de então e percebeu que nada tinha a ver com eles. O mesmo fato ocorreu comigo aos 18 anos, se aqueles caras eram de esquerda, bem, eu nada tinha e nada queria ter a ver com eles! Scruton fala uma coisa certeira sobre os hippies americanos que conheceu: " Gente de classe média que achava que se rebelar contra seus pais JUSTIFICAVA SUA VIDA" Toda a vida de um hippie era resumida a odiar seus pais. Scruton diz que tinha motivos de sobra para odiar seu pai, eles jamais se deram, mas não fez disso um projeto de vida e nem saiu pelo mundo se orgulhando disso. ----------------------------- Eu não terminei de ler o livro, mas estou gostando tanto que tive de escrever este pequeno texto. Estou na parte em que Roger volta para a Inglaterra e descobre que a educação inglesa, é 1980, se encontra tomada pela esquerda. O ensino passa a ser encher a cabeça dos jovens com frases revolucionárias que não fazem sentido nenhum. --------------- Depois conto mais.