ALICE COOPER - KILLER

Felizmente se fez justiça à Alice Cooper ainda em vida. Entre 1971 e 1975 ele foi um dos reis do rock e os críticos só sabiam de falar mal do cara. Tratavam ele como se fosse infantil, um palhaço que apelava para truques, nunca um artista. Não percebiam que ele unia as duas correntes mais novas e legais do rock de então: o glam e o pré metal. John Lydon acha Killer o maior disco de rock de todos os tempos. Não só ele. Lester Bangs achava perfeito. Eu prefiro Billion Dollar Babies, mas sim, o rock cru, virulento, pesado de Killer tem algo de punk, de foda-se nele. E a produção do mago Bob Ezrin entende à perfeição tudo que Alice quer. ---------------- Pra quem não sabe, Alice Cooper era o nome da banda e o vocal acabou pegando o nome pra si. Cheios de make up e atitude gay, eles eram o glam do T.Rex em estilo americano, menos afetado e mais rocknroll. Dizem que Iggy Pop inventou o glam rock, pode até ser, mas foi Alice quem o vendeu para as massas. Meu irmão tinha apenas 9 anos de idade quando se tornou fã do cara. De Alice ele saltou para Bowie e de Bowie para Sex Pistols. Muita gente fez esse mesmo caminho na mesma época com a mesma idade. ( Eu era bastante sem rumo, de Monkees fui para Elton John, depois Stones e Led ). O album, Killer, é um tipo de roteiro para um filme sem imagem. Cada faixa é um ato ou uma cena. Um flash em som exultante. Tantos anos depois, que bom, ele se mantém divertido e instigante. É só rocknroll, mas é bom e é de verdade.